PS acha que ressuscitou para o combate

03-06-2002
marcar artigo

PS Acha Que Ressuscitou para o Combate

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Sexta-feira, 17 de Maio de 2002

Socialistas reciclam iniciativas

O tom brutal de António Costa foi uma espécie de 'clique' que fez renascer o ânimo dos socialistas e até Coelho elogiou. A estratégia é multiplicar iniciativas legislativas e levar para São Bento as causas da rua.

O estilo 'bulldozer' usado pelo líder parlamentar do PS, António Costa, para tentar passar politicamente a ferro a ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, no debate do Orçamento rectificativo aconchegou a alma dos socialistas e ontem na reunião da bancada foram inúmeros os elogios.

Parece ter, assim, sido encontrado um estilo de oposição para estes primeiros tempos de oposição ao PSD e ao CDS, depois de os socialistas terem ensaiado uma atitude do tipo de passar despercebido face aos ataques dos sociais-democratas. O nível de satisfação ontem na reunião da bancada foi grande e, quase no final, Jorge Coelho pediu a palavra para afirmar que estava convencido que o PS tinha encontrado o ritmo para vencer a barreira à volta do estado de graça do Governo do PSD.

Não negando que a alguns olhos o estilo usado por António Costa - que insistiu em acusar a ministra de falta de rigor, de credibilidade e de autoridade - possa surgir como violento demais, Coelho sustentou que vão ser necessárias mais actuações como estas porque só assim o PS contorna o facto de o PSD usar uma fraseologia de ataque contra a acção governativa do PS de António Guterres. Ou seja, se o PS tem passado como governo, o PSD também tem.

Além da dureza verbal, Coelho aconselhou também que o PS associe à estratégia acordada também na reunião de avançar com iniciativas legislativas, uma outra prioridade que é levar para São Bento as causas da rua.

Isto é, usar uma apurada sensibilidade para perceber as preocupações do cidadão médio, procurar capitaneá-las e transformá-las em bandeiras de agitação e propaganda política, em armas de luta contra o Governo.

O ex-número dois do PS apontou mesmo algumas dessas causas: o fim dos juros bonificados, a subida de dois por cento no IVA e o pânico que está a assolar a função pública pela perspectiva de irem ser aplicadas licenças sem vencimento.

A estratégia do ataque ao PSD encontrada como caminho para a saída do estado comatoso em que o PS viveu este primeiro mês de oposição parlamentar, passa também pela apresentação sistemática de iniciativas parlamentares.

Daí que uma das linhas de acção saídas da reunião de ontem foi de que a direcção da bancada e os coordenadores de área façam um aturado levantamento de todos os projectos de lei e propostas de lei que deram entrada em São Bento na última legislatura e não chegaram a ser discutidos ou submetidos a votação final e que estes sejam repescados e reciclados para a actual estratégia de oposição. Assim como sejam equacionados outros temas de possível intervenção legislativa. Ao que o PÚBLICO apurou, há já algumas ideias: iniciativa legislativa popular, direitos dos jornalistas e tribunais militares (ver textos nesta páginas).

PS Acha Que Ressuscitou para o Combate

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Sexta-feira, 17 de Maio de 2002

Socialistas reciclam iniciativas

O tom brutal de António Costa foi uma espécie de 'clique' que fez renascer o ânimo dos socialistas e até Coelho elogiou. A estratégia é multiplicar iniciativas legislativas e levar para São Bento as causas da rua.

O estilo 'bulldozer' usado pelo líder parlamentar do PS, António Costa, para tentar passar politicamente a ferro a ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, no debate do Orçamento rectificativo aconchegou a alma dos socialistas e ontem na reunião da bancada foram inúmeros os elogios.

Parece ter, assim, sido encontrado um estilo de oposição para estes primeiros tempos de oposição ao PSD e ao CDS, depois de os socialistas terem ensaiado uma atitude do tipo de passar despercebido face aos ataques dos sociais-democratas. O nível de satisfação ontem na reunião da bancada foi grande e, quase no final, Jorge Coelho pediu a palavra para afirmar que estava convencido que o PS tinha encontrado o ritmo para vencer a barreira à volta do estado de graça do Governo do PSD.

Não negando que a alguns olhos o estilo usado por António Costa - que insistiu em acusar a ministra de falta de rigor, de credibilidade e de autoridade - possa surgir como violento demais, Coelho sustentou que vão ser necessárias mais actuações como estas porque só assim o PS contorna o facto de o PSD usar uma fraseologia de ataque contra a acção governativa do PS de António Guterres. Ou seja, se o PS tem passado como governo, o PSD também tem.

Além da dureza verbal, Coelho aconselhou também que o PS associe à estratégia acordada também na reunião de avançar com iniciativas legislativas, uma outra prioridade que é levar para São Bento as causas da rua.

Isto é, usar uma apurada sensibilidade para perceber as preocupações do cidadão médio, procurar capitaneá-las e transformá-las em bandeiras de agitação e propaganda política, em armas de luta contra o Governo.

O ex-número dois do PS apontou mesmo algumas dessas causas: o fim dos juros bonificados, a subida de dois por cento no IVA e o pânico que está a assolar a função pública pela perspectiva de irem ser aplicadas licenças sem vencimento.

A estratégia do ataque ao PSD encontrada como caminho para a saída do estado comatoso em que o PS viveu este primeiro mês de oposição parlamentar, passa também pela apresentação sistemática de iniciativas parlamentares.

Daí que uma das linhas de acção saídas da reunião de ontem foi de que a direcção da bancada e os coordenadores de área façam um aturado levantamento de todos os projectos de lei e propostas de lei que deram entrada em São Bento na última legislatura e não chegaram a ser discutidos ou submetidos a votação final e que estes sejam repescados e reciclados para a actual estratégia de oposição. Assim como sejam equacionados outros temas de possível intervenção legislativa. Ao que o PÚBLICO apurou, há já algumas ideias: iniciativa legislativa popular, direitos dos jornalistas e tribunais militares (ver textos nesta páginas).

marcar artigo