Público

22-09-2002
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Diário de Notícias - 16 de Fevereiro Portas "ressuscita" exames nacionais

GRAÇA HENRIQUES

Rigor, exigência e racionalidadevão ser as palavras de ordem do Programa de Governo do CDS para a Educação. O partido de Paulo Portas apresenta hoje na Convenção Programática "medidas emblemáticas" que passam, nomeadamente, pela implementação de um sistema de avaliação de professores e alunos e também pela adopção de um único manual escolar por disciplina.

O CDS quer repor a realização de exames nacionais no 4.º, 6.º e 9.º anos de escolaridade, acabando com as actuais provas de aferição. Que, sendo anónimas, servem apenas para avaliar o sistema e não o aluno. O que o CDS pretende é diferente: quem não obtiver nota positiva nos exames nacionais, pura e simplesmente reprova o ano.

Também os professores deverão passar a ser avaliados, através de um método anual, em que pais, alunos e os seus pares docentes sejam chamados a fiscalizar o seu desempenho.

Com vista a "acabar com o desperdício" e à sobrecarga das famílias que todos anos gastam dezenas de contos em livros, o CDS quer que o País adopte um manual único por disciplina. Realizando-se um concurso público, que será revisto de quatro em quatro anos e permita a actualização dos manuais. Esta medida, sustentam os democratas-cristãos, permitirá que os manuais transitem, por exemplo, de irmãos para irmãos.

Uma proposta que não agradará, certamente, a editores e livreiros, mas que tem um argumento do CDS: "Gerir o Estado significa exigência e rigor."

O programa para a Educação, que será apresentado por Pedro Brandão Rodrigues, propõe ainda que o Estado subsidie a compra de manuais pelas escolas, para que depois estas os possam emprestar aos estudantes.

Brandão Rodrigues irá ainda dizer que os democratas-cristãos são favoráveis ao alargamento da escolaridade obrigatória de nove para doze anos.

O líder do CDS é que ontem veio insistir na necessidade dos portugueses votarem no seu partido, como forma de retirar a maioria à esquerda e de se obter uma maioria de centro-direita. Portas sublinhou que o lema da sua campanha será apresentar o CDS como "o braço direito que faz falta a Portugal". Mas que deve ser entendido como o braço direito dos portugueses e não do PSD. Não falou em acordos pós-eleitorais, mas também não deixou de afirmar que os portugueses querem "um Governo estável, mas que não abuse e seja arrogante". Por isso, acrescentou, é preciso "quem fiscalize, quem modere e controle". Uma tarefa para a direita que ele próprio representa.

Portas vai insistir no slogan "O voto no CDS vale ouro", por forma a pôr termo à ideologia nacional instalada: a existência apenas de esquerda e centro, que "deixa o País desequilibrado". A aposta é, pois, remar contra o voto útil. E, durante a campanha, Portas não se cansará de repetir que a única maneira de impedir uma maioria de esquerda será o CDS ficar à frente do PCP. [anterior]

Diário de Notícias - 16 de Fevereiro Portas "ressuscita" exames nacionais

GRAÇA HENRIQUES

Rigor, exigência e racionalidadevão ser as palavras de ordem do Programa de Governo do CDS para a Educação. O partido de Paulo Portas apresenta hoje na Convenção Programática "medidas emblemáticas" que passam, nomeadamente, pela implementação de um sistema de avaliação de professores e alunos e também pela adopção de um único manual escolar por disciplina.

O CDS quer repor a realização de exames nacionais no 4.º, 6.º e 9.º anos de escolaridade, acabando com as actuais provas de aferição. Que, sendo anónimas, servem apenas para avaliar o sistema e não o aluno. O que o CDS pretende é diferente: quem não obtiver nota positiva nos exames nacionais, pura e simplesmente reprova o ano.

Também os professores deverão passar a ser avaliados, através de um método anual, em que pais, alunos e os seus pares docentes sejam chamados a fiscalizar o seu desempenho.

Com vista a "acabar com o desperdício" e à sobrecarga das famílias que todos anos gastam dezenas de contos em livros, o CDS quer que o País adopte um manual único por disciplina. Realizando-se um concurso público, que será revisto de quatro em quatro anos e permita a actualização dos manuais. Esta medida, sustentam os democratas-cristãos, permitirá que os manuais transitem, por exemplo, de irmãos para irmãos.

Uma proposta que não agradará, certamente, a editores e livreiros, mas que tem um argumento do CDS: "Gerir o Estado significa exigência e rigor."

O programa para a Educação, que será apresentado por Pedro Brandão Rodrigues, propõe ainda que o Estado subsidie a compra de manuais pelas escolas, para que depois estas os possam emprestar aos estudantes.

Brandão Rodrigues irá ainda dizer que os democratas-cristãos são favoráveis ao alargamento da escolaridade obrigatória de nove para doze anos.

O líder do CDS é que ontem veio insistir na necessidade dos portugueses votarem no seu partido, como forma de retirar a maioria à esquerda e de se obter uma maioria de centro-direita. Portas sublinhou que o lema da sua campanha será apresentar o CDS como "o braço direito que faz falta a Portugal". Mas que deve ser entendido como o braço direito dos portugueses e não do PSD. Não falou em acordos pós-eleitorais, mas também não deixou de afirmar que os portugueses querem "um Governo estável, mas que não abuse e seja arrogante". Por isso, acrescentou, é preciso "quem fiscalize, quem modere e controle". Uma tarefa para a direita que ele próprio representa.

Portas vai insistir no slogan "O voto no CDS vale ouro", por forma a pôr termo à ideologia nacional instalada: a existência apenas de esquerda e centro, que "deixa o País desequilibrado". A aposta é, pois, remar contra o voto útil. E, durante a campanha, Portas não se cansará de repetir que a única maneira de impedir uma maioria de esquerda será o CDS ficar à frente do PCP. [anterior]

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