Coligação reage em cima da hora

12-08-2004
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Coligação Reage em Cima da Hora

Por HELENA PEREIRA

Quinta-feira, 10 de Junho de 2004

À hora que estava previsto um passeio pela baixa de Lisboa, 11 horas, o cabeça de lista da coligação Força Portugal, João de Deus Pinheiro, chegava, de gravata preta e óculos escuros, à sede de candidatura, no Campo Pequeno, para fazer uma declaração sobre a morte de Sousa Franco. A comitiva da coligação estava a preparar-se para mais uma acção de campanha, quando soube da notícia pela comunicação social. Alguns elementos da coligação ainda se dirigiram ao ponto de encontro, na Brasileira, para avisar do cancelamento as pessoas que pudessem não saber o que tinha acontecido ao candidato do PS.

Antes da declaração do cabeça de lista, cerca das 11h20, a coligação informava a comunicação social que tinha cancelado todas as acções de campanha e suspendido os tempos de antena nas rádios e televisões. A campanha tinha terminado totalmente para Deus Pinheiro - que já disse que o objectivo é ganhar nem que seja por um só voto. Ontem, estava ainda previsto um almoço com Santana Lopes. O candidato seguiria depois para os Açores, onde estaria num comício. Ao mesmo tempo, estava marcado um comício em Braga com os líderes partidários Durão Barroso e Paulo Portas. Os restantes dois dias da campanha seriam divididos entre a Póvoa do Varzim e o Porto.

O cartaz com a sigla Força Portugal, na sede de candidatura, foi tapado por um enorme pano preto, que serviu de fundo à conferência de imprensa. Acompanhado de vários membros da lista (Assunção Esteves, Ribeiro e Castro, Mota Soares, Carlos Coelho), Deus Pinheiro, afirmou-se "francamente triste" com a morte de Sousa Franco, que recordou como "um homem bom".

"É um dia triste porque morreu um homem bom e eu sinto muito e estou francamente triste", disse Deus Pinheiro, visivelmente emocionado, acrescentando que "é um dia de particular tristeza em Portugal e para a vida democrática". Deus Pinheiro lembrou ainda a "relação muito cordial" que tinha com o cabeça de lista do PS e ex-ministro das Finanças, apesar de algumas diferenças de opinião. Pouco depois, entravam na sede de campanha dois dos vice-presidentes do PSD, José Matos Correia e Helena Lopes da Costa.

O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas,, expressou, em nome do partido, "neste momento de consternação, as mais sentidas condolências à família de Sousa Franco, em particular à sua mulher, e ao PS".

O presidente do outro partido da coligação, CDS/PP, Paulo Portas, fez saber à agência Lusa que transmitiu ao PS e ao secretário-geral, Ferro Rodrigues, o seu pesar, a nível pessoal e em nome do partido, pela morte do candidato socialista às europeias. Portas, que criticou duramente Sousa Franco na campanha eleitoral, não fez declarações públicas sobre o sucedido. O porta-voz do CDS/PP, António Pires de Lima, por seu lado, considerou o dia de ontem como "um momento de dor e tristeza para a vida pública nacional.

Sousa Franco foi, na década de 70, presidente do PSD, mas esse facto não foi recordado pelos dirigentes deste partido. Uma fotografia do ex-ministro das Finanças do Governo de António Guterres, está pendurada na sede nacional do PSD ao lado da de outros ex-presidentes. Membros da coligação têm lembrado o facto de o socialista ter sido dirigente do PSD para culpá-lo de falta de coerência política.

O último acto de campanha da Força Portugal acabou por ser um jantar no Barreiro, anteontem à noite, no final de um dia frouxo pelo distrito de Setúbal. O convidado especial foi o ex-ministro e dirigente do PSD, Dias Loureiro, que tinha acusado Sousa Franco de estar "a vender a alma ao diabo", por estar na disposição "do vale tudo" para atacar os adversários, referindo-se às afirmações do socialista de que a "alma da coligação é o diabo", em alusão ao CDS-PP. Dias Loureiro afirmou ainda que "a única intenção que Sousa Franco trouxe [à campanha] foi a de tentar baixar o nível político em Portugal".

Coligação Reage em Cima da Hora

Por HELENA PEREIRA

Quinta-feira, 10 de Junho de 2004

À hora que estava previsto um passeio pela baixa de Lisboa, 11 horas, o cabeça de lista da coligação Força Portugal, João de Deus Pinheiro, chegava, de gravata preta e óculos escuros, à sede de candidatura, no Campo Pequeno, para fazer uma declaração sobre a morte de Sousa Franco. A comitiva da coligação estava a preparar-se para mais uma acção de campanha, quando soube da notícia pela comunicação social. Alguns elementos da coligação ainda se dirigiram ao ponto de encontro, na Brasileira, para avisar do cancelamento as pessoas que pudessem não saber o que tinha acontecido ao candidato do PS.

Antes da declaração do cabeça de lista, cerca das 11h20, a coligação informava a comunicação social que tinha cancelado todas as acções de campanha e suspendido os tempos de antena nas rádios e televisões. A campanha tinha terminado totalmente para Deus Pinheiro - que já disse que o objectivo é ganhar nem que seja por um só voto. Ontem, estava ainda previsto um almoço com Santana Lopes. O candidato seguiria depois para os Açores, onde estaria num comício. Ao mesmo tempo, estava marcado um comício em Braga com os líderes partidários Durão Barroso e Paulo Portas. Os restantes dois dias da campanha seriam divididos entre a Póvoa do Varzim e o Porto.

O cartaz com a sigla Força Portugal, na sede de candidatura, foi tapado por um enorme pano preto, que serviu de fundo à conferência de imprensa. Acompanhado de vários membros da lista (Assunção Esteves, Ribeiro e Castro, Mota Soares, Carlos Coelho), Deus Pinheiro, afirmou-se "francamente triste" com a morte de Sousa Franco, que recordou como "um homem bom".

"É um dia triste porque morreu um homem bom e eu sinto muito e estou francamente triste", disse Deus Pinheiro, visivelmente emocionado, acrescentando que "é um dia de particular tristeza em Portugal e para a vida democrática". Deus Pinheiro lembrou ainda a "relação muito cordial" que tinha com o cabeça de lista do PS e ex-ministro das Finanças, apesar de algumas diferenças de opinião. Pouco depois, entravam na sede de campanha dois dos vice-presidentes do PSD, José Matos Correia e Helena Lopes da Costa.

O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas,, expressou, em nome do partido, "neste momento de consternação, as mais sentidas condolências à família de Sousa Franco, em particular à sua mulher, e ao PS".

O presidente do outro partido da coligação, CDS/PP, Paulo Portas, fez saber à agência Lusa que transmitiu ao PS e ao secretário-geral, Ferro Rodrigues, o seu pesar, a nível pessoal e em nome do partido, pela morte do candidato socialista às europeias. Portas, que criticou duramente Sousa Franco na campanha eleitoral, não fez declarações públicas sobre o sucedido. O porta-voz do CDS/PP, António Pires de Lima, por seu lado, considerou o dia de ontem como "um momento de dor e tristeza para a vida pública nacional.

Sousa Franco foi, na década de 70, presidente do PSD, mas esse facto não foi recordado pelos dirigentes deste partido. Uma fotografia do ex-ministro das Finanças do Governo de António Guterres, está pendurada na sede nacional do PSD ao lado da de outros ex-presidentes. Membros da coligação têm lembrado o facto de o socialista ter sido dirigente do PSD para culpá-lo de falta de coerência política.

O último acto de campanha da Força Portugal acabou por ser um jantar no Barreiro, anteontem à noite, no final de um dia frouxo pelo distrito de Setúbal. O convidado especial foi o ex-ministro e dirigente do PSD, Dias Loureiro, que tinha acusado Sousa Franco de estar "a vender a alma ao diabo", por estar na disposição "do vale tudo" para atacar os adversários, referindo-se às afirmações do socialista de que a "alma da coligação é o diabo", em alusão ao CDS-PP. Dias Loureiro afirmou ainda que "a única intenção que Sousa Franco trouxe [à campanha] foi a de tentar baixar o nível político em Portugal".

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