O ferrismo em dissolução

27-10-2004
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O Ferrismo em Dissolução

Segunda-feira, 04 de Outubro de 2004 A ascenção à liderança do PS de uma nova tendência - os "socráticos" - implicou o início de um processo de dissolução do grupo que orientou o partido nos últimos dois anos e meio, os chamados "ferristas". Como o próprio Ferro Rodrigues fez questão de sublinhar no primeiro dia do congresso, do seu secretariado saíram apoiantes das três candidaturas (a começar por José Sócrates) e até de nenhuma candidatura. Nesta última opção alinhou o dirigente que foi passou a número dois do PS, aquando da prisão de Paulo Pedroso, José António Vieira da Silva. O dirigente socialista, que detinha o importante pelouro da organização, presidiu à comissão organizadora do congresso e, por isso mesmo, manteve-se neutro. Mas quando a reunião magna socialista se iniciou, essa função terminou. Apesar disso, Vieira da Silva continuou a manter-se neutro e ontem não levantou o braço nem para apoiar a moção de Sócrates nem para apoiar a de Alegre. Não votou, pura e simplesmente. E não integra nenhum órgão do partido. Só não é um militante de base porque se mantém deputado. Outro dos colaboradores mais próximos de Ferro alinhou pelo mesmo diapasão. Pedro Adão e Silva escolheu não votar em nenhuma moção e não integrar nenhuma das candidaturas. Trata-se mesmo de um regresso à militância de base, visto não ser deputado, e à vida académica. O grupo partiu-se, portanto. Ao contrário de Vieira da Silva e de Adão Silva, Pedroso decidiu escolher um dos lados. Integrou a candidatura de Alegre e foi eleito para a comissão nacional, esperando-se que agora ascenda à comissão política. Pedroso, ainda a braços com o processo Casa Pia - não está decidido o recurso interposto pelo Ministério Público face à decisão de não ser pronunciado arguido - prepara-se para a travessia do deserto, mas fá-lo-à mantendo-se num órgão dirigente do PS. O mesmo aconteceu com várias outras figuras influentes no chamado "ferrismo", casos de João Cravinho, Vera Jardim, Augusto Santos Silva e Ana Gomes. Todos foram eleitos para a comissão nacional e todos são deputados (Ana Gomes é eurodeputada). Quanto ao próprio Ferro, só se sabe de ciência certa o que o próprio disse: fica no Parlamento. Quanto ao resto, especula-se: que alimenta o sonho de uma candidatura presidencial (mas só caso Guterres não avance) ou que é um putativo candidato à Câmara de Lisboa (mas aqui António Costa parece estar na "pole position"). Na sexta-feira à noite Ferro despediu-se da liderança com um discurso simpático para toda a gente (a começar em Sócrates e acabar em Jorge Coelho). Aparentemente, o ex-líder quer deixar de ser uma figura que suscite divisões no partido. A prazo poderá dar jeito. J.P.H. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE "O PS está de volta"

Alegre elegeu 46 membros para a comissão nacional

Um partido à reconquista do poder

Sócrates quer passar imagem do

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