Intervenção do Deputado Bernardino Soares

04-01-2005
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Congresso do Partido Socialista

Intervenção de Bernardino Soares

6 de Outubro de 2004

Sr. Presidente,

Sr. Deputado António José Seguro

Quero, em primeiro lugar, saudá-lo, e ao Partido Socialista, pelo Congresso que realizaram, saudar o Sr. Deputado José Sócrates pela sua eleição, bem como a toda a nova Direcção do Partido Socialista, e saudá-los ainda pelo debate que travaram e pela aprovação das novas orientações reflectidas no Congresso.

Sr. Deputado António José Seguro, é verdade — isto foi dito no vosso Congresso e hoje, aqui, nesta Assembleia — que este Governo é do que pior há para Portugal. Convergimos nesta crítica e na ideia de que este Governo está a pôr em causa direitos fundamentais dos portugueses, está a contribuir para o aumento do desemprego, está a contribuir, com a sua obsessão pelo défice e com a sua má gestão das contas públicas, para o afundar da nossa economia e para aumentar a dificuldade da sua recuperação, tem dado um contributo decisivo para a degradação da escola pública — e ainda hoje vamos debater esta matéria — e para a degradação da situação na saúde e, em tantas outras matérias, tem dado um contributo para o retrocesso social, económico e político como já não se via desde o 25 de Abril. Esta é uma análise justa daquilo que é a política deste Governo e desta maioria.

É verdade também — e isto também foi salientado no Congresso do Partido Socialista — que há entre nós, entre o PCP e o Partido Socialista, divergências de opinião em relação a muitas matérias, designa-damente em relação à Europa e às privatizações. Curiosamente, muitas destas divergências são precisa-mente naquelas áreas onde há convergências entre VV. Ex. as e o PSD ou, de uma forma mais ampla, a direita.

Portanto, o que julgo que os portugueses também querem saber, em face do debate que continuaremos a travar na oposição a este Governo, na Assembleia da República e no País, é se se pode gerar, mais do que a procura de novas fronteiras, a conquista de novas políticas. É que estou convencido de que os por-tugueses não querem apenas outro governo com as mesmas políticas, como se demonstrou na oposição que continuam a ter em relação a este segundo Governo do PSD e do CDS-PP; o que os portugueses querem, e do que precisam, são novas políticas, outras políticas, políticas diferentes que rompam com a política da direita e com a política de direita, feita ela por quem for.

Por isso, Sr. Deputado António José Seguro, quero dizer-lhe que continuaremos, como até aqui, a procurar a convergência em todas as matérias em que ela for útil e necessária para combater esta direita e este Governo, que têm gerido os destinos do País de forma desastrosa. E continuaremos a pugnar por uma mudança que seja uma verdadeira alternativa política, uma verdadeira alteração nas políticas, que não se fique, como noutros momentos, no passado, por uma alternância que acaba por não satisfazer os justos desejos de mudança do povo português.

Congresso do Partido Socialista

Intervenção de Bernardino Soares

6 de Outubro de 2004

Sr. Presidente,

Sr. Deputado António José Seguro

Quero, em primeiro lugar, saudá-lo, e ao Partido Socialista, pelo Congresso que realizaram, saudar o Sr. Deputado José Sócrates pela sua eleição, bem como a toda a nova Direcção do Partido Socialista, e saudá-los ainda pelo debate que travaram e pela aprovação das novas orientações reflectidas no Congresso.

Sr. Deputado António José Seguro, é verdade — isto foi dito no vosso Congresso e hoje, aqui, nesta Assembleia — que este Governo é do que pior há para Portugal. Convergimos nesta crítica e na ideia de que este Governo está a pôr em causa direitos fundamentais dos portugueses, está a contribuir para o aumento do desemprego, está a contribuir, com a sua obsessão pelo défice e com a sua má gestão das contas públicas, para o afundar da nossa economia e para aumentar a dificuldade da sua recuperação, tem dado um contributo decisivo para a degradação da escola pública — e ainda hoje vamos debater esta matéria — e para a degradação da situação na saúde e, em tantas outras matérias, tem dado um contributo para o retrocesso social, económico e político como já não se via desde o 25 de Abril. Esta é uma análise justa daquilo que é a política deste Governo e desta maioria.

É verdade também — e isto também foi salientado no Congresso do Partido Socialista — que há entre nós, entre o PCP e o Partido Socialista, divergências de opinião em relação a muitas matérias, designa-damente em relação à Europa e às privatizações. Curiosamente, muitas destas divergências são precisa-mente naquelas áreas onde há convergências entre VV. Ex. as e o PSD ou, de uma forma mais ampla, a direita.

Portanto, o que julgo que os portugueses também querem saber, em face do debate que continuaremos a travar na oposição a este Governo, na Assembleia da República e no País, é se se pode gerar, mais do que a procura de novas fronteiras, a conquista de novas políticas. É que estou convencido de que os por-tugueses não querem apenas outro governo com as mesmas políticas, como se demonstrou na oposição que continuam a ter em relação a este segundo Governo do PSD e do CDS-PP; o que os portugueses querem, e do que precisam, são novas políticas, outras políticas, políticas diferentes que rompam com a política da direita e com a política de direita, feita ela por quem for.

Por isso, Sr. Deputado António José Seguro, quero dizer-lhe que continuaremos, como até aqui, a procurar a convergência em todas as matérias em que ela for útil e necessária para combater esta direita e este Governo, que têm gerido os destinos do País de forma desastrosa. E continuaremos a pugnar por uma mudança que seja uma verdadeira alternativa política, uma verdadeira alteração nas políticas, que não se fique, como noutros momentos, no passado, por uma alternância que acaba por não satisfazer os justos desejos de mudança do povo português.

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