Agricultores forçarão Governo a aceitar novo modelo, prevê Capoulas Santos

05-08-2002
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Agricultores Forçarão Governo a Aceitar Novo Modelo, Prevê Capoulas Santos

Quinta-feira, 11 de Julho de 2002 Luis Capoulas Santos, ex-ministro da agricultura do governo de Guterres, é um homem satisfeito: a proposta de reforma da PAC ontem apresentada pela Comissão Europeia aos quinze tem fortes semelhanças com o modelo que defendeu há um ano. "Há uma justaposição de ideias que me surpreendeu, nunca pensei que a Comissão fosse tão longe", afirmou ao PUBLICO. Capoulas critica aliás o seu sucessor, Armando Sevinate Pinto, pelas posições reservadas que tem assumido face ao modelo da reforma, mostrando-se convicto de que o actual ministro "será forçado a mudar de posição sob a pressão dos agricultores, quando estes perceberem os aspectos positivos da proposta". Há pouco mais de um ano, o ex-governante procurou assumir a iniciativa sobre a reforma da PAC num momento em que os países do Norte ganhavam argumentos com a crise das vacas loucas ou da febre aftosa para reclamar o desmantelamento da Europa Verde. Partindo das fortes restrições orçamentais a que a PAC está submetida pela vontade dos governos europeias, Capoulas pôs na mesa um modelo de reforma destinado a reorientar as ajudas agrícolas da UE em favor dos países mais desfavorecidos, a começar por Portugal. A ideia era acabar com os preços de intervenção - que garantem o escoamento da produção - e alinhar os preços internos com os do mercado mundial, para acabar com as dispendiosas subvenções à exportação. Os outros mecanismos de limitação da produção, como as quotas, seguiriam o mesmo caminho. As ajudas directas aos agricultores seriam, tal como defende agora a Comissão, desligadas da produção, passando a ser pagas aos agricultores em função de critérios como o emprego, a qualidade alimentar e a protecção do ambiente. Estes factores, em conjunto, permitiam a Portugal passar a beneficiar de mais de 6 por cento das verbas da PAC, em vez dos 1,6 por cento actuais. Este modelo motivou na altura duras críticas de Sevinate Pinto, que acusou o ex-ministro de "alinhar" com as posições dos países do Norte em favor do desmantelamento da PAC. "Nunca advoguei a extinção da PAC", afirma Capoulas. "O que se tratava era de encontrar uma fórmula que nos permitisse ficar com uma situação mais vantajosa do que aquela que temos agora". E, defende, enquanto país menos beneficiado pela PAC, Portugal é igualmente aquele que menos tem a perder com a alteração do modelo. IAC, Bruxelas OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE "Prejuízos certos e benefícios incertos" para Portugal

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