made in viseu: ALÔ? ESCUTO...

08-12-2011
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Presidente faz declaração hoje, às oito da noite. Socialistas querem que Cavaco esclareça tudo, para "dissipar" dúvidas sobre o caso. Vitalino Canas diz que o ónus está sobre a PresidênciaUma declaração solene ao País, em horário nobre de directos televisivos. Esta foi a forma escolhida pelo Presidente da República para quebrar, hoje às 20 horas, um longo silêncio. A nota emitida ontem pelo Palácio de Belém nada diz - tem, de resto, três curtas linhas - sobre o tema da formal comunicação. Mas foi o suficiente para que todos, socialistas e sociais-democratas, pedissem um cabal esclarecimento do caso da alegada vigilância a Belém.Sem hesitações, o PS colocou já o ónus sobre o Presidente: "É claro que toda a gente aguarda com curiosidade. Mas este esclarecimento interessa mais ao Presidente, porque é ele que está sob pressão", afirma Vitalino Canas ao DN. Ontem à noite, na SICNotícias, houve mais dirigentes socialistas a pedir contas a Cavaco - Alberto Martins, que disse ser "muito importante um esclarecimento, para que todas as dúvidas sejam dissipadas de forma consistente".Manuel Alegre concorda: "O Presidente deixou uma sombra. Há aqui uma suspeição. É bom que tudo seja esclarecido", disse ontem.Mas a dúvida central volta agora, mais do que nunca, a colocar-se: o que dirá Cavaco aos portugueses? No núcleo mais próximo de José Sócrates apontam-se duas hipóteses - e em nenhuma das duas o resultado é bom para o Chefe do Estado. "Ou há alguma coisa muito grave, e aí vai questionar-se porque não o disse antes; ou nada desta polémica teve sentido nenhum, e aí a montanha pariu um rato", analisa um alto dirigente do PS.Mas a "perplexidade" face à evolução do caso, e à forma como ele tem sido tratado pelo Presidente, levanta dúvidas para lá do Largo do Rato. Carlos Jalali, politólogo, diz estranhar "que o Presidente não tenha dito ainda nada" sobre o assunto. "Mas Cavaco Silva sempre funcionou usando o silêncio como arma política", lembra. Há, é claro, casos de maior sucesso - "como o prolongamento da dúvida sobre se seria candidato presidencial, que funcionou como rampa de lançamento". Mas também "casos que não resultaram tão bem", como o do "tabu" sobre a recandidatura a São Bento, em 1995, e o da vigilância a Belém, sustenta ainda o mesmo especialista.Quem promete atenção máxima ao discurso desta noite são os sociais-democratas. Pacheco Pereira, que chegou a pedir a Cavaco que esclarecesse a polémica antes de acabar a campanha, disse ontem à noite que essa declaração será "importante para saber o que se passou". E Paulo Rangel, um dos mais próximos de Manuela Ferreira Leite, admitiu ter "expectativa" face ao teor do discurso. Sendo certo que, quanto ao PSD, a polémica promete cenas dos próximos capítulos. Sobretudo quando vários dirigentes já pedem contas ao PR na derrota das legislativas. in "DN"


Presidente faz declaração hoje, às oito da noite. Socialistas querem que Cavaco esclareça tudo, para "dissipar" dúvidas sobre o caso. Vitalino Canas diz que o ónus está sobre a PresidênciaUma declaração solene ao País, em horário nobre de directos televisivos. Esta foi a forma escolhida pelo Presidente da República para quebrar, hoje às 20 horas, um longo silêncio. A nota emitida ontem pelo Palácio de Belém nada diz - tem, de resto, três curtas linhas - sobre o tema da formal comunicação. Mas foi o suficiente para que todos, socialistas e sociais-democratas, pedissem um cabal esclarecimento do caso da alegada vigilância a Belém.Sem hesitações, o PS colocou já o ónus sobre o Presidente: "É claro que toda a gente aguarda com curiosidade. Mas este esclarecimento interessa mais ao Presidente, porque é ele que está sob pressão", afirma Vitalino Canas ao DN. Ontem à noite, na SICNotícias, houve mais dirigentes socialistas a pedir contas a Cavaco - Alberto Martins, que disse ser "muito importante um esclarecimento, para que todas as dúvidas sejam dissipadas de forma consistente".Manuel Alegre concorda: "O Presidente deixou uma sombra. Há aqui uma suspeição. É bom que tudo seja esclarecido", disse ontem.Mas a dúvida central volta agora, mais do que nunca, a colocar-se: o que dirá Cavaco aos portugueses? No núcleo mais próximo de José Sócrates apontam-se duas hipóteses - e em nenhuma das duas o resultado é bom para o Chefe do Estado. "Ou há alguma coisa muito grave, e aí vai questionar-se porque não o disse antes; ou nada desta polémica teve sentido nenhum, e aí a montanha pariu um rato", analisa um alto dirigente do PS.Mas a "perplexidade" face à evolução do caso, e à forma como ele tem sido tratado pelo Presidente, levanta dúvidas para lá do Largo do Rato. Carlos Jalali, politólogo, diz estranhar "que o Presidente não tenha dito ainda nada" sobre o assunto. "Mas Cavaco Silva sempre funcionou usando o silêncio como arma política", lembra. Há, é claro, casos de maior sucesso - "como o prolongamento da dúvida sobre se seria candidato presidencial, que funcionou como rampa de lançamento". Mas também "casos que não resultaram tão bem", como o do "tabu" sobre a recandidatura a São Bento, em 1995, e o da vigilância a Belém, sustenta ainda o mesmo especialista.Quem promete atenção máxima ao discurso desta noite são os sociais-democratas. Pacheco Pereira, que chegou a pedir a Cavaco que esclarecesse a polémica antes de acabar a campanha, disse ontem à noite que essa declaração será "importante para saber o que se passou". E Paulo Rangel, um dos mais próximos de Manuela Ferreira Leite, admitiu ter "expectativa" face ao teor do discurso. Sendo certo que, quanto ao PSD, a polémica promete cenas dos próximos capítulos. Sobretudo quando vários dirigentes já pedem contas ao PR na derrota das legislativas. in "DN"

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