PS diz que não há argumentos racionais para privatizar a Companhia das Lezírias

08-12-2003
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PS Diz Que Não Há Argumentos Racionais para Privatizar a Companhia das Lezírias

Por JORGE TALIXA

Sexta-feira, 28 de Novembro de 2003

O PS está contra a privatização da Companhia das Lezírias e qualquer política de "venda ao desbarato" do património do Estado. Em conferência de imprensa organizada, quarta-feira à noite, pela Federação Distrital de Santarém do Partido Socialista, o ex-ministro da Agricultura Capoulas Santos disse que "não faz nenhum sentido" vender aquela que é a maior empresa agrícola portuguesa, que nos últimos três anos contribuiu com mais de cinco milhões de euros para as receitas do Estado, sugerindo que essa eventual intenção do Governo visa apenas "mascarar o défice".

Capoulas Santos explicou que os últimos governos do PS retiraram a Companhia das Lezírias (CL) da lista de empresas a privatizar porque entenderam que "tem todas as condições para ser uma empresa lucrativa e um bom exemplo de gestão empresarial e ambiental".

Acrescentou que se julgou necessário "preservar as características de toda uma vasta área [20 mil hectares] que a companhia ocupa na margem esquerda do Tejo, sobretudo com a fúria imobiliária provocada pelas novas acessibilidades e pela ponte Vasco da Gama".

Depois da empresa ter atingido os seus melhores resultados de sempre entre 1999 e 2001, Capoulas Santos observou que, após a tomada de posse do actual Governo, o então presidente da Companhia (Antonino Rodrigues) foi reconduzido no cargo e, poucas semanas depois, demitido.

"Causou-me a maior estupefacção esta atitude, até porque consta que lhe foi paga uma indemnização de 150 mil euros", prosseguiu o antigo ministro socialista, sugerindo que o objectivo foi "colocar um amigo do actual ministro da Agricultura na direcção da companhia".

Capoulas Santos diz temer que tudo isto constitua uma estratégia para levar a CL à privatização e sustenta que já por duas vezes interpelou o ministro Sevinate Pinto sobre o assunto, na Assembleia da República, e que o governante se recusou sempre a responder. O agora deputado socialista e porta-voz do PS para a agricultura garantiu que vai continuar a interpelar o Governo sobre o futuro da CL.

"Não me parece que 150 ou 200 milhões de euros que possam ser encaixados justifiquem a destruição de uma empresa com mais de 150 anos e que dá um enorme contributo para o desenvolvimento de toda esta região. Não há nenhum argumento racional que justifique a privatização", insistiu, num encontro com os jornalistas realizado simbolicamente no Palácio do Infantado, em Samora Correia, imóvel cuja propriedade é dividida entre a CL e a câmara de Benavente.

O antigo ministro acha que o Estado é que tem condições para garantir a preservação das características agrícolas e ambientais do espaço da CL e que, mesmo que se considere que uma pequena parcela destes terrenos pode ser desviada para actividades imobiliárias, "o Estado também pode explorar essas áreas de negócio".

PS Diz Que Não Há Argumentos Racionais para Privatizar a Companhia das Lezírias

Por JORGE TALIXA

Sexta-feira, 28 de Novembro de 2003

O PS está contra a privatização da Companhia das Lezírias e qualquer política de "venda ao desbarato" do património do Estado. Em conferência de imprensa organizada, quarta-feira à noite, pela Federação Distrital de Santarém do Partido Socialista, o ex-ministro da Agricultura Capoulas Santos disse que "não faz nenhum sentido" vender aquela que é a maior empresa agrícola portuguesa, que nos últimos três anos contribuiu com mais de cinco milhões de euros para as receitas do Estado, sugerindo que essa eventual intenção do Governo visa apenas "mascarar o défice".

Capoulas Santos explicou que os últimos governos do PS retiraram a Companhia das Lezírias (CL) da lista de empresas a privatizar porque entenderam que "tem todas as condições para ser uma empresa lucrativa e um bom exemplo de gestão empresarial e ambiental".

Acrescentou que se julgou necessário "preservar as características de toda uma vasta área [20 mil hectares] que a companhia ocupa na margem esquerda do Tejo, sobretudo com a fúria imobiliária provocada pelas novas acessibilidades e pela ponte Vasco da Gama".

Depois da empresa ter atingido os seus melhores resultados de sempre entre 1999 e 2001, Capoulas Santos observou que, após a tomada de posse do actual Governo, o então presidente da Companhia (Antonino Rodrigues) foi reconduzido no cargo e, poucas semanas depois, demitido.

"Causou-me a maior estupefacção esta atitude, até porque consta que lhe foi paga uma indemnização de 150 mil euros", prosseguiu o antigo ministro socialista, sugerindo que o objectivo foi "colocar um amigo do actual ministro da Agricultura na direcção da companhia".

Capoulas Santos diz temer que tudo isto constitua uma estratégia para levar a CL à privatização e sustenta que já por duas vezes interpelou o ministro Sevinate Pinto sobre o assunto, na Assembleia da República, e que o governante se recusou sempre a responder. O agora deputado socialista e porta-voz do PS para a agricultura garantiu que vai continuar a interpelar o Governo sobre o futuro da CL.

"Não me parece que 150 ou 200 milhões de euros que possam ser encaixados justifiquem a destruição de uma empresa com mais de 150 anos e que dá um enorme contributo para o desenvolvimento de toda esta região. Não há nenhum argumento racional que justifique a privatização", insistiu, num encontro com os jornalistas realizado simbolicamente no Palácio do Infantado, em Samora Correia, imóvel cuja propriedade é dividida entre a CL e a câmara de Benavente.

O antigo ministro acha que o Estado é que tem condições para garantir a preservação das características agrícolas e ambientais do espaço da CL e que, mesmo que se considere que uma pequena parcela destes terrenos pode ser desviada para actividades imobiliárias, "o Estado também pode explorar essas áreas de negócio".

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