Adão e Silva afirma que criação da universidade em Bragança seria "um grande erro"

02-08-2003
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Adão e Silva Afirma Que Criação da Universidade em Bragança Seria "Um Grande Erro"

Por ANA FRAGOSO

Sexta-feira, 11 de Julho de 2003

Contra todas as promessas feitas em tempo de campanha eleitoral e contra todas as posições assumidas durante os últimos dois anos de governação socialista pelos sociais-democratas, Adão e Silva, vice-presidente do PSD no distrito de Bragança e secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, afirma que a criação da Universidade pública em Bragança seria "um grande erro", deitando por terra uma das grandes bandeiras eleitorais do próprio partido.

Em Abril passado, o governante assumiu publicamente esta posição em Bragança e agora reitera os argumentos: "Estar a criar uma universidade quando não há gente para a frequentar, é evidente que nunca seria uma boa universidade. E duvido que alguma vez fosse um motor de desenvolvimento de uma terra como o distrito de Bragança".

Adão e Silva diz que foi "o primeiro" a ter a coragem de assumir "as evidências" e mostra-se satisfeito com as recentes declarações do ministro-adjunto do primeiro-ministro, José Luís Arnaut, que em Bragança disse que "nem todas as promessas eleitorais são viáveis" referindo-se à criação da universidade. "Fico satisfeito por saber que o ministro-adjunto do primeiro-ministro também expressou desassombradamente essa posição em Bragança", afirma.

Se as declarações de Arnaut, aparentemente, pouco preocuparam os brigantinos, a posição de Adão e Silva é interpretada como uma verdadeira traição à região que o elegeu como deputado nas últimas legislativas: "O dr. Adão e Silva desde que foi para Lisboa lidera uma autêntica cruzada, de forma obcecada, contra a criação da universidade em Bragança" acusa Jorge Nunes, presidente da comissão Pró-Universidade e presidente da Câmara de Bragança. Nunes classifica a posição do governante como "uma atitude de desautorização do próprio primeiro-ministro, tendo em conta os compromissos que Durão Barroso assumiu para com Bragança" diz.

O decréscimo do número de alunos que ingressam no ensino superior é para Adão uma realidade "evidente" que não se pode escamotear, adiantando que possui informação que no próximo ano lectivo "vai haver uma diminuição no número de vagas quer na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), quer no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), e haverá ainda uma possível extinção de alguns cursos e provavelmente também no IPB" argumenta.

Estas declçarações são o contestadas de forma peremptória pelo presidente do IPB. Dionísio Gonçalves afiança que "nenhum curso vai encerrar" no Instituto e que a redução de 10 por cento no número de vagas para o próximo ano lectivo "é uma redução nacional". No ano ainda em curso, o IPB abriu 1800 vagas, tendo preenchido 1500. "Para o próximo ano, o IPB vai oferecer 1650 vagas, o que nos deixa na linha da frente como uma das instituições que mais vagas oferece no país", garante.

Sendo contra a transformação do IPB em universidade, Adão defende o ensino universitário que vai chegar a Bragança já no próximo ano através da Escola Superior de Saúde. Uma escola que resulta da conversão da Escola Superior de Enfermagem do IPB, e que para além dos cursos de enfermagem, vai oferecer já no ano lectivo 2003/04 duas novas licenciaturas - uma em Análises Clínicas e Saúde Pública e uma outra licenciatura em Farmácia. Cada um destes cursos abre com 35 vagas, mas, segundo o governante, "a ideia é no futuro poder vir a alargar o leque de cursos nesta escola". Adão e Silva defende ainda a agregação desta Escola Superior a uma universidade pública já criada, que poderá ser a UTAD, sediada em Vila Real. Uma intenção que, a concretizar-se, pode gerar grande contestação na capital de distrito nordestina.

Caixa

Adão apoia recandidatura de Nunes à Câmara de Bragança

As diferenças de opinião em relação à criação da Universidade de Bragança, geraram aparentemente algum mau estar entre Adão Silva e Jorge Nunes. Ainda assim o vice-presidente do PSD no distrito anuncia o seu total apoio a uma eventual recandidatura de Jorge Nunes nas autárquicas de 2005, negando qualquer situação de "hostilização" com o autarca: "Não estou de costas voltadas para ninguém, sou apoiante de Jorge Nunes desde a primeira hora, continuo a sê-lo, é um excelente candidato à câmara em 2005 e pode contar com o meu apoio" afirma. Nos corredores da política algumas pessoas viam nas posições de Adão uma possível intenção de ele próprio se vir a candidatar à câmara de Bragança em 2005. "Esse é um comentário que não faz sentido, não tenho ilusões nessa matéria, até porque não me esqueço que já fui candidato à Câmara de Macedo e perdi", responde.

"O dr. Adão e Silva desde que foi para Lisboa lidera uma autêntica cruzada, de forma obcecada, contra a criação da universidade em Bragança" Jorge Nunes, presidente da comissão Pró-Universidade e presidente da Câmara de Bragança.

Adão e Silva Afirma Que Criação da Universidade em Bragança Seria "Um Grande Erro"

Por ANA FRAGOSO

Sexta-feira, 11 de Julho de 2003

Contra todas as promessas feitas em tempo de campanha eleitoral e contra todas as posições assumidas durante os últimos dois anos de governação socialista pelos sociais-democratas, Adão e Silva, vice-presidente do PSD no distrito de Bragança e secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, afirma que a criação da Universidade pública em Bragança seria "um grande erro", deitando por terra uma das grandes bandeiras eleitorais do próprio partido.

Em Abril passado, o governante assumiu publicamente esta posição em Bragança e agora reitera os argumentos: "Estar a criar uma universidade quando não há gente para a frequentar, é evidente que nunca seria uma boa universidade. E duvido que alguma vez fosse um motor de desenvolvimento de uma terra como o distrito de Bragança".

Adão e Silva diz que foi "o primeiro" a ter a coragem de assumir "as evidências" e mostra-se satisfeito com as recentes declarações do ministro-adjunto do primeiro-ministro, José Luís Arnaut, que em Bragança disse que "nem todas as promessas eleitorais são viáveis" referindo-se à criação da universidade. "Fico satisfeito por saber que o ministro-adjunto do primeiro-ministro também expressou desassombradamente essa posição em Bragança", afirma.

Se as declarações de Arnaut, aparentemente, pouco preocuparam os brigantinos, a posição de Adão e Silva é interpretada como uma verdadeira traição à região que o elegeu como deputado nas últimas legislativas: "O dr. Adão e Silva desde que foi para Lisboa lidera uma autêntica cruzada, de forma obcecada, contra a criação da universidade em Bragança" acusa Jorge Nunes, presidente da comissão Pró-Universidade e presidente da Câmara de Bragança. Nunes classifica a posição do governante como "uma atitude de desautorização do próprio primeiro-ministro, tendo em conta os compromissos que Durão Barroso assumiu para com Bragança" diz.

O decréscimo do número de alunos que ingressam no ensino superior é para Adão uma realidade "evidente" que não se pode escamotear, adiantando que possui informação que no próximo ano lectivo "vai haver uma diminuição no número de vagas quer na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), quer no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), e haverá ainda uma possível extinção de alguns cursos e provavelmente também no IPB" argumenta.

Estas declçarações são o contestadas de forma peremptória pelo presidente do IPB. Dionísio Gonçalves afiança que "nenhum curso vai encerrar" no Instituto e que a redução de 10 por cento no número de vagas para o próximo ano lectivo "é uma redução nacional". No ano ainda em curso, o IPB abriu 1800 vagas, tendo preenchido 1500. "Para o próximo ano, o IPB vai oferecer 1650 vagas, o que nos deixa na linha da frente como uma das instituições que mais vagas oferece no país", garante.

Sendo contra a transformação do IPB em universidade, Adão defende o ensino universitário que vai chegar a Bragança já no próximo ano através da Escola Superior de Saúde. Uma escola que resulta da conversão da Escola Superior de Enfermagem do IPB, e que para além dos cursos de enfermagem, vai oferecer já no ano lectivo 2003/04 duas novas licenciaturas - uma em Análises Clínicas e Saúde Pública e uma outra licenciatura em Farmácia. Cada um destes cursos abre com 35 vagas, mas, segundo o governante, "a ideia é no futuro poder vir a alargar o leque de cursos nesta escola". Adão e Silva defende ainda a agregação desta Escola Superior a uma universidade pública já criada, que poderá ser a UTAD, sediada em Vila Real. Uma intenção que, a concretizar-se, pode gerar grande contestação na capital de distrito nordestina.

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Adão apoia recandidatura de Nunes à Câmara de Bragança

As diferenças de opinião em relação à criação da Universidade de Bragança, geraram aparentemente algum mau estar entre Adão Silva e Jorge Nunes. Ainda assim o vice-presidente do PSD no distrito anuncia o seu total apoio a uma eventual recandidatura de Jorge Nunes nas autárquicas de 2005, negando qualquer situação de "hostilização" com o autarca: "Não estou de costas voltadas para ninguém, sou apoiante de Jorge Nunes desde a primeira hora, continuo a sê-lo, é um excelente candidato à câmara em 2005 e pode contar com o meu apoio" afirma. Nos corredores da política algumas pessoas viam nas posições de Adão uma possível intenção de ele próprio se vir a candidatar à câmara de Bragança em 2005. "Esse é um comentário que não faz sentido, não tenho ilusões nessa matéria, até porque não me esqueço que já fui candidato à Câmara de Macedo e perdi", responde.

"O dr. Adão e Silva desde que foi para Lisboa lidera uma autêntica cruzada, de forma obcecada, contra a criação da universidade em Bragança" Jorge Nunes, presidente da comissão Pró-Universidade e presidente da Câmara de Bragança.

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