EXPRESSO: País

13-07-2002
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Três candidatos agitam Reitoria do Porto

Novais Barbosa

A UNIVERSIDADE do Porto (UP) prepara-se para viver as eleições mais agitadas dos últimos 17 anos, com três candidatos à reitoria, lutas e intrigas de bastidores entre diferentes grupos de pressão. À falta de uma lógica partidária das candidaturas, há quem se interrogue se o dilema é entrenas eleições de 17 de Julho entre Novais Barbosa, actual reitor, Oliveira Fernandes, ex-secretário de Estado de Guterres e membro do Governo de Bloco Central de Mário Soares, e Altamiro Pereira, o mais jovem catedrático de medicina da UP e que surge como «outsider» nesta corrida.

Novais Barbosa e Oliveira Fernandes, ambos de engenharia, têm em comum o facto de terem sido vice-reitores da equipa de Alberto Amaral e de recolherem apoios na área socialista. Barbosa tem o apoio de Daniel Bessa, presidente da Escola de Gestão do Porto, Fernandes o de Teresa Lago, actual deputada socialista e apontada como a principal impulsionadora desta candidatura.

Em 1991, Novais substituiu Fernandes no cargo de vice-reitor, depois de este ter entrado em choque com Amaral, que acabou por exonerá-lo. Fernandes processou o reitor e pediu mesmo uma indemnização, mas os tribunais não lhe deram razão. Há quatro anos, o PS ainda ensaiou uma candidatura alternativa a Barbosa, em torno de um outro homem de engenharia, Marques dos Santos, que surge agora na equipa do actual reitor.

Oliveira Fernandes

A separação de águas entre dois grupos que têm convivido bem nas duas últimas décadas, forçada pelo aparecimento de um independente, é uma das explicações que circula na UP para o facto de terem aparecido três nomes, caso inédito desde 1985 - ano em que Alberto Amaral iniciou o primeiro de três mandatos na reitoria.

No entanto, alguns membros da academia avançam outras explicações para esta disputa apertada, como o facto de Novais Barbosa, acusado de ter uma gestão cinzenta e pouco dinâmica, ter somado alguns problemas, designadamente com a Associação Empresarial de Portugal, depois do falhanço da parceria na Escola de Gestão, e com a própria presidente da Porto 2001, cuja filha tentou integrar o corpo docente da UP, depois de Letras ter negado equivalência ao seu doutoramento em Londres.

Numa universidade com 14 faculdades e 27 mil alunos, os dirigentes estudantis vêem também com atenção o facto de dois dos candidatos serem de Engenharia, «o que demonstra o peso da maior faculdade da UP», como disse ao EXPRESSO o presidente da Federação Académica do Porto, Nuno Mendes. Para Alberto Amaral, além do peso de Engenharia, a disputa invulgar pela reitoria reflecte também «alguma insegurança quese vive nas universidades, até pelas mudanças que se adivinham no horizonte».

Altamiro Pereira

Em termos de posicionamento, Novais Barbosa assume essencialmente o compromisso daao nível de infra-estruturas, do ensino e da investigação. O ex-secretário de Estado de António Guterres e membro do Conselho Consultivo da Porto 2001, Oliveira Fernandes, quer, pela qualidade, internacionalização e afirmação da UP no país e no mundo. A candidatura deste antigo dirigente nacional da Juventude Universitária Católica só foi assumida na passada terça-feira, dois dias antes do fim do prazo.

Altamiro Pereira, 43 anos, surge assumidamente para «marcar a diferença, valorizar o capital humano da UP e promover a articulação e solidariedade entre as diversas instituições da universidade», que diz parecer mais uma Federação de Faculdades, onde é urgente tornar os processo de decisão mais transparentes e participados. O candidato vem animado para esta disputa pela recente vitória obtida nas eleições para a direcção da Faculdade de Medicina do Porto, onde é vice-presidente.

Três candidatos agitam Reitoria do Porto

Novais Barbosa

A UNIVERSIDADE do Porto (UP) prepara-se para viver as eleições mais agitadas dos últimos 17 anos, com três candidatos à reitoria, lutas e intrigas de bastidores entre diferentes grupos de pressão. À falta de uma lógica partidária das candidaturas, há quem se interrogue se o dilema é entrenas eleições de 17 de Julho entre Novais Barbosa, actual reitor, Oliveira Fernandes, ex-secretário de Estado de Guterres e membro do Governo de Bloco Central de Mário Soares, e Altamiro Pereira, o mais jovem catedrático de medicina da UP e que surge como «outsider» nesta corrida.

Novais Barbosa e Oliveira Fernandes, ambos de engenharia, têm em comum o facto de terem sido vice-reitores da equipa de Alberto Amaral e de recolherem apoios na área socialista. Barbosa tem o apoio de Daniel Bessa, presidente da Escola de Gestão do Porto, Fernandes o de Teresa Lago, actual deputada socialista e apontada como a principal impulsionadora desta candidatura.

Em 1991, Novais substituiu Fernandes no cargo de vice-reitor, depois de este ter entrado em choque com Amaral, que acabou por exonerá-lo. Fernandes processou o reitor e pediu mesmo uma indemnização, mas os tribunais não lhe deram razão. Há quatro anos, o PS ainda ensaiou uma candidatura alternativa a Barbosa, em torno de um outro homem de engenharia, Marques dos Santos, que surge agora na equipa do actual reitor.

Oliveira Fernandes

A separação de águas entre dois grupos que têm convivido bem nas duas últimas décadas, forçada pelo aparecimento de um independente, é uma das explicações que circula na UP para o facto de terem aparecido três nomes, caso inédito desde 1985 - ano em que Alberto Amaral iniciou o primeiro de três mandatos na reitoria.

No entanto, alguns membros da academia avançam outras explicações para esta disputa apertada, como o facto de Novais Barbosa, acusado de ter uma gestão cinzenta e pouco dinâmica, ter somado alguns problemas, designadamente com a Associação Empresarial de Portugal, depois do falhanço da parceria na Escola de Gestão, e com a própria presidente da Porto 2001, cuja filha tentou integrar o corpo docente da UP, depois de Letras ter negado equivalência ao seu doutoramento em Londres.

Numa universidade com 14 faculdades e 27 mil alunos, os dirigentes estudantis vêem também com atenção o facto de dois dos candidatos serem de Engenharia, «o que demonstra o peso da maior faculdade da UP», como disse ao EXPRESSO o presidente da Federação Académica do Porto, Nuno Mendes. Para Alberto Amaral, além do peso de Engenharia, a disputa invulgar pela reitoria reflecte também «alguma insegurança quese vive nas universidades, até pelas mudanças que se adivinham no horizonte».

Altamiro Pereira

Em termos de posicionamento, Novais Barbosa assume essencialmente o compromisso daao nível de infra-estruturas, do ensino e da investigação. O ex-secretário de Estado de António Guterres e membro do Conselho Consultivo da Porto 2001, Oliveira Fernandes, quer, pela qualidade, internacionalização e afirmação da UP no país e no mundo. A candidatura deste antigo dirigente nacional da Juventude Universitária Católica só foi assumida na passada terça-feira, dois dias antes do fim do prazo.

Altamiro Pereira, 43 anos, surge assumidamente para «marcar a diferença, valorizar o capital humano da UP e promover a articulação e solidariedade entre as diversas instituições da universidade», que diz parecer mais uma Federação de Faculdades, onde é urgente tornar os processo de decisão mais transparentes e participados. O candidato vem animado para esta disputa pela recente vitória obtida nas eleições para a direcção da Faculdade de Medicina do Porto, onde é vice-presidente.

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