"Verdes" querem eliminar discriminação das mulheres nos manuais escolares

14-08-2004
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"Verdes" Querem Eliminar Discriminação das Mulheres nos Manuais Escolares

Sábado, 03 de Julho de 2004 Projecto de lei discutido ontem no Parlamento propõe despistagem de conteúdos sexistas e discriminatórios Isabel Leiria Contribuir para a abolição de todas as formas de discriminação em relação às mulheres, especificamente através da "despistagem de conteúdos sexistas e discriminatórios que ainda subsistem nos manuais escolares" é o objectivo de um projecto de lei apresentado pelo partido "Os Verdes", discutido ontem no Parlamento e que mereceu a concordância genérica de todos os partidos. "Os Verdes" consideram que, quer no discurso quer na linguagem visual veiculada nos manuais, continuam a estar patentes "estereótipos baseados numa divisão tradicional de papéis entre mulheres e homens". Propõe, por isso, a inclusão de um novo artigo, relativo à "despistagem de conteúdo discriminatório", no diploma que regula a adopção dos manuais. De acordo com o projecto de lei sobre a "alteração da imagem feminina nos manuais escolares", esse controlo seria feito no âmbito das comissões científico-pedagógicas já previstas e que têm como função a apreciação da qualidade dos livros (ver caixa). Para o efeito, "Os Verdes" propõe que estas comissões integrem duas representantes das organizações não governamentais que integram o Conselho Consultivo da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres. Caber-lhes-á a emissão de pareceres sobre o conteúdo dos manuais, "na óptica do respeito pelos direitos humanos, da eliminação de todas as formas de discriminação em relação às mulheres e da promoção da igualdade". Apesar de reconhecer e lamentar que os "sinais inquietantes de desigualdade e discriminação" são visíveis nas "mais variadas esferas da vida social", Isabel Castro, subscritora do projecto de lei, realça que o sistema educativo "tem de ser um dos suportes essenciais da mudança que urge operar". Sustentando a pertinência da iniciativa, a deputada do PSD Aurora Vieira citou vários exemplos de estudos que atestam a existência de discriminação nos manuais escolares. Por exemplo, uma investigação conduzida por Ana Monteiro Ferreira sobre os livros de Língua Inglesa dos 7º e 8º anos, constatou que, na representação do mundo das profissões, nenhuma mulher é bombeiro, política, jogadora de futebol, piloto, juíza, gestora, mecânica, oficial das Forças Armadas ou jornalista. Em contrapartida não existem homens enfermeiros ou bailarinos. "Embora sendo a escola mista e os currículos iguais, continua a educar-se de forma assimétrica. Permanecem nos manuais mecanismos invisíveis através dos quais se incluem e transmitem modelos de atribuição social de papéis em função do sexo e uma valorização hierarquizada dos mesmos", conclui a investigadora na tese "Desigualdades de género no actual sistema educativo. Sua influência no mercado de emprego". Para Aurora Vieira, o diploma dos "Verdes" é pois "suficientemente consensual para encontrar pontos de convergência a reunir numa solução que contribua para uma sociedade mais justa e mais moderna". O CDS-PP também anunciou a viabilização na generalidade do projecto dos "Verdes", enquanto os restantes partidos da oposição reconheceram a iniciativa como "globalmente positiva". Ministro da Educação promete avaliação Ainda durante este mês, o Ministério da Educação deverá apresentar um novo decreto-lei sobre adopção, período de vigência e controlo da qualidade dos manuais escolares. Foi este o compromisso assumido no início do ano com as editores e reafirmado recentemente ao PÚBLICO pelo ministro David Justino. Uma das críticas apontadas prende-se com o sucessivo incumprimento da lei no que respeita à obrigatoriedade da constituição de comissões científico-pedagógicas que apreciem a qualidade dos manuais. A avaliação há muito que não é feita e o volume de livros actualmente disponíveis - mais de dois mil títulos diferentes - torna a missão difícil de executar. David Justino adianta que a necessidade de avaliação por comissões especializadas vai manter-se no novo diploma mas que terá de ser definido um plano de trabalho. "Em vez de avaliarmos todos os livros ao mesmo tempo, vamos ter de fazer segmentações. A avaliação deverá ser acima de tudo orientadora, para quem produz os livros e para quem os utiliza". I.L. OUTROS TÍTULOS EM SOCIEDADE Inspector-geral do Trabalho abandona cargo

Sucessor ainda é desconhecido

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