Legislativas 2002

24-03-2004
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Declaração de Carlos Carvalhas

Secretário-geral do PCP,

Sobre os resultados eleitorais Lisboa, 17 Março, 2002 Numa primeira apreciação aos resultados, salientamos como um facto extremamente negativo a obtenção em conjunto pelo PSD e pelo CDS-PP de uma maioria absoluta de deputados, uma vez que representa uma evolução muito desfavorável do quadro político nacional contra a qual a CDU se bateu firmemente durante a campanha eleitoral. Sublinhamos que tanto o resultado obtido pelo PSD como a maioria parlamentar de direita que, pela soma dos deputados do PSD e do CDS-PP, provavelmente se registará são inseparáveis do fracasso da governação do PS que, traduzindo-se numa frustação de esperanças que tinham sido criadas em 1995, permitiu ao PSD, que tinha sido cúmplice de eixos essenciais da política do PS, capitalizar o descontentamento e a aspiração de mudança, que alíás soube explorar a seu favor, na sequência da dinâmica induzida pelos resultados das autárquicas. Embora o primeiro plano das nossas preocupações se situe na perspectiva de um perigoso agravamento da política de direita que ameaçará um importante conjunto de direitos sociais e interesses dos trabalhadores e do povo, é entretanto de registar que o eleitorado recusou ao PSD e ao PS a maioria absoluta que ambos pediram. Com total clareza, assumimos o resultado obtido pela CDU como negativo e distante dos objectivos porque lutámos e das reais necessidades que, a nosso ver, se colocavam para favorecer uma mudança para melhor na situação política nacional. Entretanto, é necessário ter em conta as circunstâncias claramente desfavoráveis em que enfrentámos estas eleições, convocadas na sequência de eleições locais que não tinham sido positivas para a CDU, e em que avultam como elementos de grande peso uma permanente e intensa acção de desvalorização da CDU e a pressão exercida pelas mais diversas formas sobre os eleitores no sentido da "bipolarização" e concentração de votos no PS e PSD, com uma amplitude e características como raramente se terá verificado desde o 25 de Abril. Tudo indica que um segmento do eleitorado da CDU terá sido permeável aos apelos para votar PS para impedir o regresso da direita ao poder, apesar do esforço de esclarecimento em que nos empenhámos no sentido de advertir que tais deslocações de votos não alteravam em nada o resultado da direita (como os resultados finais confirmam) e que os votos na CDU contribuíam sempre para a derrota do PSD e do CDS-PP. Saudamos o esforço e abnegação dos activistas e candidatos da CDU ao longo desta campanha e a forma determinada e corajosa como procuraram fazer frente às dificuldades que se nos colocavam. Num quadro em que sai seriamente comprometida a possibilidade de se abrirem perspectivas de uma nova política para o país, a CDU sublinha a sua disposição e empenhamento em prosseguir a sua intervenção na Assembleia e fora dela na defesa dos direitos e interesses populares e de constituir a mais sólida e coerente voz capaz de dar combate á política de direita e á sua nova ofensiva contra os salários, direitos e conquistas sociais.

Declaração de Carlos Carvalhas

Secretário-geral do PCP,

Sobre os resultados eleitorais Lisboa, 17 Março, 2002 Numa primeira apreciação aos resultados, salientamos como um facto extremamente negativo a obtenção em conjunto pelo PSD e pelo CDS-PP de uma maioria absoluta de deputados, uma vez que representa uma evolução muito desfavorável do quadro político nacional contra a qual a CDU se bateu firmemente durante a campanha eleitoral. Sublinhamos que tanto o resultado obtido pelo PSD como a maioria parlamentar de direita que, pela soma dos deputados do PSD e do CDS-PP, provavelmente se registará são inseparáveis do fracasso da governação do PS que, traduzindo-se numa frustação de esperanças que tinham sido criadas em 1995, permitiu ao PSD, que tinha sido cúmplice de eixos essenciais da política do PS, capitalizar o descontentamento e a aspiração de mudança, que alíás soube explorar a seu favor, na sequência da dinâmica induzida pelos resultados das autárquicas. Embora o primeiro plano das nossas preocupações se situe na perspectiva de um perigoso agravamento da política de direita que ameaçará um importante conjunto de direitos sociais e interesses dos trabalhadores e do povo, é entretanto de registar que o eleitorado recusou ao PSD e ao PS a maioria absoluta que ambos pediram. Com total clareza, assumimos o resultado obtido pela CDU como negativo e distante dos objectivos porque lutámos e das reais necessidades que, a nosso ver, se colocavam para favorecer uma mudança para melhor na situação política nacional. Entretanto, é necessário ter em conta as circunstâncias claramente desfavoráveis em que enfrentámos estas eleições, convocadas na sequência de eleições locais que não tinham sido positivas para a CDU, e em que avultam como elementos de grande peso uma permanente e intensa acção de desvalorização da CDU e a pressão exercida pelas mais diversas formas sobre os eleitores no sentido da "bipolarização" e concentração de votos no PS e PSD, com uma amplitude e características como raramente se terá verificado desde o 25 de Abril. Tudo indica que um segmento do eleitorado da CDU terá sido permeável aos apelos para votar PS para impedir o regresso da direita ao poder, apesar do esforço de esclarecimento em que nos empenhámos no sentido de advertir que tais deslocações de votos não alteravam em nada o resultado da direita (como os resultados finais confirmam) e que os votos na CDU contribuíam sempre para a derrota do PSD e do CDS-PP. Saudamos o esforço e abnegação dos activistas e candidatos da CDU ao longo desta campanha e a forma determinada e corajosa como procuraram fazer frente às dificuldades que se nos colocavam. Num quadro em que sai seriamente comprometida a possibilidade de se abrirem perspectivas de uma nova política para o país, a CDU sublinha a sua disposição e empenhamento em prosseguir a sua intervenção na Assembleia e fora dela na defesa dos direitos e interesses populares e de constituir a mais sólida e coerente voz capaz de dar combate á política de direita e á sua nova ofensiva contra os salários, direitos e conquistas sociais.

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