Portugal Diário

25-02-2005
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Sócrates recusou liderança na AR. Pode ter em vista voos mais altos. Mas Seguro não é consensual António José Seguro, o sucessor de António Costa na liderança da bancada parlamentar do Partido Socialista, foi o nome que Jorge Coelho apresentou a Ferro Rodrigues para resolver o problema que Costa deixou. O PortugalDiário sabe que o ainda líder dos socialistas no Parlamento nem sequer se mostrou disponível para a lista a candidatos ao Parlamento Europeu. Pura e simplesmente disse que queria ir, sem apelo nem agravo. Ferro, depois de ouvir os argumentos de Costa percebeu que tinha entre mãos mais um problema bicudo: quem iria suceder a António Costa? Ferro ouviu várias pessoas, mas a decisão foi tomada após Jorge Coelho ter convencido o líder socialista que a melhor opção era António José Seguro. Fontes socialistas contactadas pelo PortugalDiário garantem que o mais desejado era José Sócrates, tal como este jornal já havia adiantado. Mas Sócrates, apesar de recolher largo apoio da bancada, disse não. E este não, explicam alguns deputados, não está desligado do facto de Sócrates, tal como António Costa, serem «reservas morais» do partido, putativos candidatos a secretário-geral. Uma exposição pública de Sócrates na liderança da bancada podia trazer dois problemas: ofuscar o chefe, Ferro Rodrigues, e «crescer» entre os candidatos à sucessão. Assim, a ala guterrista mexeu-se para que o homem à frente do partido no parlamento fosse um dos «deles». E, apesar de uma certa resistência inicial de António José Seguro, que passou pelo Parlamento Europeu e pelo gabinete de António Guterres como Ministro Adjunto no último mandato socialista no governo, este acabou por aceitar. De fora ficam três hipóteses, que eram as «segundas escolhas», caso Sócrates mantivesse o não e António José Seguro se mostrasse indisponível. José Junqueiro, Augusto Santos Silva e até Vera Jardim chegaram a ser equacionados. Mas nenhum destes nomes, embora respeitados na bancada, reuniam apoios suficientes para uma eleição inequívoca. Seguro, imposto pela direcção do partido e candidato único, apesar de deixar alguns deputados inquietos com a solução, deverá conseguir ser eleito com larga maioria. Ferro Rodrigues vai continuar assim com uma liderança parlamentar política, uma vez que António José Seguro passou toda a sua vida dentro do PS. Foi líder da Juventude Socialista e depois ocupou vários cargos públicos e partidários. Agora, chega a um dos lugares de maior visibilidade, e espera-se dele que traga um discurso político ofensivo para a Assembleia, discurso esse que, segundo alguns deputados, já nem mesmo António Costa tinha. «Não por incapacidade, mas por estar cansado do cargo e de perder debates», dizem fontes socialistas. Apesar disto, algumas vozes do PS não deixam de ver em António José Seguro um handicap: o de trazer de novo o «guterrismo» para a Assembleia, dando azo a que Governo e maioria «voltem a atirar as culpas do que está mal para cima do governo do PS».

Sócrates recusou liderança na AR. Pode ter em vista voos mais altos. Mas Seguro não é consensual António José Seguro, o sucessor de António Costa na liderança da bancada parlamentar do Partido Socialista, foi o nome que Jorge Coelho apresentou a Ferro Rodrigues para resolver o problema que Costa deixou. O PortugalDiário sabe que o ainda líder dos socialistas no Parlamento nem sequer se mostrou disponível para a lista a candidatos ao Parlamento Europeu. Pura e simplesmente disse que queria ir, sem apelo nem agravo. Ferro, depois de ouvir os argumentos de Costa percebeu que tinha entre mãos mais um problema bicudo: quem iria suceder a António Costa? Ferro ouviu várias pessoas, mas a decisão foi tomada após Jorge Coelho ter convencido o líder socialista que a melhor opção era António José Seguro. Fontes socialistas contactadas pelo PortugalDiário garantem que o mais desejado era José Sócrates, tal como este jornal já havia adiantado. Mas Sócrates, apesar de recolher largo apoio da bancada, disse não. E este não, explicam alguns deputados, não está desligado do facto de Sócrates, tal como António Costa, serem «reservas morais» do partido, putativos candidatos a secretário-geral. Uma exposição pública de Sócrates na liderança da bancada podia trazer dois problemas: ofuscar o chefe, Ferro Rodrigues, e «crescer» entre os candidatos à sucessão. Assim, a ala guterrista mexeu-se para que o homem à frente do partido no parlamento fosse um dos «deles». E, apesar de uma certa resistência inicial de António José Seguro, que passou pelo Parlamento Europeu e pelo gabinete de António Guterres como Ministro Adjunto no último mandato socialista no governo, este acabou por aceitar. De fora ficam três hipóteses, que eram as «segundas escolhas», caso Sócrates mantivesse o não e António José Seguro se mostrasse indisponível. José Junqueiro, Augusto Santos Silva e até Vera Jardim chegaram a ser equacionados. Mas nenhum destes nomes, embora respeitados na bancada, reuniam apoios suficientes para uma eleição inequívoca. Seguro, imposto pela direcção do partido e candidato único, apesar de deixar alguns deputados inquietos com a solução, deverá conseguir ser eleito com larga maioria. Ferro Rodrigues vai continuar assim com uma liderança parlamentar política, uma vez que António José Seguro passou toda a sua vida dentro do PS. Foi líder da Juventude Socialista e depois ocupou vários cargos públicos e partidários. Agora, chega a um dos lugares de maior visibilidade, e espera-se dele que traga um discurso político ofensivo para a Assembleia, discurso esse que, segundo alguns deputados, já nem mesmo António Costa tinha. «Não por incapacidade, mas por estar cansado do cargo e de perder debates», dizem fontes socialistas. Apesar disto, algumas vozes do PS não deixam de ver em António José Seguro um handicap: o de trazer de novo o «guterrismo» para a Assembleia, dando azo a que Governo e maioria «voltem a atirar as culpas do que está mal para cima do governo do PS».

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