EXPRESSO: Opinião

31-08-2002
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23/6/2001

OPINIÃO

O que eles dizem

AFINAL, «os profetas da desgraça», reunidos em Conselho de Ministros, levaram a sua avante e aprovaram um drástico pacote de 50 (cinquenta!) medidas para conter as despesas públicas e apertar o cinto ao país. Apenas um mês e meio depois de António Guterres ter tentado ridicularizar tais profetas no Congresso do PS. Aproximam-se dias de austeridade na função pública, os militares perdem milhões e reduzem efectivos nos quartéis, o TGV fica congelado, os hospitais e as autarquias passarão a viver em clima de restrição. Apesar de o primeiro-ministro, sempre distante e desdramatizador nos momentos difíceis da governação, continuar a garantir que tudo não passa de uma simples «moderação salarial». Ora, um dos «profetas da desgraça» veio, esta semana, confirmar o «difuso mal-estar», o «pessimismo» e a «descrença» que se instalaram na sociedade portuguesa. O profeta chama-se Mário Soares e foi mais longe e mais fundo nas suas considerações. Criticando a falta de convicções e de coragem dos actuais líderes políticos, que têm «um eterno sorriso de plástico» e vivem obcecados «pelo imediatismo, pela imagem que deles projectam os 'media', pela popularidade e pelo voto». Eis um retrato político a cores e de alta definição do primeiro-ministro de Portugal. Mário Soares insiste, contra os políticos do diálogo e do consenso, que «governar é escolher e escolher é desagradar». E conclui que «um político tem que ter a coragem de, às vezes, desagradar para governar bem, se não as suas estratégias voltam-se contra si». Nos momentos de crise, António Guterres devia saber que não há nada como ouvir os clássicos. Mas o estilo mole, indeciso e frouxo de governação resulta da própria natureza do primeiro-ministro. Não tem remédio nem emenda. Pina Moura, em vésperas de abandonar o Executivo, pode dizer que foi quase o único ministro deste Governo com coragem política para reformar e desagradar, avançando com a reforma fiscal e o plano de contenção da despesa pública. Guterres não as pôde evitar, mas tentou adiá-las, suavizá-las, amolecê-las. E fugiu a dar a cara pelas reformas do seu ministro. Mas mantém um eterno sorriso de plástico. J.A.L. jalima@mail.expresso.pt

COMENTÁRIOS

5 comentários 1 a 5

26 de Junho de 2001 às 15:11

A. Reis

A medida 51 decretada pelo PM, consiste em poupança energética, isto é, mandou “apagar a luz ao fundo do túnel”.

25 de Junho de 2001 às 09:17

Maria da Fonte

Isto é o eterno a escrever direito por linhas tortas, a tesisse é tanta que vai impedir grandes e irremediaveis disparates do calibre do tgv e do aeroporto da ota...

Confiemos no altissimo, que la esta a velar por nos, se não fosse o seu permanente empenho decerto que não existiriamos ao lado de povos sérios, sacrificados e infelizes por essa europa fora que ainda por cima têm lideres inteligentes e interessados no bem das respectivas nações!

25 de Junho de 2001 às 09:01

O QUE ANDA A FAZER O alberto martins ?????

.

Mas o brilhante contestatário dos anos 60 faz como os seus pares do governo, isto é, NADA FAZ.!!!!

CORJA IMUNDA DE CHULOS DO ESTADO

24 de Junho de 2001 às 22:50

boa memória

Cada pais´ tem o governo que

merece.Não somos uma excepção.

Mas temos também a imprensa ,radio e TV que merecemos. Isto é ,temos os jornalistas que merecemos.

Lembram-se da campanha infame que se fez 24 horas por dia ao Prof Cavaco Silva ? Quem saiba um pouco de História sabia de antemão o que está a suceder com o xuxialismo e seu cabeça de cartaz ,que atingiu o seu nivel de incompetencia na triste figura de 1º ministro desta republica de bananas ( sem bananas ).

24 de Junho de 2001 às 15:36

UMA MARIA INGÉNUA: ainda iremos a tempo da 51ª medida? Ou melhor, da que deveria ser a 1ª?

No receituário oficial não constam mezinhas para curar a pandemia dos tachos, das obscenas mordomias, das sinecuras? A equipa elogiada pelo Pina Moura não foi capaz de calcular a correspondente verba a abater?

E já agora: senhor articulista que tal contribuir para esclarecer o povo quanto à inexistência de uma administração pública sujeita a um mesmo estatuto de obrigações e direitos? A manta, de facto completamente esgaçada, tem retalhos de 1ª, 2ª e 3ª categorias.

O ministro Alberto Martins considera que os de 1ª, por ex os intitutos com autonomia administrativa e financeira (ah!ah1ah!) são muito importantes para a MODERNIZAÇÃO! Mas então por que continua a manta esgaçada?

Para que servirão os de 2ª e 3ª? Provavelmente para garantir que a manta não fique completamente rota!!!

E porque terão os de 1ª uma apetência inusitada para procriar? Que tal investigar o universo das suas participadas?

Senhor jornalista e seus colegas, que tal um trabalho de investigação que complemente o esforço de Vital Moreira?

O País precisa de jornalismo sério de investigação sob pena desta moda repentina do politicamente incorrecto, como todas as modas, ser transitória e inconsequente. Conto consigo. Não basta falarmos de uma opinião pública deficitária.

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23/6/2001

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O que eles dizem

AFINAL, «os profetas da desgraça», reunidos em Conselho de Ministros, levaram a sua avante e aprovaram um drástico pacote de 50 (cinquenta!) medidas para conter as despesas públicas e apertar o cinto ao país. Apenas um mês e meio depois de António Guterres ter tentado ridicularizar tais profetas no Congresso do PS. Aproximam-se dias de austeridade na função pública, os militares perdem milhões e reduzem efectivos nos quartéis, o TGV fica congelado, os hospitais e as autarquias passarão a viver em clima de restrição. Apesar de o primeiro-ministro, sempre distante e desdramatizador nos momentos difíceis da governação, continuar a garantir que tudo não passa de uma simples «moderação salarial». Ora, um dos «profetas da desgraça» veio, esta semana, confirmar o «difuso mal-estar», o «pessimismo» e a «descrença» que se instalaram na sociedade portuguesa. O profeta chama-se Mário Soares e foi mais longe e mais fundo nas suas considerações. Criticando a falta de convicções e de coragem dos actuais líderes políticos, que têm «um eterno sorriso de plástico» e vivem obcecados «pelo imediatismo, pela imagem que deles projectam os 'media', pela popularidade e pelo voto». Eis um retrato político a cores e de alta definição do primeiro-ministro de Portugal. Mário Soares insiste, contra os políticos do diálogo e do consenso, que «governar é escolher e escolher é desagradar». E conclui que «um político tem que ter a coragem de, às vezes, desagradar para governar bem, se não as suas estratégias voltam-se contra si». Nos momentos de crise, António Guterres devia saber que não há nada como ouvir os clássicos. Mas o estilo mole, indeciso e frouxo de governação resulta da própria natureza do primeiro-ministro. Não tem remédio nem emenda. Pina Moura, em vésperas de abandonar o Executivo, pode dizer que foi quase o único ministro deste Governo com coragem política para reformar e desagradar, avançando com a reforma fiscal e o plano de contenção da despesa pública. Guterres não as pôde evitar, mas tentou adiá-las, suavizá-las, amolecê-las. E fugiu a dar a cara pelas reformas do seu ministro. Mas mantém um eterno sorriso de plástico. J.A.L. jalima@mail.expresso.pt

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26 de Junho de 2001 às 15:11

A. Reis

A medida 51 decretada pelo PM, consiste em poupança energética, isto é, mandou “apagar a luz ao fundo do túnel”.

25 de Junho de 2001 às 09:17

Maria da Fonte

Isto é o eterno a escrever direito por linhas tortas, a tesisse é tanta que vai impedir grandes e irremediaveis disparates do calibre do tgv e do aeroporto da ota...

Confiemos no altissimo, que la esta a velar por nos, se não fosse o seu permanente empenho decerto que não existiriamos ao lado de povos sérios, sacrificados e infelizes por essa europa fora que ainda por cima têm lideres inteligentes e interessados no bem das respectivas nações!

25 de Junho de 2001 às 09:01

O QUE ANDA A FAZER O alberto martins ?????

.

Mas o brilhante contestatário dos anos 60 faz como os seus pares do governo, isto é, NADA FAZ.!!!!

CORJA IMUNDA DE CHULOS DO ESTADO

24 de Junho de 2001 às 22:50

boa memória

Cada pais´ tem o governo que

merece.Não somos uma excepção.

Mas temos também a imprensa ,radio e TV que merecemos. Isto é ,temos os jornalistas que merecemos.

Lembram-se da campanha infame que se fez 24 horas por dia ao Prof Cavaco Silva ? Quem saiba um pouco de História sabia de antemão o que está a suceder com o xuxialismo e seu cabeça de cartaz ,que atingiu o seu nivel de incompetencia na triste figura de 1º ministro desta republica de bananas ( sem bananas ).

24 de Junho de 2001 às 15:36

UMA MARIA INGÉNUA: ainda iremos a tempo da 51ª medida? Ou melhor, da que deveria ser a 1ª?

No receituário oficial não constam mezinhas para curar a pandemia dos tachos, das obscenas mordomias, das sinecuras? A equipa elogiada pelo Pina Moura não foi capaz de calcular a correspondente verba a abater?

E já agora: senhor articulista que tal contribuir para esclarecer o povo quanto à inexistência de uma administração pública sujeita a um mesmo estatuto de obrigações e direitos? A manta, de facto completamente esgaçada, tem retalhos de 1ª, 2ª e 3ª categorias.

O ministro Alberto Martins considera que os de 1ª, por ex os intitutos com autonomia administrativa e financeira (ah!ah1ah!) são muito importantes para a MODERNIZAÇÃO! Mas então por que continua a manta esgaçada?

Para que servirão os de 2ª e 3ª? Provavelmente para garantir que a manta não fique completamente rota!!!

E porque terão os de 1ª uma apetência inusitada para procriar? Que tal investigar o universo das suas participadas?

Senhor jornalista e seus colegas, que tal um trabalho de investigação que complemente o esforço de Vital Moreira?

O País precisa de jornalismo sério de investigação sob pena desta moda repentina do politicamente incorrecto, como todas as modas, ser transitória e inconsequente. Conto consigo. Não basta falarmos de uma opinião pública deficitária.

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