"Clareza"
Ruben de Carvalho no "Diário de Notícias"
11 de Outubro de 2003
Para utilizar um lugar-comum, o PSD tem de ver se se organiza.
Em 1989, aquando da última revisão constitucional, o partido do dr. Durão Barroso defendeu a necessidade de os referendos verem demarcada «a sua natureza exclusivamente referendária sem quaisquer susceptibilidades de confusões». Pela voz da sua especialista Assunção Esteves, os sociais-democratas aprovaram taxativamente a norma, que viria a ser consagrada no texto constitucional, da não realização de referendos em períodos entre eleições gerais. Mais ainda, como é evidente, simultaneamente com eleições gerais.
Não se compreende assim como é que o líder do PSD vem agora defender o contrário do que o seu partido defendeu e que, ainda por cima, se transformou em norma constitucional que o próprio primeiro-ministro propõe que se viole!
De resto, a questão é tão óbvia que seria de supor nem sequer merecer discussão. Já se pensou na balbúrdia mediática e propagandística de fazer coincidir campanhas sobre respostas referendárias com o apelo ao voto nos candidatos dos vários partidos ao Parlamento Europeu, tudo com propostas diferentes nos respectivos programas, na postura face às questões europeias, etc? A clareza das opções também é uma necessidade da democracia.
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"Clareza"
Ruben de Carvalho no "Diário de Notícias"
11 de Outubro de 2003
Para utilizar um lugar-comum, o PSD tem de ver se se organiza.
Em 1989, aquando da última revisão constitucional, o partido do dr. Durão Barroso defendeu a necessidade de os referendos verem demarcada «a sua natureza exclusivamente referendária sem quaisquer susceptibilidades de confusões». Pela voz da sua especialista Assunção Esteves, os sociais-democratas aprovaram taxativamente a norma, que viria a ser consagrada no texto constitucional, da não realização de referendos em períodos entre eleições gerais. Mais ainda, como é evidente, simultaneamente com eleições gerais.
Não se compreende assim como é que o líder do PSD vem agora defender o contrário do que o seu partido defendeu e que, ainda por cima, se transformou em norma constitucional que o próprio primeiro-ministro propõe que se viole!
De resto, a questão é tão óbvia que seria de supor nem sequer merecer discussão. Já se pensou na balbúrdia mediática e propagandística de fazer coincidir campanhas sobre respostas referendárias com o apelo ao voto nos candidatos dos vários partidos ao Parlamento Europeu, tudo com propostas diferentes nos respectivos programas, na postura face às questões europeias, etc? A clareza das opções também é uma necessidade da democracia.