Recuperar dados em caso de desastre

17-09-2002
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Centros da IBM protegem informação das empresas

Recuperar Dados em Caso de Desastre

Por ISABEL GORJÃO SANTOS

Segunda-feira, 9 de Setembro de 2002

Há um ano, a IBM tinha nas Torres Gémeas de Nova Iorque cerca de 2 mil clientes do seu Centro de Business Continuity and Recovery Services (BCRS). No dia 11 de Setembro, após o atentado, a Big Blue começou a receber telefonemas desses clientes. Era vital recuperar informação, voltar a pôr os sistemas a trabalhar, fazer o que fosse possível para manter as empresas a funcionar. Aos clientes da IBM seguiram-se outros a solicitar ajuda e o centro de BCRS de Nova Iorque não teve mãos a medir. Ora foi um centro com as mesmas funções, embora cerca de dez vezes menor em dimensão, que a IBM quis mostrar aos jornalistas na passada semana.

O centro de BCRS do Porto é apenas um dos 120 que a empresa possui em 76 dos países onde está presente, um espaço onde os aspectos relacionados com a segurança são cuidados e onde é guardada toda a informação das empresas que adquiriram serviços de "backup" de dados e sua recuperação em caso de desastre. Inaugurado no final de 1998, este centro ocupa 3500 metros quadrados e é o maior em Portugal. A IBM possui outro espaço idêntico, em Alfragide, nos arredores de Lisboa, com mil metros quadrados. Explica Paulo Machado, director de BCRS na divisão Global Services da IBM, que muitas multinacionais estão localizadas em Lisboa e, neste caso, é importante a distância entre o local da produção e o sítio onde os dados são guardados.

Quando as empresas solicitam, o centro começa por prestar serviços de consultoria. "Muitas vezes, é difícil perceber o que é crítico e saber, por exemplo, qual é o prejuízo que se tem se o sistema estiver parado algumas horas", disse Paulo Machado, sendo para responder a essas questões que o centro faz os estudos de análise de impactos. A empresa-cliente poderá também recorrer ao centro para elaborar um plano de contingência, onde são definidas todas as medidas a tomar em caso de desastre.

Quanto à recuperação de dados, o centro fornece configurações partilhadas e dedicadas, serviços de suporte técnico opcionais e testes de "disaster recovery", que as empresas fazem, normalmente, duas vezes por ano, para simular uma situação de perda de dados e verificar se a sua recuperação é devidamente efectuada. O centro fica também responsável por guardar as fitas magnéticas, as bobinas ou as disquetes, suportes de armazenamento que os clientes usam para registar e enviar os seus dados, os quais chegam ao centro em malas transportadas por empresas de segurança.

"Cada vez mais, os clientes optam pelo envio de dados através das telecomunicações e não do transporte de 'tapes'", diz Paulo Machado. No entanto, a utilização do suporte físico acaba por ser a opção da maioria dos clientes, já que a transferência electrónica dos dados é mais dispendiosa.

Depois do 11 de Setembro, a IBM verificou um aumento de pedidos de consultoria, pois o atentado de Nova Iorque "fez os responsáveis das empresas perceberem como estes serviços podem ser importantes". Contratar os serviços do centro pode custar entre 2000 euros por ano, se se tratar de uma pequena ou média empresa que pretenda uma modalidade mais simples, a 100 mil euros no caso de uma grande empresa que necessite de uma rápida recuperação dos dados, de equipamento de substituição ou mesmo de transferir temporariamente o seu sistema de informação para as instalações da IBM.

Entre os equipamentos disponíveis no centro, estão oito servidores AS/400, 12 RS/6000, um RS/6000 SP, 60 sistemas Netfinity, 80 PC e terminais para acesso aos sistemas centrais, sistemas de "storage" (RVA com 6 terabytes e ESS Shark de 1,5 terabytes) e 8 "mainframes" S/390 com capacidades de processamento de 4000 MIPS (milhões de instruções por segundo).

Quando é necessário fazer uma recuperação de dados através de "tapes", é utilizado um robô específico, dependendo o tempo de recuperação das necessidades dos clientes. Uma empresa que não necessite de grande rapidez poderá utilizar as "tapes" e demorar algumas horas a recuperar os seus dados; já uma empresa que transfira electronicamente os dados e tenha acordado com a IBM serviços de alta disponibilidade conseguirá recuperar os seus dados em menos tempo - pouco mais de meia hora.

Isabel Gorjão Santos

Centros da IBM protegem informação das empresas

Recuperar Dados em Caso de Desastre

Por ISABEL GORJÃO SANTOS

Segunda-feira, 9 de Setembro de 2002

Há um ano, a IBM tinha nas Torres Gémeas de Nova Iorque cerca de 2 mil clientes do seu Centro de Business Continuity and Recovery Services (BCRS). No dia 11 de Setembro, após o atentado, a Big Blue começou a receber telefonemas desses clientes. Era vital recuperar informação, voltar a pôr os sistemas a trabalhar, fazer o que fosse possível para manter as empresas a funcionar. Aos clientes da IBM seguiram-se outros a solicitar ajuda e o centro de BCRS de Nova Iorque não teve mãos a medir. Ora foi um centro com as mesmas funções, embora cerca de dez vezes menor em dimensão, que a IBM quis mostrar aos jornalistas na passada semana.

O centro de BCRS do Porto é apenas um dos 120 que a empresa possui em 76 dos países onde está presente, um espaço onde os aspectos relacionados com a segurança são cuidados e onde é guardada toda a informação das empresas que adquiriram serviços de "backup" de dados e sua recuperação em caso de desastre. Inaugurado no final de 1998, este centro ocupa 3500 metros quadrados e é o maior em Portugal. A IBM possui outro espaço idêntico, em Alfragide, nos arredores de Lisboa, com mil metros quadrados. Explica Paulo Machado, director de BCRS na divisão Global Services da IBM, que muitas multinacionais estão localizadas em Lisboa e, neste caso, é importante a distância entre o local da produção e o sítio onde os dados são guardados.

Quando as empresas solicitam, o centro começa por prestar serviços de consultoria. "Muitas vezes, é difícil perceber o que é crítico e saber, por exemplo, qual é o prejuízo que se tem se o sistema estiver parado algumas horas", disse Paulo Machado, sendo para responder a essas questões que o centro faz os estudos de análise de impactos. A empresa-cliente poderá também recorrer ao centro para elaborar um plano de contingência, onde são definidas todas as medidas a tomar em caso de desastre.

Quanto à recuperação de dados, o centro fornece configurações partilhadas e dedicadas, serviços de suporte técnico opcionais e testes de "disaster recovery", que as empresas fazem, normalmente, duas vezes por ano, para simular uma situação de perda de dados e verificar se a sua recuperação é devidamente efectuada. O centro fica também responsável por guardar as fitas magnéticas, as bobinas ou as disquetes, suportes de armazenamento que os clientes usam para registar e enviar os seus dados, os quais chegam ao centro em malas transportadas por empresas de segurança.

"Cada vez mais, os clientes optam pelo envio de dados através das telecomunicações e não do transporte de 'tapes'", diz Paulo Machado. No entanto, a utilização do suporte físico acaba por ser a opção da maioria dos clientes, já que a transferência electrónica dos dados é mais dispendiosa.

Depois do 11 de Setembro, a IBM verificou um aumento de pedidos de consultoria, pois o atentado de Nova Iorque "fez os responsáveis das empresas perceberem como estes serviços podem ser importantes". Contratar os serviços do centro pode custar entre 2000 euros por ano, se se tratar de uma pequena ou média empresa que pretenda uma modalidade mais simples, a 100 mil euros no caso de uma grande empresa que necessite de uma rápida recuperação dos dados, de equipamento de substituição ou mesmo de transferir temporariamente o seu sistema de informação para as instalações da IBM.

Entre os equipamentos disponíveis no centro, estão oito servidores AS/400, 12 RS/6000, um RS/6000 SP, 60 sistemas Netfinity, 80 PC e terminais para acesso aos sistemas centrais, sistemas de "storage" (RVA com 6 terabytes e ESS Shark de 1,5 terabytes) e 8 "mainframes" S/390 com capacidades de processamento de 4000 MIPS (milhões de instruções por segundo).

Quando é necessário fazer uma recuperação de dados através de "tapes", é utilizado um robô específico, dependendo o tempo de recuperação das necessidades dos clientes. Uma empresa que não necessite de grande rapidez poderá utilizar as "tapes" e demorar algumas horas a recuperar os seus dados; já uma empresa que transfira electronicamente os dados e tenha acordado com a IBM serviços de alta disponibilidade conseguirá recuperar os seus dados em menos tempo - pouco mais de meia hora.

Isabel Gorjão Santos

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