"Elegância" da delegação do PSD e do PP não demoveu activistas de fazerem atracar o barco

10-09-2004
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"Elegância" da Delegação do PSD e do PP Não Demoveu Activistas de Fazerem Atracar o Barco

Por GRAÇA BARBOSA RIBEIRO

Sexta-feira, 03 de Setembro de 2004

"Registamos a atitude de diálogo e a postura mais elegante, mas em relação ao cerne da questão, que é a entrada do Borndiep em águas territoriais portuguesas, continua tudo na mesma", resumiu Cristina Santos, da Associação Não Te Prives. Desvalorizava, assim, o resultado da reunião de cerca de hora e meia das dirigentes das organizações que apoiaram a vinda do barco a Portugal com a delegação do PSD e do PP, num claro despique com o dirigente social-democrata Nuno Freitas, que abandonou a sala em que decorreu o encontro, na Figueira da Foz, de sorriso largo, anunciando a realização de "um grande debate sobre o aborto", para a primeira semana de Outubro.

Em relação às conclusões da reunião, as versões coincidiram. Dela saiu "um acordo" - quanto ao debate a organizar na Figueira da Foz e no qual participarão personalidades de todos os quadrantes políticos e a favor e contra o aborto; "um consenso" - relativamente ao repúdio de "atitudes radicais e lamentáveis" como as que resultaram nas inscrições feitas junto à sede do CDS/PP; e "um profundo desacordo" sobre a entrada no Borndiep em águas nacionais.

No final da reunião, Nuno Freitas , pelo PSD, e Mariana Ribeiro Ferreira, pelo PP, insistiram em que subscreviam a posição do Governo, em relação àquele aspecto. E Cristina Santos, em nome das várias organizações, reiterou que a atracagem do barco é um factor essencial da campanha de informação, pelo que ele permanecerá ao largo da Figueira da Foz, "provavelmente para além de 12 de Setembro", à espera de autorização para entrar em águas nacionais.

Depois de uma manhã conturbada - com a presidente da organização "Women on Waves", Rebbeca Gompert, a tentar condicionar o debate sobre o aborto e o encontro com os deputados à entrada do barco em águas nacionais - só Mariana Ribeiro Ferreira, do CDS/PP, fez declarações sobre os acontecimentos que levaram ao cancelamento da visita ao barco por parte dos representantes dos dois partidos. "Para elas [as dirigentes das organizações que apoiaram a vinda do Borndiep] o que interessa não é o debate sobre o aborto, mas o barco. Mesmo em relação ao debate connosco, demoraram cinco ou seis horas a aceitá-lo...", lamentou a dirigente popular, referindo-se à reunião que acabou por decorrer em terra.

Nuno Freitas preferiu realçar "a abertura" com que as organizações responderam a "um sinal de abertura". E insistir na ideia de que a viagem até à Figueira foi um "gesto singelo" que simboliza "a intenção de diálogo e de tolerância" "num país civilizado", onde "há total liberdade de expressão".

"Elegância" da Delegação do PSD e do PP Não Demoveu Activistas de Fazerem Atracar o Barco

Por GRAÇA BARBOSA RIBEIRO

Sexta-feira, 03 de Setembro de 2004

"Registamos a atitude de diálogo e a postura mais elegante, mas em relação ao cerne da questão, que é a entrada do Borndiep em águas territoriais portuguesas, continua tudo na mesma", resumiu Cristina Santos, da Associação Não Te Prives. Desvalorizava, assim, o resultado da reunião de cerca de hora e meia das dirigentes das organizações que apoiaram a vinda do barco a Portugal com a delegação do PSD e do PP, num claro despique com o dirigente social-democrata Nuno Freitas, que abandonou a sala em que decorreu o encontro, na Figueira da Foz, de sorriso largo, anunciando a realização de "um grande debate sobre o aborto", para a primeira semana de Outubro.

Em relação às conclusões da reunião, as versões coincidiram. Dela saiu "um acordo" - quanto ao debate a organizar na Figueira da Foz e no qual participarão personalidades de todos os quadrantes políticos e a favor e contra o aborto; "um consenso" - relativamente ao repúdio de "atitudes radicais e lamentáveis" como as que resultaram nas inscrições feitas junto à sede do CDS/PP; e "um profundo desacordo" sobre a entrada no Borndiep em águas nacionais.

No final da reunião, Nuno Freitas , pelo PSD, e Mariana Ribeiro Ferreira, pelo PP, insistiram em que subscreviam a posição do Governo, em relação àquele aspecto. E Cristina Santos, em nome das várias organizações, reiterou que a atracagem do barco é um factor essencial da campanha de informação, pelo que ele permanecerá ao largo da Figueira da Foz, "provavelmente para além de 12 de Setembro", à espera de autorização para entrar em águas nacionais.

Depois de uma manhã conturbada - com a presidente da organização "Women on Waves", Rebbeca Gompert, a tentar condicionar o debate sobre o aborto e o encontro com os deputados à entrada do barco em águas nacionais - só Mariana Ribeiro Ferreira, do CDS/PP, fez declarações sobre os acontecimentos que levaram ao cancelamento da visita ao barco por parte dos representantes dos dois partidos. "Para elas [as dirigentes das organizações que apoiaram a vinda do Borndiep] o que interessa não é o debate sobre o aborto, mas o barco. Mesmo em relação ao debate connosco, demoraram cinco ou seis horas a aceitá-lo...", lamentou a dirigente popular, referindo-se à reunião que acabou por decorrer em terra.

Nuno Freitas preferiu realçar "a abertura" com que as organizações responderam a "um sinal de abertura". E insistir na ideia de que a viagem até à Figueira foi um "gesto singelo" que simboliza "a intenção de diálogo e de tolerância" "num país civilizado", onde "há total liberdade de expressão".

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