TSD apelam à substituição da administração da TAP

12-08-2002
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TSD Apelam à Substituição da Administração da TAP

Por DIANA RALHA

Quinta-feira, 8 de Agosto de 2002

Alegada "perseguição" a sociais-democratas

Dados estatísticos europeus desmentem algumas das acusações do sindicato à administração da transportadora

O secretário-geral dos Trabalhadores Social Democratas (TSD), Arménio Santos, enumerou ontem, em conferência de imprensa, um rol de acusações à administração da TAP, reclamando ao Governo a sua substituição imediata. O sindicato teceu duras críticas às opções de gestão tomadas pela equipa liderada por Fernando Pinto e afirmou que a transportadora aérea nacional está à beira da falência técnica, por os seus capitais próprios não atingirem os sete milhões de euros, quando o Código das Sociedades Comerciais aponta como limite mínimo metade do capital social - que, no caso da TAP, deveria ser de 125 milhões de euros.

"A administração da TAP sempre usou bem o 'marketing' na promoção da sua imagem, mas os resultados são demolidores e não há cosmética que lhe valha", afirmou Arménio Santos, que foi tecendo um cenário apocalíptico na TAP, durante a conferência de imprensa, apontando que os índices de ocupação dos aviões, com a excepção da linha de Angola, são mais baixos que em 2001, assim como as receitas médias. Referiu, também, que o volume de receitas é pior do que o previsto e, quantos às opções estratégicas, os TSD criticam a aposta da actual administração no mercado brasileiro e o fecho das linhas da América do Norte e África do Sul, "que garantiam o nosso mercado étnico".

Arménio Santos acusou, ainda, a administração da TAP de não ter promovido uma reestruturação e racionalização de custos, após os atentados de 11 de Setembro, como fizeram a maioria das congéneres mundiais, o que levou a transportadora nacional à actual situação: "Com o mercado favorável, a generalidade das companhias têm lucros como há anos não acontecia e a TAP apresenta maus resultados. Situação que levou "a empresa, para fazer face às dificuldades financeiras, a contrair um empréstimo de cerca de 120 milhões de euros, dando como garantia quatro aviões Airbus 340". Da lista de acusações destaca-se, igualmente, a grave acusação de que a administração está a perseguir e intimidar trabalhadores simpatizantes do PSD.

Oficialmente, a TAP recusou-se a comentar as acusações, sugerindo apenas uma consulta ao "site" da Associação Europeia das Companhias Aéreas (AEA). As estatísticas desta associação contrariam a afirmação de que o mercado está a atravessar uma "época favorável": em Junho, o tráfego de passageiros esteve em queda 7,8 por cento face ao período homólogo de 2001 e, contabilizando o primeiro semestre, a queda totaliza os 10,1 por cento. Em termos de capacidade, a quebra de Junho foi de 10,8 por cento e a semestral cifrou-se em 13 por cento. O índice de ocupação média cresceu 2,4 por cento. O tráfego da TAP cresceu, contudo, 6,9 por cento homólogos e a capacidade da transportadora aérea aumentou em 4,6 por cento. A ocupação média registou um aumento de 1,5 por cento, 0,9 por cento abaixo da média da AEA.

Existem, ainda, outras imprecisões no discurso do responsável dos TSD: o empréstimo contraído pela TAP foi, não de 120 mas de cem milhões de euros, e foram dados como garantia três, e não quatro Airbus 340. A TAP voa diariamente para Nova Iorque e não fechou a linha da África do Sul. De facto, o volume de receitas da TAP está abaixo do previsto, mas não são as receitas médias que estão abaixo do nível do ano passado, mas sim a tarifa média.

TSD Apelam à Substituição da Administração da TAP

Por DIANA RALHA

Quinta-feira, 8 de Agosto de 2002

Alegada "perseguição" a sociais-democratas

Dados estatísticos europeus desmentem algumas das acusações do sindicato à administração da transportadora

O secretário-geral dos Trabalhadores Social Democratas (TSD), Arménio Santos, enumerou ontem, em conferência de imprensa, um rol de acusações à administração da TAP, reclamando ao Governo a sua substituição imediata. O sindicato teceu duras críticas às opções de gestão tomadas pela equipa liderada por Fernando Pinto e afirmou que a transportadora aérea nacional está à beira da falência técnica, por os seus capitais próprios não atingirem os sete milhões de euros, quando o Código das Sociedades Comerciais aponta como limite mínimo metade do capital social - que, no caso da TAP, deveria ser de 125 milhões de euros.

"A administração da TAP sempre usou bem o 'marketing' na promoção da sua imagem, mas os resultados são demolidores e não há cosmética que lhe valha", afirmou Arménio Santos, que foi tecendo um cenário apocalíptico na TAP, durante a conferência de imprensa, apontando que os índices de ocupação dos aviões, com a excepção da linha de Angola, são mais baixos que em 2001, assim como as receitas médias. Referiu, também, que o volume de receitas é pior do que o previsto e, quantos às opções estratégicas, os TSD criticam a aposta da actual administração no mercado brasileiro e o fecho das linhas da América do Norte e África do Sul, "que garantiam o nosso mercado étnico".

Arménio Santos acusou, ainda, a administração da TAP de não ter promovido uma reestruturação e racionalização de custos, após os atentados de 11 de Setembro, como fizeram a maioria das congéneres mundiais, o que levou a transportadora nacional à actual situação: "Com o mercado favorável, a generalidade das companhias têm lucros como há anos não acontecia e a TAP apresenta maus resultados. Situação que levou "a empresa, para fazer face às dificuldades financeiras, a contrair um empréstimo de cerca de 120 milhões de euros, dando como garantia quatro aviões Airbus 340". Da lista de acusações destaca-se, igualmente, a grave acusação de que a administração está a perseguir e intimidar trabalhadores simpatizantes do PSD.

Oficialmente, a TAP recusou-se a comentar as acusações, sugerindo apenas uma consulta ao "site" da Associação Europeia das Companhias Aéreas (AEA). As estatísticas desta associação contrariam a afirmação de que o mercado está a atravessar uma "época favorável": em Junho, o tráfego de passageiros esteve em queda 7,8 por cento face ao período homólogo de 2001 e, contabilizando o primeiro semestre, a queda totaliza os 10,1 por cento. Em termos de capacidade, a quebra de Junho foi de 10,8 por cento e a semestral cifrou-se em 13 por cento. O índice de ocupação média cresceu 2,4 por cento. O tráfego da TAP cresceu, contudo, 6,9 por cento homólogos e a capacidade da transportadora aérea aumentou em 4,6 por cento. A ocupação média registou um aumento de 1,5 por cento, 0,9 por cento abaixo da média da AEA.

Existem, ainda, outras imprecisões no discurso do responsável dos TSD: o empréstimo contraído pela TAP foi, não de 120 mas de cem milhões de euros, e foram dados como garantia três, e não quatro Airbus 340. A TAP voa diariamente para Nova Iorque e não fechou a linha da África do Sul. De facto, o volume de receitas da TAP está abaixo do previsto, mas não são as receitas médias que estão abaixo do nível do ano passado, mas sim a tarifa média.

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