Porto Canal Quer Ressuscitar o Espírito da NTV
Domingo, 27 de Junho de 2004 Emissão prometida para o primeiro trimestre de 2005 Empresários do Norte apostam num canal regional com uma programação "definida por critérios de proximidade" Graça Barbosa Ribeiro "O ressuscitar do espírito da NTV" é o objectivo de um grupo de empresários do Norte que pretende reunir, até ao final do ano, condições para a criação de uma nova televisão regional do Grande Porto, revelou o principal dinamizador do projecto, Bruno Carvalho. O "Canal Porto" deverá estar a emitir 24 horas por dia a partir do primeiro trimestre de 2005 e, apesar de ter previsto "um forte serviço noticioso" em horário nobre, não se assume como um canal de notícias e promete apostar numa programação definida por "critérios de proximidade". "Queremos que o Porto Canal seja um local onde as pessoas se revejam, identifiquem os lugares que conhecem e vejam como protagonistas pessoas com quem convivem diariamente", afirmou Bruno Carvalho em declarações à agência Lusa. Ao PÚBLICO, sublinhou que a NTV, da qual foi administrador, "manteve audiências, na rede de cabo, que rivalizavam com as da SIC Notícias, precisamente devido às suas características regionais". Aproveitando "o vazio criado pela transformação da NTV em RTPN", Bruno Carvalho, que será director de Programas, convidou Daniel Deusdado (da produtora Farol de Ideias) e José Miguel Cadilhe (da Filbox) para formarem com ele o núcleo-duro da nova empresa. A TV Cabo, afirma o ex-administrador da NTV, "acolheu muito bem a ideia". Até porque, adiantou, o objectivo é assegurar a total viabilidade financeira do canal através de um esquema de pacotes publicitários. Com um quadro de pessoal previsto de apenas 24 funcionários permanentes, o Porto Canal necessita, para o arranque, de um milhão de euros, prevendo-se que o orçamento anual ronde os cinco milhões, "verba que poderá ser facilmente obtida através da publicidade", garante Bruno Carvalho. A estratégia passa pelo convidar duzentas empresas do Norte para se tornarem fundadoras do Porto Canal, às quais será proposta a compra, mediante um desconto acentuado, de publicidade para os dois primeiros anos de emissão. Os promotores estão a angariar parcerias para o projecto junto de instituições do Grande Porto, contando já com o apoio da Universidade do Porto, que será accionista da estação televisiva. A grelha de programação já está definida, mas Bruno Carvalho só tenciona divulgá-la depois de a apresentar aos accionistas. "Adianto apenas que, num gesto simbólico, haverá o regresso da Rosabela (pivô de um programa nocturno da NTV que apoiava psicologicamente pessoas com problemas de solidão, doentes ou idosos)", referiu, em declarações à agência Lusa. Este programa, o Insónias, "foi um dos primeiros a que a RTP pôs cobro quando iniciou a transformação da NTV em RTPN", recordou. O ex-administrador da NTV espera ter, até final do ano, toda a operação financeira necessária terminada, de modo a que, no primeiro trimestre de 2005, o Porto Canal possa estar já a emitir. Com produção externa, "preferencialmente de produtoras radicadas no Porto, o novo canal regional deverá ficar sedeado no Media Park, projecto de concentração de produtoras privadas situado no Centro de Produção do Norte da RTP, no Monte da Virgem. com Lusa OUTROS TÍTULOS EM MEDIA Porto Canal quer ressuscitar o espírito da NTV
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