Uma campanha para lembrar os feitos de Cavaco Silva

24-08-2004
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Uma Campanha para Lembrar Os Feitos de Cavaco Silva

Por E.L./H.P.

Sexta-feira, 11 de Junho de 2004

A bordo de um barco na ria de Aveiro, o cabeça de lista da coligação, João de Deus Pinheiro, tinha afirmado, no sábado aos jornalistas, ter ficado "surpreendido" por comentários críticos ao Governo e ao CDS/PP terem tido "relevância" na comunicação social, apesar de terem sido, no seu entender, "excepcionais".

Deus Pinheiro, que até aí tinha demonstrado uma energia e à vontade com as pessoas notável, parece ter ficado inibido e muito mais recatado nos contactos de rua. Esse sábado marcou também a viragem para a segunda semana de campanha, depois de uma primeira fase em que o candidato teve que lutar com obstáculos dentro da sua própria comitiva: os insultos da candidata do PSD Ana Manso e do líder da Juventude Popular, João Almeida, ao cabeça de lista do PS, Sousa Franco.

Em termos de discurso, João de Deus Pinheiro andou constantemente a pedir serenidade e menos excessos na argumentação e a elogiar os governos de Cavaco Silva. Para responder ao PS, a coligação repetia que estava unida e, apesar de parecer não ter vontade, Deus Pinheiro acabou a defender Portas. Embora a nível local, não houvesse grande sintonia entre os dois partidos, a nível da comitiva a relação entre populares e sociais-democratas era pacífica e até descontraída.

Sem fazer promessas, nem alongar-se nos temas europeus, o cabeça de lista preferiu fazer campanha pelos feitos dos governos de Cavaco Silva, que levaram Portugal a aproximar-se da média europeia. Este foi sempre o grande argumento de Deus Pinheiro e, daí, ter contribuído para que a discussão das presidenciais tenha entrado nesta campanha. O candidato, por exemplo, evitava falar no actual primeiro-ministro para separar aquilo que a coligação entende que deve ser separado, ao contrário do que diz a oposição: que as europeias não são um exame ao Governo.

O facto dos debates televisivos e radiofónicos terem que ser feitos durante o período de campanha, ao contrário do que era habitual, pois este ano tudo foi concentrado nas últimas duas semanas, dificultou o planeamento da agenda de Deus Pinheiro. Em vez de começar pelas zonas de difícil implantação do PSD e CDS, a coligação andou em zigue-zagues pelo país e um dia como o de terça-feira, no distrito de Setúbal (acabou por ser o último dia de campanha), que foi fraco, não ajudou a (pelo menos) manter a intensidade da campanha. Esta última semana estava pensada, contudo, para dar protagonismo a algumas figuras de notáveis do PSD, como Marques Mendes, Dias Loureiro e Pedro Santana Lopes. Em locais onde se esperava que tudo corresse normalmente, PSD e CDS mostraram uma fraca mobilização como é o caso do dia em Aveiro, no sábado, e do jantar e comício de Coimbra, dia 2.

Deus Pinheiro esteve sempre acompanhado pelos líderes das juventudes partidárias e por vários dos candidatos da coligação, como Mota Soares, Ribeiro e Castro e Luís Queiró. Mota Soares, secretário-geral do CDS, revelou-se incansável ao longo da campanha. Era ele que muitas vezes apresentava o candidato às pessoas na rua e sempre que este era confrontado com uma crítica, era o secretário-geral do CDS que estava na primeira fila para contra-responder. O mandatário nacional da candidatura, Ernâni Lopes, não apareceu ao lado de Deus Pinheiro, na campanha oficial.

Uma Campanha para Lembrar Os Feitos de Cavaco Silva

Por E.L./H.P.

Sexta-feira, 11 de Junho de 2004

A bordo de um barco na ria de Aveiro, o cabeça de lista da coligação, João de Deus Pinheiro, tinha afirmado, no sábado aos jornalistas, ter ficado "surpreendido" por comentários críticos ao Governo e ao CDS/PP terem tido "relevância" na comunicação social, apesar de terem sido, no seu entender, "excepcionais".

Deus Pinheiro, que até aí tinha demonstrado uma energia e à vontade com as pessoas notável, parece ter ficado inibido e muito mais recatado nos contactos de rua. Esse sábado marcou também a viragem para a segunda semana de campanha, depois de uma primeira fase em que o candidato teve que lutar com obstáculos dentro da sua própria comitiva: os insultos da candidata do PSD Ana Manso e do líder da Juventude Popular, João Almeida, ao cabeça de lista do PS, Sousa Franco.

Em termos de discurso, João de Deus Pinheiro andou constantemente a pedir serenidade e menos excessos na argumentação e a elogiar os governos de Cavaco Silva. Para responder ao PS, a coligação repetia que estava unida e, apesar de parecer não ter vontade, Deus Pinheiro acabou a defender Portas. Embora a nível local, não houvesse grande sintonia entre os dois partidos, a nível da comitiva a relação entre populares e sociais-democratas era pacífica e até descontraída.

Sem fazer promessas, nem alongar-se nos temas europeus, o cabeça de lista preferiu fazer campanha pelos feitos dos governos de Cavaco Silva, que levaram Portugal a aproximar-se da média europeia. Este foi sempre o grande argumento de Deus Pinheiro e, daí, ter contribuído para que a discussão das presidenciais tenha entrado nesta campanha. O candidato, por exemplo, evitava falar no actual primeiro-ministro para separar aquilo que a coligação entende que deve ser separado, ao contrário do que diz a oposição: que as europeias não são um exame ao Governo.

O facto dos debates televisivos e radiofónicos terem que ser feitos durante o período de campanha, ao contrário do que era habitual, pois este ano tudo foi concentrado nas últimas duas semanas, dificultou o planeamento da agenda de Deus Pinheiro. Em vez de começar pelas zonas de difícil implantação do PSD e CDS, a coligação andou em zigue-zagues pelo país e um dia como o de terça-feira, no distrito de Setúbal (acabou por ser o último dia de campanha), que foi fraco, não ajudou a (pelo menos) manter a intensidade da campanha. Esta última semana estava pensada, contudo, para dar protagonismo a algumas figuras de notáveis do PSD, como Marques Mendes, Dias Loureiro e Pedro Santana Lopes. Em locais onde se esperava que tudo corresse normalmente, PSD e CDS mostraram uma fraca mobilização como é o caso do dia em Aveiro, no sábado, e do jantar e comício de Coimbra, dia 2.

Deus Pinheiro esteve sempre acompanhado pelos líderes das juventudes partidárias e por vários dos candidatos da coligação, como Mota Soares, Ribeiro e Castro e Luís Queiró. Mota Soares, secretário-geral do CDS, revelou-se incansável ao longo da campanha. Era ele que muitas vezes apresentava o candidato às pessoas na rua e sempre que este era confrontado com uma crítica, era o secretário-geral do CDS que estava na primeira fila para contra-responder. O mandatário nacional da candidatura, Ernâni Lopes, não apareceu ao lado de Deus Pinheiro, na campanha oficial.

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