Presidente da Câmara de Sines exige mais segurança

25-09-2004
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Presidente da Câmara de Sines Exige Mais Segurança

Domingo, 19 de Setembro de 2004

O presidente da Câmara de Sines afirma ter ficado "surpreendido" com a possibilidade, "conhecida pela comunicação social", de que a refinaria de Sines possa ver aumentada a capacidade de produção como consequência de um eventual encerramento da unidade de Leça da Palmeira, mas prefere confiar que tal decisão "só será tomada com base em estudos fundamentados".

"Não é um cenário com que contasse", comenta Manuel Coelho, para quem a transferência de capacidade produtiva para o seu concelho "terá de ser acompanhada por investimentos em segurança e em protecção do ambiente". No entender do autarca, a refinaria de Sines "é moderna e tem possibilidade de expansão", embora continuem por concluir projectos "fundamentais em matéria de ambiente e segurança para trabalhadores e população".

Assumidamente defensor da unidade da Petrogal no seu município, Manuel Coelho não deixa de apontar que "a colaboração que se desejaria mais estreita com a autarquia não tem acontecido". E conta com uma reacção negativa da população, reclamando um "esclarecimento aos munícipes, que têm o direito de se pronunciar sobre a matéria".

Mais preocupado está o deputado socialista eleito pelo círculo de Setúbal Alberto Antunes, que associa uma possível estratégia de transferência para Sines ao processo de concessão do Terminal Petroleiro do Porto de Sines, sobre o qual tem levantado algumas dúvidas.

Há cerca de cinco meses, Alberto Antunes entregou na Assembleia da República um requerimento questionando a forma como a concessão, por ajuste directo, estava a ser negociada entre a Galpenergia e a Administração do Porto de Sines, documento sobre o qual ainda não obteve qualquer resposta. "Com o aumento de capacidade da refinaria de Sines, aumenta o apetite da Galp por uma concessão que pode ser lesiva para o Estado", avisa o deputado.

É também com "grande preocupação" que Paulo Granjo, antropólogo do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e autor do livro "Trabalhamos sobre um barril de pólvora. Homens e perigo na refinaria de Sines", encara a possibilidade de Sines substituir Leça da Palmeira.

"Uma orientação destas só pode ser dada por quem desconhece por completo esta indústria", considera Paulo Granjo. É que, explica, as actividades são diferentes em cada uma das refinarias, o que exigiria um investimento "avultadíssimo" em Sines. Uma decisão de transferência é, por isso, entendida como "meramente política, não acautelando as consequências sociais, económicas e ambientais". Cláudia Veloso

Presidente da Câmara de Sines Exige Mais Segurança

Domingo, 19 de Setembro de 2004

O presidente da Câmara de Sines afirma ter ficado "surpreendido" com a possibilidade, "conhecida pela comunicação social", de que a refinaria de Sines possa ver aumentada a capacidade de produção como consequência de um eventual encerramento da unidade de Leça da Palmeira, mas prefere confiar que tal decisão "só será tomada com base em estudos fundamentados".

"Não é um cenário com que contasse", comenta Manuel Coelho, para quem a transferência de capacidade produtiva para o seu concelho "terá de ser acompanhada por investimentos em segurança e em protecção do ambiente". No entender do autarca, a refinaria de Sines "é moderna e tem possibilidade de expansão", embora continuem por concluir projectos "fundamentais em matéria de ambiente e segurança para trabalhadores e população".

Assumidamente defensor da unidade da Petrogal no seu município, Manuel Coelho não deixa de apontar que "a colaboração que se desejaria mais estreita com a autarquia não tem acontecido". E conta com uma reacção negativa da população, reclamando um "esclarecimento aos munícipes, que têm o direito de se pronunciar sobre a matéria".

Mais preocupado está o deputado socialista eleito pelo círculo de Setúbal Alberto Antunes, que associa uma possível estratégia de transferência para Sines ao processo de concessão do Terminal Petroleiro do Porto de Sines, sobre o qual tem levantado algumas dúvidas.

Há cerca de cinco meses, Alberto Antunes entregou na Assembleia da República um requerimento questionando a forma como a concessão, por ajuste directo, estava a ser negociada entre a Galpenergia e a Administração do Porto de Sines, documento sobre o qual ainda não obteve qualquer resposta. "Com o aumento de capacidade da refinaria de Sines, aumenta o apetite da Galp por uma concessão que pode ser lesiva para o Estado", avisa o deputado.

É também com "grande preocupação" que Paulo Granjo, antropólogo do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e autor do livro "Trabalhamos sobre um barril de pólvora. Homens e perigo na refinaria de Sines", encara a possibilidade de Sines substituir Leça da Palmeira.

"Uma orientação destas só pode ser dada por quem desconhece por completo esta indústria", considera Paulo Granjo. É que, explica, as actividades são diferentes em cada uma das refinarias, o que exigiria um investimento "avultadíssimo" em Sines. Uma decisão de transferência é, por isso, entendida como "meramente política, não acautelando as consequências sociais, económicas e ambientais". Cláudia Veloso

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