EXPRESSO: País

09-04-2002
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Renovadores insistem no congresso

UMA semana depois de o Comité Central do PCP ter decidido realizar uma Conferência Nacional (CN) do partido, os críticos da actual direcção continuam a insistir na realização de um Congresso. «Podemos perguntar: quem tem medo do Congresso?», questiona o ex-membro da Comissão Política Edgar Correia, insistindo que não há «nada que impeça a sua realização». Há nomeadamente tempo, «argumento aduzido» pela Comissão Política para a rejeição da iniciativa, em Janeiro.

Edgar Correia considera que o partido precisa de uma «nova orientação e uma nova direcção», de um «processo que conduza a decisões e não a falsas decisões», o que, no seu entender, só a realização de um Congresso tem força estatutária para garantir. A CN, defende, é uma «tentativa para iludir os militantes em relação à real utilidade da sua discussão conduzir a alterações das questões fundamentais».

Já no início da semana, em artigo publicado no «Jornal de Notícias», João Amaral se referia «aos apertados limites e os circunscritos objectivos de uma CN: desde logo, só o Congresso, e não uma Conferência, pode aprovar as modificações nos Estatutos e no Programa do PCP (art.º 28.º, alínea c) dos Estatutos)».

Entretanto, realiza-se no próximo sábado o «Jantar da Fraternidade», iniciativa de «comunistas e amigos preocupados com a situação do PCP e empenhados em reflectir», diz um participante. O jantar, que terá lugar na FIL/Parque das Nações, espera reunir cerca de 500 pessoas (www.geocities.com/jantardafraternidade).

O Congresso do PCP/Madeira

Quanto aos comunistas madeirenses, querem repensar o partido numa perspectiva de intervenção estritamente regional, apostando numa «plataforma comum de articulada acção conjunta» com o PS e a UDP da região. E é com esse objectivo que o PCP/Madeira vai realizar o seu Congresso no final do ano.

Edgar Silva, coordenador da Organização Regional da Madeira do PCP (DORAM), disse ao EXPRESSO que os objectivos traçados a médio e longo prazo pela estrutura insular exigem centrar as atenções na região autónoma e não na reflexão proposta pelo PCP a nível nacional. «Temos de encontrar as nossas próprias estratégias de trabalho porque é esta realidade (Madeira) que nos preocupa particularmente», justificou o comunista. «Na CDU/M há uma grande vontade de encontrar melhores estratégias de trabalho, de ligação à sociedade, de comunicação com a cidade e com os cidadãos e isso requer uma leitura muito crítica em relação à nossa prática recente numa região com características tão específicas como as da Madeira», afirmou.

Com efeito, a DORAM tem vindo progressivamente a demarcar-se da tutela nacional num processo de autodeterminação que, em termos práticos, lhe tem permitido manter uma tendência positiva nos resultados eleitorais regionais. Nas recentes eleições, por exemplo, a CDU/M conseguiu manter os resultados de 1999.

Edgar Silva é reservado nas apreciações que faz à actual situação do PCP. Concorda com a realização da CN, considerando tratar-se de um momento de relevante importância para a definição de um «novo impulso que o futuro requer». Inicialmente, pela voz do cabeça-de-lista Leonel Nunes, o PCP/M defendera a realização de um Congresso extraordinário, mas agora considera que a opção do Comité Central é a mais acertada num PCP em que «não se sente um ambiente de derrotismo mas sim a vontade de inovação»

Renovadores insistem no congresso

UMA semana depois de o Comité Central do PCP ter decidido realizar uma Conferência Nacional (CN) do partido, os críticos da actual direcção continuam a insistir na realização de um Congresso. «Podemos perguntar: quem tem medo do Congresso?», questiona o ex-membro da Comissão Política Edgar Correia, insistindo que não há «nada que impeça a sua realização». Há nomeadamente tempo, «argumento aduzido» pela Comissão Política para a rejeição da iniciativa, em Janeiro.

Edgar Correia considera que o partido precisa de uma «nova orientação e uma nova direcção», de um «processo que conduza a decisões e não a falsas decisões», o que, no seu entender, só a realização de um Congresso tem força estatutária para garantir. A CN, defende, é uma «tentativa para iludir os militantes em relação à real utilidade da sua discussão conduzir a alterações das questões fundamentais».

Já no início da semana, em artigo publicado no «Jornal de Notícias», João Amaral se referia «aos apertados limites e os circunscritos objectivos de uma CN: desde logo, só o Congresso, e não uma Conferência, pode aprovar as modificações nos Estatutos e no Programa do PCP (art.º 28.º, alínea c) dos Estatutos)».

Entretanto, realiza-se no próximo sábado o «Jantar da Fraternidade», iniciativa de «comunistas e amigos preocupados com a situação do PCP e empenhados em reflectir», diz um participante. O jantar, que terá lugar na FIL/Parque das Nações, espera reunir cerca de 500 pessoas (www.geocities.com/jantardafraternidade).

O Congresso do PCP/Madeira

Quanto aos comunistas madeirenses, querem repensar o partido numa perspectiva de intervenção estritamente regional, apostando numa «plataforma comum de articulada acção conjunta» com o PS e a UDP da região. E é com esse objectivo que o PCP/Madeira vai realizar o seu Congresso no final do ano.

Edgar Silva, coordenador da Organização Regional da Madeira do PCP (DORAM), disse ao EXPRESSO que os objectivos traçados a médio e longo prazo pela estrutura insular exigem centrar as atenções na região autónoma e não na reflexão proposta pelo PCP a nível nacional. «Temos de encontrar as nossas próprias estratégias de trabalho porque é esta realidade (Madeira) que nos preocupa particularmente», justificou o comunista. «Na CDU/M há uma grande vontade de encontrar melhores estratégias de trabalho, de ligação à sociedade, de comunicação com a cidade e com os cidadãos e isso requer uma leitura muito crítica em relação à nossa prática recente numa região com características tão específicas como as da Madeira», afirmou.

Com efeito, a DORAM tem vindo progressivamente a demarcar-se da tutela nacional num processo de autodeterminação que, em termos práticos, lhe tem permitido manter uma tendência positiva nos resultados eleitorais regionais. Nas recentes eleições, por exemplo, a CDU/M conseguiu manter os resultados de 1999.

Edgar Silva é reservado nas apreciações que faz à actual situação do PCP. Concorda com a realização da CN, considerando tratar-se de um momento de relevante importância para a definição de um «novo impulso que o futuro requer». Inicialmente, pela voz do cabeça-de-lista Leonel Nunes, o PCP/M defendera a realização de um Congresso extraordinário, mas agora considera que a opção do Comité Central é a mais acertada num PCP em que «não se sente um ambiente de derrotismo mas sim a vontade de inovação»

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