Semanário Económico

01-03-2004
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Entrevista a Almeida Henriques, Presidente do Conselho Empresarial do Centro

«API confina a sua actuação a projectos do Norte»

16-01-2004, António de Albuquerque, aalbuquerque@economica.iol.pt

Influenciar o poder central no apoio à região centro vai ser uma das apostas estratégicas de Almeida Henriques. Para o dirigente da associação que congrega 38 associações representativas de mais de 42 mil empresas, a API deveria conhecer melhor as potencialidades da região, colocando a hipótese de, caso a actual situação não se altere, poder vir a criar-se uma agência no centro do país. E lança o repto: porque não ter o IAPMEI sediado no centro?

Poderia fazer um pequeno balanço do que é o CEC?

O CEC é uma instituição que tem dez anos, mas com um percurso extremamente acelerado que hoje congrega 38 associações dos seis distritos da região. O CEC representa mais de 42 mil empresas e estas unidades são o reflexo do que é o tecido empresarial da região, dominado sobretudo por micro, pequenas e médias empresas. Olhando um pouco para trás, o percurso do CEC começou por ser essencialmente político, em torno da ideia de afirmar a região centro e de passar a haver uma voz empresarial própria.

Ao longo do tempo, fomos evoluindo para o conceito de câmara de comércio e indústria e hoje o CEC apresenta-se como uma unidade central da rede constituída pelas associações e assume-se cada vez mais como uma estrutura de coordenação na lógica do apoio directo às empresas. Os seus 20 gabinetes de dinamização empresarial têm uma relação de proximidade muito forte com o empresariado da região centro. E isso é importante enfatizar.

Como é que é possível conjugar esforços com tantas associações?

Estruturámos o modelo através de uma intranet, o NetCentro, que serve de ferramenta de trabalho para os técnicos das várias associações, sendo ao mesmo tempo já uma extranet acessível a todos os empresários da região. Posso dizer-lhe que, neste momento, o NetCentro já tem 6 mil utilizadores. Esta ferramenta de trabalho é consubstanciada no terreno com uma rede de quase 400 técnicos das associações. Estes técnicos têm vindo a ser formados numa lógica de virem a prestar um serviço de alta qualidade no terreno, tendo por trás como backoffice o CEC, onde existem competências de valor acrescentado. Supletivamente, o CEC intervém em matérias como qualidade, inovação e internacionalização procurando ganhar dimensão política por estarmos num território maior. E agora já estamos na fase seguinte que é a certificação dos próprios gabinetes com o objectivo do CEC, e isto é uma vertente que assumimos para o futuro, que cada vez mais se torne uma Câmara de Comércio e Indústria.

Quais são agora os principais objectivos do CEC?

Em termos de objectivos estratégicos para os próximos três anos, queremos contribuir para o reforço da competitividade regional, liderar a promoção económica e afirmação do território, influenciar e condicionar as políticas de desenvolvimento, melhorar a prestação de serviços às empresas e potenciar a representatividade das associações empresariais associadas. Em relação ao reforço da competitividade regional, queremos que as empresas apostem cada vez mais na qualidade, na inovação e que criem redes para se internacionalizar. Estamos empenhados designadamente na estratégia de internacionalização da própria região centro, nomeadamente para o mercado espanhol que se apresenta como um mercado natural, em particular as regiões do país vizinho que confinam com a região centro. Mas estamos a apostar num aspecto inovador que passa por tirar partido das nossas comunidades emigrantes ao criar uma ligação entre câmara de comércio e indústria do centro e as diversas câmaras de comércio e indústria espalhadas pelas nossas comunidades. Salientaria o objectivo de influenciar e condicionar políticas de desenvolvimento, até porque o centro tem potencialidades mas também precisa muito do olhar dos poderes, sobretudo ao nível das infra-estruturas.

© Semanário Economico 2002

Entrevista a Almeida Henriques, Presidente do Conselho Empresarial do Centro

«API confina a sua actuação a projectos do Norte»

16-01-2004, António de Albuquerque, aalbuquerque@economica.iol.pt

Influenciar o poder central no apoio à região centro vai ser uma das apostas estratégicas de Almeida Henriques. Para o dirigente da associação que congrega 38 associações representativas de mais de 42 mil empresas, a API deveria conhecer melhor as potencialidades da região, colocando a hipótese de, caso a actual situação não se altere, poder vir a criar-se uma agência no centro do país. E lança o repto: porque não ter o IAPMEI sediado no centro?

Poderia fazer um pequeno balanço do que é o CEC?

O CEC é uma instituição que tem dez anos, mas com um percurso extremamente acelerado que hoje congrega 38 associações dos seis distritos da região. O CEC representa mais de 42 mil empresas e estas unidades são o reflexo do que é o tecido empresarial da região, dominado sobretudo por micro, pequenas e médias empresas. Olhando um pouco para trás, o percurso do CEC começou por ser essencialmente político, em torno da ideia de afirmar a região centro e de passar a haver uma voz empresarial própria.

Ao longo do tempo, fomos evoluindo para o conceito de câmara de comércio e indústria e hoje o CEC apresenta-se como uma unidade central da rede constituída pelas associações e assume-se cada vez mais como uma estrutura de coordenação na lógica do apoio directo às empresas. Os seus 20 gabinetes de dinamização empresarial têm uma relação de proximidade muito forte com o empresariado da região centro. E isso é importante enfatizar.

Como é que é possível conjugar esforços com tantas associações?

Estruturámos o modelo através de uma intranet, o NetCentro, que serve de ferramenta de trabalho para os técnicos das várias associações, sendo ao mesmo tempo já uma extranet acessível a todos os empresários da região. Posso dizer-lhe que, neste momento, o NetCentro já tem 6 mil utilizadores. Esta ferramenta de trabalho é consubstanciada no terreno com uma rede de quase 400 técnicos das associações. Estes técnicos têm vindo a ser formados numa lógica de virem a prestar um serviço de alta qualidade no terreno, tendo por trás como backoffice o CEC, onde existem competências de valor acrescentado. Supletivamente, o CEC intervém em matérias como qualidade, inovação e internacionalização procurando ganhar dimensão política por estarmos num território maior. E agora já estamos na fase seguinte que é a certificação dos próprios gabinetes com o objectivo do CEC, e isto é uma vertente que assumimos para o futuro, que cada vez mais se torne uma Câmara de Comércio e Indústria.

Quais são agora os principais objectivos do CEC?

Em termos de objectivos estratégicos para os próximos três anos, queremos contribuir para o reforço da competitividade regional, liderar a promoção económica e afirmação do território, influenciar e condicionar as políticas de desenvolvimento, melhorar a prestação de serviços às empresas e potenciar a representatividade das associações empresariais associadas. Em relação ao reforço da competitividade regional, queremos que as empresas apostem cada vez mais na qualidade, na inovação e que criem redes para se internacionalizar. Estamos empenhados designadamente na estratégia de internacionalização da própria região centro, nomeadamente para o mercado espanhol que se apresenta como um mercado natural, em particular as regiões do país vizinho que confinam com a região centro. Mas estamos a apostar num aspecto inovador que passa por tirar partido das nossas comunidades emigrantes ao criar uma ligação entre câmara de comércio e indústria do centro e as diversas câmaras de comércio e indústria espalhadas pelas nossas comunidades. Salientaria o objectivo de influenciar e condicionar políticas de desenvolvimento, até porque o centro tem potencialidades mas também precisa muito do olhar dos poderes, sobretudo ao nível das infra-estruturas.

© Semanário Economico 2002

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