Bebé Vida aposta nas células estaminais

12-01-2005
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Empresa portuguesa comercializa recolha e conservação

Bebé Vida Aposta nas Células Estaminais

Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005

Guardar células estaminais na altura do parto pode ajudar a curar doenças no futuro. O procedimento ainda é polêmico, mas uma empresa portuguesa garante a sua recolha e conservação por 25 anos por menos de 1500 euros

Cristina Ferreira

Acaba de ser constituída em Portugal uma nova empresa da área da saúde, a Bebé Vida, com a finalidade de "colocar à disposição dos futuros pais a possibilidade de conservarem, pelo menos durante 25 anos, as células estaminais do cordão umbilical do seu bebé". Este procedimento, com custo final estimado de 1465 euros (incluindo IVA e custos de transporte), permite que as células indiferenciadas (que se encontram no cordão umbilical e na placenta) recolhidas na altura do parto possam ser utilizadas no combate a patologias graves que se venham a detectar no futuro. O tema é polémico e divide a comunidade científica internacional.

"Como não existem laboratórios em Portugal vocacionados para intervir nesta área, a Bebé Vida propõe-se divulgar o produto/células estaminais, fazendo chegar informação sobre o tema a quem a desejar", disse ao PÚBLICO Sílvia Martins, proprietária da empresa, que vai iniciar a sua actividade já este mês. A empresária adiantou que a Bebé Vida celebrou uma parceria, em regime de colaboração exclusiva, com a empresa inglesa Smart Cells International, constituída em 2001 e pioneira na Europa na criopreservação de células estaminais.

De acordo com Sílvia Martins, os procedimentos habituais são os seguintes: "Os futuros pais solicitam-nos o 'kit', que a Bebé Vida envia à maternidade, em qualquer ponto do país, para que seja feita a recolha das células estaminais durante o parto." O passo seguinte consiste em enviar o "kit" para a Smart Cells, em Inglaterra, onde deverá chegar no espaço de 48 horas. O valor do "kit" (incluindo IVA e custos de transporte) é de 115 euros. O laboratório realizará testes no sentido de verificar se as células indiferenciadas enviadas estão em condições de ser armazenadas. Em caso afirmativo, a Smart Cells tratará de proceder à sua congelação por um período de até 25 anos. O processo custará aos pais do recém-nascido mais 1350 euros. No final, o custo da "operação" será de 1465 euros. Sílvia Martins sublinha que existem instituições financeiras com linhas de crédito bancário abertas para apoiar os pais que pretendam proceder à recolha das células - um empréstimo contratualizado a 48 meses, que envolverá uma prestação mensal à volta de 37 euros.

De acordo com a mesma responsável, a Smart Cells possui "o único laboratório equipado com um sistema designado por 'clean', que garante o armazenamento/conservação das células estaminais do recém-nascido sem riscos de quaisquer contaminações". Os laboratórios encontram-se "devidamente certificados pelas autoridades do Departamento do Ministério da Saúde inglês".

Empresa portuguesa comercializa recolha e conservação

Bebé Vida Aposta nas Células Estaminais

Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005

Guardar células estaminais na altura do parto pode ajudar a curar doenças no futuro. O procedimento ainda é polêmico, mas uma empresa portuguesa garante a sua recolha e conservação por 25 anos por menos de 1500 euros

Cristina Ferreira

Acaba de ser constituída em Portugal uma nova empresa da área da saúde, a Bebé Vida, com a finalidade de "colocar à disposição dos futuros pais a possibilidade de conservarem, pelo menos durante 25 anos, as células estaminais do cordão umbilical do seu bebé". Este procedimento, com custo final estimado de 1465 euros (incluindo IVA e custos de transporte), permite que as células indiferenciadas (que se encontram no cordão umbilical e na placenta) recolhidas na altura do parto possam ser utilizadas no combate a patologias graves que se venham a detectar no futuro. O tema é polémico e divide a comunidade científica internacional.

"Como não existem laboratórios em Portugal vocacionados para intervir nesta área, a Bebé Vida propõe-se divulgar o produto/células estaminais, fazendo chegar informação sobre o tema a quem a desejar", disse ao PÚBLICO Sílvia Martins, proprietária da empresa, que vai iniciar a sua actividade já este mês. A empresária adiantou que a Bebé Vida celebrou uma parceria, em regime de colaboração exclusiva, com a empresa inglesa Smart Cells International, constituída em 2001 e pioneira na Europa na criopreservação de células estaminais.

De acordo com Sílvia Martins, os procedimentos habituais são os seguintes: "Os futuros pais solicitam-nos o 'kit', que a Bebé Vida envia à maternidade, em qualquer ponto do país, para que seja feita a recolha das células estaminais durante o parto." O passo seguinte consiste em enviar o "kit" para a Smart Cells, em Inglaterra, onde deverá chegar no espaço de 48 horas. O valor do "kit" (incluindo IVA e custos de transporte) é de 115 euros. O laboratório realizará testes no sentido de verificar se as células indiferenciadas enviadas estão em condições de ser armazenadas. Em caso afirmativo, a Smart Cells tratará de proceder à sua congelação por um período de até 25 anos. O processo custará aos pais do recém-nascido mais 1350 euros. No final, o custo da "operação" será de 1465 euros. Sílvia Martins sublinha que existem instituições financeiras com linhas de crédito bancário abertas para apoiar os pais que pretendam proceder à recolha das células - um empréstimo contratualizado a 48 meses, que envolverá uma prestação mensal à volta de 37 euros.

De acordo com a mesma responsável, a Smart Cells possui "o único laboratório equipado com um sistema designado por 'clean', que garante o armazenamento/conservação das células estaminais do recém-nascido sem riscos de quaisquer contaminações". Os laboratórios encontram-se "devidamente certificados pelas autoridades do Departamento do Ministério da Saúde inglês".

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