EXPRESSO: Vidas

06-08-2002
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20/7/2002

GENTE

Cansado — Mas realizado, chegou ao Porto, na terça-feira, John Pollock, o «speechwriter» do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, a bordo do barco que construiu com mais de 160 mil rolhas de vinho e 15 mil elásticos. Durante 17 dias, a embarcação de inspiração fenícia desceu, à força de remos, os 265 quilómetros do Douro, de Barca D’Alva até à Invicta.

Especialista — Em questões relacionadas com o Mundial de futebol, Celsino Perdigão venceu a finalíssima de Febre da Bola, um passatempo promovido pelo EXPRESSO, «Visão», «Blitz», «TVMais», «TeleNovelas», «Caras», «AutoSport» e SIC. E na sexta-feira da semana passada recebeu o grande prémio: um Saab 93.

Inconstitucionalidade — Suscitada ao Tribunal Constitucional por causa de uma contra-ordenação instaurada pela Câmara de Alter do Chão a um cidadão. Este, talvez preocupado com o rombo no orçamento provocado pela coima (500 a mil escudos), queixa-se do facto de não ter sido feita referência à legislação aplicável aquando do levantamento do auto. Teor do auto? Ter «utilizado as casas de banho do Mercado para fins diferentes a que se destinam, nomeadamente por, em vez de descarregar o autoclismo para que as fezes pudessem ir directamente para o cano de esgoto, se ter divertido a sujar a mesma no seu interior, utilizando para o efeito uma vassoura».

Moda — Dos «reality-shows» com famosos. Depois de Ozzy Osbourne e Anna Nicole Smith terem os seus, o canal de música VH1 está em conversações com Liza Minelli.

Che é uma estampa Coordenação de César Avó

SERGIO MORAES / REUTERS Ao revolucionário argentino convertido em ícone pop já pouco faltava. Ernesto 'Che' Guevara aparece imortalizado em t-shirts, em bandeiras, quer na política quer no desporto. Canonizado por rebeldes com e sem causas, só faltava a Che a descida ao universo pecador da moda. E quem melhor que a brasileira Gisele Bundchen para o fazer, ao trajar um fato-de-banho estampado de 'Che'? Ao revolucionário argentino convertido em ícone pop já pouco faltava. Ernesto 'Che' Guevara aparece imortalizado em t-shirts, em bandeiras, quer na política quer no desporto. Canonizado por rebeldes com e sem causas, só faltava a Che a descida ao universo pecador da moda. E quem melhor que a brasileirapara o fazer, ao trajar um fato-de-banho estampado de 'Che'?

Hino renovado LUIZ CARVALHO A séria crise interna que se vive no PCP não abalou o sentido de humor de alguns militantes. E o hino do partido já deu o mote para alguns exercícios de ironia. GENTE soube que circula uma versão renovada de «Avante Camarada» que Luís Cília compôs em 1967 durante o seu exílio em Paris. Assim, em vez do refrão «Avante, camarada, avante/ Junta a tua à nossa voz!» canta-se agora: «Há vinte camaradas, há vinte/ Mas para alguns são só 17!», numa alusão ao processo de que estão a ser alvo Carlos Brito, Carlos Luís Figueira e Edgar Correia. E o sol? Brilhará para todos eles? A séria crise interna que se vive no PCP não abalou o sentido de humor de alguns militantes. E o hino do partido já deu o mote para alguns exercícios de ironia. GENTE soube que circula uma versão renovada de «Avante Camarada» quecompôs em 1967 durante o seu exílio em Paris. Assim, em vez do refrão «Avante, camarada, avante/ Junta a tua à nossa voz!» canta-se agora: «Há vinte camaradas, há vinte/ Mas para alguns são só 17!», numa alusão ao processo de que estão a ser alvo. E o sol? Brilhará para todos eles?

Kadhafi em passeio musculado... STRINGER / REUTERS Muammar Kadhafi parece continuar apostado em gerar polémica. Desta feita, o pomo da discórdia foi a alargada - e inusitada - comitiva que o acompanhou, numa «operação de charme» pelo continente africano. O pretexto da viagem foi a criação da União Africana, na África do Sul, onde o séquito de Kadhafi quase provocou um tiroteio com a polícia. Isto porque o chefe de Estado líbio se fez acompanhar por nada mais nada menos que 400 pessoas, 60 automóveis (incluindo dois autocarros e 12 limusinas de luxo blindadas), quatro aviões (entre os quais dois Boeing 707 e um Antonov, um dos maiores aviões de carga do mundo), vários helicópteros e até um barco, cheio de comida dita «segura», sem riscos de hipotéticos envenenamentos para o Presidente. Nos veículos inspeccionados pela polícia sul-africana encontravam-se 48 espingardas de assalto AK-47 e 27 metralhadoras, quando tinham autorização para transportar muito menos. Só a intervenção do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros sul-africano, que ordenou a devolução dos pertences aos líbios, evitou uma escalada de violência. «Quase estalou uma guerra», afirmou um agente de segurança. «Nós éramos 40 e eles eram quase 400. Estávamos em clara desvantagem.» Outro episódio protagonizado pela comitiva de Kadhafi (na foto com o homólogo moçambicano, Joaquim Chissano), no poder desde 1969, teve como cenário o reino da Suazilândia, onde a população chegou a temer tratar-se de uma invasão sul-africana, quando viu os helicópteros e a gigantesca comitiva aproximarem-se da fronteira... parece continuar apostado em gerar polémica. Desta feita, o pomo da discórdia foi a alargada - e inusitada - comitiva que o acompanhou, numa «operação de charme» pelo continente africano. O pretexto da viagem foi a criação da União Africana, na África do Sul, onde o séquito de Kadhafi quase provocou um tiroteio com a polícia. Isto porque o chefe de Estado líbio se fez acompanhar por nada mais nada menos que 400 pessoas, 60 automóveis (incluindo dois autocarros e 12 limusinas de luxo blindadas), quatro aviões (entre os quais dois Boeing 707 e um Antonov, um dos maiores aviões de carga do mundo), vários helicópteros e até um barco, cheio de comida dita, sem riscos de hipotéticos envenenamentos para o Presidente. Nos veículos inspeccionados pela polícia sul-africana encontravam-se 48 espingardas de assalto AK-47 e 27 metralhadoras, quando tinham autorização para transportar muito menos. Só a intervenção do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros sul-africano, que ordenou a devolução dos pertences aos líbios, evitou uma escalada de violência., afirmou um agente de segurança.Outro episódio protagonizado pela comitiva de Kadhafi (na foto com o homólogo moçambicano, Joaquim Chissano), no poder desde 1969, teve como cenário o reino da Suazilândia, onde a população chegou a temer tratar-se de uma invasão sul-africana, quando viu os helicópteros e a gigantesca comitiva aproximarem-se da fronteira...

... e no Casal Ventoso Um misto de estupefacção e incredulidade dominou os novos responsáveis dos gabinetes de apoio do Casal Ventoso quando há dias chegaram às instalações para começarem a trabalhar. Os antecessores da coligação autárquica PS/PCP tinham-lhes deixado um presentinho deveras subversivo: em cima de cada secretária do gabinete da Quinta do Loureiro havia um exemplar do Livro Verde de Muammar Kadhafi, a «bíblia» da revolução líbia. E ainda os novos técnicos, nomeados pela autarquia social-democrata, não tinham recuperado do «susto» quando, ao avançar para uma das salas de reuniões, onde eram recebidos os moradores daquele bairro tão problemático, depararam com uma mini-biblioteca com títulos não menos sugestivos. Ele era a Arma Contra-Revolucionária do Partido Operário Alemão, ele era o Tratado do Anarco-Sindicalismo, ele era vários exemplares de Economia e Socialismo... enfim, será caso para pensar que, se era esta a literatura «aconselhada» aos moradores do Casal Ventoso, é melhor que Santana Lopes esteja preparado para algum golpe revolucionário!

Crítica? Só da oposição JOÃO CARLOS SANTOS Nos seus últimos discursos, Durão Barroso tem aproveitado para capitalizar a imagem de resistente e persistente (qualidades que lhe são normalmente reconhecidas em tom crítico e para salientar a falta de carisma). No debate sobre o estado da Nação, lá disse Barroso: «Senhores deputados, permitam-me que vos diga, agora num registo pessoal, que cada crítica, justa ou injusta, não me demove. E cada dificuldade só me anima.» No Congresso do partido, um dos oradores, José Alberto Pereira Coelho, de Coimbra, fez referência ao facto: «Ele teria dito que se sente mais motivado, quando era criticado...» Barroso, que fez questão de ouvir todas as intervenções nos três dias de Congresso e sabe que nisto da popularidade político-partidária tão depressa se sobe como se desce, não deixou passar em claro e gritou da mesa: «Criticado... mas pela oposição!» Nos seus últimos discursos,tem aproveitado para capitalizar a imagem de resistente e persistente (qualidades que lhe são normalmente reconhecidas em tom crítico e para salientar a falta de carisma). No debate sobre o estado da Nação, lá disse Barroso:No Congresso do partido, um dos oradores,, de Coimbra, fez referência ao facto:Barroso, que fez questão de ouvir todas as intervenções nos três dias de Congresso e sabe que nisto da popularidade político-partidária tão depressa se sobe como se desce, não deixou passar em claro e gritou da mesa:

Josué Barroso Há pouco mais de dois anos - no aceso Congresso de Viseu, em que defrontou Pedro Santana Lopes e Marques Mendes - Durão Barroso foi brindado com apupos, vaias e resmas de críticas. Agora, no Congresso do Coliseu dos Recreios, esperava-se obviamente que fosse aclamado. Mas houve alguns exageros na dose, para dizer o mínimo. Por exemplo, António Preto, líder da distrital de Lisboa do PSD, chamou-lhe «o nosso Josué, que nos leva a atravessar para o outro lado do rio» (numa referência à figura bíblica que, depois de Moisés, conduziu o povo judeu na travessia do rio Jordão). E, sendo ele Josué, nada mais óbvio, portanto, que o PSD seja para Preto «o último farol» e «a última esperança». Já José Manuel Fernandes, da distrital de Braga, decidiu recorrer à literatura, comparando Barroso ao «guerreiro da luz», de Paulo Coelho. E Santana Lopes foi à música popular, de Paulo Gonzo: «Há uma canção que diz 'eu dei-te quase tudo'. E tu deste quase tudo». Lindo!

A muleta do PSD JOÃO CARLOS SANTOS Eis a muleta política mais famosa do momento: pertence a José Luís Arnaut, ministro-adjunto e secretário-geral do PSD, em recuperação da operação a que foi submetido há um mês, a duas hérnias discais. No final do Congresso, registou-se um incidente entre o ministro e os repórteres fotográficos e de imagem. Quando estes se precipitaram para cima de Durão Barroso e Paulo Portas, para registar o cumprimento entre ambos, Arnaut, lá em cima na mesa do Congresso, não se conteve e mandou os seguranças afastá-los. Segundo os repórteres, a expressão utilizada terá sido «tirem-me daqui isto», segundo o próprio terá sido «tirem-me daqui estes tipos». A certeza, porém, é que o tom foi desagradável. Mas Arnaut não foi o único no Congresso a mostrar vontade de dar com a muleta nos jornalistas. Desde o crónico Alberto João Jardim (que apelou novamente à revisão da Lei de Imprensa), passando por Nuno Freitas (que criticou as aberturas dos telejornais de sexta-feira à noite, com a notícia da sanção a João Pinto, quando o partido se reunia em Congresso), até um orador que agradeceu ao ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento, por todas as noites «ser brindado» com os pivôs da RTP a agradecerem-lhe por ter «escolhido o serviço público de televisão». Valeu a pacificação feita pelo presidente da mesa do Congresso, Dias Loureiro, que nos discursos de encerramento estendeu o ramo de oliveira aos jornalistas, salientando o trabalho feito nos três dias de trabalhos. Eis a muleta política mais famosa do momento: pertence a José Luís Arnaut, ministro-adjunto e secretário-geral do PSD, em recuperação da operação a que foi submetido há um mês, a duas hérnias discais. No final do Congresso, registou-se um incidente entre o ministro e os repórteres fotográficos e de imagem. Quando estes se precipitaram para cima de, para registar o cumprimento entre ambos, Arnaut, lá em cima na mesa do Congresso, não se conteve e mandou os seguranças afastá-los. Segundo os repórteres, a expressão utilizada terá sido, segundo o próprio terá sido. A certeza, porém, é que o tom foi desagradável. Mas Arnaut não foi o único no Congresso a mostrar vontade de dar com a muleta nos jornalistas. Desde o crónico(que apelou novamente à revisão da Lei de Imprensa), passando por(que criticou as aberturas dos telejornais de sexta-feira à noite, com a notícia da sanção a, quando o partido se reunia em Congresso), até um orador que agradeceu ao ministro da Presidência,, por todas as noitescom os pivôs da RTP a agradecerem-lhe por ter. Valeu a pacificação feita pelo presidente da mesa do Congresso,, que nos discursos de encerramento estendeu o ramo de oliveira aos jornalistas, salientando o trabalho feito nos três dias de trabalhos.

A inocência de Prado Coelho Na coluna que assina no «Público», Eduardo Prado Coelho perguntava, na quarta-feira, se o ministro da Cultura «já imaginou a interlocução possível entre os artistas e a professora de Finanças»Lucília da Silva Preto, agora nomeada para dirigir o Instituto Português das Artes e do Espectáculo. A admiração pela escolha era tanto maior quanto não se conhecem antecedentes de ligação à cultura e se sabe da natural relutância dos artistas em dialogarem com alguém que julgam só perceber de números. Santa inocência. É por demais evidente que o diálogo será fácil, ou Prado Coelho desconhece que a nova directora há muito que tem contacto com a política cultural «laranja»? Quanto mais não seja por ser irmã de António Preto, presidente da comissão política Distrital de Lisboa do PSD, cargo que alcançou com o empenho do presidente da comissão política de Algés, José Amaral Lopes, actual secretário de Estado da Cultura.

Beleza revolucionária O concurso de Miss Universo deste ano - que decorreu em Porto Rico, no final de Maio - foi especialmente frutuoso. Depois de ter revelado ao mundo e coroado uma bela polícia russa, Oxana Fedorova (cf. VIDAS de 6/6), agora o «New York Times» descobriu as dificuldades por que passou a terceira classificada da competição, Zhuo Ling. O concurso de Miss China simplesmente não existe. A concorrente chinesa foi escolhida num concurso não autorizado pelas autoridades, que chegou a ser interrompido pela polícia, tendo sido completado mais tarde. Há cinco anos que o empresário Shi Sizhi tenta organizar o evento pela via oficial. Sempre sem sucesso, uma vez que os concursos de beleza foram banidos com a revolução comunista, em 1949. Shi teve de pagar os fatos e o bilhete de avião a Zhuo, uma estudante de dança de 20 anos. E até ao último minuto duvidaram que pudessem sair do país. Rendidos às evidências terão ficado as autoridades. A autarquia de Xangai, que antes ameaçara a realização do concurso, enviou Zhuo Ling a França, integrada numa delegação comercial. O concurso de Miss Universo deste ano - que decorreu em Porto Rico, no final de Maio - foi especialmente frutuoso. Depois de ter revelado ao mundo e coroado uma bela polícia russa,(cf. VIDAS de 6/6), agora o «New York Times» descobriu as dificuldades por que passou a terceira classificada da competição,. O concurso de Miss China simplesmente não existe. A concorrente chinesa foi escolhida num concurso não autorizado pelas autoridades, que chegou a ser interrompido pela polícia, tendo sido completado mais tarde. Há cinco anos que o empresáriotenta organizar o evento pela via oficial. Sempre sem sucesso, uma vez que os concursos de beleza foram banidos com a revolução comunista, em 1949. Shi teve de pagar os fatos e o bilhete de avião a Zhuo, uma estudante de dança de 20 anos. E até ao último minuto duvidaram que pudessem sair do país. Rendidos às evidências terão ficado as autoridades. A autarquia de Xangai, que antes ameaçara a realização do concurso, enviou Zhuo Ling a França, integrada numa delegação comercial.

Almargem da razão A brusca subida da temperatura poderá ser uma atenuante para o rol de acusações que a associação ambientalista Almargem disparou sobre o Presidente da República, numa carta aberta assinada «serenamente e sem fundamentalismos». Que Jorge Sampaio violou «o dever de isenção associado ao cargo de mais alto magistrado da Nação», que «extravasou publicamente o seu entusiasmo por esta actividade». Que ominosa actividade? Jogar golfe. A carta - que GENTE arrisca estar em condições de competir num troféu de humor involuntário - acusa Sampaio de ter promovido o negócio da modalidade ao ter participado na segunda edição da Taça Presidente da República, em Vilamoura, «de borla e em horário privilegiado!» De facto, se tivesse cobrado algum... Os ecologistas de Loulé consideram ainda que o Chefe de Estado mereceria a compreensão da associação, fora ele um praticante de golfe «reservado e atento aos problemas que esta actividade provoca no ambiente». Porém, ao «ser seu paladino incondicional perante a opinião pública, é uma atitude injustificável que só merece a nossa mais veemente reprovação». Dada a recente iniciativa descriminalizadora de Sampaio em relação aos touros de morte de Barrancos, GENTE prevê a ilegalização de algumas associações ambientalistas.

Trabalho a corpo inteiro STAN HONDA / EPA PHOTO / AFP Pouco tempo depois das «Mulheres da Enron», a «Playboy» vai brindar os seus leitores com mais uma edição temática. Desta vez, serão as ex-funcionárias das gigantes WorldCom e Andersen as próximas candidatas a um substancial subsídio de desemprego. Mal tinha saído para as bancas, o número de Agosto suscitou reacções: «Começámos logo a receber chamadas de funcionárias das duas empresas», disse Gary Cole, o director de fotografia da revista. A partir daí, foi apenas uma questão de repetir o método. As pretendentes devem enviar fotos em fato de banho e retratos tipo passe. Além, é claro, da imprescindível prova de que trabalharam numa das duas companhias. A avaliar pelos resultados já alcançados e pela época de «vacas magras» na economia mundial, a «Playboy» prepara-se para criar um mercado de trabalho paralelo. Pouco tempo depois das «Mulheres da Enron», a «Playboy» vai brindar os seus leitores com mais uma edição temática. Desta vez, serão as ex-funcionárias das gigantes WorldCom e Andersen as próximas candidatas a um substancial subsídio de desemprego. Mal tinha saído para as bancas, o número de Agosto suscitou reacções:, disse, o director de fotografia da revista. A partir daí, foi apenas uma questão de repetir o método. As pretendentes devem enviar fotos em fato de banho e retratos tipo passe. Além, é claro, da imprescindível prova de que trabalharam numa das duas companhias. A avaliar pelos resultados já alcançados e pela época de «vacas magras» na economia mundial, a «Playboy» prepara-se para criar um mercado de trabalho paralelo.

Condessa calçada ERIK DE CASTRO / REUTERS Os números não mentem. Na contabilidade dos excessos do clã Marcos - ainda longe de estar concluída - os algarismos somam-se sempre aos milhares. Imelda, ex-primeira dama das Filipinas, casada com Ferdinando Marcos, ditador do país entre 1965 e 1986, está à beira de reaver milhões de dólares em bens confiscados e contas retidas. Sobre o casal pesam centenas de processos que remontam às suspeitas de inúmeros escândalos financeiros que protagonizou nos tempos de poder. Mas pouco se tem conseguido provar. Os Marcos já ganharam 400 desses casos e estão apenas a sete de provar a impotência da Procuradoria Geral da República. Imelda, que é chamada aos tribunais sozinha desde a morte do marido, em 1989, será muito provavelmente uma feliz herdeira, pois ficará com a parte de leão do bolo. Por agora, as atenções da dona da mais famosa colecção de sapatos do mundo viram-se para uma soma de 570 milhões de dólares que o Banco Nacional das Filipinas teve de devolver, em 1998, à origem, uma inevitável conta na Suíça. Enquanto os delegados da Procuradoria e os tribunais trocavam acusações de corrupção e de sonegação premeditada de provas, Imelda ria e cantava durante os três dias de festa que mereceu pelos seus 73 anos, celebrados recentemente em Manila. O governo gaba-se, entretanto, de ter recuperado bens no valor de 1,6 mil milhões de dólares, pouco para pagar as despesas com advogados. Os juros da última devolução que o Estado teve de fazer há quatro anos já aumentaram em quase 100 milhões de dólares a soma cobiçada pela feliz arguida. Enquanto espera pela fortuna, Imelda faz projectos diplomáticos: «Assim que tudo estiver resolvido, quero viajar e reunir pessoas de vários países para ajudá-las a compreenderem-se e encontrarem a paz.» Comovida com a intenção, e na certeza de que a viúva Marcos levará centenas de sapatos para a viagem, GENTE assegura que a condessa não irá descalça. Os números não mentem. Na contabilidade dos excessos do clã Marcos - ainda longe de estar concluída - os algarismos somam-se sempre aos milhares., ex-primeira dama das Filipinas, casada com, ditador do país entre 1965 e 1986, está à beira de reaver milhões de dólares em bens confiscados e contas retidas. Sobre o casal pesam centenas de processos que remontam às suspeitas de inúmeros escândalos financeiros que protagonizou nos tempos de poder. Mas pouco se tem conseguido provar. Os Marcos já ganharam 400 desses casos e estão apenas a sete de provar a impotência da Procuradoria Geral da República. Imelda, que é chamada aos tribunais sozinha desde a morte do marido, em 1989, será muito provavelmente uma feliz herdeira, pois ficará com a parte de leão do bolo. Por agora, as atenções da dona da mais famosa colecção de sapatos do mundo viram-se para uma soma de 570 milhões de dólares que o Banco Nacional das Filipinas teve de devolver, em 1998, à origem, uma inevitável conta na Suíça. Enquanto os delegados da Procuradoria e os tribunais trocavam acusações de corrupção e de sonegação premeditada de provas, Imelda ria e cantava durante os três dias de festa que mereceu pelos seus 73 anos, celebrados recentemente em Manila. O governo gaba-se, entretanto, de ter recuperado bens no valor de 1,6 mil milhões de dólares, pouco para pagar as despesas com advogados. Os juros da última devolução que o Estado teve de fazer há quatro anos já aumentaram em quase 100 milhões de dólares a soma cobiçada pela feliz arguida. Enquanto espera pela fortuna, Imelda faz projectos diplomáticos:Comovida com a intenção, e na certeza de que a viúva Marcos levará centenas de sapatos para a viagem, GENTE assegura que a condessa não irá descalça.

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20/7/2002

GENTE

Cansado — Mas realizado, chegou ao Porto, na terça-feira, John Pollock, o «speechwriter» do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, a bordo do barco que construiu com mais de 160 mil rolhas de vinho e 15 mil elásticos. Durante 17 dias, a embarcação de inspiração fenícia desceu, à força de remos, os 265 quilómetros do Douro, de Barca D’Alva até à Invicta.

Especialista — Em questões relacionadas com o Mundial de futebol, Celsino Perdigão venceu a finalíssima de Febre da Bola, um passatempo promovido pelo EXPRESSO, «Visão», «Blitz», «TVMais», «TeleNovelas», «Caras», «AutoSport» e SIC. E na sexta-feira da semana passada recebeu o grande prémio: um Saab 93.

Inconstitucionalidade — Suscitada ao Tribunal Constitucional por causa de uma contra-ordenação instaurada pela Câmara de Alter do Chão a um cidadão. Este, talvez preocupado com o rombo no orçamento provocado pela coima (500 a mil escudos), queixa-se do facto de não ter sido feita referência à legislação aplicável aquando do levantamento do auto. Teor do auto? Ter «utilizado as casas de banho do Mercado para fins diferentes a que se destinam, nomeadamente por, em vez de descarregar o autoclismo para que as fezes pudessem ir directamente para o cano de esgoto, se ter divertido a sujar a mesma no seu interior, utilizando para o efeito uma vassoura».

Moda — Dos «reality-shows» com famosos. Depois de Ozzy Osbourne e Anna Nicole Smith terem os seus, o canal de música VH1 está em conversações com Liza Minelli.

Che é uma estampa Coordenação de César Avó

SERGIO MORAES / REUTERS Ao revolucionário argentino convertido em ícone pop já pouco faltava. Ernesto 'Che' Guevara aparece imortalizado em t-shirts, em bandeiras, quer na política quer no desporto. Canonizado por rebeldes com e sem causas, só faltava a Che a descida ao universo pecador da moda. E quem melhor que a brasileira Gisele Bundchen para o fazer, ao trajar um fato-de-banho estampado de 'Che'? Ao revolucionário argentino convertido em ícone pop já pouco faltava. Ernesto 'Che' Guevara aparece imortalizado em t-shirts, em bandeiras, quer na política quer no desporto. Canonizado por rebeldes com e sem causas, só faltava a Che a descida ao universo pecador da moda. E quem melhor que a brasileirapara o fazer, ao trajar um fato-de-banho estampado de 'Che'?

Hino renovado LUIZ CARVALHO A séria crise interna que se vive no PCP não abalou o sentido de humor de alguns militantes. E o hino do partido já deu o mote para alguns exercícios de ironia. GENTE soube que circula uma versão renovada de «Avante Camarada» que Luís Cília compôs em 1967 durante o seu exílio em Paris. Assim, em vez do refrão «Avante, camarada, avante/ Junta a tua à nossa voz!» canta-se agora: «Há vinte camaradas, há vinte/ Mas para alguns são só 17!», numa alusão ao processo de que estão a ser alvo Carlos Brito, Carlos Luís Figueira e Edgar Correia. E o sol? Brilhará para todos eles? A séria crise interna que se vive no PCP não abalou o sentido de humor de alguns militantes. E o hino do partido já deu o mote para alguns exercícios de ironia. GENTE soube que circula uma versão renovada de «Avante Camarada» quecompôs em 1967 durante o seu exílio em Paris. Assim, em vez do refrão «Avante, camarada, avante/ Junta a tua à nossa voz!» canta-se agora: «Há vinte camaradas, há vinte/ Mas para alguns são só 17!», numa alusão ao processo de que estão a ser alvo. E o sol? Brilhará para todos eles?

Kadhafi em passeio musculado... STRINGER / REUTERS Muammar Kadhafi parece continuar apostado em gerar polémica. Desta feita, o pomo da discórdia foi a alargada - e inusitada - comitiva que o acompanhou, numa «operação de charme» pelo continente africano. O pretexto da viagem foi a criação da União Africana, na África do Sul, onde o séquito de Kadhafi quase provocou um tiroteio com a polícia. Isto porque o chefe de Estado líbio se fez acompanhar por nada mais nada menos que 400 pessoas, 60 automóveis (incluindo dois autocarros e 12 limusinas de luxo blindadas), quatro aviões (entre os quais dois Boeing 707 e um Antonov, um dos maiores aviões de carga do mundo), vários helicópteros e até um barco, cheio de comida dita «segura», sem riscos de hipotéticos envenenamentos para o Presidente. Nos veículos inspeccionados pela polícia sul-africana encontravam-se 48 espingardas de assalto AK-47 e 27 metralhadoras, quando tinham autorização para transportar muito menos. Só a intervenção do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros sul-africano, que ordenou a devolução dos pertences aos líbios, evitou uma escalada de violência. «Quase estalou uma guerra», afirmou um agente de segurança. «Nós éramos 40 e eles eram quase 400. Estávamos em clara desvantagem.» Outro episódio protagonizado pela comitiva de Kadhafi (na foto com o homólogo moçambicano, Joaquim Chissano), no poder desde 1969, teve como cenário o reino da Suazilândia, onde a população chegou a temer tratar-se de uma invasão sul-africana, quando viu os helicópteros e a gigantesca comitiva aproximarem-se da fronteira... parece continuar apostado em gerar polémica. Desta feita, o pomo da discórdia foi a alargada - e inusitada - comitiva que o acompanhou, numa «operação de charme» pelo continente africano. O pretexto da viagem foi a criação da União Africana, na África do Sul, onde o séquito de Kadhafi quase provocou um tiroteio com a polícia. Isto porque o chefe de Estado líbio se fez acompanhar por nada mais nada menos que 400 pessoas, 60 automóveis (incluindo dois autocarros e 12 limusinas de luxo blindadas), quatro aviões (entre os quais dois Boeing 707 e um Antonov, um dos maiores aviões de carga do mundo), vários helicópteros e até um barco, cheio de comida dita, sem riscos de hipotéticos envenenamentos para o Presidente. Nos veículos inspeccionados pela polícia sul-africana encontravam-se 48 espingardas de assalto AK-47 e 27 metralhadoras, quando tinham autorização para transportar muito menos. Só a intervenção do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros sul-africano, que ordenou a devolução dos pertences aos líbios, evitou uma escalada de violência., afirmou um agente de segurança.Outro episódio protagonizado pela comitiva de Kadhafi (na foto com o homólogo moçambicano, Joaquim Chissano), no poder desde 1969, teve como cenário o reino da Suazilândia, onde a população chegou a temer tratar-se de uma invasão sul-africana, quando viu os helicópteros e a gigantesca comitiva aproximarem-se da fronteira...

... e no Casal Ventoso Um misto de estupefacção e incredulidade dominou os novos responsáveis dos gabinetes de apoio do Casal Ventoso quando há dias chegaram às instalações para começarem a trabalhar. Os antecessores da coligação autárquica PS/PCP tinham-lhes deixado um presentinho deveras subversivo: em cima de cada secretária do gabinete da Quinta do Loureiro havia um exemplar do Livro Verde de Muammar Kadhafi, a «bíblia» da revolução líbia. E ainda os novos técnicos, nomeados pela autarquia social-democrata, não tinham recuperado do «susto» quando, ao avançar para uma das salas de reuniões, onde eram recebidos os moradores daquele bairro tão problemático, depararam com uma mini-biblioteca com títulos não menos sugestivos. Ele era a Arma Contra-Revolucionária do Partido Operário Alemão, ele era o Tratado do Anarco-Sindicalismo, ele era vários exemplares de Economia e Socialismo... enfim, será caso para pensar que, se era esta a literatura «aconselhada» aos moradores do Casal Ventoso, é melhor que Santana Lopes esteja preparado para algum golpe revolucionário!

Crítica? Só da oposição JOÃO CARLOS SANTOS Nos seus últimos discursos, Durão Barroso tem aproveitado para capitalizar a imagem de resistente e persistente (qualidades que lhe são normalmente reconhecidas em tom crítico e para salientar a falta de carisma). No debate sobre o estado da Nação, lá disse Barroso: «Senhores deputados, permitam-me que vos diga, agora num registo pessoal, que cada crítica, justa ou injusta, não me demove. E cada dificuldade só me anima.» No Congresso do partido, um dos oradores, José Alberto Pereira Coelho, de Coimbra, fez referência ao facto: «Ele teria dito que se sente mais motivado, quando era criticado...» Barroso, que fez questão de ouvir todas as intervenções nos três dias de Congresso e sabe que nisto da popularidade político-partidária tão depressa se sobe como se desce, não deixou passar em claro e gritou da mesa: «Criticado... mas pela oposição!» Nos seus últimos discursos,tem aproveitado para capitalizar a imagem de resistente e persistente (qualidades que lhe são normalmente reconhecidas em tom crítico e para salientar a falta de carisma). No debate sobre o estado da Nação, lá disse Barroso:No Congresso do partido, um dos oradores,, de Coimbra, fez referência ao facto:Barroso, que fez questão de ouvir todas as intervenções nos três dias de Congresso e sabe que nisto da popularidade político-partidária tão depressa se sobe como se desce, não deixou passar em claro e gritou da mesa:

Josué Barroso Há pouco mais de dois anos - no aceso Congresso de Viseu, em que defrontou Pedro Santana Lopes e Marques Mendes - Durão Barroso foi brindado com apupos, vaias e resmas de críticas. Agora, no Congresso do Coliseu dos Recreios, esperava-se obviamente que fosse aclamado. Mas houve alguns exageros na dose, para dizer o mínimo. Por exemplo, António Preto, líder da distrital de Lisboa do PSD, chamou-lhe «o nosso Josué, que nos leva a atravessar para o outro lado do rio» (numa referência à figura bíblica que, depois de Moisés, conduziu o povo judeu na travessia do rio Jordão). E, sendo ele Josué, nada mais óbvio, portanto, que o PSD seja para Preto «o último farol» e «a última esperança». Já José Manuel Fernandes, da distrital de Braga, decidiu recorrer à literatura, comparando Barroso ao «guerreiro da luz», de Paulo Coelho. E Santana Lopes foi à música popular, de Paulo Gonzo: «Há uma canção que diz 'eu dei-te quase tudo'. E tu deste quase tudo». Lindo!

A muleta do PSD JOÃO CARLOS SANTOS Eis a muleta política mais famosa do momento: pertence a José Luís Arnaut, ministro-adjunto e secretário-geral do PSD, em recuperação da operação a que foi submetido há um mês, a duas hérnias discais. No final do Congresso, registou-se um incidente entre o ministro e os repórteres fotográficos e de imagem. Quando estes se precipitaram para cima de Durão Barroso e Paulo Portas, para registar o cumprimento entre ambos, Arnaut, lá em cima na mesa do Congresso, não se conteve e mandou os seguranças afastá-los. Segundo os repórteres, a expressão utilizada terá sido «tirem-me daqui isto», segundo o próprio terá sido «tirem-me daqui estes tipos». A certeza, porém, é que o tom foi desagradável. Mas Arnaut não foi o único no Congresso a mostrar vontade de dar com a muleta nos jornalistas. Desde o crónico Alberto João Jardim (que apelou novamente à revisão da Lei de Imprensa), passando por Nuno Freitas (que criticou as aberturas dos telejornais de sexta-feira à noite, com a notícia da sanção a João Pinto, quando o partido se reunia em Congresso), até um orador que agradeceu ao ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento, por todas as noites «ser brindado» com os pivôs da RTP a agradecerem-lhe por ter «escolhido o serviço público de televisão». Valeu a pacificação feita pelo presidente da mesa do Congresso, Dias Loureiro, que nos discursos de encerramento estendeu o ramo de oliveira aos jornalistas, salientando o trabalho feito nos três dias de trabalhos. Eis a muleta política mais famosa do momento: pertence a José Luís Arnaut, ministro-adjunto e secretário-geral do PSD, em recuperação da operação a que foi submetido há um mês, a duas hérnias discais. No final do Congresso, registou-se um incidente entre o ministro e os repórteres fotográficos e de imagem. Quando estes se precipitaram para cima de, para registar o cumprimento entre ambos, Arnaut, lá em cima na mesa do Congresso, não se conteve e mandou os seguranças afastá-los. Segundo os repórteres, a expressão utilizada terá sido, segundo o próprio terá sido. A certeza, porém, é que o tom foi desagradável. Mas Arnaut não foi o único no Congresso a mostrar vontade de dar com a muleta nos jornalistas. Desde o crónico(que apelou novamente à revisão da Lei de Imprensa), passando por(que criticou as aberturas dos telejornais de sexta-feira à noite, com a notícia da sanção a, quando o partido se reunia em Congresso), até um orador que agradeceu ao ministro da Presidência,, por todas as noitescom os pivôs da RTP a agradecerem-lhe por ter. Valeu a pacificação feita pelo presidente da mesa do Congresso,, que nos discursos de encerramento estendeu o ramo de oliveira aos jornalistas, salientando o trabalho feito nos três dias de trabalhos.

A inocência de Prado Coelho Na coluna que assina no «Público», Eduardo Prado Coelho perguntava, na quarta-feira, se o ministro da Cultura «já imaginou a interlocução possível entre os artistas e a professora de Finanças»Lucília da Silva Preto, agora nomeada para dirigir o Instituto Português das Artes e do Espectáculo. A admiração pela escolha era tanto maior quanto não se conhecem antecedentes de ligação à cultura e se sabe da natural relutância dos artistas em dialogarem com alguém que julgam só perceber de números. Santa inocência. É por demais evidente que o diálogo será fácil, ou Prado Coelho desconhece que a nova directora há muito que tem contacto com a política cultural «laranja»? Quanto mais não seja por ser irmã de António Preto, presidente da comissão política Distrital de Lisboa do PSD, cargo que alcançou com o empenho do presidente da comissão política de Algés, José Amaral Lopes, actual secretário de Estado da Cultura.

Beleza revolucionária O concurso de Miss Universo deste ano - que decorreu em Porto Rico, no final de Maio - foi especialmente frutuoso. Depois de ter revelado ao mundo e coroado uma bela polícia russa, Oxana Fedorova (cf. VIDAS de 6/6), agora o «New York Times» descobriu as dificuldades por que passou a terceira classificada da competição, Zhuo Ling. O concurso de Miss China simplesmente não existe. A concorrente chinesa foi escolhida num concurso não autorizado pelas autoridades, que chegou a ser interrompido pela polícia, tendo sido completado mais tarde. Há cinco anos que o empresário Shi Sizhi tenta organizar o evento pela via oficial. Sempre sem sucesso, uma vez que os concursos de beleza foram banidos com a revolução comunista, em 1949. Shi teve de pagar os fatos e o bilhete de avião a Zhuo, uma estudante de dança de 20 anos. E até ao último minuto duvidaram que pudessem sair do país. Rendidos às evidências terão ficado as autoridades. A autarquia de Xangai, que antes ameaçara a realização do concurso, enviou Zhuo Ling a França, integrada numa delegação comercial. O concurso de Miss Universo deste ano - que decorreu em Porto Rico, no final de Maio - foi especialmente frutuoso. Depois de ter revelado ao mundo e coroado uma bela polícia russa,(cf. VIDAS de 6/6), agora o «New York Times» descobriu as dificuldades por que passou a terceira classificada da competição,. O concurso de Miss China simplesmente não existe. A concorrente chinesa foi escolhida num concurso não autorizado pelas autoridades, que chegou a ser interrompido pela polícia, tendo sido completado mais tarde. Há cinco anos que o empresáriotenta organizar o evento pela via oficial. Sempre sem sucesso, uma vez que os concursos de beleza foram banidos com a revolução comunista, em 1949. Shi teve de pagar os fatos e o bilhete de avião a Zhuo, uma estudante de dança de 20 anos. E até ao último minuto duvidaram que pudessem sair do país. Rendidos às evidências terão ficado as autoridades. A autarquia de Xangai, que antes ameaçara a realização do concurso, enviou Zhuo Ling a França, integrada numa delegação comercial.

Almargem da razão A brusca subida da temperatura poderá ser uma atenuante para o rol de acusações que a associação ambientalista Almargem disparou sobre o Presidente da República, numa carta aberta assinada «serenamente e sem fundamentalismos». Que Jorge Sampaio violou «o dever de isenção associado ao cargo de mais alto magistrado da Nação», que «extravasou publicamente o seu entusiasmo por esta actividade». Que ominosa actividade? Jogar golfe. A carta - que GENTE arrisca estar em condições de competir num troféu de humor involuntário - acusa Sampaio de ter promovido o negócio da modalidade ao ter participado na segunda edição da Taça Presidente da República, em Vilamoura, «de borla e em horário privilegiado!» De facto, se tivesse cobrado algum... Os ecologistas de Loulé consideram ainda que o Chefe de Estado mereceria a compreensão da associação, fora ele um praticante de golfe «reservado e atento aos problemas que esta actividade provoca no ambiente». Porém, ao «ser seu paladino incondicional perante a opinião pública, é uma atitude injustificável que só merece a nossa mais veemente reprovação». Dada a recente iniciativa descriminalizadora de Sampaio em relação aos touros de morte de Barrancos, GENTE prevê a ilegalização de algumas associações ambientalistas.

Trabalho a corpo inteiro STAN HONDA / EPA PHOTO / AFP Pouco tempo depois das «Mulheres da Enron», a «Playboy» vai brindar os seus leitores com mais uma edição temática. Desta vez, serão as ex-funcionárias das gigantes WorldCom e Andersen as próximas candidatas a um substancial subsídio de desemprego. Mal tinha saído para as bancas, o número de Agosto suscitou reacções: «Começámos logo a receber chamadas de funcionárias das duas empresas», disse Gary Cole, o director de fotografia da revista. A partir daí, foi apenas uma questão de repetir o método. As pretendentes devem enviar fotos em fato de banho e retratos tipo passe. Além, é claro, da imprescindível prova de que trabalharam numa das duas companhias. A avaliar pelos resultados já alcançados e pela época de «vacas magras» na economia mundial, a «Playboy» prepara-se para criar um mercado de trabalho paralelo. Pouco tempo depois das «Mulheres da Enron», a «Playboy» vai brindar os seus leitores com mais uma edição temática. Desta vez, serão as ex-funcionárias das gigantes WorldCom e Andersen as próximas candidatas a um substancial subsídio de desemprego. Mal tinha saído para as bancas, o número de Agosto suscitou reacções:, disse, o director de fotografia da revista. A partir daí, foi apenas uma questão de repetir o método. As pretendentes devem enviar fotos em fato de banho e retratos tipo passe. Além, é claro, da imprescindível prova de que trabalharam numa das duas companhias. A avaliar pelos resultados já alcançados e pela época de «vacas magras» na economia mundial, a «Playboy» prepara-se para criar um mercado de trabalho paralelo.

Condessa calçada ERIK DE CASTRO / REUTERS Os números não mentem. Na contabilidade dos excessos do clã Marcos - ainda longe de estar concluída - os algarismos somam-se sempre aos milhares. Imelda, ex-primeira dama das Filipinas, casada com Ferdinando Marcos, ditador do país entre 1965 e 1986, está à beira de reaver milhões de dólares em bens confiscados e contas retidas. Sobre o casal pesam centenas de processos que remontam às suspeitas de inúmeros escândalos financeiros que protagonizou nos tempos de poder. Mas pouco se tem conseguido provar. Os Marcos já ganharam 400 desses casos e estão apenas a sete de provar a impotência da Procuradoria Geral da República. Imelda, que é chamada aos tribunais sozinha desde a morte do marido, em 1989, será muito provavelmente uma feliz herdeira, pois ficará com a parte de leão do bolo. Por agora, as atenções da dona da mais famosa colecção de sapatos do mundo viram-se para uma soma de 570 milhões de dólares que o Banco Nacional das Filipinas teve de devolver, em 1998, à origem, uma inevitável conta na Suíça. Enquanto os delegados da Procuradoria e os tribunais trocavam acusações de corrupção e de sonegação premeditada de provas, Imelda ria e cantava durante os três dias de festa que mereceu pelos seus 73 anos, celebrados recentemente em Manila. O governo gaba-se, entretanto, de ter recuperado bens no valor de 1,6 mil milhões de dólares, pouco para pagar as despesas com advogados. Os juros da última devolução que o Estado teve de fazer há quatro anos já aumentaram em quase 100 milhões de dólares a soma cobiçada pela feliz arguida. Enquanto espera pela fortuna, Imelda faz projectos diplomáticos: «Assim que tudo estiver resolvido, quero viajar e reunir pessoas de vários países para ajudá-las a compreenderem-se e encontrarem a paz.» Comovida com a intenção, e na certeza de que a viúva Marcos levará centenas de sapatos para a viagem, GENTE assegura que a condessa não irá descalça. Os números não mentem. Na contabilidade dos excessos do clã Marcos - ainda longe de estar concluída - os algarismos somam-se sempre aos milhares., ex-primeira dama das Filipinas, casada com, ditador do país entre 1965 e 1986, está à beira de reaver milhões de dólares em bens confiscados e contas retidas. Sobre o casal pesam centenas de processos que remontam às suspeitas de inúmeros escândalos financeiros que protagonizou nos tempos de poder. Mas pouco se tem conseguido provar. Os Marcos já ganharam 400 desses casos e estão apenas a sete de provar a impotência da Procuradoria Geral da República. Imelda, que é chamada aos tribunais sozinha desde a morte do marido, em 1989, será muito provavelmente uma feliz herdeira, pois ficará com a parte de leão do bolo. Por agora, as atenções da dona da mais famosa colecção de sapatos do mundo viram-se para uma soma de 570 milhões de dólares que o Banco Nacional das Filipinas teve de devolver, em 1998, à origem, uma inevitável conta na Suíça. Enquanto os delegados da Procuradoria e os tribunais trocavam acusações de corrupção e de sonegação premeditada de provas, Imelda ria e cantava durante os três dias de festa que mereceu pelos seus 73 anos, celebrados recentemente em Manila. O governo gaba-se, entretanto, de ter recuperado bens no valor de 1,6 mil milhões de dólares, pouco para pagar as despesas com advogados. Os juros da última devolução que o Estado teve de fazer há quatro anos já aumentaram em quase 100 milhões de dólares a soma cobiçada pela feliz arguida. Enquanto espera pela fortuna, Imelda faz projectos diplomáticos:Comovida com a intenção, e na certeza de que a viúva Marcos levará centenas de sapatos para a viagem, GENTE assegura que a condessa não irá descalça.

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