PS defende que não há soluções bilaterais na UE

01-02-2015
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PS defende que não há soluções bilaterais na UE

Marta Moitinho Oliveira

29 Jan 2015

O Governo exibiu ontem os bons resultados da execução orçamental de 2014 para mostrar que Portugal cumpre as regras.

A vida política nacional continua a ser marcada pelo rescaldo das eleições gregas, com a coligação governamental e a oposição a evidenciarem posturas distintas sobre a forma como Portugal se deve posicionar perante as exigências que a Grécia se prepara para fazer junto da União Europeia.

OPS defendeu ontem que se a Grécia e a UniãoEuropeia chegarem a algum acordo sobre a renegociação da dívida este nunca terá uma aplicação bilateral. Vieira da Silva contestava desta forma a posição adoptada pelo Governo e pela maioria parlamentar, que têm rejeitado qualquer alteração das regras orçamentais e vincado as diferenças entre Portugal e a Grécia.

Apesar de reconhecer diferenças entre a situação portuguesa e a grega, o deputado do PS Vieira da Silva considera que "a solução que venha a ser encontrada será do interesse" português. "Nunca podem ser soluções bilaterais", sustentou Vieira da Silva, que falava noParlamento durante o período de declarações políticas. E, por isso, "é tempo de abandonarem [o Governo] a ladainha de que Portugal não é a Grécia", afirmou.

Ontem, em Atenas, o ministro das Finanças do novo executivo defendeu o mesmo princípio de aplicação a todos os países. Yanis Varoufakis quer uma solução que reduza os custos da crise "não só para os cidadãos gregos, mas para os cidadãos da Eslováquia, Itália, Portugal, Alemanha, todos os cidadãos da Europa".

A ideia é aplicar a todos os países o que a Grécia vier a conseguir. Em 2012, o Eurogrupo e o Fundo Monetário Internacional acordaram condições mais favoráveis para o pagamento da dívida grega, como a redução dos juros do empréstimo da troika e o alargamento das maturidades, tendo estendido estes benefícios aos países que deles viessem a precisar. Tanto a Irlanda como Portugal acabaram por aproveitar a oportunidade mais tarde. Mas desta vez, do Eurogrupo não chegam, para já, grandes sinais de mudança.

Num plano mais político, o PS tentou desfazer as dúvidas que ficaram dos últimos dias quanto à ligação dos socialistas ao Syriza, coligação de esquerda radical. O deputado do PS, Vitalino Canas, deu ao Bloco de Esquerda os parabéns pela vitória do Syriza, mas lembrou que em Portugal é o PS que representa "um projecto de mudança".

Coligação repete que Portugal não é a Grécia

Desde que o Syriza venceu as eleições, o Governo e a maioria parlamentar desdobram-se para mostrar que Portugal não é a Grécia. Ontem mesmo, o secretário de Estado do Orçamento foi ao Parlamento garantir que o limite do défice de 4% do PIB no passado "foi cumprido", apesar de só em Março serem conhecidos os dados finais. Hélder Reis afirmou que o bom desempenho na execução orçamental permite "mitigar os riscos" em torno do défice de 2015, fixado em 2,7%.

No mesmo dia em que o executivo grego anunciou que voltará atrás em parte do plano aplicado pela ‘troika', em Lisboa foi conhecido o conteúdo de uma carta que a ministra das Finanças enviou aos credores externos, depois da publicação do primeiro relatório de avaliação pós-programa, onde rejeitava a ideia de que haja um "retrocesso" nas medidas adoptadas por Portugal.

No Parlamento, a maioria também vincou as diferenças, lembrando, por exemplo, que em Portugal as taxas de juro das Obrigações do Tesouro a 10 anos estão em 2,5%, enquanto na Grécia as taxas estão nos 10,5%.

PS defende que não há soluções bilaterais na UE

Marta Moitinho Oliveira

29 Jan 2015

O Governo exibiu ontem os bons resultados da execução orçamental de 2014 para mostrar que Portugal cumpre as regras.

A vida política nacional continua a ser marcada pelo rescaldo das eleições gregas, com a coligação governamental e a oposição a evidenciarem posturas distintas sobre a forma como Portugal se deve posicionar perante as exigências que a Grécia se prepara para fazer junto da União Europeia.

OPS defendeu ontem que se a Grécia e a UniãoEuropeia chegarem a algum acordo sobre a renegociação da dívida este nunca terá uma aplicação bilateral. Vieira da Silva contestava desta forma a posição adoptada pelo Governo e pela maioria parlamentar, que têm rejeitado qualquer alteração das regras orçamentais e vincado as diferenças entre Portugal e a Grécia.

Apesar de reconhecer diferenças entre a situação portuguesa e a grega, o deputado do PS Vieira da Silva considera que "a solução que venha a ser encontrada será do interesse" português. "Nunca podem ser soluções bilaterais", sustentou Vieira da Silva, que falava noParlamento durante o período de declarações políticas. E, por isso, "é tempo de abandonarem [o Governo] a ladainha de que Portugal não é a Grécia", afirmou.

Ontem, em Atenas, o ministro das Finanças do novo executivo defendeu o mesmo princípio de aplicação a todos os países. Yanis Varoufakis quer uma solução que reduza os custos da crise "não só para os cidadãos gregos, mas para os cidadãos da Eslováquia, Itália, Portugal, Alemanha, todos os cidadãos da Europa".

A ideia é aplicar a todos os países o que a Grécia vier a conseguir. Em 2012, o Eurogrupo e o Fundo Monetário Internacional acordaram condições mais favoráveis para o pagamento da dívida grega, como a redução dos juros do empréstimo da troika e o alargamento das maturidades, tendo estendido estes benefícios aos países que deles viessem a precisar. Tanto a Irlanda como Portugal acabaram por aproveitar a oportunidade mais tarde. Mas desta vez, do Eurogrupo não chegam, para já, grandes sinais de mudança.

Num plano mais político, o PS tentou desfazer as dúvidas que ficaram dos últimos dias quanto à ligação dos socialistas ao Syriza, coligação de esquerda radical. O deputado do PS, Vitalino Canas, deu ao Bloco de Esquerda os parabéns pela vitória do Syriza, mas lembrou que em Portugal é o PS que representa "um projecto de mudança".

Coligação repete que Portugal não é a Grécia

Desde que o Syriza venceu as eleições, o Governo e a maioria parlamentar desdobram-se para mostrar que Portugal não é a Grécia. Ontem mesmo, o secretário de Estado do Orçamento foi ao Parlamento garantir que o limite do défice de 4% do PIB no passado "foi cumprido", apesar de só em Março serem conhecidos os dados finais. Hélder Reis afirmou que o bom desempenho na execução orçamental permite "mitigar os riscos" em torno do défice de 2015, fixado em 2,7%.

No mesmo dia em que o executivo grego anunciou que voltará atrás em parte do plano aplicado pela ‘troika', em Lisboa foi conhecido o conteúdo de uma carta que a ministra das Finanças enviou aos credores externos, depois da publicação do primeiro relatório de avaliação pós-programa, onde rejeitava a ideia de que haja um "retrocesso" nas medidas adoptadas por Portugal.

No Parlamento, a maioria também vincou as diferenças, lembrando, por exemplo, que em Portugal as taxas de juro das Obrigações do Tesouro a 10 anos estão em 2,5%, enquanto na Grécia as taxas estão nos 10,5%.

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