Carlos Carvalhas chama mentiroso a Durão

09-09-2003
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Carlos Carvalhas Chama Mentiroso a Durão

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Sábado, 06 de Setembro de 2003

O secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, acusou ontem o primeiro-ministro, Durão Barroso, de ter mentido aos portugueses sobre a guerra do Iraque, na abertura da Festa do "Avante!", na Quinta da Atalaia, no Seixal.

"Temos um governo de retrocesso social e económico, que foge a assumir as suas responsabilidades como se verificou, por exemplo com a dimensão trágica dos incêndios e as suas mentiras sobre as armas de destruição maciça", afirmou Carlos Carvalhas. O líder comunista prometeu depois continuar a "exigir do primeiro-ministro as provas e as explicações sobre as suas afirmações peremptórias de que o Iraque detinha tais armas".

Já esta semana (quarta-feira) o primeiro-ministro havia sido desafiado a apresentar as provas que tinha sobre esta matéria pelo deputado do Bloco de Esquerda (BE), Luís Fazenda, e pelo socialista Manuel Alegre, no início da sessão da Comissão Permanente da Assembleia da República. Luís Fazenda invocou o recolocar da questão por considerar demonstrado existir "complacência com os relatórios" e lembrou os "embaraços" já sofridos pelo primeiro-ministro inglês, Tony Blair, por causa disso mesmo.

O comportamento fugidio do Executivo foi exemplificado com outras situações que o secretário-geral considerou tão graves como a já citada. Lembrou as mortes provocadas pela vaga de calor, a recessão e a sua "postura de vassalagem ao Império" na guerra do Iraque.

As declarações de Carlos Carvalhas surgiram de uma intervenção toda ela dedicada a atacar o governo de Durão Barroso e já depois de ter classificado o Executivo de "hipocrisia, reaccionarismo e retrocesso".

Foi aqui que a audiência mais se fez ouvir , com apupos e até a catalogação de "fascistas" por alguns dos presentes. De acordo com o dirigente comunista a hipocrisia manifesta-se "nas falinhas beatas sobre o país que trabalha e depois é castigado com as medidas e as opções políticas". Para fundamentar a acusação de "reaccionarismo", Carvalhas lembrou as "concepções tatcherianas sobre os sindicatos ou o seguidismo em relação à tese desses grandes democratas como Bush Júnior, Aznar e Berlusconi". A crítica de retrocesso foi explicada com a acusação de ter afundado "o país na recessão e no desemprego".

A "rentrée" do PSD serviu também para mais críticas a Durão Barroso, com Carlos Carvalhas a ironizar o pedido de estabilidade do primeiro-ministro e a definição da meta de 2010: "Como não pode mostrar resultados no presente, promete a modernização do país para 2010."

Uma meta longa demais para Carlos Carvalhas que afirmou que Durão pouco tinha já para dar ao país: "O que este Governo tem para oferecer ao país é mais desemprego, mais dificuldades para quem vive apenas do trabalho, mais benesses para o grande capital."

Depois da intervenção de abertura, o secretário-geral seguiu para o pavilhão central da Quinta da Atalaia, para inaugurar as exposições aí patentes. Foi aí que encontrou o ex-líder parlamentar Octávio Teixeira, que cumprimentou rapidamente.

Carlos Carvalhas Chama Mentiroso a Durão

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Sábado, 06 de Setembro de 2003

O secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, acusou ontem o primeiro-ministro, Durão Barroso, de ter mentido aos portugueses sobre a guerra do Iraque, na abertura da Festa do "Avante!", na Quinta da Atalaia, no Seixal.

"Temos um governo de retrocesso social e económico, que foge a assumir as suas responsabilidades como se verificou, por exemplo com a dimensão trágica dos incêndios e as suas mentiras sobre as armas de destruição maciça", afirmou Carlos Carvalhas. O líder comunista prometeu depois continuar a "exigir do primeiro-ministro as provas e as explicações sobre as suas afirmações peremptórias de que o Iraque detinha tais armas".

Já esta semana (quarta-feira) o primeiro-ministro havia sido desafiado a apresentar as provas que tinha sobre esta matéria pelo deputado do Bloco de Esquerda (BE), Luís Fazenda, e pelo socialista Manuel Alegre, no início da sessão da Comissão Permanente da Assembleia da República. Luís Fazenda invocou o recolocar da questão por considerar demonstrado existir "complacência com os relatórios" e lembrou os "embaraços" já sofridos pelo primeiro-ministro inglês, Tony Blair, por causa disso mesmo.

O comportamento fugidio do Executivo foi exemplificado com outras situações que o secretário-geral considerou tão graves como a já citada. Lembrou as mortes provocadas pela vaga de calor, a recessão e a sua "postura de vassalagem ao Império" na guerra do Iraque.

As declarações de Carlos Carvalhas surgiram de uma intervenção toda ela dedicada a atacar o governo de Durão Barroso e já depois de ter classificado o Executivo de "hipocrisia, reaccionarismo e retrocesso".

Foi aqui que a audiência mais se fez ouvir , com apupos e até a catalogação de "fascistas" por alguns dos presentes. De acordo com o dirigente comunista a hipocrisia manifesta-se "nas falinhas beatas sobre o país que trabalha e depois é castigado com as medidas e as opções políticas". Para fundamentar a acusação de "reaccionarismo", Carvalhas lembrou as "concepções tatcherianas sobre os sindicatos ou o seguidismo em relação à tese desses grandes democratas como Bush Júnior, Aznar e Berlusconi". A crítica de retrocesso foi explicada com a acusação de ter afundado "o país na recessão e no desemprego".

A "rentrée" do PSD serviu também para mais críticas a Durão Barroso, com Carlos Carvalhas a ironizar o pedido de estabilidade do primeiro-ministro e a definição da meta de 2010: "Como não pode mostrar resultados no presente, promete a modernização do país para 2010."

Uma meta longa demais para Carlos Carvalhas que afirmou que Durão pouco tinha já para dar ao país: "O que este Governo tem para oferecer ao país é mais desemprego, mais dificuldades para quem vive apenas do trabalho, mais benesses para o grande capital."

Depois da intervenção de abertura, o secretário-geral seguiu para o pavilhão central da Quinta da Atalaia, para inaugurar as exposições aí patentes. Foi aí que encontrou o ex-líder parlamentar Octávio Teixeira, que cumprimentou rapidamente.

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