Vereador do Desporto de Coimbra denuncia "lacunas gravíssimas"

03-02-2004
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Vereador do Desporto de Coimbra Denuncia "Lacunas Gravíssimas"

Por GRAÇA BARBOSA RIBEIRO

Terça-feira, 27 de Janeiro de 2004

no que respeita à segurança nos estádios

Nuno Freitas, o vereador do desporto da Câmara Municipal de Coimbra que a nível local coordena os preparativos para o Euro 2004, apelou ontem ao Governo para "que saiba entender o que se passou no estádio de Guimarães e actue em conformidade". "Apesar da complexidade dos novos estádios, que nalguns casos duplicaram a capacidade, não há regulamentos específicos relativos às questões de saúde e de segurança e esta é uma lacuna gravíssima que está a ser tapada com a onda festivaleira e gaiteira 'do português que bem recebe'", denunciou o social-democrata.

Médico de profissão, o vereador, que entre 1999 e 2002 integrou a Comissão Parlamentar de Saúde, disse, em declarações ao PÚBLICO, ter-se sentido "amargamente revoltado" com o que aconteceu em Guimarães. "Não tenho dados que me permitam dizer se as coisas poderiam ter terminado de outra forma. Mas, como médico, sei que poderia correr para o jogador e dar tudo por tudo com as minhas mãos, tal como seguramente o fez a equipa médica. E também sei que na esmagadora maioria dos casos isso não basta", afirmou, apelando à realização de uma "auditoria externa, independente, rigorosa e conclusiva" sobre os acontecimentos de anteontem à noite.

"Não digo que o que aconteceu a Fehér era antecipável, mas que temos feito muito para que as coisas corram mal, temos - a situação é de uma enorme debilidade. Na área do policiamento verifica-se um esforço, pelo menos a nível da formação, mas no que respeita à saúde estamos a zero", denunciou Nuno Freitas. Na sua perspectiva, "o mínimo que se pode exigir é uma recomendação nacional, uma guide-line padrão sobre o número e formação específica das equipas médicas e de enfermagem que devem estar nos estádios, os equipamentos de suporte que devem estar disponíveis, etc". "Mas não há nada, nada!", enfatizou, criticando o facto de, "a esta distância do Euro 2004 entidades públicas como o Instituto do Desporto e o Instituto Nacional de Emergência Médica não estarem ainda no terreno".

Segundo disse, desde Setembro que a câmara de Coimbra tem vindo a solicitar, sem êxito, o apoio do INEM para os jogos que se têm realizado no estádio municipal. E foi por iniciativa própria que a autarquia elaborou um regulamento de segurança e de saúde interno, que cumpre contratando equipas de médicos e de enfermeiros especializados em emergência. "Estamos a agir bem? Penso que sim, mas não posso ter a certeza. Não há uma entidade independente que avalie, que audite, que estabeleça regras", sublinhou o vereador.

Vereador do Desporto de Coimbra Denuncia "Lacunas Gravíssimas"

Por GRAÇA BARBOSA RIBEIRO

Terça-feira, 27 de Janeiro de 2004

no que respeita à segurança nos estádios

Nuno Freitas, o vereador do desporto da Câmara Municipal de Coimbra que a nível local coordena os preparativos para o Euro 2004, apelou ontem ao Governo para "que saiba entender o que se passou no estádio de Guimarães e actue em conformidade". "Apesar da complexidade dos novos estádios, que nalguns casos duplicaram a capacidade, não há regulamentos específicos relativos às questões de saúde e de segurança e esta é uma lacuna gravíssima que está a ser tapada com a onda festivaleira e gaiteira 'do português que bem recebe'", denunciou o social-democrata.

Médico de profissão, o vereador, que entre 1999 e 2002 integrou a Comissão Parlamentar de Saúde, disse, em declarações ao PÚBLICO, ter-se sentido "amargamente revoltado" com o que aconteceu em Guimarães. "Não tenho dados que me permitam dizer se as coisas poderiam ter terminado de outra forma. Mas, como médico, sei que poderia correr para o jogador e dar tudo por tudo com as minhas mãos, tal como seguramente o fez a equipa médica. E também sei que na esmagadora maioria dos casos isso não basta", afirmou, apelando à realização de uma "auditoria externa, independente, rigorosa e conclusiva" sobre os acontecimentos de anteontem à noite.

"Não digo que o que aconteceu a Fehér era antecipável, mas que temos feito muito para que as coisas corram mal, temos - a situação é de uma enorme debilidade. Na área do policiamento verifica-se um esforço, pelo menos a nível da formação, mas no que respeita à saúde estamos a zero", denunciou Nuno Freitas. Na sua perspectiva, "o mínimo que se pode exigir é uma recomendação nacional, uma guide-line padrão sobre o número e formação específica das equipas médicas e de enfermagem que devem estar nos estádios, os equipamentos de suporte que devem estar disponíveis, etc". "Mas não há nada, nada!", enfatizou, criticando o facto de, "a esta distância do Euro 2004 entidades públicas como o Instituto do Desporto e o Instituto Nacional de Emergência Médica não estarem ainda no terreno".

Segundo disse, desde Setembro que a câmara de Coimbra tem vindo a solicitar, sem êxito, o apoio do INEM para os jogos que se têm realizado no estádio municipal. E foi por iniciativa própria que a autarquia elaborou um regulamento de segurança e de saúde interno, que cumpre contratando equipas de médicos e de enfermeiros especializados em emergência. "Estamos a agir bem? Penso que sim, mas não posso ter a certeza. Não há uma entidade independente que avalie, que audite, que estabeleça regras", sublinhou o vereador.

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