Orlando Gaspar Queixa-se de Augusto Santos Silva
Por MÁRIO BARROS
Sexta-feira, 12 de Março de 2004
Orlando Gaspar, vereador na Câmara Municipal do Porto, apresentou uma queixa junto da Comissão Nacional de Jurisdição (CNJ) do PS, reagindo a um artigo de opinião escrito por Augusto Santos Silva, sábado passado, no PÚBLICO. O texto em causa, intitulado "Abaixo o país dos cromos!", refere os nomes de Avelino Ferreira Torres e de Alberto João Jardim, falando depois de Orlando Gaspar como sendo alguém que, "fazendo e desfazendo alianças ao sabor de nada mais do que seus humores e ganhos de momento, arrasta para o descrédito as centenas de milhares de activistas partidários [...]".
A reacção de Orlando Gaspar foi dura e o ex-presidente da concelhia do Porto do PS classifica de "atitude irresponsável" a elaboração do artigo e solicitou à CNJ a instauração de um "procedimento disciplinar", revelando ter feito chegar o seu protesto junto de Ferro Rodrigues, secretário-geral do PS.
Contactado pelo PÚBLICO, Augusto Santos Silva disse desconhecer o envio da carta de Orlando Gaspar, mas vai aguardar "tranquilamente o decorrer do processo", mostrando-se disposto a "prestar todos os esclarecimentos". Fazendo questão de lembrar que suspendeu a sua colaboração enquanto comentador político nos tempos em que foi ministro da Educação, Santos Silva garante: "Não há nenhum engenheiro Orlando Gaspar do mundo que me limite a liberdade de expressão. O meu combate pela renovação dos partidos políticos, e do meu em particular, passa por combater os cabos eleitorais que destroem os partidos."
Como resposta, Orlando Gaspar reafirmou a sua "perplexidade" por ver o seu nome incluído no artigo de opinião e lança uma questão: "Como é que uma pessoa como ele, que se diz intelectual, ex-ministro, membro da Comissão Política Nacional como eu e próximo da direcção do partido, tem o atrevimento de cometer esta irresponsabilidade?" O antigo líder da concelhia do Porto acredita que Santos Silva é alguém "que se julga iluminado", mas, mesmo assim, não está preocupado com uma eventual punição. "O que me preocupa é, como se costuma dizer, 'quem não se sente, não é filho de boa gente. Por isso, reagi, escrevendo não só à Comissão Nacional de Jurisdição, como também ao secretário-geral", disse. Ao todo, Orlando Gaspar enviou "178 cartas, porque é bom que se saibam estas coisas. Uma pessoa é agredida e não pode ficar calada". O antigo líder concelhio acrescentou ter recebido "telefonemas de pessoas do partido, que disseram não compreender o porquê" de Santos Silva ter incluído o nome de Gaspar no artigo de opinião.
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Orlando Gaspar Queixa-se de Augusto Santos Silva
Por MÁRIO BARROS
Sexta-feira, 12 de Março de 2004
Orlando Gaspar, vereador na Câmara Municipal do Porto, apresentou uma queixa junto da Comissão Nacional de Jurisdição (CNJ) do PS, reagindo a um artigo de opinião escrito por Augusto Santos Silva, sábado passado, no PÚBLICO. O texto em causa, intitulado "Abaixo o país dos cromos!", refere os nomes de Avelino Ferreira Torres e de Alberto João Jardim, falando depois de Orlando Gaspar como sendo alguém que, "fazendo e desfazendo alianças ao sabor de nada mais do que seus humores e ganhos de momento, arrasta para o descrédito as centenas de milhares de activistas partidários [...]".
A reacção de Orlando Gaspar foi dura e o ex-presidente da concelhia do Porto do PS classifica de "atitude irresponsável" a elaboração do artigo e solicitou à CNJ a instauração de um "procedimento disciplinar", revelando ter feito chegar o seu protesto junto de Ferro Rodrigues, secretário-geral do PS.
Contactado pelo PÚBLICO, Augusto Santos Silva disse desconhecer o envio da carta de Orlando Gaspar, mas vai aguardar "tranquilamente o decorrer do processo", mostrando-se disposto a "prestar todos os esclarecimentos". Fazendo questão de lembrar que suspendeu a sua colaboração enquanto comentador político nos tempos em que foi ministro da Educação, Santos Silva garante: "Não há nenhum engenheiro Orlando Gaspar do mundo que me limite a liberdade de expressão. O meu combate pela renovação dos partidos políticos, e do meu em particular, passa por combater os cabos eleitorais que destroem os partidos."
Como resposta, Orlando Gaspar reafirmou a sua "perplexidade" por ver o seu nome incluído no artigo de opinião e lança uma questão: "Como é que uma pessoa como ele, que se diz intelectual, ex-ministro, membro da Comissão Política Nacional como eu e próximo da direcção do partido, tem o atrevimento de cometer esta irresponsabilidade?" O antigo líder da concelhia do Porto acredita que Santos Silva é alguém "que se julga iluminado", mas, mesmo assim, não está preocupado com uma eventual punição. "O que me preocupa é, como se costuma dizer, 'quem não se sente, não é filho de boa gente. Por isso, reagi, escrevendo não só à Comissão Nacional de Jurisdição, como também ao secretário-geral", disse. Ao todo, Orlando Gaspar enviou "178 cartas, porque é bom que se saibam estas coisas. Uma pessoa é agredida e não pode ficar calada". O antigo líder concelhio acrescentou ter recebido "telefonemas de pessoas do partido, que disseram não compreender o porquê" de Santos Silva ter incluído o nome de Gaspar no artigo de opinião.