Entrevesta à rádio Urbana 15

28-11-2004
marcar artigo

Foi aprovado o Orçamento de Estado para 2004 sem grandes alterações à proposta que o governo tinha remetido à Assembleia da República. Em nosso entender é um mau documento para o país e pior para os distritos do interior. O investimento decresce significativamente nesses distritos o que é um péssimo sinal para a actividade privada aqui muito dependente da iniciativa pública, autárquica e governamental. No nosso distrito o PIDDAC decresce 7% relativamente ao ano anterior que já tinha registado uma descida de 28%, colocando-nos a níveis de 1999.Sabendo também que a taxa de execução é bastante baixa podemos dizer que o impulso público do investimento é praticamente sem significado. É uma situação que se estende a outros distritos do interior como por ex. Guarda que regressou a valores de 1997, Viseu de 1997, Portalegre de 1998, Bragança de 1999, Évora de 1999, etc. Mas se o decréscimo é assinalável o que impressiona é o desequilíbrio da distribuição do investimento. O que melhor realça esta desproporção é a comparação do investimento per capite entre os diferentes distritos e a media nacional. O valor total do PIDDAC/2004 corresponde a um investimento de 566€ por cada Português. Ora todos os distritos, como o nosso, que têm um valor inferior afastam-se dum desenvolvimento médio equilibrado e ficam cada vez mais longe de índices já atingidos por distritos do litoral. O investimento por cada habitante do distrito de Castelo Branco é de 475€, V. Real 491,Guarda 419, Viseu 326, Portalegre 555. Mas se o investimento decresce em quantidade também a qualidade é discutível, porque se restringe a medidas compensatórias na agricultura e a pequenas obras com reduzido efeito multiplicador que se resumem a meros investimentos modernizadores de equipamentos sociais O resultado disto é um estímulo negativo à economia e um desprezo pela melhoria das qualificações dos Portugueses e um atraso nas melhorias das acessibilidades o que não é mobilizador e impulsionador do desenvolvimento económico. Mas se o nosso PIDDAC era mau podia ser melhorado no parlamento com propostas dos deputados. Foi o que fizemos a par de outros deputados de todos os partidos. Pela nossa parte quisemos clarificar uma divergência que atravessou o distrito sobre que obras estariam incluídas no documento a aprovar com opiniões oriundas do PSD e PP que defendiam a existência de outro documento onde muitas obras reivindicadas estariam expressas ou englobadas em rubricas colectivas. Sabíamos que não era assim e então nada melhor do que propor a sua inclusão duma forma clara e transparente. Foi o que fizemos com o resultado já conhecido, todas as nossas propostas foram rejeitadas com os votos contra do PSD e PP o que quer dizer que o IC 31, a ligação da Sertã a Ferreira do Zêzere, o quartel da PSP de Castelo Branco, o quartel da GNR do Ferro e Alpedrinha, a ligação de Penamacor a Espanha, ainda não são para 2004. Mas ao mesmo tempo que estas propostas eram derrotadas assisti ao caricato de ver a inclusão da construção da Escola de Artes Aplicadas do Politécnico de C. Branco ser rejeitada, sem trazer acréscimo de custos porque se tratava de abrir rubrica que as receitas próprias suportariam, e ao mesmo tempo ser aprovada a modernização da sede do Politécnico de Portalegre com acréscimo de custos. A razão da aprovação dessa proposta era que tal como a barragem do Pisão que aproveitou a boleia era subscrita pela deputada desse círculo Leonor Beleza. Depois assisti a outras aprovações desde Finanças da Guarda subscrita por Ana Manso, a outras obras em Macedo de Cavaleiros, em Oliveira do Hospital, Mação, Fânzeres, Vila Nova de Poiares, Cacia, Porto de Mós, etc. Constato que vários deputados do PSD acrescentaram obras em muitos distritos, excepto em C. Branco, e as fizeram aprovar dando jus ao peso político que têm no interior do seu partido. Ao mesmo tempo assisti à cessação no Regime Especial de Apoio ao Desenvolvimento do Interior duma taxa de IRC para as PME cinco pontos abaixo da taxa geral como até agora existia. Tudo más notícias a que acrescento o encerramento de vários serviços públicos que já arrastam o fecho de outros privados. Agora é conhecido o encerramento da agência bancária do BBVA do Fundão, por sinal espanhola, donde chegou a determinação do trajecto do TGV, que o nosso distrito ficou a ver por um canudo. Desse afastamento não digo mais do que os responsáveis do PSD Distrital disseram numa altura em que essa hipótese foi colocada há anos mas que agora silenciaram. Preocupa-me sobretudo é o mutismo, o adormecimento, o marasmo das chamadas forças vivas do distrito sobre o contínuo desrespeito das nossas justas aspirações. Num espaço competitivo ou somos nós a empurrar ou serão outros a obstar.

Foi aprovado o Orçamento de Estado para 2004 sem grandes alterações à proposta que o governo tinha remetido à Assembleia da República. Em nosso entender é um mau documento para o país e pior para os distritos do interior. O investimento decresce significativamente nesses distritos o que é um péssimo sinal para a actividade privada aqui muito dependente da iniciativa pública, autárquica e governamental. No nosso distrito o PIDDAC decresce 7% relativamente ao ano anterior que já tinha registado uma descida de 28%, colocando-nos a níveis de 1999.Sabendo também que a taxa de execução é bastante baixa podemos dizer que o impulso público do investimento é praticamente sem significado. É uma situação que se estende a outros distritos do interior como por ex. Guarda que regressou a valores de 1997, Viseu de 1997, Portalegre de 1998, Bragança de 1999, Évora de 1999, etc. Mas se o decréscimo é assinalável o que impressiona é o desequilíbrio da distribuição do investimento. O que melhor realça esta desproporção é a comparação do investimento per capite entre os diferentes distritos e a media nacional. O valor total do PIDDAC/2004 corresponde a um investimento de 566€ por cada Português. Ora todos os distritos, como o nosso, que têm um valor inferior afastam-se dum desenvolvimento médio equilibrado e ficam cada vez mais longe de índices já atingidos por distritos do litoral. O investimento por cada habitante do distrito de Castelo Branco é de 475€, V. Real 491,Guarda 419, Viseu 326, Portalegre 555. Mas se o investimento decresce em quantidade também a qualidade é discutível, porque se restringe a medidas compensatórias na agricultura e a pequenas obras com reduzido efeito multiplicador que se resumem a meros investimentos modernizadores de equipamentos sociais O resultado disto é um estímulo negativo à economia e um desprezo pela melhoria das qualificações dos Portugueses e um atraso nas melhorias das acessibilidades o que não é mobilizador e impulsionador do desenvolvimento económico. Mas se o nosso PIDDAC era mau podia ser melhorado no parlamento com propostas dos deputados. Foi o que fizemos a par de outros deputados de todos os partidos. Pela nossa parte quisemos clarificar uma divergência que atravessou o distrito sobre que obras estariam incluídas no documento a aprovar com opiniões oriundas do PSD e PP que defendiam a existência de outro documento onde muitas obras reivindicadas estariam expressas ou englobadas em rubricas colectivas. Sabíamos que não era assim e então nada melhor do que propor a sua inclusão duma forma clara e transparente. Foi o que fizemos com o resultado já conhecido, todas as nossas propostas foram rejeitadas com os votos contra do PSD e PP o que quer dizer que o IC 31, a ligação da Sertã a Ferreira do Zêzere, o quartel da PSP de Castelo Branco, o quartel da GNR do Ferro e Alpedrinha, a ligação de Penamacor a Espanha, ainda não são para 2004. Mas ao mesmo tempo que estas propostas eram derrotadas assisti ao caricato de ver a inclusão da construção da Escola de Artes Aplicadas do Politécnico de C. Branco ser rejeitada, sem trazer acréscimo de custos porque se tratava de abrir rubrica que as receitas próprias suportariam, e ao mesmo tempo ser aprovada a modernização da sede do Politécnico de Portalegre com acréscimo de custos. A razão da aprovação dessa proposta era que tal como a barragem do Pisão que aproveitou a boleia era subscrita pela deputada desse círculo Leonor Beleza. Depois assisti a outras aprovações desde Finanças da Guarda subscrita por Ana Manso, a outras obras em Macedo de Cavaleiros, em Oliveira do Hospital, Mação, Fânzeres, Vila Nova de Poiares, Cacia, Porto de Mós, etc. Constato que vários deputados do PSD acrescentaram obras em muitos distritos, excepto em C. Branco, e as fizeram aprovar dando jus ao peso político que têm no interior do seu partido. Ao mesmo tempo assisti à cessação no Regime Especial de Apoio ao Desenvolvimento do Interior duma taxa de IRC para as PME cinco pontos abaixo da taxa geral como até agora existia. Tudo más notícias a que acrescento o encerramento de vários serviços públicos que já arrastam o fecho de outros privados. Agora é conhecido o encerramento da agência bancária do BBVA do Fundão, por sinal espanhola, donde chegou a determinação do trajecto do TGV, que o nosso distrito ficou a ver por um canudo. Desse afastamento não digo mais do que os responsáveis do PSD Distrital disseram numa altura em que essa hipótese foi colocada há anos mas que agora silenciaram. Preocupa-me sobretudo é o mutismo, o adormecimento, o marasmo das chamadas forças vivas do distrito sobre o contínuo desrespeito das nossas justas aspirações. Num espaço competitivo ou somos nós a empurrar ou serão outros a obstar.

marcar artigo