Governo desmente Exército no Iraque

31-05-2004
marcar artigo

Governo Desmente Exército no Iraque

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Sexta-feira, 16 de Abril de 2004 "Temos uma participação bem definida, que é contribuir com uma força de segurança", disse ontem o ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, reagindo à notícia do "DN" segundo a qual se pondera o envio para o Iraque de forças militares. A afirmação significa que agora está, mais do que nunca, afastado o cenário do envio de uma força militar. O ministro da Defesa, Paulo Portas, confirmou: "O ministro da Administração Interna disse tudo e disse a verdade". Falando à margem de um debate sobre florestas promovido por Jorge Sampaio em Portalegre, Figueiredo Lopes disse que o envio de tropas do Exército para o Iraque não é uma questão que esteja decidida, ou sequer discutida, a nível internacional. "A intenção do Governo é não retirar as forças da GNR e é manter o apoio ao esforço de estabilização e de paz que todos os Estados envolvidos estão a fazer", disse o titular da Administração Interna. Anteontem, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, o ministro sublinhou que uma das funções do contingente português é formar os futuros polícias iraquianos. Entretanto, os grupos parlamentares do PCP e do Bloco de Esquerda voltaram a defender a retirada da GNR do Iraque ontem na Assembleia da República. O primeiro a intervir sobre este assunto foi António Filipe, do PCP, que apelou ao Governo para deixar de lado "a atitude de seguidismo" em relação aos EUA e retire. Já o BE apresentou mesmo um projecto de resolução aconselhando o Governo a sair, iniciativa que será seguramente chumbada pela maioria, mas que não receberá o apoio do PS, que, aliás, nem participou na discussão. António Filipe criticou a hipótese de para o Iraque irem elementos das Forças Armadas e, acusando o Governo de contradição, lembrou que, de acordo com o que o Governo afirmou no passado, "Portugal não ia participar na guerra mas na reconstrução do pós-guerra, a GNR não teria missões tipicamente militares mas antes policiais e o cenário que iria encontrar não seria de hostilização mas de aceitação, quando não de acolhimento triunfal por parte das populações". Isto para acrescentar que "há um cenário de guerra e o Governo recusa-se a encarar essa realidade". Em resposta ao PCP, João Rebelo, do CDS, lembrou que o Governo age "em consonância com o Presidente da República" e "mantém a mesma visão, a de que os países devem contribuir para a paz e estabilidade do Iraque, e é isso que o contingente da GNR está a fazer". E defendeu que "quem não quer a paz são as forças que não estão presentes". Já Vieira de Castro, do PSD, lembrou que Portugal está no Iraque "ao abrigo de resolução da ONU para contribuir para a manutenção da ordem pública". E sugeriu: "Os senhores. que tantas vezes fazem apelo ao senhor Presidente da República, reflictam sobre o que ele tem dito." Já depois do PCP ter puxado o assunto à discussão, Francisco Louçã, do BE, apresentou o projecto de resolução, acusando o Governo de de "embarcar numa guerra colonial de que tinha saudades de 30 anos". E criticando a situação criada pela ocupação, sustentou: "Depois de 30 de Junho o que teremos é uma autoridade iraquiana escolhida pelos ocupantes. Ou seja, vai manter-se a situação de falta de legitimidade." OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Europa recusa a trégua de Bin Laden para dividir o Ocidente

"Parem de nos matar, nós paramos de vos matar"

As novas marcas da violência iraquiana

Euforia no Japão e consternação em Itália pelo destino dos reféns

Rússia começou a retirar técnicos do Iraque

Blair visita Bush para "encontro de crise"

Governo desmente Exército no Iraque

Governo Desmente Exército no Iraque

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Sexta-feira, 16 de Abril de 2004 "Temos uma participação bem definida, que é contribuir com uma força de segurança", disse ontem o ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, reagindo à notícia do "DN" segundo a qual se pondera o envio para o Iraque de forças militares. A afirmação significa que agora está, mais do que nunca, afastado o cenário do envio de uma força militar. O ministro da Defesa, Paulo Portas, confirmou: "O ministro da Administração Interna disse tudo e disse a verdade". Falando à margem de um debate sobre florestas promovido por Jorge Sampaio em Portalegre, Figueiredo Lopes disse que o envio de tropas do Exército para o Iraque não é uma questão que esteja decidida, ou sequer discutida, a nível internacional. "A intenção do Governo é não retirar as forças da GNR e é manter o apoio ao esforço de estabilização e de paz que todos os Estados envolvidos estão a fazer", disse o titular da Administração Interna. Anteontem, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, o ministro sublinhou que uma das funções do contingente português é formar os futuros polícias iraquianos. Entretanto, os grupos parlamentares do PCP e do Bloco de Esquerda voltaram a defender a retirada da GNR do Iraque ontem na Assembleia da República. O primeiro a intervir sobre este assunto foi António Filipe, do PCP, que apelou ao Governo para deixar de lado "a atitude de seguidismo" em relação aos EUA e retire. Já o BE apresentou mesmo um projecto de resolução aconselhando o Governo a sair, iniciativa que será seguramente chumbada pela maioria, mas que não receberá o apoio do PS, que, aliás, nem participou na discussão. António Filipe criticou a hipótese de para o Iraque irem elementos das Forças Armadas e, acusando o Governo de contradição, lembrou que, de acordo com o que o Governo afirmou no passado, "Portugal não ia participar na guerra mas na reconstrução do pós-guerra, a GNR não teria missões tipicamente militares mas antes policiais e o cenário que iria encontrar não seria de hostilização mas de aceitação, quando não de acolhimento triunfal por parte das populações". Isto para acrescentar que "há um cenário de guerra e o Governo recusa-se a encarar essa realidade". Em resposta ao PCP, João Rebelo, do CDS, lembrou que o Governo age "em consonância com o Presidente da República" e "mantém a mesma visão, a de que os países devem contribuir para a paz e estabilidade do Iraque, e é isso que o contingente da GNR está a fazer". E defendeu que "quem não quer a paz são as forças que não estão presentes". Já Vieira de Castro, do PSD, lembrou que Portugal está no Iraque "ao abrigo de resolução da ONU para contribuir para a manutenção da ordem pública". E sugeriu: "Os senhores. que tantas vezes fazem apelo ao senhor Presidente da República, reflictam sobre o que ele tem dito." Já depois do PCP ter puxado o assunto à discussão, Francisco Louçã, do BE, apresentou o projecto de resolução, acusando o Governo de de "embarcar numa guerra colonial de que tinha saudades de 30 anos". E criticando a situação criada pela ocupação, sustentou: "Depois de 30 de Junho o que teremos é uma autoridade iraquiana escolhida pelos ocupantes. Ou seja, vai manter-se a situação de falta de legitimidade." OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Europa recusa a trégua de Bin Laden para dividir o Ocidente

"Parem de nos matar, nós paramos de vos matar"

As novas marcas da violência iraquiana

Euforia no Japão e consternação em Itália pelo destino dos reféns

Rússia começou a retirar técnicos do Iraque

Blair visita Bush para "encontro de crise"

Governo desmente Exército no Iraque

marcar artigo