PCP Diz Que Droga Voltou ao Casal Ventoso
Por PÚBLICO/ LUSA
Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2004
Os comunistas dizem que o consumo e tráfico de droga voltaram a fazer parte do dia-a-dia do Casal Ventoso, graças ao desleixo da Câmara de Lisboa e do Governo.
Uma delegação do PCP visitou ontem a zona da Meia Laranja, na Rua Maria Pia, tendo falado com a responsável por uma equipa de rua do Instituto da Droga e da Toxicodependência, Patrícia Catarino, segundo a qual a troca de seringas duplicou desde Maio do ano passado. Para o deputado comunista Bruno Dias, a extinção do Gabinete de Reconversão do Casal Ventoso, aliada às "mudanças nas políticas do Governo e da câmara de Lisboa", está na origem da situação. De acordo com os dados apresentados pelo PCP, estão hoje a ser trocadas "cerca de 500 seringas diárias", quando, em 2001, durante o processo de reconversão da zona, esse número chegou a baixar para metade. A falta de estruturas fixas de apoio a toxicodependentes na zona é uma das críticas do PCP. que reivindica a abertura do centro de saúde da Quinta do Loureiro, concluído há cerca de três anos. Segundo a vereadora do PCP Rita Magrinho, o espaço foi construído pela autarquia, mas cabia ao Governo dotá-lo de equipamentos, o que nunca veio a acontecer. Patrícia Catarino diz ser urgente abrir esta estrutura de saúde, onde os toxicodependentes poderão tratar "os hematomas e feridas" que frequentemente têm.
Bruno Dias atribui muitos destes problemas àquilo que considera ser a incompleta reconversão urbana do Casal Ventoso. A bancada parlamentar comunista vai solicitar, na Assembleia da República, informação sobre os índices de tráfico de droga e sobre a resposta da PSP aos problemas de segurança na zona. E também exigir explicações ao Governo sobre o não funcionamento do centro de saúde. Bruno Dias acrescentou ainda que o PCP vai propor medidas para a triagem e encaminhamento dos toxicodependentes, apoio de saúde e higieno-sanitário, reforço policial e programas de substituição de baixo limiar.
Fonte do gabinete da vereadora da Acção Social, Helena Lopes da Costa, disse que no mês que vem vai abrir um gabinete de apoio aos toxicodependentes nas proximidades da Meia Laranja, com o objectivo de prestar apoio médico e social, disponibilizando banhos e roupa. Este espaço vai dar uma "resposta imediata e próxima ao trabalho dos técnicos das equipas de rua" e reencaminhar a população toxicodependente para outras estruturas de apoio, como os centros de abrigo, à semelhança do que já aconteceu no Intendente.
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PCP Diz Que Droga Voltou ao Casal Ventoso
Por PÚBLICO/ LUSA
Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2004
Os comunistas dizem que o consumo e tráfico de droga voltaram a fazer parte do dia-a-dia do Casal Ventoso, graças ao desleixo da Câmara de Lisboa e do Governo.
Uma delegação do PCP visitou ontem a zona da Meia Laranja, na Rua Maria Pia, tendo falado com a responsável por uma equipa de rua do Instituto da Droga e da Toxicodependência, Patrícia Catarino, segundo a qual a troca de seringas duplicou desde Maio do ano passado. Para o deputado comunista Bruno Dias, a extinção do Gabinete de Reconversão do Casal Ventoso, aliada às "mudanças nas políticas do Governo e da câmara de Lisboa", está na origem da situação. De acordo com os dados apresentados pelo PCP, estão hoje a ser trocadas "cerca de 500 seringas diárias", quando, em 2001, durante o processo de reconversão da zona, esse número chegou a baixar para metade. A falta de estruturas fixas de apoio a toxicodependentes na zona é uma das críticas do PCP. que reivindica a abertura do centro de saúde da Quinta do Loureiro, concluído há cerca de três anos. Segundo a vereadora do PCP Rita Magrinho, o espaço foi construído pela autarquia, mas cabia ao Governo dotá-lo de equipamentos, o que nunca veio a acontecer. Patrícia Catarino diz ser urgente abrir esta estrutura de saúde, onde os toxicodependentes poderão tratar "os hematomas e feridas" que frequentemente têm.
Bruno Dias atribui muitos destes problemas àquilo que considera ser a incompleta reconversão urbana do Casal Ventoso. A bancada parlamentar comunista vai solicitar, na Assembleia da República, informação sobre os índices de tráfico de droga e sobre a resposta da PSP aos problemas de segurança na zona. E também exigir explicações ao Governo sobre o não funcionamento do centro de saúde. Bruno Dias acrescentou ainda que o PCP vai propor medidas para a triagem e encaminhamento dos toxicodependentes, apoio de saúde e higieno-sanitário, reforço policial e programas de substituição de baixo limiar.
Fonte do gabinete da vereadora da Acção Social, Helena Lopes da Costa, disse que no mês que vem vai abrir um gabinete de apoio aos toxicodependentes nas proximidades da Meia Laranja, com o objectivo de prestar apoio médico e social, disponibilizando banhos e roupa. Este espaço vai dar uma "resposta imediata e próxima ao trabalho dos técnicos das equipas de rua" e reencaminhar a população toxicodependente para outras estruturas de apoio, como os centros de abrigo, à semelhança do que já aconteceu no Intendente.