Para os bispos das ilhas votar é obrigação como ir à missa

27-10-2004
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Para Os Bispos das Ilhas Votar É Obrigação como Ir à Missa

Segunda-feira, 11 de Outubro de 2004 Aumento da abstenção acompanha tendência para cada vez menor participação nas celebrações religiosas nos Açores e na Madeira TOLENTINO DE NÓBREGA O bispo de Angra e das Ilhas, D. António Braga, defende que votar constitui "uma obrigação tão séria como ir à missa ao domingo". Numa nota pastoral sobre o acto eleitoral para a escolha dos deputados regionais, o prelado açoriano considera que faltar às urnas "seria pecar por omissão". Mais cauteloso, o bispo do Funchal, D. Teodoro Faria, não coloca sobre a abstenção o estigma de pecado, mas considera a obrigação de votar um dever que incumbe a todos os católicos. "Todos os cristãos conscientes devem votar, pois este é um dever e, até mesmo, um privilégio", afirmou num apelo ao cumprimento desta "obrigação moral" no próximo domingo. Evitando comparações entre o voto e a missa, porque "as comparações valem cada uma no seu lugar", o bispo madeirense pede aos eleitores cristãos que "vão à missa e depois vão votar" no próximo dia 17. E lembra que "na Madeira, se há menos gente a ir à missa, regra geral, há também menos gente a votar". Acompanhando a tendência para uma menor participação em celebrações religiosas, a abstenção tem subido em todas as eleições legislativas das regiões autónomas, passando nos Açores dos 23 por cento registados em 1980 para os 46,7 em 2000, enquanto na Madeira a subida foi de 19,1 para 38,1 por cento no mesmo intervalo de tempo. Na citada nota pastoral, o bispo de Angra acentua que as eleições regionais "constitui um momento importante de exercício da cidadania, que os católicos não podem descurar", frisando que "o cristão esclarecido e comprometido tem de ser cidadão responsável, que sabe escolher, votando". Numa visão "positiva" da Igreja, D. António Braga pensa que a política, "para além das suas inevitáveis lacunas e limitações, como tudo o que é humano", representa "uma actividade nobre de serviço ao bem comum, seja no sentido restrito de actividade partidária, como no sentido mais abrangente de acção em favor da comunidade". Porque "não compete à Igreja a formulação de soluções concretas - e muito menos de soluções únicas - para questões temporais", "é preciso escolher" as diversas estratégias para alcançar tais fins. "Não há democracia sem partidos" lembra ainda o bispo açoriano. Como "não há o partido ideal, nem o partido da Igreja ou de Igreja", sublinha D. António Braga para adiantar que "há mais de um partido, em que os católicos se podem rever". Cita depois a advertência do Cardeal-Patriarca de Lisboa, falando à Conferência Episcopal Portuguesa: "a Igreja não é de esquerda, nem de direita; os cristãos, individualmente, podem sê-lo. Mas, tanto à esquerda, como à direita, há modelos de sociedade que não cabem no quadro da Doutrina Social da Igreja». Por isso, conclui o bispo de Angra e das Ilhas: "Uma consciência cristã bem formada não pode favorecer, com o seu voto, a realização de um programa político, em que os conteúdos fundamentais da fé e da moral sejam subvertidos. Urge, pois, informar-se, discernir e escolher em consciência. Ficar em casa é que não. Seria pecar por omissão". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Governo em frenesim eleitoralista à conquista dos Açores

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Segunda-feira, 11 de Outubro de 2004 Aumento da abstenção acompanha tendência para cada vez menor participação nas celebrações religiosas nos Açores e na Madeira TOLENTINO DE NÓBREGA O bispo de Angra e das Ilhas, D. António Braga, defende que votar constitui "uma obrigação tão séria como ir à missa ao domingo". Numa nota pastoral sobre o acto eleitoral para a escolha dos deputados regionais, o prelado açoriano considera que faltar às urnas "seria pecar por omissão". Mais cauteloso, o bispo do Funchal, D. Teodoro Faria, não coloca sobre a abstenção o estigma de pecado, mas considera a obrigação de votar um dever que incumbe a todos os católicos. "Todos os cristãos conscientes devem votar, pois este é um dever e, até mesmo, um privilégio", afirmou num apelo ao cumprimento desta "obrigação moral" no próximo domingo. Evitando comparações entre o voto e a missa, porque "as comparações valem cada uma no seu lugar", o bispo madeirense pede aos eleitores cristãos que "vão à missa e depois vão votar" no próximo dia 17. E lembra que "na Madeira, se há menos gente a ir à missa, regra geral, há também menos gente a votar". Acompanhando a tendência para uma menor participação em celebrações religiosas, a abstenção tem subido em todas as eleições legislativas das regiões autónomas, passando nos Açores dos 23 por cento registados em 1980 para os 46,7 em 2000, enquanto na Madeira a subida foi de 19,1 para 38,1 por cento no mesmo intervalo de tempo. Na citada nota pastoral, o bispo de Angra acentua que as eleições regionais "constitui um momento importante de exercício da cidadania, que os católicos não podem descurar", frisando que "o cristão esclarecido e comprometido tem de ser cidadão responsável, que sabe escolher, votando". Numa visão "positiva" da Igreja, D. António Braga pensa que a política, "para além das suas inevitáveis lacunas e limitações, como tudo o que é humano", representa "uma actividade nobre de serviço ao bem comum, seja no sentido restrito de actividade partidária, como no sentido mais abrangente de acção em favor da comunidade". Porque "não compete à Igreja a formulação de soluções concretas - e muito menos de soluções únicas - para questões temporais", "é preciso escolher" as diversas estratégias para alcançar tais fins. "Não há democracia sem partidos" lembra ainda o bispo açoriano. Como "não há o partido ideal, nem o partido da Igreja ou de Igreja", sublinha D. António Braga para adiantar que "há mais de um partido, em que os católicos se podem rever". Cita depois a advertência do Cardeal-Patriarca de Lisboa, falando à Conferência Episcopal Portuguesa: "a Igreja não é de esquerda, nem de direita; os cristãos, individualmente, podem sê-lo. Mas, tanto à esquerda, como à direita, há modelos de sociedade que não cabem no quadro da Doutrina Social da Igreja». Por isso, conclui o bispo de Angra e das Ilhas: "Uma consciência cristã bem formada não pode favorecer, com o seu voto, a realização de um programa político, em que os conteúdos fundamentais da fé e da moral sejam subvertidos. Urge, pois, informar-se, discernir e escolher em consciência. Ficar em casa é que não. Seria pecar por omissão". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Governo em frenesim eleitoralista à conquista dos Açores

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