Entrevesta à rádio Urbana 15

30-12-2003
marcar artigo

Regresso a um tema da última campanha das legislativas. A opção do PSD em repetidamente escolher para cabeça de lista alguém que não tem qualquer ligação à região e que sente a necessidade de justificar a simpatia pelo distrito foi matéria de discussão na altura. Essa posição só reflecte a importância que a distrital social-democrata atribui à sua frente parlamentar enquanto factor de promoção do desenvolvimento regional. O distrito é de acordo com a sua população um daqueles que menos deputados elege, cinco, repartidos, ultimamente, entre o PS e o PSD. Ora em dois eleitos dispensar um duma relação intensa com o distrito não é só um problema interno do PSD é uma questão regional, pois nos aspectos que reportam ao combate à desertificação, todos, os autarcas eleitos, os agentes locais, as organizações e deputados, deveríamos organizadamente e tendo por base o vínculo à nossa terra, construir uma plataforma reivindicativa que produzisse resultados. Na campanha eleitoral fomos criticados pelo PSD porque sintetizamos esta nossa posição qualificando o seu cabeça de lista de paraquedista e estrangeiro porque nunca tinha manifestado qualquer elo com o distrito e porque introduziu comportamentos estranhos ao debate político e afastados da nossa vivência colectiva. Não foi uma atitude machista como a cabeça de lista classificou porque já tinha sido assim quando o Eng. Álvaro Barreto foi cá candidato e disse vir aqui derrotar o Eng. Guterres na sua terra. Limitamo-nos a não entender que quem justificava o laço ao distrito através da culinária, costura, bordados, e alunos daqui oriundos pudesse estar em boas condições para sentir os nossos problemas e ser um aliado na sua resolução. Começaram a dar-nos razão quando a deputada pretendeu acumular as suas já vastas actividades, de colunista na imprensa, professora em Tomar e animadora de programas de TV com deputada, empenhada em visitar-nos semanalmente. É verdade que os sociais-democratas da Covilhã cedo perceberam a manobra e não alinharam no seu branqueamento. Foi preciso, no entanto, que, segundo a imprensa, o agora tão badalado Min. Negócio Estrangeiros, tivesse nomeado a deputada assessora de imprensa mas para exercer funções de adida cultural, por não possuir as habilitações adequadas, para todos darem razão às nossas criticas. Ser deputada é actuar em representação de quem nos elegeu e que procuramos servir e não podemos a todo o momento abusar dessa prova de confiança como trampolim para satisfazer interesses pessoais. Bem poderia o PSD ter-nos livrado desta história que obrigou a que o nome do distrito fosse chamado à narrativa e que o país tivesse mais uma prova a acrescentar às suas dúvidas sobre a actividade política e os políticos. Casos como este, de que unicamente responsabilizamos o PSD, enfraquecem a democracia e diminuem o distrito. Sei, contudo, que o PSD distrital com este caso evitou que se falasse da quebra preocupante do investimento no distrito o que tem evitado que qualquer obra se concretize e muitas estruturantes sejam adiadas. Também ocultava a saída de serviços públicos da região. Temos actualmente uma ameaça de encerramento de varias estações dos CTT e tal como na paragem do investimento público também agora sem uma palavra dos sociais-democratas que quando a tiveram até foi para aceitar portagens na A23. Sempre dissemos que a nossa apreciação nada tinha de pessoal e muito menos de avaliação das capacidades profissionais pois não era isso que estava em causa na eleição, mas a competência e disponibilidade politica de bem nos representar. Ainda recordo a tese, defensiva, do PSD de que qualquer pessoa que se tenha notabilizado em qualquer área, no futebol, no cinema, na moda, poderia representar-nos e até com a sua notoriedade dar projecção ao distrito. Mais parece um discurso de eleição de misses ou de política à americana do que o de uma campanha politica para a eleição de representantes duma zona deprimida que tem de ter voz própria e não emprestada. É que pode parecer que não existem quadros responsáveis e qualificados e a nossa pobreza implica que outros determinem o que mais nos interessa. Fica o exemplo e aguardamos que a distrital do PSD se sirva dele para arrepiar caminho pois doutra forma diremos que não tem emenda. Ah e quando, como é habitual, promoverem o jantar de homenagem e despedida à sua cabeça de lista convidem-nos para podermos por ponto final nesta historia cinéfila gritando Good Bye Elisa.

Regresso a um tema da última campanha das legislativas. A opção do PSD em repetidamente escolher para cabeça de lista alguém que não tem qualquer ligação à região e que sente a necessidade de justificar a simpatia pelo distrito foi matéria de discussão na altura. Essa posição só reflecte a importância que a distrital social-democrata atribui à sua frente parlamentar enquanto factor de promoção do desenvolvimento regional. O distrito é de acordo com a sua população um daqueles que menos deputados elege, cinco, repartidos, ultimamente, entre o PS e o PSD. Ora em dois eleitos dispensar um duma relação intensa com o distrito não é só um problema interno do PSD é uma questão regional, pois nos aspectos que reportam ao combate à desertificação, todos, os autarcas eleitos, os agentes locais, as organizações e deputados, deveríamos organizadamente e tendo por base o vínculo à nossa terra, construir uma plataforma reivindicativa que produzisse resultados. Na campanha eleitoral fomos criticados pelo PSD porque sintetizamos esta nossa posição qualificando o seu cabeça de lista de paraquedista e estrangeiro porque nunca tinha manifestado qualquer elo com o distrito e porque introduziu comportamentos estranhos ao debate político e afastados da nossa vivência colectiva. Não foi uma atitude machista como a cabeça de lista classificou porque já tinha sido assim quando o Eng. Álvaro Barreto foi cá candidato e disse vir aqui derrotar o Eng. Guterres na sua terra. Limitamo-nos a não entender que quem justificava o laço ao distrito através da culinária, costura, bordados, e alunos daqui oriundos pudesse estar em boas condições para sentir os nossos problemas e ser um aliado na sua resolução. Começaram a dar-nos razão quando a deputada pretendeu acumular as suas já vastas actividades, de colunista na imprensa, professora em Tomar e animadora de programas de TV com deputada, empenhada em visitar-nos semanalmente. É verdade que os sociais-democratas da Covilhã cedo perceberam a manobra e não alinharam no seu branqueamento. Foi preciso, no entanto, que, segundo a imprensa, o agora tão badalado Min. Negócio Estrangeiros, tivesse nomeado a deputada assessora de imprensa mas para exercer funções de adida cultural, por não possuir as habilitações adequadas, para todos darem razão às nossas criticas. Ser deputada é actuar em representação de quem nos elegeu e que procuramos servir e não podemos a todo o momento abusar dessa prova de confiança como trampolim para satisfazer interesses pessoais. Bem poderia o PSD ter-nos livrado desta história que obrigou a que o nome do distrito fosse chamado à narrativa e que o país tivesse mais uma prova a acrescentar às suas dúvidas sobre a actividade política e os políticos. Casos como este, de que unicamente responsabilizamos o PSD, enfraquecem a democracia e diminuem o distrito. Sei, contudo, que o PSD distrital com este caso evitou que se falasse da quebra preocupante do investimento no distrito o que tem evitado que qualquer obra se concretize e muitas estruturantes sejam adiadas. Também ocultava a saída de serviços públicos da região. Temos actualmente uma ameaça de encerramento de varias estações dos CTT e tal como na paragem do investimento público também agora sem uma palavra dos sociais-democratas que quando a tiveram até foi para aceitar portagens na A23. Sempre dissemos que a nossa apreciação nada tinha de pessoal e muito menos de avaliação das capacidades profissionais pois não era isso que estava em causa na eleição, mas a competência e disponibilidade politica de bem nos representar. Ainda recordo a tese, defensiva, do PSD de que qualquer pessoa que se tenha notabilizado em qualquer área, no futebol, no cinema, na moda, poderia representar-nos e até com a sua notoriedade dar projecção ao distrito. Mais parece um discurso de eleição de misses ou de política à americana do que o de uma campanha politica para a eleição de representantes duma zona deprimida que tem de ter voz própria e não emprestada. É que pode parecer que não existem quadros responsáveis e qualificados e a nossa pobreza implica que outros determinem o que mais nos interessa. Fica o exemplo e aguardamos que a distrital do PSD se sirva dele para arrepiar caminho pois doutra forma diremos que não tem emenda. Ah e quando, como é habitual, promoverem o jantar de homenagem e despedida à sua cabeça de lista convidem-nos para podermos por ponto final nesta historia cinéfila gritando Good Bye Elisa.

marcar artigo