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25-06-2003
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SAPO Cinema

Cinemateca - Os Ciclos de Março

Joana D'Arc no Cinema

Em colaboração com o Teatro Nacional de São Carlos

A pretexto do espectáculo que o Teatro Nacional de São Carlos apresenta entre os dias 24 e 28 de Março da oratória dramática Jeanne D’Arc au Bucher de Arthur Honegger, a Cinemateca organizou um breve Ciclo que inclui algumas das mais famosas figurações da Joana d’Arc no cinema.

A donzela que se tornou o símbolo da França, que se dizia «inspirada» por Deus e pereceu na fogueira, condenada pelos ingleses que ocupavam território francês durante a Guerra dos Cem Anos, na sequência de um processo «fantoche» em que o critério político prevaleceu sobre o da justiça, tornou-se, naturalmente, objecto de interesse do cinema desde o «nascimento» deste.

As primeiras «imagens» de Joana d’Arc no ecrã foram captadas logo em 1895, e ao longo do século serviu de matéria a uma série de filmes ilustres.

Como «símbolo», o mais sugestivo dos filmes terá sido o que Cecil B. DeMille dirigiu em 1917, "Joan the Woman", com a cantora de ópera Geraldine Farrar no papel. O filme inscrevia-se na propaganda dos aliados durante a primeira grande guerra, fazendo a história da donzela surgir na evocação de um soldado inglês na trincheira.

Em 1942, com a França de novo ocupada (agora pelos alemães), Michele Morgan interpreta nos EUA "Joan of Paris" que, não tendo directamente Joana d’Arc como personagem, se inspira nela para o sacrifício da heroína. Singularmente Joana d’Arc serviu também de propaganda «anti-britânica» por parte do cinema nazi, no filme de Gustav Ucicky, "Das Madchen Johanna" (1935).

Em 1928 Marc de Gastyne realizou "La Vie Merveilleuse de Jeanne D'Arc", que tinha a curiosidade de dar um destaque maior do que o habitual à personagem sombria de Gilles de Ray (que inspirou a figura do Barba-Azul).

No mesmo ano Carl Dreyer realiza o que é considerado o filme maior sobre a «donzela»: "La Passion de Jeanne D'Arc", incidindo essencialmente sobre o processo, o mesmo que faz Robert Bresson em 1962 ("Le Procès de Jeanne D'Arc").

Mas a mais carismática imagem de Joana d’Arc é a representada por Ingrid Bergman, que primeiro interpretou a personagem numa produção de Hollywood (o último filme de Victor Fleming) em 1948, voltando a ela dirigida pelo marido, Roberto Rossellini, em 1954 na encenação da oratória de Honegger e Claudel, "Jeanne au Bûcher", em "Giovanna D'Arco al Rogo".

Em ligação estreita com o espectáculo que decorre durante a mesma semana do Ciclo no Teatro Nacional de São Carlos, a sessão do filme de Rossellini será introduzida por Paolo Pinamonti (director do Teatro de São Carlos), Luís Miguel Cintra (que assina a encenação e interpreta um dos principais papéis) e Isabelle Huppert, que evidentemente veste a pele de Joan d’Arc.

Voltar ao Programa de Março de 2003.

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Joana D'Arc no Cinema

Em colaboração com o Teatro Nacional de São Carlos

A pretexto do espectáculo que o Teatro Nacional de São Carlos apresenta entre os dias 24 e 28 de Março da oratória dramática Jeanne D’Arc au Bucher de Arthur Honegger, a Cinemateca organizou um breve Ciclo que inclui algumas das mais famosas figurações da Joana d’Arc no cinema.

A donzela que se tornou o símbolo da França, que se dizia «inspirada» por Deus e pereceu na fogueira, condenada pelos ingleses que ocupavam território francês durante a Guerra dos Cem Anos, na sequência de um processo «fantoche» em que o critério político prevaleceu sobre o da justiça, tornou-se, naturalmente, objecto de interesse do cinema desde o «nascimento» deste.

As primeiras «imagens» de Joana d’Arc no ecrã foram captadas logo em 1895, e ao longo do século serviu de matéria a uma série de filmes ilustres.

Como «símbolo», o mais sugestivo dos filmes terá sido o que Cecil B. DeMille dirigiu em 1917, "Joan the Woman", com a cantora de ópera Geraldine Farrar no papel. O filme inscrevia-se na propaganda dos aliados durante a primeira grande guerra, fazendo a história da donzela surgir na evocação de um soldado inglês na trincheira.

Em 1942, com a França de novo ocupada (agora pelos alemães), Michele Morgan interpreta nos EUA "Joan of Paris" que, não tendo directamente Joana d’Arc como personagem, se inspira nela para o sacrifício da heroína. Singularmente Joana d’Arc serviu também de propaganda «anti-britânica» por parte do cinema nazi, no filme de Gustav Ucicky, "Das Madchen Johanna" (1935).

Em 1928 Marc de Gastyne realizou "La Vie Merveilleuse de Jeanne D'Arc", que tinha a curiosidade de dar um destaque maior do que o habitual à personagem sombria de Gilles de Ray (que inspirou a figura do Barba-Azul).

No mesmo ano Carl Dreyer realiza o que é considerado o filme maior sobre a «donzela»: "La Passion de Jeanne D'Arc", incidindo essencialmente sobre o processo, o mesmo que faz Robert Bresson em 1962 ("Le Procès de Jeanne D'Arc").

Mas a mais carismática imagem de Joana d’Arc é a representada por Ingrid Bergman, que primeiro interpretou a personagem numa produção de Hollywood (o último filme de Victor Fleming) em 1948, voltando a ela dirigida pelo marido, Roberto Rossellini, em 1954 na encenação da oratória de Honegger e Claudel, "Jeanne au Bûcher", em "Giovanna D'Arco al Rogo".

Em ligação estreita com o espectáculo que decorre durante a mesma semana do Ciclo no Teatro Nacional de São Carlos, a sessão do filme de Rossellini será introduzida por Paolo Pinamonti (director do Teatro de São Carlos), Luís Miguel Cintra (que assina a encenação e interpreta um dos principais papéis) e Isabelle Huppert, que evidentemente veste a pele de Joan d’Arc.

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