Industriais querem recuperar centro tecnológico da madeira e mobiliário

17-09-2004
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Associações empresariais ponderam proposta

Industriais Querem Recuperar Centro Tecnológico da Madeira e Mobiliário

Segunda-feira, 13 de Setembro de 2004

Eventual proposta de aquisição do CTIMN por parceiros privados está ainda dependente da avaliação do centro que venha a ser feita pela liquidatária judicial e do estabelecimento de um valor mínimo de venda

Lusa

As associações da madeira e mobiliário e as associações empresariais de Paredes e Paços de Ferreira poderão apresentar uma proposta conjunta de compra que viabilize o recentemente falido centro tecnológico do sector, revelou o seu director. Em declarações à agência Lusa, o director do Centro Tecnológico das Indústrias de Madeira e Mobiliário (CTIMM), Ernesto Romano, afirmou estarem a decorrer contactos entre as várias entidades com vista a um "entendimento conjunto" que permita viabilizar o centro.

Detido a 40 por cento por organismos do Ministério das Actividades Económicas, o CTIMM foi declarado falido a 29 de Julho pelo Tribunal da Comarca de Paredes, na sequência de um passivo acumulado de 400 mil euros e do chumbo de um Processo Especial de Recuperação de Empresas. Os industriais do sector apontaram desde logo o dedo à tutela, acusando-a de ter "esquecido" o centro e de comprometer o seu futuro ao inviabilizar a sua candidatura aos vários sistemas de incentivos.

Declarada a falência do CTIMM em Julho e tendo a respectiva sentença já transitado em julgado, Ernesto Romano aponta como próximo passo a venda do estabelecimento. "Juridicamente o único desenvolvimento possível é o surgimento de algum interessado em comprar a massa falida", disse, adiantando que a liquidatária judicial está já a proceder à avaliação dos bens e deverá começar a publicar os anúncios de venda em finais de Setembro. Entretanto, disse, a liquidatária optou por manter o centro em actividade, em gestão corrente, por entender que "será muito mais valorizado [numa futura venda] se mantiver os seus negócios e clientes".

Aguardando desde o final de Agosto por uma prometida reunião no Ministério das Actividades Económicas, ao qual vêm sucessivamente pedindo uma intervenção e sugerindo soluções para viabilização do centro, os industriais do sector admitem, contudo, ter de avançar sozinhos, face ao silêncio da tutela.

A iniciativa coube à Associação das Indústrias da Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), liderada também por Ernesto Romano, que com a congénere Associação das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) era um dos principais accionistas privados do CTIMM.

"A AIMMP continua interessada em manter a posição que detinha no centro, mas sozinha não tem meios financeiros [para o adquirir e viabilizar]", afirmou o seu director. Disposta a "participar no capital" do CTIMM no âmbito de uma eventual compra do estabelecimento, a associação tem vindo a manter contactos com a APIMA e com as associações Empresarial de Paços de Ferreira e Comercial e Industrial do Concelho de Paredes com vista a concertar posições.

"O Ministério das Actividades Económicas era, à partida, um dos parceiros que consideraríamos interessado [em participar na compra do CTIMM], mas admito que as outras associações também o estejam", disse Ernesto Romano.

Contudo, salientou, uma eventual proposta de aquisição do CTIMN por estes parceiros privados estará ainda dependente da avaliação do centro que venha a ser feita pela liquidatária judicial e do estabelecimento [ou não] de um valor mínimo de venda. "Estamos a aguardar para tomar uma posição mais concreta", sustentou, acrescentando que "até lá pode ser que se concretize a promessa do Ministério das Actividades Económicas de tentar encontrar uma solução conjunta".

Instalado em Lordelo, no concelho de Paredes, o CTIMM apoia o desenvolvimento e modernização das indústrias de madeira e mobiliário, prestando serviços de certificação às empresas, promovendo a inovação e assumindo-se como o único no país a realizar ensaios de matérias- primas e produtos acabados no sector. O centro existe há cerca de 10 anos, tendo em 2003 obtido um volume de negócios de 300 mil euros e resultados operacionais na ordem dos dois a três mil euros. No auge da sua actividade chegou, contudo, a facturar um milhão de euros. O CTIMM presta serviços às cerca de 6.500 empresas da fileira, responsáveis por 11 por cento do emprego produtivo de bens transaccionáveis no país e oito por cento do produto interno bruto (PIB).

Associações empresariais ponderam proposta

Industriais Querem Recuperar Centro Tecnológico da Madeira e Mobiliário

Segunda-feira, 13 de Setembro de 2004

Eventual proposta de aquisição do CTIMN por parceiros privados está ainda dependente da avaliação do centro que venha a ser feita pela liquidatária judicial e do estabelecimento de um valor mínimo de venda

Lusa

As associações da madeira e mobiliário e as associações empresariais de Paredes e Paços de Ferreira poderão apresentar uma proposta conjunta de compra que viabilize o recentemente falido centro tecnológico do sector, revelou o seu director. Em declarações à agência Lusa, o director do Centro Tecnológico das Indústrias de Madeira e Mobiliário (CTIMM), Ernesto Romano, afirmou estarem a decorrer contactos entre as várias entidades com vista a um "entendimento conjunto" que permita viabilizar o centro.

Detido a 40 por cento por organismos do Ministério das Actividades Económicas, o CTIMM foi declarado falido a 29 de Julho pelo Tribunal da Comarca de Paredes, na sequência de um passivo acumulado de 400 mil euros e do chumbo de um Processo Especial de Recuperação de Empresas. Os industriais do sector apontaram desde logo o dedo à tutela, acusando-a de ter "esquecido" o centro e de comprometer o seu futuro ao inviabilizar a sua candidatura aos vários sistemas de incentivos.

Declarada a falência do CTIMM em Julho e tendo a respectiva sentença já transitado em julgado, Ernesto Romano aponta como próximo passo a venda do estabelecimento. "Juridicamente o único desenvolvimento possível é o surgimento de algum interessado em comprar a massa falida", disse, adiantando que a liquidatária judicial está já a proceder à avaliação dos bens e deverá começar a publicar os anúncios de venda em finais de Setembro. Entretanto, disse, a liquidatária optou por manter o centro em actividade, em gestão corrente, por entender que "será muito mais valorizado [numa futura venda] se mantiver os seus negócios e clientes".

Aguardando desde o final de Agosto por uma prometida reunião no Ministério das Actividades Económicas, ao qual vêm sucessivamente pedindo uma intervenção e sugerindo soluções para viabilização do centro, os industriais do sector admitem, contudo, ter de avançar sozinhos, face ao silêncio da tutela.

A iniciativa coube à Associação das Indústrias da Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), liderada também por Ernesto Romano, que com a congénere Associação das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) era um dos principais accionistas privados do CTIMM.

"A AIMMP continua interessada em manter a posição que detinha no centro, mas sozinha não tem meios financeiros [para o adquirir e viabilizar]", afirmou o seu director. Disposta a "participar no capital" do CTIMM no âmbito de uma eventual compra do estabelecimento, a associação tem vindo a manter contactos com a APIMA e com as associações Empresarial de Paços de Ferreira e Comercial e Industrial do Concelho de Paredes com vista a concertar posições.

"O Ministério das Actividades Económicas era, à partida, um dos parceiros que consideraríamos interessado [em participar na compra do CTIMM], mas admito que as outras associações também o estejam", disse Ernesto Romano.

Contudo, salientou, uma eventual proposta de aquisição do CTIMN por estes parceiros privados estará ainda dependente da avaliação do centro que venha a ser feita pela liquidatária judicial e do estabelecimento [ou não] de um valor mínimo de venda. "Estamos a aguardar para tomar uma posição mais concreta", sustentou, acrescentando que "até lá pode ser que se concretize a promessa do Ministério das Actividades Económicas de tentar encontrar uma solução conjunta".

Instalado em Lordelo, no concelho de Paredes, o CTIMM apoia o desenvolvimento e modernização das indústrias de madeira e mobiliário, prestando serviços de certificação às empresas, promovendo a inovação e assumindo-se como o único no país a realizar ensaios de matérias- primas e produtos acabados no sector. O centro existe há cerca de 10 anos, tendo em 2003 obtido um volume de negócios de 300 mil euros e resultados operacionais na ordem dos dois a três mil euros. No auge da sua actividade chegou, contudo, a facturar um milhão de euros. O CTIMM presta serviços às cerca de 6.500 empresas da fileira, responsáveis por 11 por cento do emprego produtivo de bens transaccionáveis no país e oito por cento do produto interno bruto (PIB).

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