Movimentos pelo "não" agitados nos últimos dias

07-03-2004
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Movimentos pelo "Não" Agitados nos Últimos Dias

Por H.P.

Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2003 A deputada do PSD Isilda Pegado, ligada a movimentos de defesa da vida e ao movimento católico Comunhão e Libertação, criticou ontem ao PÚBLICO as posições assumidas pelos partidos de esquerda e as declarações do bispo do Porto sobre a descriminalização do aborto. Criticando a esquerda "iluminada que se julga capaz de ultrapassar a vontade do povo português", a deputada afirmou que "despenalização e descriminalização são exactamente sinónimos, não vale a pena brincar com as palavras". Sobre as declarações do bispo do Porto, afirmou que respeita quando Armindo Lopes Coelho fala de doutrina da Igreja, mas que "quando faz comentários políticos" merece-lhe "tanta credibilidade como qualquer outro comentador", recordando que este também já se pronunciou publicamente sobre o caso de Fátima Felgueiras e a guerra de Pinto da Costa e Rui Rio. "O facto de o aborto ser penalizado tem acima de tudo o principal objectivo de declarar que o Estado português defende ao mais alto nível a vida humana, é uma questão cultural e de civilização, a protecção do direito à vida", disse, considerando não haver lugar a excepções. "Senão caímos na barbárie", acrescentou. Durante a campanha do referendo em 1998, Isilda Pegado participou no movimento Vida Oeste, faz ainda parte da direcção de juristas católicos. Tal como esta deputada, o PSD foi buscar para as listas de deputados de 2002 outra pessoa envolvida em movimentos cívicos que se empenharam muito durante a campanha do referendo em 1998. É o caso de António Pinheiro Torres, que reconheceu ontem que estes movimentos viveram dias agitados devido às recentes declarações de abertura por parte do PSD e do CDS. "É natural que as pessoas tenham falado umas com as outras para as sensibilizar para isso", disse. É contra a descriminalização porque considera que isso passaria a mensagem de liberalização, como julga ter acontecido com as drogas, e considera que o tribunal tem que julgar as mulheres em função das circunstâncias. Por isso, são muitas vezes ilibadas. "Se uma mulher, em plena liberdade e consciência, a quem foram dadas todas as condições comete um aborto, não acho mal que seja penalizada", disse. O deputado, que também pertence ao movimento Comunhão e Libertação, à direcção do Juntos pela Vida e à associação Ajuda de Berço, critica o PS por apresentar uma iniciativa de descriminalização, ignorando o estudo que está a começar a ser feito sobre o aborto por iniciativa do Parlamento e o BE por "montar um espectáculo" frente ao tribunal de Aveiro. "Foi um teste ao acordo, a esquerda percebeu que isto é um tema em que consegue fazer mal à maioria. É repugnante, não é para ser usado assim", disse. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Descriminalização do aborto volta à Assembleia em 2004

"O que interessa é o que pensa o primeiro-ministro"

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