Oposição espera "partida para contestação sistemática"

07-03-2004
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Oposição Espera "Partida para Contestação Sistemática"

Por N.S.L.

Sexta-feira, 23 de Janeiro de 2004 Os partidos da oposição esperam que a greve de hoje represente o início da contestação aberta ao Governo. A adesão esperada para esta paralisação é destacada pelos partidos como representativo da escalada do descontentamento em relação às políticas de direita do PSD e CDS. Artur Penedos, deputado socialista, destaca precisamente na iniciativa o facto de ser feita "com todos os quadrantes político-ideológicos". Uma situação que no seu entendimento resulta da forma como o Governo tratou a administração pública. Lembrou que a legislação aprovada pela direita mais não era que uma "atitude de afrontamento aos direitos que a Constituição consagra". Por isso, acrescenta, é compreensível que a "reacção dos trabalhadores seja uma reacção tendente a fazer ver ao Governo que este caminho não é o mais correcto". O comunista Jerónimo de Sousa, depois de expressar "profunda compreensão e solidariedade pelos objectivos" da greve, afirmou ser "inevitável o direito à indignação". Para este deputado, a legislação aprovada pelo Governo mais não é que "uma campanha de ofensa que tem vindo a denegrir a imagem dos trabalhadores. Dá como exemplo medidas como o sistema de aposentações, a legislação da administração pública e o congelamento dos salários da função pública. Foi Francisco Louçã, do BE, quem expressou mais vivamente a expectativa sobre as consequências da greve: "Espero que não seja uma ponte mas antes ponto de partida para uma contestação sistemática. O mais importante é saber se ela marca o reacendimento do movimento reivindicativo num país ainda em choque." Louçã destacou o facto de "sectores que nunca tinham participado numa greve desde o 25 de Abril" fazerem agora parte dos aderentes. O dirigente bloquista assinala a adesão de sectores estratégicos como os hospitais, a educação e a admnistração local. Também o líder da Nova Democracia reagiu à greve, manifestando vontade de aderir à paralisação dos funcionários públicos em protesto contra o que classificou de "assalto à mão armada à classe média". "Nunca na minha vida fiz uma greve ou, enquanto trabalhador que sou por conta de outrém, dei uma falta injustificada, mas confesso que se há pessoa a quem apetecia fazer greve era a mim", disse à Lusa Manuel Monteiro. O ex-presidente do CDS/PP manifestou a vontade de fazer uma "greve de protesto" contra a "vaga de aumentos", que considerou configurarem "uma situação de esbulho e de assalto ao bolso de quem trabalha". Segundo Monteiro, Portugal tem vindo a assistir a "uma espécie de assalto à mão armada à classe média portuguesa", quer através do "aumento de impostos, directos e indirectos, quer através do aumento do preço dos transportes". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE $Prova de fogo para a reforma da Administração

"Funcionários públicos sabem que o Governo quer melhorar as suas condições de trabalho no futuro"

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Sexta-feira, 23 de Janeiro de 2004 Os partidos da oposição esperam que a greve de hoje represente o início da contestação aberta ao Governo. A adesão esperada para esta paralisação é destacada pelos partidos como representativo da escalada do descontentamento em relação às políticas de direita do PSD e CDS. Artur Penedos, deputado socialista, destaca precisamente na iniciativa o facto de ser feita "com todos os quadrantes político-ideológicos". Uma situação que no seu entendimento resulta da forma como o Governo tratou a administração pública. Lembrou que a legislação aprovada pela direita mais não era que uma "atitude de afrontamento aos direitos que a Constituição consagra". Por isso, acrescenta, é compreensível que a "reacção dos trabalhadores seja uma reacção tendente a fazer ver ao Governo que este caminho não é o mais correcto". O comunista Jerónimo de Sousa, depois de expressar "profunda compreensão e solidariedade pelos objectivos" da greve, afirmou ser "inevitável o direito à indignação". Para este deputado, a legislação aprovada pelo Governo mais não é que "uma campanha de ofensa que tem vindo a denegrir a imagem dos trabalhadores. Dá como exemplo medidas como o sistema de aposentações, a legislação da administração pública e o congelamento dos salários da função pública. Foi Francisco Louçã, do BE, quem expressou mais vivamente a expectativa sobre as consequências da greve: "Espero que não seja uma ponte mas antes ponto de partida para uma contestação sistemática. O mais importante é saber se ela marca o reacendimento do movimento reivindicativo num país ainda em choque." Louçã destacou o facto de "sectores que nunca tinham participado numa greve desde o 25 de Abril" fazerem agora parte dos aderentes. O dirigente bloquista assinala a adesão de sectores estratégicos como os hospitais, a educação e a admnistração local. Também o líder da Nova Democracia reagiu à greve, manifestando vontade de aderir à paralisação dos funcionários públicos em protesto contra o que classificou de "assalto à mão armada à classe média". "Nunca na minha vida fiz uma greve ou, enquanto trabalhador que sou por conta de outrém, dei uma falta injustificada, mas confesso que se há pessoa a quem apetecia fazer greve era a mim", disse à Lusa Manuel Monteiro. O ex-presidente do CDS/PP manifestou a vontade de fazer uma "greve de protesto" contra a "vaga de aumentos", que considerou configurarem "uma situação de esbulho e de assalto ao bolso de quem trabalha". Segundo Monteiro, Portugal tem vindo a assistir a "uma espécie de assalto à mão armada à classe média portuguesa", quer através do "aumento de impostos, directos e indirectos, quer através do aumento do preço dos transportes". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE $Prova de fogo para a reforma da Administração

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