Portugal Diário

25-10-2003
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Autarcas não vão aceitar incineradora

PD 08-07-2003 18:02 Autarquias de Anadia e Oliveira do Bairro «nem por imposição governamental» aceitarão receber unidade de queima As autarquias de Anadia e Oliveira do Bairro afiançaram hoje que nem por imposição governamental aceitarão receber a incineradora para queimar lixo doméstico prevista para a região Centro do país. «Em Oliveira do Bairro, a incineradora não ficará de certeza. A Câmara ainda manda no seu território», asseverou o presidente da Câmara, Acílio Gala, eleito pelo CDS-PP, um dos dois partidos da coligação governamental. «Quem tomar decisões que contrariem a nossa vontade terá de arcar com as consequências», frisou, por seu lado, o presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, do PSD, a força política que lidera o executivo nacional A ERSUC, Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro, encomendou um estudo que aponta a localização da incineradora para um triângulo entre Águeda, Anadia e Oliveira do Bairro, mas as três autarquias emitiram posições de recusa do equipamento. Face ao impasse, a decisão final poderá caber ao próprio Governo, uma vez que o Estado detém 51 por cento do capital da ERSUC através da Empresa Geral de Fomento, na qual estão associados também 36 municípios de Aveiro, Coimbra e Leiria. O presidente da Câmara de Oliveira do Bairro recusa, contudo, admitir um cenário em que o Estado imponha a sua vontade. Após sublinhar que a Câmara «ainda manda no seu território», o autarca dos CDS-PP disse que «colocar a incineradora em Oliveira do Bairro só caberia na cabeça de loucos». «Até porque estamos nos últimos lugares das opções da ERSUC», acrescentou. Acílio Gala disse ter advertido, «em devido tempo», que os critérios de selecção dos locais prováveis para a incineradora «não tinham sido os melhores». «Mas só agora que o estudo aponta sobretudo para Anadia é que gritam +aqui dÈel rei», lamentou. Reagindo ao remoque, o presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, aconselhou Acílio Gala a «gerir o seu concelho e não o dos outros» e reiterou também a sua recusa em receber a incineradora. «Quem tomar decisões que contrariem a nossa vontade terá de arcar com as consequências», advertiu Litério Marques, sem especificar que «reacções» poderão registar-se. Segundo o autarca, os dois estabelecimentos termais de Anadia, a sua riqueza florestal e a profusão de vinhedos e reservas de água «não deixam margem» para ali se instalar a incineradora para lixo doméstico. Litério Marques opinou mesmo que toda a região da Bairrada (incluindo Águeda e Oliveira do Bairro) sofreria consequências «muito gravosas» caso a incineradora ficasse nos locais apontados num estudo encomendado pela ERSUC a especialistas das universidades de Aveiro e Coimbra. O autarca de Anadia desafiou o Governo a procurar outras soluções, assegurando que outros municípios do Centro estão interessados em receber a unidade de queima de resíduos urbanos em troca de contrapartidas. Escusando-se a adiantar que autarquias seriam esses, afiançou apenas que o Governo «acabará por procurar esses municípios». Por seu turno, o vereador de Ambiente da Câmara de Águeda, Jorge Costa (PSD), disse que só se pronunciaria sobre uma eventual imposição da incineradora no seu concelho «na devida altura e no local próprio», que seria a assembleia- geral da ERSUC. Jorge Costa recordou, no entanto, que a sua Câmara emitiu, a 05 de Junho passado, uma posição de recusa da unidade no único local do seu concelho equacionado no estudo encomendado pela ERSUC. A nova incineradora do Centro do país, cuja construção foi hoje reafirmada pelo Governo apesar do veto das câmaras municipais, vai queimar 94 por cento do lixo produzido na região, segundo o administrador da ERSUC, Alberto Santos.

Autarcas não vão aceitar incineradora

PD 08-07-2003 18:02 Autarquias de Anadia e Oliveira do Bairro «nem por imposição governamental» aceitarão receber unidade de queima As autarquias de Anadia e Oliveira do Bairro afiançaram hoje que nem por imposição governamental aceitarão receber a incineradora para queimar lixo doméstico prevista para a região Centro do país. «Em Oliveira do Bairro, a incineradora não ficará de certeza. A Câmara ainda manda no seu território», asseverou o presidente da Câmara, Acílio Gala, eleito pelo CDS-PP, um dos dois partidos da coligação governamental. «Quem tomar decisões que contrariem a nossa vontade terá de arcar com as consequências», frisou, por seu lado, o presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, do PSD, a força política que lidera o executivo nacional A ERSUC, Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro, encomendou um estudo que aponta a localização da incineradora para um triângulo entre Águeda, Anadia e Oliveira do Bairro, mas as três autarquias emitiram posições de recusa do equipamento. Face ao impasse, a decisão final poderá caber ao próprio Governo, uma vez que o Estado detém 51 por cento do capital da ERSUC através da Empresa Geral de Fomento, na qual estão associados também 36 municípios de Aveiro, Coimbra e Leiria. O presidente da Câmara de Oliveira do Bairro recusa, contudo, admitir um cenário em que o Estado imponha a sua vontade. Após sublinhar que a Câmara «ainda manda no seu território», o autarca dos CDS-PP disse que «colocar a incineradora em Oliveira do Bairro só caberia na cabeça de loucos». «Até porque estamos nos últimos lugares das opções da ERSUC», acrescentou. Acílio Gala disse ter advertido, «em devido tempo», que os critérios de selecção dos locais prováveis para a incineradora «não tinham sido os melhores». «Mas só agora que o estudo aponta sobretudo para Anadia é que gritam +aqui dÈel rei», lamentou. Reagindo ao remoque, o presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, aconselhou Acílio Gala a «gerir o seu concelho e não o dos outros» e reiterou também a sua recusa em receber a incineradora. «Quem tomar decisões que contrariem a nossa vontade terá de arcar com as consequências», advertiu Litério Marques, sem especificar que «reacções» poderão registar-se. Segundo o autarca, os dois estabelecimentos termais de Anadia, a sua riqueza florestal e a profusão de vinhedos e reservas de água «não deixam margem» para ali se instalar a incineradora para lixo doméstico. Litério Marques opinou mesmo que toda a região da Bairrada (incluindo Águeda e Oliveira do Bairro) sofreria consequências «muito gravosas» caso a incineradora ficasse nos locais apontados num estudo encomendado pela ERSUC a especialistas das universidades de Aveiro e Coimbra. O autarca de Anadia desafiou o Governo a procurar outras soluções, assegurando que outros municípios do Centro estão interessados em receber a unidade de queima de resíduos urbanos em troca de contrapartidas. Escusando-se a adiantar que autarquias seriam esses, afiançou apenas que o Governo «acabará por procurar esses municípios». Por seu turno, o vereador de Ambiente da Câmara de Águeda, Jorge Costa (PSD), disse que só se pronunciaria sobre uma eventual imposição da incineradora no seu concelho «na devida altura e no local próprio», que seria a assembleia- geral da ERSUC. Jorge Costa recordou, no entanto, que a sua Câmara emitiu, a 05 de Junho passado, uma posição de recusa da unidade no único local do seu concelho equacionado no estudo encomendado pela ERSUC. A nova incineradora do Centro do país, cuja construção foi hoje reafirmada pelo Governo apesar do veto das câmaras municipais, vai queimar 94 por cento do lixo produzido na região, segundo o administrador da ERSUC, Alberto Santos.

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