A manifestação das Polícias

05-05-2020
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Afirmar o direito dos polícias à manifestação é uma banalidade que só a ignorância dos direitos dos cidadãos, que a Constituição consagra, ou as dúvidas sobre a natureza do nosso regime democrático, permitem.

Já a atitude de virarem costas à AR, o órgão nobre de qualquer democracia, cuja defesa lhes cabe, não sendo criminalmente punível, é civicamente ignóbil. Que virem as costas à sede do PS, partido no poder, compreende-se, mas que o façam contra o Parlamento, é repulsivo e significa que há polícias fascistas que devem ser desmascarados.

O Movimento Zero, agrupamento inorgânico, xenófobo e racista, conseguiu a liderança das reivindicações, com gestos e atitudes simbolicamente fascistas, de que o virar costas à AR foi sintomático. É um caso grave de polícia, a juntar ao gesto da mão que integra a coreografia do movimento extremista internacional ‘White Power’.

Na quinta-feira, 21 de novembro de 2019, foi assustadora a complacência dos polícias e guardas da GNR para com a apoteose que muitos dos seus camaradas dispensaram a um fascista intermitente, agora deputado à AR, permitindo a apropriação da manifestação e a injúria às reivindicações, tornando-as um confronto à legalidade democrática que lhes cabe defender.

Confundir uma reivindicação profissional com o desafio à autoridade democrática é um risco que o regime democrático não pode consentir, e é deplorável a complacência com os manifestantes, que viraram as costas a AR, de partidos que a viram ultrajada.

Por melhores que fossem as intenções de partidos antirracistas no apoio à manifestação dos polícias e militares da GNR, já deviam ter-se demarcado da solidariedade, com um comunicado a condenar a sua condução. O PS e o PSD foram os únicos partidos que não apoiaram a manifestação que coreografou a apoteose do deputado do Chega e foram os únicos que não se enlamearem numa exibição que excedeu a decência democrática e a ética profissional de militares e polícias à paisana.

Não há democracias eternas nem liberdades irreversíveis e os regimes democráticos são vulneráveis ao populismo e às derivas extremistas que emergem no mundo e infiltram as forças policiais e militares de numerosos países, incluindo os da Península Ibérica, de Espanha seguramente e, pelos vistos, de Portugal.

O apoio indiscriminado a qualquer manifestação dá a noção de que todas são justas, e que, independentemente da justiça das reivindicações, todas são possíveis de satisfazer.

Não se conquistam simpatias com solidariedades incondicionais e companhias suspeitas.

Ponte Europa / Sorumbático 

Afirmar o direito dos polícias à manifestação é uma banalidade que só a ignorância dos direitos dos cidadãos, que a Constituição consagra, ou as dúvidas sobre a natureza do nosso regime democrático, permitem.

Já a atitude de virarem costas à AR, o órgão nobre de qualquer democracia, cuja defesa lhes cabe, não sendo criminalmente punível, é civicamente ignóbil. Que virem as costas à sede do PS, partido no poder, compreende-se, mas que o façam contra o Parlamento, é repulsivo e significa que há polícias fascistas que devem ser desmascarados.

O Movimento Zero, agrupamento inorgânico, xenófobo e racista, conseguiu a liderança das reivindicações, com gestos e atitudes simbolicamente fascistas, de que o virar costas à AR foi sintomático. É um caso grave de polícia, a juntar ao gesto da mão que integra a coreografia do movimento extremista internacional ‘White Power’.

Na quinta-feira, 21 de novembro de 2019, foi assustadora a complacência dos polícias e guardas da GNR para com a apoteose que muitos dos seus camaradas dispensaram a um fascista intermitente, agora deputado à AR, permitindo a apropriação da manifestação e a injúria às reivindicações, tornando-as um confronto à legalidade democrática que lhes cabe defender.

Confundir uma reivindicação profissional com o desafio à autoridade democrática é um risco que o regime democrático não pode consentir, e é deplorável a complacência com os manifestantes, que viraram as costas a AR, de partidos que a viram ultrajada.

Por melhores que fossem as intenções de partidos antirracistas no apoio à manifestação dos polícias e militares da GNR, já deviam ter-se demarcado da solidariedade, com um comunicado a condenar a sua condução. O PS e o PSD foram os únicos partidos que não apoiaram a manifestação que coreografou a apoteose do deputado do Chega e foram os únicos que não se enlamearem numa exibição que excedeu a decência democrática e a ética profissional de militares e polícias à paisana.

Não há democracias eternas nem liberdades irreversíveis e os regimes democráticos são vulneráveis ao populismo e às derivas extremistas que emergem no mundo e infiltram as forças policiais e militares de numerosos países, incluindo os da Península Ibérica, de Espanha seguramente e, pelos vistos, de Portugal.

O apoio indiscriminado a qualquer manifestação dá a noção de que todas são justas, e que, independentemente da justiça das reivindicações, todas são possíveis de satisfazer.

Não se conquistam simpatias com solidariedades incondicionais e companhias suspeitas.

Ponte Europa / Sorumbático 

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