EXPRESSO: País

18-06-2002
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Benfica prejudica Durão

Um eventual acordo com o SLB manchou a tentativa do PM de recentrar a discussão na economia

€€Ana Baião Guilherme Silva com Ferreira Leite: o Benfica «estragou» a festa aos sociais-democratas

ATÉ teria corrido bem a Durão Barroso o seu primeiro debate mensal na Assembleia da República não fosse a insistência do PS, já a discussão chegava ao fim, em saber se o Governo tinha ou não um acordo fiscal com o Benfica. O debate estava na recta final e fora bem sucedida a estratégia do primeiro-ministro de recentrar a discussão política na situação da economia, secundarizando a questão RTP - que tão obcecada tem trazido a oposição nas últimas semanas.

Mas uma notícia do «Diário de Notícias» segundo a qual a ministra das Finanças havia aceite acções da SAD benfiquista como garantia da dívida fiscal do clube da Luz - trazida à colação por Jaime Gama e retomada por Jorge Coelho e António Costa - acabou por borrar a pintura.

Economia abafa RTP

Num discurso em que as críticas ao Governo socialista apenas lhe mereceram algumas frases finais - uma inovação de estilo, em relação às intervenções anteriores em plenário, saudada pelos deputados da oposição -, Durão foi ontem ao Parlamento anunciar um pacote de medidas para incentivar a economia.

O primeiro-ministro revelou a criação de um novo estímulo fiscal ao investimento; a reformulação profunda do Programa Operacional da Economia; o lançamento de dois novos programas no domínio do apoio à investigação; a retoma das privatizações; a desburocratização do Estado. «Um programa essencial para dar uma nova confiança a Portugal», explicou.

Para a oposição, foi o reconhecimento por parte do primeiro-ministro de que o seu discurso demasiado pessimista sobre a economia estava a produzir efeitos negativos na confiança dos agentes económicos. «A confiança não se obtém governando numa espécie de 'agitprop'», acusou Ferro Rodrigues. «Depois da dramatização das contas públicas o senhor veio emendar a mão», constatou Carlos Carvalhas.

De raspão, Ferro Rodrigues ainda o confrontou com uma pergunta sobre o que tenciona o Governo fazer em relação ao segundo canal da RTP, mas foi o único a repegar no assunto - que, em menos de uma semana, ocupou mais de oito horas do debate parlamentar.

Em resposta ao secretário-geral do PS, o primeiro-ministro limitou-se a reiterar a posição vaga que o ministro da tutela, Nuno Morais Sarmento, já levara ao hemiciclo na semana passada e que voltara a sublinhar na interpelação do Bloco de Esquerda, na quarta-feira: «Vamos salvar o serviço público», garantiu o chefe do Executivo.

Os destinos do canal público de Televisão estão agora em estudo por uma Comissão Independente cuja composição foi a única novidade que Morais Sarmento levou aos deputados na quarta-feira - com a oposição a acusar os nomes escolhidos de pouca independência. O grupo de trabalho é presidido pela ex-eurodeputada social-democrata, Helena Vaz da Silva, e integra Maria José Nogueira Pinto, Miguel Sousa Tavares, José Manuel Fernandes, Carlos Cáceres Monteiro, João David Nunes, Luís Osório, Manuel Falcão, Eduardo Cintra Torres, Nuno Rogeiro, Pedro Brandão Rodrigues e José Manuel Azeredo Lopes; até à hora de fecho desta edição permanecia em aberto a possibilidade de José Fonseca e Costa (também indicado) se demitir.

À saída do hemiciclo, seria confrontado com a notícia da decisão do Presidente da República de enviar a proposta de alteração da lei da Televisão para o Tribunal Constitucional. Não obstante os esforços, ainda não era desta que a RTP saía das primeiras páginas dos jornais.

Benfica prejudica Durão

Um eventual acordo com o SLB manchou a tentativa do PM de recentrar a discussão na economia

€€Ana Baião Guilherme Silva com Ferreira Leite: o Benfica «estragou» a festa aos sociais-democratas

ATÉ teria corrido bem a Durão Barroso o seu primeiro debate mensal na Assembleia da República não fosse a insistência do PS, já a discussão chegava ao fim, em saber se o Governo tinha ou não um acordo fiscal com o Benfica. O debate estava na recta final e fora bem sucedida a estratégia do primeiro-ministro de recentrar a discussão política na situação da economia, secundarizando a questão RTP - que tão obcecada tem trazido a oposição nas últimas semanas.

Mas uma notícia do «Diário de Notícias» segundo a qual a ministra das Finanças havia aceite acções da SAD benfiquista como garantia da dívida fiscal do clube da Luz - trazida à colação por Jaime Gama e retomada por Jorge Coelho e António Costa - acabou por borrar a pintura.

Economia abafa RTP

Num discurso em que as críticas ao Governo socialista apenas lhe mereceram algumas frases finais - uma inovação de estilo, em relação às intervenções anteriores em plenário, saudada pelos deputados da oposição -, Durão foi ontem ao Parlamento anunciar um pacote de medidas para incentivar a economia.

O primeiro-ministro revelou a criação de um novo estímulo fiscal ao investimento; a reformulação profunda do Programa Operacional da Economia; o lançamento de dois novos programas no domínio do apoio à investigação; a retoma das privatizações; a desburocratização do Estado. «Um programa essencial para dar uma nova confiança a Portugal», explicou.

Para a oposição, foi o reconhecimento por parte do primeiro-ministro de que o seu discurso demasiado pessimista sobre a economia estava a produzir efeitos negativos na confiança dos agentes económicos. «A confiança não se obtém governando numa espécie de 'agitprop'», acusou Ferro Rodrigues. «Depois da dramatização das contas públicas o senhor veio emendar a mão», constatou Carlos Carvalhas.

De raspão, Ferro Rodrigues ainda o confrontou com uma pergunta sobre o que tenciona o Governo fazer em relação ao segundo canal da RTP, mas foi o único a repegar no assunto - que, em menos de uma semana, ocupou mais de oito horas do debate parlamentar.

Em resposta ao secretário-geral do PS, o primeiro-ministro limitou-se a reiterar a posição vaga que o ministro da tutela, Nuno Morais Sarmento, já levara ao hemiciclo na semana passada e que voltara a sublinhar na interpelação do Bloco de Esquerda, na quarta-feira: «Vamos salvar o serviço público», garantiu o chefe do Executivo.

Os destinos do canal público de Televisão estão agora em estudo por uma Comissão Independente cuja composição foi a única novidade que Morais Sarmento levou aos deputados na quarta-feira - com a oposição a acusar os nomes escolhidos de pouca independência. O grupo de trabalho é presidido pela ex-eurodeputada social-democrata, Helena Vaz da Silva, e integra Maria José Nogueira Pinto, Miguel Sousa Tavares, José Manuel Fernandes, Carlos Cáceres Monteiro, João David Nunes, Luís Osório, Manuel Falcão, Eduardo Cintra Torres, Nuno Rogeiro, Pedro Brandão Rodrigues e José Manuel Azeredo Lopes; até à hora de fecho desta edição permanecia em aberto a possibilidade de José Fonseca e Costa (também indicado) se demitir.

À saída do hemiciclo, seria confrontado com a notícia da decisão do Presidente da República de enviar a proposta de alteração da lei da Televisão para o Tribunal Constitucional. Não obstante os esforços, ainda não era desta que a RTP saía das primeiras páginas dos jornais.

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