PCP foi o único no terreno no fim de semana

19-08-2003
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PCP Foi o Único no Terreno no Fim de Semana

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Terça-feira, 05 de Agosto de 2003

O PCP foi o único partido da oposição que esteve junto das zonas de incêndios, no fim-de-semana. No sábado, o membro da Comissão Política, Agostinho Lopes, e o deputado Bruno Dias visitaram Castelo Branco. O PS e o Bloco de Esquerda optaram por não ir ao terreno, alegando ambos os partidos que tal atitude foi deliberada, devido à gravidade do momento. Já ontem, o secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, visitou várias áreas sinistradas e manifestou total apoio às medidas do Governo, enquanto Francisco Louçã, do BE, só hoje visita zonas de incêndios. O secretariado do PS, reunido ontem à noite, deve pedir uma reunião urgente da comissão permanente da Assembleia da República.

Para o PCP, que este ano viu aprovado um projecto de resolução que recomendava ao Governo "melhores políticas de prevenção e combate" aos incêndios, é preciso "uma estratégia nacional" para a floresta que, associada ao combate contra a desertificação humana, complete a lei de bases da floresta, afirmou ao PÚBLICO Francisco Lopes. Este membro da Comissão Política e do Secretariado do PCP, considerou ainda que o Governo "não avaliou devidamente a situação" e que agora opta pela solução insuficiente que é decretar a calamidade pública. O PCP considera que deveria ter sido accionado o Plano Nacional de Emergência, de modo a "permitir outro tipo de coordenação" no imediato e no futuro.

Quem não tece criticas ao Governo, pelo menos por enquanto, é o secretário-geral do PS, que ontem visitou a Chamusca, Sertã e o Gavião. "Podem contar com o nosso apoio em tudo aquilo em que estamos de acordo e que esteja a ser feito, com acções para suspender esta situação" de "total calamidade", disse Ferro Rodrigues à Lusa, na Chamusca. E recusando-se, por agora, a criticar o Governo, acrescentou: "Mais tarde haverá lugar para um balanço e análise crítica e, também, para o apurar de responsabilidades."

Um membro do gabinete de Ferro Rodrigues explicou ao PÚBLICO que o silêncio do PS durante o fim de semana se deveu a uma decisão prévia de "não cavalgar a situação do ponto de vista político". E sustentou que, se Ferro tivesse protagonizado atitudes de oposição ao Governo, isso poderia ser visto "como extemporâneo".

O assessor de Ferro sublinhou que, na quinta-feira, o PS difundiu um comunicado manifestando a preocupação sobre a situação que se desenhava, mas, frisou, os socialistas acharam, então, que "era o momento de deixar actuar o Governo, tanto mais que ainda na quinta à noite o primeiro-ministro disse que os meios eram suficientes".

Por sua vez, Francisco Louçã, dirigente do BE, só hoje visita os distritos de Castelo Branco e de Santarém, estando prevista para amanhã uma reunião da Comissão Permanente do BE.

Em declarações ao PÚBLICO, Louçã explicou que também foi deliberada a atitude de os dirigentes do BE não comentarem a situação até agora. "Face ao drama da situação, o local dos incêndios não era o local de dirigentes políticos estarem a criticar o Governo, com um cenário de drama e desgraça, por uma questão de respeito", afirmou.

PCP Foi o Único no Terreno no Fim de Semana

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Terça-feira, 05 de Agosto de 2003

O PCP foi o único partido da oposição que esteve junto das zonas de incêndios, no fim-de-semana. No sábado, o membro da Comissão Política, Agostinho Lopes, e o deputado Bruno Dias visitaram Castelo Branco. O PS e o Bloco de Esquerda optaram por não ir ao terreno, alegando ambos os partidos que tal atitude foi deliberada, devido à gravidade do momento. Já ontem, o secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, visitou várias áreas sinistradas e manifestou total apoio às medidas do Governo, enquanto Francisco Louçã, do BE, só hoje visita zonas de incêndios. O secretariado do PS, reunido ontem à noite, deve pedir uma reunião urgente da comissão permanente da Assembleia da República.

Para o PCP, que este ano viu aprovado um projecto de resolução que recomendava ao Governo "melhores políticas de prevenção e combate" aos incêndios, é preciso "uma estratégia nacional" para a floresta que, associada ao combate contra a desertificação humana, complete a lei de bases da floresta, afirmou ao PÚBLICO Francisco Lopes. Este membro da Comissão Política e do Secretariado do PCP, considerou ainda que o Governo "não avaliou devidamente a situação" e que agora opta pela solução insuficiente que é decretar a calamidade pública. O PCP considera que deveria ter sido accionado o Plano Nacional de Emergência, de modo a "permitir outro tipo de coordenação" no imediato e no futuro.

Quem não tece criticas ao Governo, pelo menos por enquanto, é o secretário-geral do PS, que ontem visitou a Chamusca, Sertã e o Gavião. "Podem contar com o nosso apoio em tudo aquilo em que estamos de acordo e que esteja a ser feito, com acções para suspender esta situação" de "total calamidade", disse Ferro Rodrigues à Lusa, na Chamusca. E recusando-se, por agora, a criticar o Governo, acrescentou: "Mais tarde haverá lugar para um balanço e análise crítica e, também, para o apurar de responsabilidades."

Um membro do gabinete de Ferro Rodrigues explicou ao PÚBLICO que o silêncio do PS durante o fim de semana se deveu a uma decisão prévia de "não cavalgar a situação do ponto de vista político". E sustentou que, se Ferro tivesse protagonizado atitudes de oposição ao Governo, isso poderia ser visto "como extemporâneo".

O assessor de Ferro sublinhou que, na quinta-feira, o PS difundiu um comunicado manifestando a preocupação sobre a situação que se desenhava, mas, frisou, os socialistas acharam, então, que "era o momento de deixar actuar o Governo, tanto mais que ainda na quinta à noite o primeiro-ministro disse que os meios eram suficientes".

Por sua vez, Francisco Louçã, dirigente do BE, só hoje visita os distritos de Castelo Branco e de Santarém, estando prevista para amanhã uma reunião da Comissão Permanente do BE.

Em declarações ao PÚBLICO, Louçã explicou que também foi deliberada a atitude de os dirigentes do BE não comentarem a situação até agora. "Face ao drama da situação, o local dos incêndios não era o local de dirigentes políticos estarem a criticar o Governo, com um cenário de drama e desgraça, por uma questão de respeito", afirmou.

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