Incineradora já gera protestos

20-07-2003
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Incineradora Já Gera Protestos

Quarta-feira, 09 de Julho de 2003

A nova incineradora para o lixo doméstico, prevista para o Centro do país, cuja construção foi ontem reafirmada pelo Governo durante a apresentação da sua estratégia para os resíduos biodegradáveis - que o PÚBLICO ontem antecipou -, já suscitou críticas por parte dos autarcas, socialistas e ambientalistas. Os primeiros recusam receber a estrutura, enquanto os socialistas consideram a decisão como um "verdadeiro disparate" e os ambientalistas a classificam como uma medida "incoerente".

As autarquias de Anadia e Oliveira do Bairro afiançaram ontem à agência Lusa que nem por imposição governamental aceitarão receber a incineradora. "Em Oliveira do Bairro não ficará de certeza - a Câmara ainda manda no seu território", asseverou o presidente da Câmara, Acílio Gala, eleito pelo CDS-PP. "Quem tomar decisões que contrariem a nossa vontade terá de arcar com as consequências", frisou, por seu lado, o presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, do PSD.

A ERSUC, Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro, encomendou um estudo que aponta a localização da incineradora para um triângulo entre Águeda, Anadia e Oliveira do Bairro, mas as três autarquias emitiram posições de recusa do equipamento.

Face ao impasse, a decisão final poderá caber ao Governo, uma vez que o Estado detém 51 por cento do capital da ERSUC, na qual estão associados também 36 municípios de Aveiro, Coimbra e Leiria.

Rui Berkemeier, da Quercus, disse à Lusa não compreender a política governamental em matéria de resíduos. "Para os resíduos industriais perigosos, o Governo abandonou a possibilidade de incinerar. A que propósito opta agora por uma incineradora para os resíduos urbanos, para os quais é mais fácil outras soluções de tratamento. Há uma total incoerência na política de resíduos", precisou Rui Berkemeier.

Os socialistas, pela voz do deputado Pedro Silva Pereira, consideram que "se o Governo entende que é necessário queimar lixo, deve optar pela co-incineração e não pela incineração dedicada". Segundo o deputado, a co-incineração é "mais amiga do ambiente" e "mais flexível" do que a incineração dedicada.

Entretanto, os municípios da ilha de São Miguel, Açores, vão apresentar na próxima semana a candidatura ao Fundo de Coesão para a construção de uma incineradora de resíduos urbanos. Esta estrutura não está prevista na estratégia nacional.

Incineradora Já Gera Protestos

Quarta-feira, 09 de Julho de 2003

A nova incineradora para o lixo doméstico, prevista para o Centro do país, cuja construção foi ontem reafirmada pelo Governo durante a apresentação da sua estratégia para os resíduos biodegradáveis - que o PÚBLICO ontem antecipou -, já suscitou críticas por parte dos autarcas, socialistas e ambientalistas. Os primeiros recusam receber a estrutura, enquanto os socialistas consideram a decisão como um "verdadeiro disparate" e os ambientalistas a classificam como uma medida "incoerente".

As autarquias de Anadia e Oliveira do Bairro afiançaram ontem à agência Lusa que nem por imposição governamental aceitarão receber a incineradora. "Em Oliveira do Bairro não ficará de certeza - a Câmara ainda manda no seu território", asseverou o presidente da Câmara, Acílio Gala, eleito pelo CDS-PP. "Quem tomar decisões que contrariem a nossa vontade terá de arcar com as consequências", frisou, por seu lado, o presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, do PSD.

A ERSUC, Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro, encomendou um estudo que aponta a localização da incineradora para um triângulo entre Águeda, Anadia e Oliveira do Bairro, mas as três autarquias emitiram posições de recusa do equipamento.

Face ao impasse, a decisão final poderá caber ao Governo, uma vez que o Estado detém 51 por cento do capital da ERSUC, na qual estão associados também 36 municípios de Aveiro, Coimbra e Leiria.

Rui Berkemeier, da Quercus, disse à Lusa não compreender a política governamental em matéria de resíduos. "Para os resíduos industriais perigosos, o Governo abandonou a possibilidade de incinerar. A que propósito opta agora por uma incineradora para os resíduos urbanos, para os quais é mais fácil outras soluções de tratamento. Há uma total incoerência na política de resíduos", precisou Rui Berkemeier.

Os socialistas, pela voz do deputado Pedro Silva Pereira, consideram que "se o Governo entende que é necessário queimar lixo, deve optar pela co-incineração e não pela incineração dedicada". Segundo o deputado, a co-incineração é "mais amiga do ambiente" e "mais flexível" do que a incineração dedicada.

Entretanto, os municípios da ilha de São Miguel, Açores, vão apresentar na próxima semana a candidatura ao Fundo de Coesão para a construção de uma incineradora de resíduos urbanos. Esta estrutura não está prevista na estratégia nacional.

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