Paulo Portas: atrasado, cansado, atarefado

18-04-2002
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Paulo Portas: Atrasado, Cansado, Atarefado

Sábado, 6 de Abril de 2002

Chegou atrasado, como de resto é seu costume, e com o inevitável fato azul escuro de risca de giz. O cargo de ministro de Estado e da Defesa Nacional de que hoje toma posse ainda não lhe mudou a falta de hábitos de pontualidade, mas dá-lhe um ar ainda mais sério do que aquele que já costumava ter nas ocasiões importantes. Talvez fosse do cansaço de andar a fazer um governo e, ao mesmo tempo, inteirar-se das questões da defesa e aprender a ler patentes nos galões dos militares.

Paulo Portas chegou à Assembleia da República já muito perto das 11 horas. Entrou para o plenário, mas já os outros deputados tinham saído. Mo bar, recebeu os parabéns do socialista Pina Moura e de mais uns quantos socialistas, que não dispensaram sorrisos ao homem que, noutros tempos, lhes viabilizou orçamentos.

Felicitações foi, aliás, o que mais recebeu Portas na manhã de ontem, apesar de pouco ter circulado pelos corredores. A social-democrata Manuela Aguiar foi a mais efusiva. "sempre disse que o adoro", comentava a deputada, não escondendo que preferia ver o líder do CDS no Ministério dos Negócios Estrangeiros. O comunista Carlos Carvalhas terá sido o mais contido, mas nem por isso deixou de fazer votos de bom trabalho, tanto a Portas como à nova ministra da Justiça, Maria Celeste Cardona.

No pouco tempo que esteve em São Bento, o líder do CDS-PP desempenhou ambas as suas funções: de líder do partido e de parceiro de coligação governamental. "Fechou" a última secretaria de Estado que lhe cabe no governo; falou longamente com os seus assessores e conversou com os seus deputados, para quem o tema do dia era a liderança parlamentar. No início do plenário, Basílio Horta, actual líder do grupo parlamentar, foi sentar-se na quarta fila, enquanto Telmo Correia, apontado como seu provável sucessor, ficava na primeira. Quando os trabalhos recomeçaram, Portas sentou-se no centro da primeira fila, tendo Basílio à sua esquerda e Telmo ao lado deste.

Naquele que foi para ele o dia do regresso a São Bento e, simultaneamente, o seu último dia como deputado, questionado sobre se vai ter saudades, Portas respondeu de imediato: "Claro que vou. Adoro o Parlamento." A seu lado, Maria Celeste Cardona, também já começava a sentir a falta dos debates económicos: "Estou a imaginar quando estiverem a discutir o Orçamento, o que me vai pular o pé."

Eunice Lourenço

Paulo Portas: Atrasado, Cansado, Atarefado

Sábado, 6 de Abril de 2002

Chegou atrasado, como de resto é seu costume, e com o inevitável fato azul escuro de risca de giz. O cargo de ministro de Estado e da Defesa Nacional de que hoje toma posse ainda não lhe mudou a falta de hábitos de pontualidade, mas dá-lhe um ar ainda mais sério do que aquele que já costumava ter nas ocasiões importantes. Talvez fosse do cansaço de andar a fazer um governo e, ao mesmo tempo, inteirar-se das questões da defesa e aprender a ler patentes nos galões dos militares.

Paulo Portas chegou à Assembleia da República já muito perto das 11 horas. Entrou para o plenário, mas já os outros deputados tinham saído. Mo bar, recebeu os parabéns do socialista Pina Moura e de mais uns quantos socialistas, que não dispensaram sorrisos ao homem que, noutros tempos, lhes viabilizou orçamentos.

Felicitações foi, aliás, o que mais recebeu Portas na manhã de ontem, apesar de pouco ter circulado pelos corredores. A social-democrata Manuela Aguiar foi a mais efusiva. "sempre disse que o adoro", comentava a deputada, não escondendo que preferia ver o líder do CDS no Ministério dos Negócios Estrangeiros. O comunista Carlos Carvalhas terá sido o mais contido, mas nem por isso deixou de fazer votos de bom trabalho, tanto a Portas como à nova ministra da Justiça, Maria Celeste Cardona.

No pouco tempo que esteve em São Bento, o líder do CDS-PP desempenhou ambas as suas funções: de líder do partido e de parceiro de coligação governamental. "Fechou" a última secretaria de Estado que lhe cabe no governo; falou longamente com os seus assessores e conversou com os seus deputados, para quem o tema do dia era a liderança parlamentar. No início do plenário, Basílio Horta, actual líder do grupo parlamentar, foi sentar-se na quarta fila, enquanto Telmo Correia, apontado como seu provável sucessor, ficava na primeira. Quando os trabalhos recomeçaram, Portas sentou-se no centro da primeira fila, tendo Basílio à sua esquerda e Telmo ao lado deste.

Naquele que foi para ele o dia do regresso a São Bento e, simultaneamente, o seu último dia como deputado, questionado sobre se vai ter saudades, Portas respondeu de imediato: "Claro que vou. Adoro o Parlamento." A seu lado, Maria Celeste Cardona, também já começava a sentir a falta dos debates económicos: "Estou a imaginar quando estiverem a discutir o Orçamento, o que me vai pular o pé."

Eunice Lourenço

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