Dos 'chips' aos cartões de plástico

11-04-2002
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As empresas portuguesas na CeBIT 2002 (I)

Dos 'Chips' Aos Cartões de Plástico

Por ISABEL GORJÃO SANTOS

Segunda-feira, 1 de Abril de 2002 A CeBIT contou este ano com a participação de onze empresas portuguesas. Dos circuitos integrados ao "software" empresarial, passando pelos programas para concepção de cartões de plástico e outras novidades, as empresas nacionais não quiseram deixar de estar presentes na maior feira de tecnologia do mundo, que decorreu de 13 a 20 de Março, em Hanover (Alemanha). Algumas juntaram-se no "stand" do ICEP, outras em espaço próprio, num dos quase 30 pavilhões. Em geral satisfeitas com a sua localização e os contactos que a feira lhes proporcionou, as empresas portuguesas consideraram estratégica a sua presença na CeBIT e pretendem voltar no próximo ano. No que diz respeito ao "stand" do ICEP, a presença portuguesa foi totalmente renovada. Concluído um ciclo de três anos que o ICEP considerou indispensável para a consolidação da participação na feira, houve uma renovação das empresas portuguesas, algumas das quais se estrearam agora na CeBIT. Não que as que participaram em anos anteriores tenham deixado de ir: algumas "partiram" para os pavilhões das respectivas áreas tecnológicas, apresentando-se com "stands" maiores e mais vistosos. "O ideal para a participação das empresas no 'stand' do ICEP é três anos consecutivos - um para fazer contactos, outro para estabilizar e um terceiro para consolidar", explicou José Cardoso, da Direcção de Comércio e Internacionalização do ICEP. A Associação Nacional das Empresas das Tecnologias de Informação e Electrónica (Anetie), que organizou a participação portuguesa juntamente com o ICEP, considera que a presença na CeBIT é crucial para a internacionalização das empresas portuguesas da área das tecnologias de informação (TI). "É uma boa oportunidade para verem se as suas estratégias e produtos são as melhores", explicou a Computadores José Santos Martinho, secretário-geral da Anetie. Uma das empresas presentes no "stand" do ICEP foi a Chipidea, cuja actividade se centra no desenho e concepção de circuitos integrados, sobretudo usados em produtos como telemóveis e modems de alta velocidade. Entre os seus clientes estão empresas como a Motorola, a Philips ou a Toshiba. Uma das novidades apresentadas na CeBIT foi um descodificador de formato MP3 - segundo António Costa, gestor de projecto na Chipidea, "aquilo a que chamamos um desenho de referência, que pode ser utilizado por um fabricante para introduzir num só 'chip' um descodificador de MP3". O descodificador de MP3 concebido pela Chipidea é constituído por duas placas. Um dos "chips" foi já concebido para um cliente, mas o outro é novo e foi totalmente desenhado pela empresa. A utilidade deste trabalho é diversa: "Há muitas rádios na Internet e poderá existir um 'chip' que permita ouvir essas rádios e ouvir MP3 pela Internet", explicou António Costa. A proposta da Chipidea poderá também ser utilizada para difusão de áudio digital, nomeadamente para rádios digitais para automóveis. Mas a Chipidea levou à CeBIT outras novidades, como uma plataforma de demonstração para aplicações de áudio e de voz. "Através do PC, podemos controlar todas as funcionalidades do 'chip', e ver, nos gráficos, tudo o que está a acontecer", disse António Costa. Foi a primeira presença da Chipidea na CeBIT e os seus responsáveis consideram que "foi bastante motivador contactar com outras empresas". António Costa mostrou-se satisfeito com os contactos efectuados, alguns dos quais deverão resultar em negócios: "Foi uma participação muito positiva, e aprendeu-se muito". A Chipidea exporta a totalidade da sua facturação e tem gabinetes de desenvolvimento no Reino Unido, na Polónia e em Macau. Também para a Microfil esta foi a primeira vez na CeBIT. Gina Francisco, directora de "marketing" da empresa, considera que esta é uma consequência do processo de internacionalização em curso, tendo a empresa já escritórios em São Paulo, no Brasil. "A CeBIT tornou-se fundamental porque nos pode fazer chegar ao mercado europeu. É uma forma de preparamos a nossa próxima aposta", explica Gina Francisco. Desenvolvendo "software" empresarial, a Microfil apresentou-se na feira com todas as suas propostas. "Estabelecemos bons contactos, com empresas que procuram este tipo de soluções." Francisco Carvalho, gestor de soluções da Microfil, explica que os produtos da empresa se centram fundamentalmente na gestão de conteúdos e documental, e de arquivos ópticos. Criada há 17 anos, a Microfil facturou no ano passado 2,99 milhões de euros, mais 40 por cento que em 2000. As próximas apostas passam pelas ferramentas para a gestão de clientes - Customer Relationship Management (CRM). Quem já está longe de ser estreante na CeBIT é a Number Five. Criada em 1996, a empresa está presente na feira há seis anos. Rui Sousa, gestor de produção, compara a edição deste ano com as anteriores e conclui que o número de visitantes foi inferior: "Estamos um pouco à margem da crise que se vai desenhando" graças à especificidade dos produtos. A empresa centra-se no desenvolvimento de "software" para desenho e impressão de cartões plásticos recorrendo a diversas tecnologias para alojamento de dados, em geral "chips" ou bandas magnéticas. Os acontecimentos do 11 de Setembro e o consequente aumento das preocupações com a segurança tornaram este tipo de produtos bastante procurados. A empresa vende para 85 países, possui mais de 300 distribuidores e, no ano passado, o volume de negócios rondou os 2,2 milhões de euros (450 mil contos). "A CeBIT é um ponto importante, não para fazer crescer o negócio, mas para acarinhar aqueles que já negoceiam connosco", conclui Rui Sousa. Com um ano de existência, também a Bithium se apresentou neste ano pela primeira vez na CeBIT. Constituída por ex-alunos do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, a equipa da Bithium esteve durante algum tempo ligada ao Inesc mas a empresa só nasceu quando os seus membros se abalançaram a traduzir em produtos os resultados do seu trabalho de cinco anos. "Os nossos produtos [na imagem] assentam na transmissão de dados sem fios e baseiam-se numa norma bastante utilizada nos telefones que as pessoas têm em casa, que é a norma DECT (Digital Enhanced Cordless Communications)", explicou a Computadores Nuno Pereira, director da área de investigação e desenvolvimento da Bithium. "Muitas empresas utilizam essa norma para fazer telefones sem fios para se ter em casa. Uma vez que já havia muita concorrência nesta área, tentámos desenvolver comunicações sem fios mas para dados". Os clientes da Bithium não são empresas portuguesas, pois, "em Portugal, é difícil vender as quantidades necessárias para tornar rentável este negócio". Por isso, a presença na CeBIT foi extremamente importante: "Põe as empresas a falarem umas com as outras e assim surgem novos contactos e uma nova carteira de clientes". OUTROS TÍTULOS EM COMPUTADORES

'A informática ainda está na infância'

Mais próximo do cinema

HP adiou a fusão

Dos 'chips' aos cartões de plástico

Web com filtros defeituosos

Da cartografia agrícola ao levantamento arquitectónico em 3D

Portais procuram novas fontes de receita

VIROSE

Um verme checo

A CRÓNICA DE ESTHER DYSON

Pôr o Gana no bom caminho

SHAREWARE

Imagens do ecrã para ficheiro

WEBMANIA

Webmania

JOGOS

Quando o objectivo é matar negros e judeus

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Não que as que participaram em anos anteriores tenham deixado de ir: algumas "partiram" para os pavilhões das respectivas áreas tecnológicas, apresentando-se com "stands" maiores e mais vistosos. "O ideal para a participação das empresas no 'stand' do ICEP é três anos consecutivos - um para fazer contactos, outro para estabilizar e um terceiro para consolidar", explicou José Cardoso, da Direcção de Comércio e Internacionalização do ICEP. A Associação Nacional das Empresas das Tecnologias de Informação e Electrónica (Anetie), que organizou a participação portuguesa juntamente com o ICEP, considera que a presença na CeBIT é crucial para a internacionalização das empresas portuguesas da área das tecnologias de informação (TI). "É uma boa oportunidade para verem se as suas estratégias e produtos são as melhores", explicou a Computadores José Santos Martinho, secretário-geral da Anetie. Uma das empresas presentes no "stand" do ICEP foi a Chipidea, cuja actividade se centra no desenho e concepção de circuitos integrados, sobretudo usados em produtos como telemóveis e modems de alta velocidade. Entre os seus clientes estão empresas como a Motorola, a Philips ou a Toshiba. Uma das novidades apresentadas na CeBIT foi um descodificador de formato MP3 - segundo António Costa, gestor de projecto na Chipidea, "aquilo a que chamamos um desenho de referência, que pode ser utilizado por um fabricante para introduzir num só 'chip' um descodificador de MP3". O descodificador de MP3 concebido pela Chipidea é constituído por duas placas. Um dos "chips" foi já concebido para um cliente, mas o outro é novo e foi totalmente desenhado pela empresa. A utilidade deste trabalho é diversa: "Há muitas rádios na Internet e poderá existir um 'chip' que permita ouvir essas rádios e ouvir MP3 pela Internet", explicou António Costa. A proposta da Chipidea poderá também ser utilizada para difusão de áudio digital, nomeadamente para rádios digitais para automóveis. Mas a Chipidea levou à CeBIT outras novidades, como uma plataforma de demonstração para aplicações de áudio e de voz. "Através do PC, podemos controlar todas as funcionalidades do 'chip', e ver, nos gráficos, tudo o que está a acontecer", disse António Costa. Foi a primeira presença da Chipidea na CeBIT e os seus responsáveis consideram que "foi bastante motivador contactar com outras empresas". António Costa mostrou-se satisfeito com os contactos efectuados, alguns dos quais deverão resultar em negócios: "Foi uma participação muito positiva, e aprendeu-se muito". A Chipidea exporta a totalidade da sua facturação e tem gabinetes de desenvolvimento no Reino Unido, na Polónia e em Macau. Também para a Microfil esta foi a primeira vez na CeBIT. 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Os clientes da Bithium não são empresas portuguesas, pois, "em Portugal, é difícil vender as quantidades necessárias para tornar rentável este negócio". Por isso, a presença na CeBIT foi extremamente importante: "Põe as empresas a falarem umas com as outras e assim surgem novos contactos e uma nova carteira de clientes". OUTROS TÍTULOS EM COMPUTADORES

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