Semanário Económico

20-11-2003
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A «cunha» atormenta Governo

10-10-2003

PS recuperou marketing do PSD: «Porque são necessárias cunhas para entrar em Medicina?»

Um antigo cartaz do PSD da última campanha eleitoral fez este princípio de tarde de sexta-feira os deputados largarem grossa gargalhada, à esquerda de regozijo, à direita de sarcasmo.

O cartaz, exibido pelo deputado socialista Augusto Santos Silva, ex-ministro da Educação do executivo de Guterres, era um "outdoor" do PSD onde se vê uma criança e a seguinte pergunta: «Mãe, porque é que a avó precisa de cunhas para ser operada?». Ora, este legado de "marketing" propagandístico levou Santos Silva a questionar Durão: «Se o senhor dizia isto na campanha, responda agora porque são necessárias cunhas para entrar em Medicina? Está o senhor primeiro-ministro em condições de garantir que controla perfeitamente o seu Governo? E quando assume as suas responsabilidades políticas?», disparou Santos Silva.

Recorde-se que a campanha eleitoral do PSD foi baseada nestes cartazes onde apareciam vários cidadãos representado várias faces da sociedade, onde eram colocadas perguntas directas sobre promessas não cumpridas, segundo so sociais-democratas, pelo governo socialista.

O cartaz da «cunha» medicinal fez com que a bancada do governo fosse a única a não sorrir. Aliás, à saída do Parlamento, Durão Barroso disse mesmo que, apesar de algumas «picardias», o debate tinha corrido «bem», com tempo útil para discutir as principais questões.

Mas foi notória a vontade da oposição atacar Durão Barroso por causa das demissões ministeriais a dois tempos.

Durão Barroso respondeu: «Quando um primeiro-ministro aceita o pedido de demissão de um ministro está a assumir totalmente as suas responsabilidades políticas. É esse o nosso entendimento», concluiu Durão.

O chefe do executivo disse ainda durante todo o debate que recebeu os pedidos de demissão dos ministros e que os aceitou. Por isso, a credibilidade do governo não poderia ser atacada: «O que nos interessa é resolver os problemas, que existem e admito-os, mas seguir em frente. Não ficar a remoer», exclamou Durão, depois de ouvir a mesma crítica várias vezes vindas do PS, PCP, Verdes e Bloco de Esquerda.

Durão não voltou a defender os seus ex-ministros e, aliás, as novas ministras que assumiram as pastas da Ciência e Ensino Superior e dos Negócios Estrangeiros foram saudadas, formal e informalmente, pela maioria dos deputados da câmara.

À saída, Teresa Patrício Gouveia, que substituiu Martins da Cruz nas Necessidades, disse apenas estar «muito tranquila e bem», neste início de funções.

Mas o primeiro-ministro viria a seguir a perguntar ao PS qual era, afinal, a sua posição sobre o eventual referendo sobre a Constituição Europeia. «O PS ainda não esclareceu a sua posição, o que é lamentável», disse Durão.

Logo a seguir, António Costa, líder da bancada socialista, pediu ao presidente da Assembleia da República que informasse «o senhor primeiro-ministro que, na passada quarta-feira, o PS deixou bem claro que não deixará que exista um referendo ao mesmo tempo que as eleições europeias» e que, por isso, o PS não está disponível para rever a Constituição nacional nesse sentido.

Na réplica, Durão pediu ao PS para «não dizer peremptoriamente "não", uma vez que o PS tem história de dizer uma coisa e acabar por fazer outra».

A «cunha» atormenta Governo

10-10-2003

PS recuperou marketing do PSD: «Porque são necessárias cunhas para entrar em Medicina?»

Um antigo cartaz do PSD da última campanha eleitoral fez este princípio de tarde de sexta-feira os deputados largarem grossa gargalhada, à esquerda de regozijo, à direita de sarcasmo.

O cartaz, exibido pelo deputado socialista Augusto Santos Silva, ex-ministro da Educação do executivo de Guterres, era um "outdoor" do PSD onde se vê uma criança e a seguinte pergunta: «Mãe, porque é que a avó precisa de cunhas para ser operada?». Ora, este legado de "marketing" propagandístico levou Santos Silva a questionar Durão: «Se o senhor dizia isto na campanha, responda agora porque são necessárias cunhas para entrar em Medicina? Está o senhor primeiro-ministro em condições de garantir que controla perfeitamente o seu Governo? E quando assume as suas responsabilidades políticas?», disparou Santos Silva.

Recorde-se que a campanha eleitoral do PSD foi baseada nestes cartazes onde apareciam vários cidadãos representado várias faces da sociedade, onde eram colocadas perguntas directas sobre promessas não cumpridas, segundo so sociais-democratas, pelo governo socialista.

O cartaz da «cunha» medicinal fez com que a bancada do governo fosse a única a não sorrir. Aliás, à saída do Parlamento, Durão Barroso disse mesmo que, apesar de algumas «picardias», o debate tinha corrido «bem», com tempo útil para discutir as principais questões.

Mas foi notória a vontade da oposição atacar Durão Barroso por causa das demissões ministeriais a dois tempos.

Durão Barroso respondeu: «Quando um primeiro-ministro aceita o pedido de demissão de um ministro está a assumir totalmente as suas responsabilidades políticas. É esse o nosso entendimento», concluiu Durão.

O chefe do executivo disse ainda durante todo o debate que recebeu os pedidos de demissão dos ministros e que os aceitou. Por isso, a credibilidade do governo não poderia ser atacada: «O que nos interessa é resolver os problemas, que existem e admito-os, mas seguir em frente. Não ficar a remoer», exclamou Durão, depois de ouvir a mesma crítica várias vezes vindas do PS, PCP, Verdes e Bloco de Esquerda.

Durão não voltou a defender os seus ex-ministros e, aliás, as novas ministras que assumiram as pastas da Ciência e Ensino Superior e dos Negócios Estrangeiros foram saudadas, formal e informalmente, pela maioria dos deputados da câmara.

À saída, Teresa Patrício Gouveia, que substituiu Martins da Cruz nas Necessidades, disse apenas estar «muito tranquila e bem», neste início de funções.

Mas o primeiro-ministro viria a seguir a perguntar ao PS qual era, afinal, a sua posição sobre o eventual referendo sobre a Constituição Europeia. «O PS ainda não esclareceu a sua posição, o que é lamentável», disse Durão.

Logo a seguir, António Costa, líder da bancada socialista, pediu ao presidente da Assembleia da República que informasse «o senhor primeiro-ministro que, na passada quarta-feira, o PS deixou bem claro que não deixará que exista um referendo ao mesmo tempo que as eleições europeias» e que, por isso, o PS não está disponível para rever a Constituição nacional nesse sentido.

Na réplica, Durão pediu ao PS para «não dizer peremptoriamente "não", uma vez que o PS tem história de dizer uma coisa e acabar por fazer outra».

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