EXPRESSO: Artigo

07-04-2002
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Durão com mão de ferro

«É o 1º-ministro quem escolhe os ministros, os do PSD e os do PP»

Durão Barroso festeja com champanhe a vitória eleitoral na companhia da mulher, de Helena Lopes da Costa, Santana Lopes e Catarina Flores

, disse ao EXPRESSO uma fonte próxima do chefe do Governo indigitado. A mesma fonte adiantou que este ponto é fundamental porque, dado este Executivo ser de coligação,. Nesta medida, tem de haver umado primeiro-ministro nos ministros que vão integrar as diferentes pastas, o que leva a que este seja ume não um «Governo de personalidades».

Também será um Executivo em que os ministros terão um perfil mais técnico do que político.

Durão Barroso irá, assim, privilegiar a componente da confiança pessoal em detrimento dos nomes. É provável, portanto, que figuras como Ernâni Lopes e Miguel Cadilhe não venham a integrar o elenco governativo.

Entretanto, a fonte que vimos a citar revelou ao EXPRESSO que a coligação com o PP já estava na cabeça do líder social-democrata «antes das eleições» para o cenário de o PSD não ter maioria absoluta.

Podemos adiantar, também, que Cavaco Silva, apesar de todas as reservas que pôs à coligação com o PP, não advogava a tese de um Governo PSD sozinho, tendo mesmo dito a Durão Barroso que Paulo Portas devia integrar o Executivo.

Aliás, a tese do Governo minoritário, sustentada por Pacheco Pereira, não tem grandes apoios no PSD. Entre os sociais-democratas recorda-se que o primeiro Governo de Cavaco Silva não conseguiu aprovar nenhuma lei no Parlamento, à excepção da Lei de Segurança Interna, e isso mesmo após 36 reuniões entre Durão Barroso, então secretário de Estado da Administração Interna, e Jorge Lacão, líder parlamentar do PS.

A situação financeira do país é agora também muito diferente do que era em 85, com a Comissão Europeia a alertar Portugal para o facto de o défice público ser maior do que o declarado e o Governo a revelar agora montantes assustadores para o défice das autarquias.

Sobre a estrutura do Governo, o EXPRESSO apurou que o número de ministros deverá ser o mesmo, porque Durão Barroso não quer «ministérios grandes demais», mas o número de secretários de Estado deverá diminuir. E estão praticamente acertadas algumas alterações à estrutura do Governo: o ensino superior deverá ser retirado do Ministério da Educação e passar para o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Planeamento e a Administração do Território darão origem a um Ministério das Cidades. Ao contrário do que chegou a ser adiantado, a Saúde e a Segurança Social manter-se-ão separadas. Igualmente posta de parte parece estar a possibilidade de recuperar o cargo de vice-primeiro-ministro - lugar que existiu nos três Governos de Aliança Democrática, entre 1979 e 1982, e que a acontecer agora seria ocupado por Paulo Portas, à semelhança do que sucedeu com Freitas do Amaral.

Ao CDS/PP serão atribuídos três Ministérios (1/5 do Governo, na proporção dos resultados eleitorais de domingo, em que o PSD obteve 40,1% e o PP 8,8%) e provavelmente oito Secretarias de Estados. Quanto ao PSD, Durão Barroso deverá cumprir a promessa feita na campanha eleitoral, na passagem pelos Açores, de que as Regiões Autónomas teriam representantes no Governo. Entretanto, delegações do PSD e do PP - que integram os responsáveis pela elaboração dos respectivos programas de Governo - vão encontrar-se nos próximos dias, com vista a um «acordo político e programático» que defina as condições da coligação para o futuro Executivo.

Durão com mão de ferro

«É o 1º-ministro quem escolhe os ministros, os do PSD e os do PP»

Durão Barroso festeja com champanhe a vitória eleitoral na companhia da mulher, de Helena Lopes da Costa, Santana Lopes e Catarina Flores

, disse ao EXPRESSO uma fonte próxima do chefe do Governo indigitado. A mesma fonte adiantou que este ponto é fundamental porque, dado este Executivo ser de coligação,. Nesta medida, tem de haver umado primeiro-ministro nos ministros que vão integrar as diferentes pastas, o que leva a que este seja ume não um «Governo de personalidades».

Também será um Executivo em que os ministros terão um perfil mais técnico do que político.

Durão Barroso irá, assim, privilegiar a componente da confiança pessoal em detrimento dos nomes. É provável, portanto, que figuras como Ernâni Lopes e Miguel Cadilhe não venham a integrar o elenco governativo.

Entretanto, a fonte que vimos a citar revelou ao EXPRESSO que a coligação com o PP já estava na cabeça do líder social-democrata «antes das eleições» para o cenário de o PSD não ter maioria absoluta.

Podemos adiantar, também, que Cavaco Silva, apesar de todas as reservas que pôs à coligação com o PP, não advogava a tese de um Governo PSD sozinho, tendo mesmo dito a Durão Barroso que Paulo Portas devia integrar o Executivo.

Aliás, a tese do Governo minoritário, sustentada por Pacheco Pereira, não tem grandes apoios no PSD. Entre os sociais-democratas recorda-se que o primeiro Governo de Cavaco Silva não conseguiu aprovar nenhuma lei no Parlamento, à excepção da Lei de Segurança Interna, e isso mesmo após 36 reuniões entre Durão Barroso, então secretário de Estado da Administração Interna, e Jorge Lacão, líder parlamentar do PS.

A situação financeira do país é agora também muito diferente do que era em 85, com a Comissão Europeia a alertar Portugal para o facto de o défice público ser maior do que o declarado e o Governo a revelar agora montantes assustadores para o défice das autarquias.

Sobre a estrutura do Governo, o EXPRESSO apurou que o número de ministros deverá ser o mesmo, porque Durão Barroso não quer «ministérios grandes demais», mas o número de secretários de Estado deverá diminuir. E estão praticamente acertadas algumas alterações à estrutura do Governo: o ensino superior deverá ser retirado do Ministério da Educação e passar para o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Planeamento e a Administração do Território darão origem a um Ministério das Cidades. Ao contrário do que chegou a ser adiantado, a Saúde e a Segurança Social manter-se-ão separadas. Igualmente posta de parte parece estar a possibilidade de recuperar o cargo de vice-primeiro-ministro - lugar que existiu nos três Governos de Aliança Democrática, entre 1979 e 1982, e que a acontecer agora seria ocupado por Paulo Portas, à semelhança do que sucedeu com Freitas do Amaral.

Ao CDS/PP serão atribuídos três Ministérios (1/5 do Governo, na proporção dos resultados eleitorais de domingo, em que o PSD obteve 40,1% e o PP 8,8%) e provavelmente oito Secretarias de Estados. Quanto ao PSD, Durão Barroso deverá cumprir a promessa feita na campanha eleitoral, na passagem pelos Açores, de que as Regiões Autónomas teriam representantes no Governo. Entretanto, delegações do PSD e do PP - que integram os responsáveis pela elaboração dos respectivos programas de Governo - vão encontrar-se nos próximos dias, com vista a um «acordo político e programático» que defina as condições da coligação para o futuro Executivo.

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