TOMAR PARTIDO

11-12-2013
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Diário sem periodicidade certa sobre o que acontece no mundo e os prazeres da vida. Blogue livre de condecorações presidenciais.

“Vou ficar como vereador a lutar pelo que acredito”, disse Pedro Santana Lopes, que encabeçou a a coligação “Lisboa com Sentido”, que uniu PSD, CDS-PP, MPT e PPM, nas últimas eleições autárquicas de 11 de Outubro. Lopes é daqueles que se ama ou se odeia. Não deixa margem para a indiferença política e eleitoral. Agora: esta decisão é um bofetadão em tanta gente ao mesmo tempo que eu me sinto no dever de sublinhar e louvar aquilo que não deveria ser necessário sublinhar e louvar: respeitar um compromisso. CHAPEAU! Tanto mais vistoso, aliás, quanto o curriculum político que ostenta e que cá nas aldeias do chinquilho e da malha ao sábado de manhã seria imediatamente rebaixado como o político que andou de cavalo para burro...

O vereador eleito pelo PS para Câmara de Oeiras, Marcos Perestrello, disse hoje que suspenderá o mandato por "incompatibilidade" com a função de secretário de Estado da Defesa, que assume no sábado. Para quando a vergonha de não brincar com o voto dos eleitores, com os mais nobres princípios da democracia representativa e com o mínimo de decoro político, ainda que sob os menos exigentes padrões do Burkina Faso? No fundo, a questão é sempre a de saber qual é a gamela que mais vai gamelando.

A ceia dos cardinalatos: "Mais um facto inconcebível e que só se aceita ser verdadeiro porque testemunhado por várias pessoas e depois publicado sem desmentido: o Director de Inforrmação da RTP terá ido cear, juntamente com António Costa e a sua equipa, quando foram celebrar a vitória em Lisboa!... Exactamente, leram bem. O Director da Informação do canal televisivo cujas sondagens deram 12 pontos, três dias antes, e dez pontos, quando encerraram as urnas... Quero sublinhar que sempre considerei José Alberto Carvalho uma pessoa educada e simpática. Mas esta situação não tem a ver com nada disso. É demasiado grave. Será que também não tem consequências? Tudo isto é admissivel?" Pedro Santana Lopes.

Parabéns à ilustre Freguesa de Sta. Isabel! Torço pelo sucesso no exercício do múnus e confio no respeito pelo Compromisso. Para a próxima é para subir!

As crónicas dos últimos dias eleitorais de 6 do 10 em diante e até ontem, de José Adelino Maltez, no Tempo que não há meio de passar e descontados alguns jogos de linguagem que, de desnecessários, apenas complicam um bocadinho a crueza por si só certeira de tantas palavras.

No próximo domingo os tomarenses vão decidir o destino da sua terra nos próximos quatro anos. A avaliar pelo que temos ouvido nas ruas de há quatro anos a esta parte seria certo e seguro que alguns dos candidatos perderiam as eleições. Há quatro anos muitos tomarenses votaram em candidatos por exclusão de partes, votaram noutros candidatos para chatear os candidatos do lado, ou nem votaram. E, há que ter presente, diz-nos qualquer vulgata de política prática, que uma coisa é o que as pessoas dizem e outra, bem diferente é a que as pessoas fazem. Por isso falham as sondagens, por isso se discutem tanto os palpites e, no final, é o eleitor silencioso que decide soberanamente. Eu sou adepto do princípio de votar por convicção. Votar em quem se acredita. Desde logo, votar. Quem não vota perde autoridade moral para criticar as escolhas de que abdicou de participar, Desresponsabilizou-se. Desertou da democracia. Não é proibido, mas não é construtivo. No discurso de comemoração do 5 de Outubro, Cavaco Silva foi certeiro quando disse que “Os cidadãos, por seu turno, têm o dever de participar na vida cívica, ao invés de se queixarem sistematicamente do Estado ou da classe política”, sublinhando que os portugueses têm de vencer a tendência para se lamentar de “tudo e de todos” e pouco fazerem para melhorar “o que é de tudo e de todos”. É isso mesmo. Os tomarenses acham que Tomar parou no tempo? Então não votem Pedro Marques nem votem PSD. São eles os responsáveis por Tomar ser hoje das terras menos desenvolvidas do distrito de Santarém e onde pior se vive no país, segundo os estudos disponíveis, apesar das potencialidades únicas que tem, em termos de pessoas, de património, de história e de riqueza por rentabilizar. Os tomarenses sentiram-se abandonados por António Paiva e consideram que Corvelo de Sousa é apenas uma figura decorativa que serve para disfarçar o poder de terceiros? Então não votem no PSD. Os tomarenses acham que há candidatos que só querem ser eleitos para fazer negócios em proveito próprio e não em proveito da comunidade? Então não votem neles. Os tomarenses não acreditam que o PS faça em Tomar muito diferente do que tem feito no país? Então não repitam o erro de votar PS. Os tomarenses acham que é mero oportunismo político sair de um partido que se serviu durante anos a fio na Câmara, só porque não se ficou na lista, e por causa disso inventar em dois meses uma candidatura? Então não votem em Ivo Santos. Depois dos debates realizados pela Rádio Hertz e pela Rádio Cidade de Tomar, depois de ouvir os candidatos e ler os seus programas e depois de conhecer o passado político de todos eles, defendo que o voto por convicção é em José Lebre. Os debates e a campanha demonstraram que, além de necessário, é, desta vez, possível mudar. Assim os tomarenses queiram mesmo. (publicado na edição de hoje de O Templário)

"O melhor Presidente da Camara de Lisboa (Santana Lopes) depois do Marquês de Pombal", Sousa Cintra dixit. Uf, que até fiquei sem fôlego...

Carvalho da Silva é mais um fenómeno queirosiano. Deu apoio casual (à boleia da bica) a António Costa, rosto 2 do Governo contra o qual Carvalho da Silva andou quatro anos aos gritos nas ruas. Depois escreveu que apoia a CDU. Este sindicalista profissional, que não habita no seu posto d etrabalho há décadas, revelou-se um autêntico troca-fintas.A propósito: alguém sabe se Carvalho da Silva vota em Lisboa?

As campanhas eleitorais produzem sempre um considerável enriquecimento do vocabulário político. Elisa Ferreira, a impagável, divertida, humorista e gatofedorenta candidata do PS à Camara do Porto, acaba de o fazer, com a palavrinha "gamela". Apresentemo-la, pois, à palavra, à blogoesfera: Gamela é uma vasilha com a forma de uma tigela ou bacia, esculpida em madeira retirada de árvores cuja madeira é macia, um exemplo é a gameleira.Pode ser redonda ou ovalada e é utilizada, quer na alimentaçãohumana, como prato ou vasilha para levar a comida à mesa, quer para dar de comer aos porcos, para banhos, lavagens e outros fins. Apesar de construção aparentemente simples, a gamela, que atualmente é utilizada apenas por pobres ou como ornamentação em casas mais abastadas, não deve ser considerada um utensílio culinário primitivo. Foi necessário inventar primeiro os instrumentos de ferro para a produzir. As vasilhas de barro e pedra parecem ser as de construção mais antiga, sendo encontradas com frequência em sítios arqueológicos; desta forma, as gamelas devem ter sido inventadas em locais onde o barro não era abundante. Victor Nunes leal, autor de Coronelismo, Enxada e Voto, também empregava o termo de gamela para compreender o processo de apatrinhamento político das famílias tradicionais (filhotismo). Wikipedia. (Foto)

Isaltino Morais voltaria a vencer as eleições, segundo uma sondagem do Expresso, com valores projectados entre os 39% e os 43,2%, próximo da maioria absoluta. Convenhamos: não é vergonha maior eleger Isaltino, condenado a sete anos de prisão em primeira instância, do que eleger tantos outros que há por aí, que os tribunais não conseguiram julgar ou não conseguiram condenar. O eleitorado não é propriamente uma escola de valores. Há quem pense que os portugueses mais do que condenarem a corrupção, invejam quem consegue lá pôr as mãos. Nada de novo. Mas tem que se dizer que o PSD, que escolheu uma irrelevancia política e o PS, que escolhe sempre um excelente candidato para perder com Isaltino, são uma grande ajuda do homem.

No dia 11 de Outubro encerra-se o exigente ciclo eleitoral de 2009. O país poderá finalmente descansar de tempos de antena, de outdoors, de promessas. Depois das eleições para o Parlamento Europeu de Junho e das eleições para a Assembleia da República de Setembro, realizam-se agora as eleições autárquicas. O momento político do país não é dos mais propícios para o debate de fundo e a reflexão séria sobre o funcionamento dos mecanismos institucionais da democracia. A situação pantanosa em que mergulhou a política portuguesa, agravada nos últimos dias pelos resultados das eleições legislativas e pelo conflito aberto entre Cavaco Silva e José Sócrates, não deixa espaço para esse tipo de debate político e, sabe-se bem, as campanhas eleitorais servem para tudo menos para discutir ideias. Elas são hoje o terreno privilegiado das agências de comunicação, dos golpes baixos, das discussões sobre os estilos, e, desgraçadamente da exibição das mediocridades em exercício por esse país fora. Nos mecanismos institucionais da democracia, assumem particular relevância as autarquias locais. E o país precisa de fazer esse debate sobre o futuro das autarquias e o que podem e devem os cidadãos esperar delas. O actual modelo de gestão autárquica está desacreditado e esgotado e a saúde da democracia exige uma reforma das autarquias e dos seus modos de funcionamento. A campanha em curso promete, aliás, reforçar a caricatura em vez de criar confiança. A tendência é para fazer anedotário do detalhe pitoresco em detrimento da discussão política genuína. O país goza com as rotundas ao domicílio, que, em delírio arquitectónico já vi alguns considerar como património cultural, ri-se do ridículo de alguns cartazes, enoja-se com a promiscuidade dos autarcas com os empreiteiros e fica sem reacção perante a boçalidade dos mecanismos da compra de votos à brasileira, como por exemplo a oferta de bilhetes para ver o Tony Carreira, assim promovido a digno sucessor dos antiquados e ora caídos em desgraça electrodomésticos. O projecto autárquico fundador da democracia portuguesa já cumpriu, aliás, com relativo mas indiscutível sucesso os seus objectivos iniciais e necessita agora de um novo rumo, de novos objectivos e de uma nova estratégia, o que, evidentemente exige uma nova forma de organização institucional e política. Nestes trinta e cinco anos de vida “os autarcas afirmaram-se como contratadores de empreiteiros porque o poder central assim o quis. Sem autonomia fiscal ou financeira, sem competências substantivas em áreas como a educação ou a justiça, o seu mandato concentrou-se na construção de infra-estruturas e de equipamentos. O seu sucesso nesta empreitada foi inequívoco: depois de 1976, o saneamento básico, os arruamentos e a electrificação avançaram a um ritmo impressionante, fazendo com que muitos encarassem o poder local como a melhor conquista do 25 de Abril. Com o crescimento económico, a lógica do betão acabaria também por ser aplicada para a obtenção de mais fundos próprios. As licenças de construção tornaram-se a mina de ouro das finanças municipais e foco permanente de conflitos de interesses e de corrupção.”, escreveu esta semana, com inteira propriedade, Manuel Carvalho, no Público. Hoje, o país está recheado de câmaras municipais endividadas, que reproduzem em miniatura os padecimentos do Estado e da administração central. Os costumes políticos degradaram-se. O clientelismo, a corrupção, o desperdício, a burocracia tomaram conta dos aparelhos administrativos e políticos autárquicos. A lógica essencial da política autárquica ainda assenta nas construções e obras públicas. Esta lógica tem de ser substituída pela lógica da gestão. De pessoas, de grupos, de recursos. Para isso é necessário descentralizar competências e recursos. Existem bons exemplos de atracção de investimentos, de atracção de empresas, mas são excepções. E é necessário um novo código de conduta política autárquica. A limitação de mandatos que entrará em vigor nas próximas eleições ajudará. Mas os candidatos bailarinos, que dançam com vários partidos consoante a música eleitoral, os autarcas condenados que reincidem no exercício de novos mandatos, os autarcas suspeitos de beneficiar e prejudicar consoante as vantagens que obtêm, têm de dar lugar a um novo modelo de autarca que restaure a credibilidade perdida. O país precisa de um poder autárquico forte e credível. Sobretudo em momentos de ruptura social como são os que vivemos, as autarquias têm uma nobre e essencial missão a desempenhar na preservação dos equilíbrios sociais. Mas precisa também de autarcas com uma nova visão estratégica do desenvolvimento. A era do “parque industrial” passou. E, satisfeitas que estão as carências básicas das populações, o poder autárquico ou se reinventa ou se torna uma mera forma de gastar dinheiro dos contribuintes, sem utilidade. Tudo o que fica dito aplica-se que nem uma luva a Aveiro. É só pôr as legendas com os nomes por baixo de cada frase. (publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

Entretanto, não sei se já repararam mas estamos em plena campanha eleitoral para as autarquias locais. Compreendo: com tantas interferencias, ninguém liga.

Falta a 3ª volta do campeonato eleitoral de 2009. Para já, com os resultados de ontem no concelho de Lisboa, Pedro Santana Lopes seria o novo presidente da Camara.

Um candidato do CDS à Câmara Municipal de Moura, de seu nome Pedro dos Reis, foi detido sexta-feira pela GNR por, alegadamente, estar a furtar palha numa herdade. Bem sei que a coisa não está fácil mas, que diabo!, nem a palha lhes escapa?

Os Presidentes de Câmara Municipal eleitos pelo PSD no distrito de Santarém estão contra as “regras restritivas do endividamento” nos Municípios. Acham que gastaram pouco. Querem gastar mais. Mas querem gastar mais do dinheiro que não têm. Ou seja: querem poder pedir mais dinheiro emprestado. Têm gerido mal o que pediram e ainda não pagaram, mas ainda não estão satisfeitos. Os autarcas tiveram a militância de se reunirem num jantar (que câmara Terá pago o repasto?...) no Entroncamento para tomar uma posição conjunta sobre estas matérias. Nunca se juntaram para coordenar posições e fazer exigências sobre qualquer assunto daqueles que preocupam as populações. Só tiveram esta ideia para protestar por não poderem pedir mais dinheiro emprestado. Estiveram presentes Corvelo de Sousa (Presidente da Câmara Municipal de Tomar), Fernando Moleirinho (Sardoal), Francisco Moita Flores (Santarém), Luís Ribeiro Pereira e Jacinto Lopes (Presidente e Vice-Presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere), Jaime Ramos (Entroncamento), José Saldanha Rocha (Mação), Miguel Relvas (Coordenador Autárquico Distrital) e Vasco Cunha (Presidente da Comissão Política Distrital do PSD). Não esteve presente, “por motivos de agenda”, Vítor Frazão (Presidente da Câmara Municipal de Ourém). Os autarcas constataram “que as regras restritivas do endividamento, e os limites que lhe são impostos, puseram em causa muitos investimentos necessários e prioritários – bem como o aproveitamento do QREN – para tornar os nossos Municípios e a nossa região mais competitivos”. Concluíram que “é fundamental para os Municípios (na sua relação com a Administração Central) a evolução para uma maior partilha na afectação de impostos – sem que daí tal possa constituir um agravamento fiscal – designadamente através do IVA e do IRS”. Ninguém sabe quanto é que a Câmara Municipal de Tomar deve ao certo. Sabe-se que é muito. Nos últimos meses todos temos lido na comunicação social as notícias da crise nas empresas do concelho de Tomar. Empresas que amaçaram fechar as portas, empresas que deixaram de pagar porque quem lhes deve não lhes paga, empresas que fecharam, trabalhadores que deixaram de receber, famílias inteiras em crise de rendimento, que perderam os seus ordenados, protestos dos trabalhadores, pedidos de ajuda ao Governo. O que não temos lido na comunicação social são notícias acerca das pessoas que nos últimos anos quiseram investir em Tomar, criar empregos em Tomar, criar riqueza em tomar, pagar impostos em Tomar e não conseguiram devido à imensidão de obstáculos que a Câmara Municipal sistematicamente lhes foi colocando até conseguir que essas pessoas fossem investir para outras paragens. Não temos lido, mas sabemos. E sabemos até de pessoas que foram agora contactadas à pressa para virem investir, já sem os obstáculos inicialmente colocados, porque daria jeito a um mês de eleições dar um aspecto dinâmico à imobilista, inoperante e desinteressada Câmara Municipal de Tomar. Nestas vésperas de eleições os obstáculos de outrora desapareceram como que por magia. O PSD está desesperado por mostrar serviço, depois de ano0s de marasmo e inoperância. O que se tem feito em Tomar é com dinheiros públicos e como se sabe muitas vezes mal gastos e desbaratados. O poder municipal do PSD tem horror à iniciativa privada, prefere o investimento público, porque empresários privados são livres e quem depende de subsídios tem de ser atento, venerando e obrigado. Mas para seguir neste caminho tem de se estar a pedir sempre dinheiro emprestado. Insaciavelmente e com uma consequência óbvia: todos pagaremos no futuro muito caro esta irresponsável maneira de desgovernar. O programa eleitoral do PSD em Tomar e nos concelhos do distrito em que desgoverna resume-se a quatro palavras: pedir mais dinheiro emprestado. É preciso mudar. (publicado na edição de hoje d' O Templário)

Santana Lopes convidou Passos Coelho para a Comissão de Honra da sua candidatura. Irá Passos Coelho escrever um artiguinho a exigir que o honrado atinja a maioria absoluta em Lisboa?

Quem decidiu entrar na competição eleitoral em Tomar tem um adversário natural: o PSD e a sua desastrosa gestão do concelho nos últimos doze anos. Quem não percebe este facto elementar e prefere distrair-se com pormenores laterais está a beneficiar o PSD e o situacionismo clientelar que criou em Tomar. Mas cada um sabe de si e, como se costuma dizer, Deus sabe de todos. O PSD concorre, aliás, através de duas candidaturas diferentes: a do próprio PSD e a de um alegado CDS que tem como cabeça de lista um vereador do PSD, tão responsável pelo desastre dos últimos anos como os seus ex-colegas de partido, do qual saiu de resto, apenas porque não teve lugar nas listas, mostrando assim a força das suas convicções de ontem e de hoje. Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão já escreveram tudo sobre este tipo de política pequenina. Mas o que interessa verdadeiramente aos eleitores é a substância das ideias e a credibilidade dos candidatos. Nos dias que correm é oportuno lembrar que o PSD tem sido mestre em promessas, mas um desastre nas realidades. Apenas três exemplos. Há alguns anos, o PSD prometeu um parque temático em Tomar. Típica promessa para eleitor ver. Onde está ele, que ninguém o vê? Onde se esconderam os investidores? Em que gaveta foi esquecida essa promessa? A verdade é que o parque temático virou esquecimento e até hoje ninguém pediu responsabilidades por essa ilusão eleitoral falhada. Há alguns anos o PSD decidiu construir uma fonte cibernética numa rotunda onde deviam estar mil outras coisas, mas nunca aquilo que lá está. Gastaram-se milhões. A fonte está lá. A cibernética, mal se vê. Agora, o PSD quer tirar a fonte cibernética e pôr lá qualquer coisa. Presume-se que se vão gastar mais uns milhões. Quem paga são sempre os mesmos. Mas quem gasta passa incólume, sem ser responsabilizado pelos desastres estéticos e pelo desvario no gasto. Há alguns anos o PSD decidiu fechar o parque de campismo. O parque era fonte de turismo e de receitas, tão necessárias à economia local. Alegou na altura que o encerramento se devia ao facto de ser necessário realizar umas obras. Acresceram algumas birras pessoais, com as quais o PSD sempre teve a arte de confundir a nobre política autárquica. Perderam-se milhões com a inépcia e com a birra. Os campistas rumaram para outras paragens e abandonaram Tomar. Coincidentemente, aliás, com o que aconteceu com muitos tomarenses que também tiveram de abandonar Tomar em busca de emprego, de carreira, de rendimento e de futuro. Agora, na véspera de eleições o parque lá reabriu. Quem responde pelos prejuízos que o encerramento do parque durante tantos anos causou à economia local? A resposta é ninguém. Os responsáveis por estas situações andam por aí como se nada fosse. O perigo é que são reincidentes e estão de novo a pedir o voto. Seria muito saudável para o futuro de Tomar que o eleitorado decidisse deixar de ir em cantigas repetidas. O PSD precisa de uma longa cura de oposição e de uma profunda renovação. Tomar precisa de um novo presente e de construir um futuro de desenvolvimento e progresso. Podem começar-se as duas coisas já em 11 de Outubro. (publicado na edição de hoje de O Templário)

Os partidos gastam demais, obscenamente demais, nas campanhas eleitorais. Não há campanhas grátis, mas um pouco de respeito pelas dificuldades dos portugueses não ficava mal.

Hoje, foi inaugurada a sede da candidatura Tomar em Primeiro Lugar à Camara e à Assembleia Municipais de Tomar. Fica na R. dos Moinhos, nºs 37 e 39, em Tomar. O local é simbólico: a R. dos Moinhos fica exactamente no centro histórico de Tomar, está esventrada e com as obras paradas há meses, para desespero dos seus habitantes, dos comerciantes e dos transeuntes. É bem a imagem de um centro histórico cuja identidade multisecular tem sido metodicamente destruída pela gestão António Paiva/Corvelo de Sousa/PSD dos últimos quase doze anos .

"O meu restaurante na Ribeira, é um dos mais conhecidos do país e o presidente da Camara do Porto nunca lá foi". Quem se lamenta assim é Rui Veloso, na última página do Diário de Notícias (não a encontro aqui). Veloso apoia Fernando Seara em Sintra e Elisa Ferreira no Porto. Terá Rui Veloso investigado se Seara e Ferreira terão frequentado todos os estabelecimentos comerciais emblemáticos dos seus concelhos (Elisa é mais Estrasburgo e Bruxelas...), antes de lhes declarar o seu apoio? Rui Rio é verdadeiramente um chato. Não se faz. Não ir ao restaurante de Rui Veloso não se faz. Um chato, este Rui Rio...

Ouve-se falar muito da Maçonaria, mas nunca como até à passada terça-feira, a intervenção política da Maçonaria se revelou tão esplendorosamente. Explico: Manuel Martins pertence à Assembleia Municipal de Barcelos eleito pelo Partido da Nova Democracia. Como sucede a tanto vira-casacas que há por aí, decidiu candidatar-se desta vez pelo PSD. O original é que explicou por que o fazia. Em declarações à edição desta terça-feira do Diário do Minho (link para assinantes), esclareceu que os seus amigos do Grande Oriente Lusitano lhe "fizeram ver as implicações" de estar ligado a um partido de extrema-direita. Assim mesmo: o GOL, convocado por um dos seus ilustríssimos membros à luta autárquica que se aproxima. Já não bastava o ridículo de considerar o PND como partido de extrema-direita, coisa que só mesmo o GOL é capaz..., sabemos agora que o GOL faz ver coisas às pessoas e que estas pessoas seguem as coisas que o GOL lhes faz ver. Os eleitores, no meio disto tudo, são, é claro, um mero pormenor. O GOL não gosta de Manuel Monteiro. Acho que isto lhe vai render alguns votos em Braga. Terá Manuel Monteiro agradecido já a Manuel Martins a sua franqueza?... (Foto)

Para quem fez toda a sua vida política através da participação em partidos políticos, tem constituído uma experiencia muito gratificante e enriquecedora participar num movimento de cidadãos eleitores que decidiu apresentar uma candidatura autárquica. Descubro-me assim candidato à Assembleia Municipal de Tomar por uma candidatura chamada "Tomar Em Primeiro Lugar". E pasmem, oh gentes do sistema, que apesar de todas as dificuldades e escolhos da lei, os cidadãos são capazes de contornar os obstáculos que os partidos foram semeando na selva normativa e, com determinação, entrar na competição eleitoral. Aprendi já uma coisa: todas as pessoas que apoiam estes movimentos não controlados tornam-se alvos dos partidos clássicos e são apresentados como uma espécie de troféus de caça quando sucumbem aos encantos de quem nunca lhes ligou nenhuma até se terem revelado. O que também mostra que a natureza humana é a mesma em todo o lado: nos partidos e fora deles.

As listas.

Sobre as eleições autárquicas em Faro e Odivelas, é favor lerem Os pseudo-providencialistas, por Carlos Manuel Castro, no Eleições 2009.

... E votava nesta candidatura independente. O que se tem passado nesta freguesia de Lisboa é simplesmente vergonhoso. Com a complacência de CDS e PSD. Talvez os eleitores lhes dêem uma lição em 11 de Outubro e ponham gente séria na Junta de Freguesia. Força, Margarida! Para já, podem apoiar visitando o blogue da candidatura, o Compromisso Santa Isabel-2009.

A Camara Municipal paga as dívidas de alguns com o dinheiro de todos. É o tema do meu artigo desta semana n' O Templário.

O debate entre Santana Lopes e António Costa foi uma desilusão. Ambos são melhores que aquilo. Talvez as férias lhes façam bem.

Manuela Ferreira Leite não deve estar a par da forma como o PSD de Tomar está a executar a sua política de "verdade". Pois foi sobre o que escrevi na edição desta semana de O Templário.

Há novidades em Tomar.

Os partidos políticos não pagam IVA. Os grupos de cidadãos eleitores que se candidatam aos orgãos autárquicos pagam IVA. Eis os partidos e a sua coutada no seu melhor.

"O que interessa, neste momento, sobretudo, é mobilizar os tomarenses em torno de três ideias fortes: a de que a Câmara Municipal precisa de ser devolvida aos cidadãos, a de que Tomar precisa de investimento e criação de riqueza e de que Tomar tem todas as condições para ser uma capital internacional de cultura. Naturalmente, estas três ideias não nasceram do nada. A Câmara Municipal de Tomar, de há vários anos para cá, desconsidera os cidadãos, não dá resposta às suas solicitações, não responde, não decide, gasta de mais onde não deve e não gasta o que deve onde é preciso, bloqueia o investimento e o progresso, afugenta as empresas de Tomar e elas têm-se deixado afugentar para Torres Novas, para Ourém, até para Abrantes e exibe um tão olímpico, quanto altivo e arrogante divórcio com a sua história e o seu património, desprezando uma das suas maiores riquezas.

Foi para denunciar isto e propor novas posturas que os subscritores do Manifesto se juntaram, julgo eu, já que não tenho procuração dos demais e cada um falará naturalmente por si. Num tempo de desistência e indiferença este Manifesto veio dizer publicamente aos tomarenses que há futuro, que há gente que não desiste e que é necessário ser consequente. Em democracia as coisas mudam-se através das instituições. Não se mudam apenas dizendo mal, criticando, deitando abaixo. É pela positiva, querendo fazer e não apenas falar, é arriscando o sufrágio e o julgamento soberano do povo. Não é presidente de câmara quem quer mas quem os eleitores querem. E quando se perde a noção de serviço público e se passa apenas a tratar das pequenas ambições, dos negócios pessoais, do poder pelo poder, os eleitores percebem e mudam. Essa é a minha esperança para Outubro, quer como eleitor de Santa Maria dos Olivais, quer eventualmente noutra qualidade." O meu artigo desta semana n' O Templário. Já publicado aqui.

A palavrinha misteriosa quer dizer intelligentzia em russo, uma das origens do termo. Significa um conjunto de pessoas que trabalham na cultura e que se comprometem politicamente. Eduardo Pitta, em afirmações ao Público (link apenas para assinantes), afirmou que a intelligentzia está com António Costa. Faz sentido: uma candidatura com Carlos do Carmo e José Saramago na lista de apoiantes tem que ter uma intelligentzia a acompanhar. O problema político da declaração é, porém, outro. O que Eduardo Pitta quis dizer é que o pessoal lisboeta inteligente só pode apoiar António Costa. Corolário: quem não é inteligente é contra António Costa. Pior: quem apoiar Santana Lopes é burro todos os dias e com todas as letras. Esta é uma manifestação típica do velho discurso político da esquerda demodé (um estrangeirismo cai sempre bem quando se fala de intelligentzia...). Eu acho que esta gente toda corre sérios riscos de se queixar da estupidez do eleitorado no dia 12 de Outubro. É apenas um palpite.

Depois da aquisição Saramago, sabe-se agora que Carlos do Carmo é o mandatário de António Costa. A minha dúvida é: será que este ano o fadista também será convidado para abrilhantar a Festa do Avante, como sucedeu noutros anos? A verdade é que com estas aquisições e o acordo com o inenarrável Sá Fernandes, António Costa vai fazendo a coligação de esquerda que tantos desejavam sem ter de negociar com PCP e Bloco. No meio disto tudo ganha obviamente Santana Lopes.

"Um grupo de cidadãos preocupados com a estagnação de Tomar decidiu criar o Movimento Tomar Em Primeiro Lugar, com o objectivo de intervir na sociedade tomarense e de apresentar uma candidatura aos órgãos autárquicos do concelho de Tomar nas eleições de 11 de Outubro de 2009."

Assim começa o Manifesto que pode ser lido aqui, juntamente com a lista de subscritores, na qual me incluo.

Eleições legislativas são uma coisa. Eleições autárquicas são outra. Gosto especialmente de saber que o bom senso de Cavaco Silva se sobrepõe, por vezes, às suas convicções. Boa medida a de não fazer as duas eleições no mesmo dia.

De vez em quando somos dados a profundos debates metafísicos sobre assuntos da maior importância para o quotidiano da Pátria. O debate em curso sobre as datas das eleições, ou seja, a questão de saber se são juntas ou separadas é um deles. Resumindo a polémica: para os partidos que julgam beneficiar do "efeito contágio do boletim de voto" elas devem ser simultaneas. Para os outros devem ser separadas. No meio, está o Sr. Presidente da República, que quando foi Primeiro-Ministro não foi propriamente um governante preocupado com a poupança e o desperdício do Estado, mas agora se revestiu de solenes vestes de despojamento e contenção. Digo eu: fazei as eleições quando quiserdes! O povo não é estúpido e sabe muito bem "deitar" em quem quer. Fazei à suiça ou à americana, dezenas de refendos no mesmo dia. Marcai um dia santo onde tudo se resolva, Presidente, deputados, autarcas e o mais que houver a eleger. Assim só se estragaria um dia e despachávamos a democracia por atacado. Poupai nas eleições o que desbarateis na Refer, em Alcochete, no TGV, nos ministérios, nas avenças e nas consultadorias, no betão e nos papéis, nos Magalhães, nos Simplex's, nos Planos, e em tudo. Agora, digo-vos: para preservar a genuinidade das eleições, não tenho dúvidas que a melhor solução é realizar cada eleição em sua data.

"... queremos saudar todos os tomarenses, independentemente da idade, sexo ou opção política. Somos um grupo de cidadãos eleitores que decidiu apresentar uma candidatura aos orgãos autárquicos de Tomar nas próximas eleições autárquicas, que se realizarão em Outubro de 2009. Somos independentes, o que quer dizer que pomos os interesses de Tomar em primeiro lugar. Não nos candidataremos em representação de interesses partidários, económicos ou de qualquer outra natureza. O objectivo deste blogue é o de promover as ideias e os candidatos do Grupo de Cidadãos Eleitores denominado "Tomar Em Primeiro Lugar"." Tomar em Primeiro Lugar.

Mesmo com os inconvenientes conhecidos (Felgueiras, Oeiras, Gondomar…), as candidaturas de independentes são uma brecha salutar no domínio das candidaturas políticas pelos partidos do sistema. O Movimento Odivelas no Coração vai concorrer às próximas eleições autárquicas no concelho. Propõem-se concorrer a todos os orgãos autárquicos: sete freguesias,Odivelas, Caneças, Ramada, Olival Basto, Póvoa de Sto. Adrião, Pontinha e Famões, à Assembleia Municipal, cujo cabeça de lista é Joaquim Lourenço e à Camara Municipal, actualmente detida pelo PS, em que os dois primeiros nomes são Vítor Peixoto (cabeça de lista) e José Barão das Neves .

Marcos Perestrelo é o candidato do PS à Camara de Oeiras. Trata-se de um clássico e precoce aparatchik partidário. Em Oeiras, Jorge Coelho nunca permitiu que o PS tivesse bons candidatos, vá lá saber-se porquê. O candidato do PS em 2005 foi até distinguido e condecorado por Isaltino com pelouro e mordomias associadas. Leio agora na Lusa que a grande crítica que o socialista ora candidato tem a fazer é que Isaltino "perdeu genica". Ou seja: se ele não tem perdido a genica provavelmente estava tudo bem. Este moço do PS tem assegurada uma carreira brilhante com esta diplomacia toda...

O PS acha que mais vale prevenir que remediar. Como a maioria absoluta está duplamente em risco, decidiu reforçar a prevenção. A maioria absoluta está duplamente em risco devido às profundas alterações dos cadernos eleitorais e à sucessão de trapalhadas e suspeições que rodeiam José Sócrates. Olhando as sondagens, o PS verificou que todas apontam um improvável ministro campeão de popularidade, com a óbvia e ancestral excepção do ministro dos negócios estrangeiros que, em qualquer Governo , é sempre o ministro mais popular. Esse improvável ministro chama-se Vieira da Silva, vem da ala esquerda tão do agrado de Manuel Alegre e foi-lhe atribuída a pasta de esquerda do Trabalho e da Solidariedade Social. Foi sopa no mel, como se costuma dizer. Vai daí, o PS nomeou-o responsável pela coordenação das três campanhas eleitorais deste ano, a saber: europeias, autárquicas e, sobretudo, legislativas. Desde então o ministro improvável anda num virote pelo país. Tudo quanto é creche, equipamento social, inauguração, não prescinde do descerrar de lápide pelo ministro improvável. De norte a sul, Vieira da Silva anda num corropio. Hoje, é dia de campanha eleitoral em Aveiro. Está marcada para as 12 horas de hoje a inauguração do Lar e Centro de Dia de Santa Joana. Está pronto há vários meses e com todas as licenças necessárias. Mas da mesma maneira que andam a pressionar a provável Mota Engil do camarada Jorge Coelho para acabar as obras a tempo de Mário Lino ir cortar a fita para os eleitores verem, também um pouco por todo o país tudo parece esperar pela oportuna presença de qualquer governante e, desta vez, convenhamos, além de improvável, o governante é de peso: é o super-campanhas do PS. A obra, imprudentemente acabada antes de tempo, pertence à Associação Centro Social Santa Joana e apenas aguardava a marcação da inauguração oficial pela Secretaria de Estado do Trabalho e Segurança Social para entrar em pleno funcionamento. A cerimónia contará, obviamente, com a presença do ministro do Trabalho e Solidariedade Social, José Vieira da Silva.

Mas as inaugurações não chegam para saciar a gula eleitoral socialista. As primeiras pedras também não escapam!

O Centro Comunitário da Vera Cruz lança a primeira pedra do Lar para Idosos também hoje, com a inevitável e parece que, a partir de agora, obrigatória presença do ministro do Trabalho e Solidariedade Social.

Denominada “Sal e Sonhos de Uma Vida”, esta é a maior obra do Centro Comunitário, desejada há muitos anos e que vai nascer no “coração” da freguesia, com um orçamento global de um milhão e 700 mil euros. Tudo com as pedras abençoadas pelo improvável delegado do PS para a tri-campanha eleitoral que se aproxima. O PS está, ninguém o duvide, em campanha eleitoral. À grande, à francesa e à custa do erário público. (publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

A tertúlia foi uma ocasião para rever Macário Correia, que este ano decidiu arriscar trocar a garantida reeleição como presidente da Camara Municipal de Tavira, pela disputa da Camara Municipal de Faro. Procura, assim, rentabilizar o bom trabalho feito em Tavira para desalojar José Apolinário e o PS da capital do Algarve. Se o conseguir, será um dos heróis do PSD na noite eleitoral. E confiança parece não lhe faltar. Adianto que a expectativa na cidade é de mudança, pelo que me apercebi em várias conversas informais, o que o pode favorecer. Apesar de Apolinário já ter a cidade forrada de outdoors, embora tenha o seu blogue de campanha de há quatro anos desactivado....

Diário sem periodicidade certa sobre o que acontece no mundo e os prazeres da vida. Blogue livre de condecorações presidenciais.

“Vou ficar como vereador a lutar pelo que acredito”, disse Pedro Santana Lopes, que encabeçou a a coligação “Lisboa com Sentido”, que uniu PSD, CDS-PP, MPT e PPM, nas últimas eleições autárquicas de 11 de Outubro. Lopes é daqueles que se ama ou se odeia. Não deixa margem para a indiferença política e eleitoral. Agora: esta decisão é um bofetadão em tanta gente ao mesmo tempo que eu me sinto no dever de sublinhar e louvar aquilo que não deveria ser necessário sublinhar e louvar: respeitar um compromisso. CHAPEAU! Tanto mais vistoso, aliás, quanto o curriculum político que ostenta e que cá nas aldeias do chinquilho e da malha ao sábado de manhã seria imediatamente rebaixado como o político que andou de cavalo para burro...

O vereador eleito pelo PS para Câmara de Oeiras, Marcos Perestrello, disse hoje que suspenderá o mandato por "incompatibilidade" com a função de secretário de Estado da Defesa, que assume no sábado. Para quando a vergonha de não brincar com o voto dos eleitores, com os mais nobres princípios da democracia representativa e com o mínimo de decoro político, ainda que sob os menos exigentes padrões do Burkina Faso? No fundo, a questão é sempre a de saber qual é a gamela que mais vai gamelando.

A ceia dos cardinalatos: "Mais um facto inconcebível e que só se aceita ser verdadeiro porque testemunhado por várias pessoas e depois publicado sem desmentido: o Director de Inforrmação da RTP terá ido cear, juntamente com António Costa e a sua equipa, quando foram celebrar a vitória em Lisboa!... Exactamente, leram bem. O Director da Informação do canal televisivo cujas sondagens deram 12 pontos, três dias antes, e dez pontos, quando encerraram as urnas... Quero sublinhar que sempre considerei José Alberto Carvalho uma pessoa educada e simpática. Mas esta situação não tem a ver com nada disso. É demasiado grave. Será que também não tem consequências? Tudo isto é admissivel?" Pedro Santana Lopes.

Parabéns à ilustre Freguesa de Sta. Isabel! Torço pelo sucesso no exercício do múnus e confio no respeito pelo Compromisso. Para a próxima é para subir!

As crónicas dos últimos dias eleitorais de 6 do 10 em diante e até ontem, de José Adelino Maltez, no Tempo que não há meio de passar e descontados alguns jogos de linguagem que, de desnecessários, apenas complicam um bocadinho a crueza por si só certeira de tantas palavras.

No próximo domingo os tomarenses vão decidir o destino da sua terra nos próximos quatro anos. A avaliar pelo que temos ouvido nas ruas de há quatro anos a esta parte seria certo e seguro que alguns dos candidatos perderiam as eleições. Há quatro anos muitos tomarenses votaram em candidatos por exclusão de partes, votaram noutros candidatos para chatear os candidatos do lado, ou nem votaram. E, há que ter presente, diz-nos qualquer vulgata de política prática, que uma coisa é o que as pessoas dizem e outra, bem diferente é a que as pessoas fazem. Por isso falham as sondagens, por isso se discutem tanto os palpites e, no final, é o eleitor silencioso que decide soberanamente. Eu sou adepto do princípio de votar por convicção. Votar em quem se acredita. Desde logo, votar. Quem não vota perde autoridade moral para criticar as escolhas de que abdicou de participar, Desresponsabilizou-se. Desertou da democracia. Não é proibido, mas não é construtivo. No discurso de comemoração do 5 de Outubro, Cavaco Silva foi certeiro quando disse que “Os cidadãos, por seu turno, têm o dever de participar na vida cívica, ao invés de se queixarem sistematicamente do Estado ou da classe política”, sublinhando que os portugueses têm de vencer a tendência para se lamentar de “tudo e de todos” e pouco fazerem para melhorar “o que é de tudo e de todos”. É isso mesmo. Os tomarenses acham que Tomar parou no tempo? Então não votem Pedro Marques nem votem PSD. São eles os responsáveis por Tomar ser hoje das terras menos desenvolvidas do distrito de Santarém e onde pior se vive no país, segundo os estudos disponíveis, apesar das potencialidades únicas que tem, em termos de pessoas, de património, de história e de riqueza por rentabilizar. Os tomarenses sentiram-se abandonados por António Paiva e consideram que Corvelo de Sousa é apenas uma figura decorativa que serve para disfarçar o poder de terceiros? Então não votem no PSD. Os tomarenses acham que há candidatos que só querem ser eleitos para fazer negócios em proveito próprio e não em proveito da comunidade? Então não votem neles. Os tomarenses não acreditam que o PS faça em Tomar muito diferente do que tem feito no país? Então não repitam o erro de votar PS. Os tomarenses acham que é mero oportunismo político sair de um partido que se serviu durante anos a fio na Câmara, só porque não se ficou na lista, e por causa disso inventar em dois meses uma candidatura? Então não votem em Ivo Santos. Depois dos debates realizados pela Rádio Hertz e pela Rádio Cidade de Tomar, depois de ouvir os candidatos e ler os seus programas e depois de conhecer o passado político de todos eles, defendo que o voto por convicção é em José Lebre. Os debates e a campanha demonstraram que, além de necessário, é, desta vez, possível mudar. Assim os tomarenses queiram mesmo. (publicado na edição de hoje de O Templário)

"O melhor Presidente da Camara de Lisboa (Santana Lopes) depois do Marquês de Pombal", Sousa Cintra dixit. Uf, que até fiquei sem fôlego...

Carvalho da Silva é mais um fenómeno queirosiano. Deu apoio casual (à boleia da bica) a António Costa, rosto 2 do Governo contra o qual Carvalho da Silva andou quatro anos aos gritos nas ruas. Depois escreveu que apoia a CDU. Este sindicalista profissional, que não habita no seu posto d etrabalho há décadas, revelou-se um autêntico troca-fintas.A propósito: alguém sabe se Carvalho da Silva vota em Lisboa?

As campanhas eleitorais produzem sempre um considerável enriquecimento do vocabulário político. Elisa Ferreira, a impagável, divertida, humorista e gatofedorenta candidata do PS à Camara do Porto, acaba de o fazer, com a palavrinha "gamela". Apresentemo-la, pois, à palavra, à blogoesfera: Gamela é uma vasilha com a forma de uma tigela ou bacia, esculpida em madeira retirada de árvores cuja madeira é macia, um exemplo é a gameleira.Pode ser redonda ou ovalada e é utilizada, quer na alimentaçãohumana, como prato ou vasilha para levar a comida à mesa, quer para dar de comer aos porcos, para banhos, lavagens e outros fins. Apesar de construção aparentemente simples, a gamela, que atualmente é utilizada apenas por pobres ou como ornamentação em casas mais abastadas, não deve ser considerada um utensílio culinário primitivo. Foi necessário inventar primeiro os instrumentos de ferro para a produzir. As vasilhas de barro e pedra parecem ser as de construção mais antiga, sendo encontradas com frequência em sítios arqueológicos; desta forma, as gamelas devem ter sido inventadas em locais onde o barro não era abundante. Victor Nunes leal, autor de Coronelismo, Enxada e Voto, também empregava o termo de gamela para compreender o processo de apatrinhamento político das famílias tradicionais (filhotismo). Wikipedia. (Foto)

Isaltino Morais voltaria a vencer as eleições, segundo uma sondagem do Expresso, com valores projectados entre os 39% e os 43,2%, próximo da maioria absoluta. Convenhamos: não é vergonha maior eleger Isaltino, condenado a sete anos de prisão em primeira instância, do que eleger tantos outros que há por aí, que os tribunais não conseguiram julgar ou não conseguiram condenar. O eleitorado não é propriamente uma escola de valores. Há quem pense que os portugueses mais do que condenarem a corrupção, invejam quem consegue lá pôr as mãos. Nada de novo. Mas tem que se dizer que o PSD, que escolheu uma irrelevancia política e o PS, que escolhe sempre um excelente candidato para perder com Isaltino, são uma grande ajuda do homem.

No dia 11 de Outubro encerra-se o exigente ciclo eleitoral de 2009. O país poderá finalmente descansar de tempos de antena, de outdoors, de promessas. Depois das eleições para o Parlamento Europeu de Junho e das eleições para a Assembleia da República de Setembro, realizam-se agora as eleições autárquicas. O momento político do país não é dos mais propícios para o debate de fundo e a reflexão séria sobre o funcionamento dos mecanismos institucionais da democracia. A situação pantanosa em que mergulhou a política portuguesa, agravada nos últimos dias pelos resultados das eleições legislativas e pelo conflito aberto entre Cavaco Silva e José Sócrates, não deixa espaço para esse tipo de debate político e, sabe-se bem, as campanhas eleitorais servem para tudo menos para discutir ideias. Elas são hoje o terreno privilegiado das agências de comunicação, dos golpes baixos, das discussões sobre os estilos, e, desgraçadamente da exibição das mediocridades em exercício por esse país fora. Nos mecanismos institucionais da democracia, assumem particular relevância as autarquias locais. E o país precisa de fazer esse debate sobre o futuro das autarquias e o que podem e devem os cidadãos esperar delas. O actual modelo de gestão autárquica está desacreditado e esgotado e a saúde da democracia exige uma reforma das autarquias e dos seus modos de funcionamento. A campanha em curso promete, aliás, reforçar a caricatura em vez de criar confiança. A tendência é para fazer anedotário do detalhe pitoresco em detrimento da discussão política genuína. O país goza com as rotundas ao domicílio, que, em delírio arquitectónico já vi alguns considerar como património cultural, ri-se do ridículo de alguns cartazes, enoja-se com a promiscuidade dos autarcas com os empreiteiros e fica sem reacção perante a boçalidade dos mecanismos da compra de votos à brasileira, como por exemplo a oferta de bilhetes para ver o Tony Carreira, assim promovido a digno sucessor dos antiquados e ora caídos em desgraça electrodomésticos. O projecto autárquico fundador da democracia portuguesa já cumpriu, aliás, com relativo mas indiscutível sucesso os seus objectivos iniciais e necessita agora de um novo rumo, de novos objectivos e de uma nova estratégia, o que, evidentemente exige uma nova forma de organização institucional e política. Nestes trinta e cinco anos de vida “os autarcas afirmaram-se como contratadores de empreiteiros porque o poder central assim o quis. Sem autonomia fiscal ou financeira, sem competências substantivas em áreas como a educação ou a justiça, o seu mandato concentrou-se na construção de infra-estruturas e de equipamentos. O seu sucesso nesta empreitada foi inequívoco: depois de 1976, o saneamento básico, os arruamentos e a electrificação avançaram a um ritmo impressionante, fazendo com que muitos encarassem o poder local como a melhor conquista do 25 de Abril. Com o crescimento económico, a lógica do betão acabaria também por ser aplicada para a obtenção de mais fundos próprios. As licenças de construção tornaram-se a mina de ouro das finanças municipais e foco permanente de conflitos de interesses e de corrupção.”, escreveu esta semana, com inteira propriedade, Manuel Carvalho, no Público. Hoje, o país está recheado de câmaras municipais endividadas, que reproduzem em miniatura os padecimentos do Estado e da administração central. Os costumes políticos degradaram-se. O clientelismo, a corrupção, o desperdício, a burocracia tomaram conta dos aparelhos administrativos e políticos autárquicos. A lógica essencial da política autárquica ainda assenta nas construções e obras públicas. Esta lógica tem de ser substituída pela lógica da gestão. De pessoas, de grupos, de recursos. Para isso é necessário descentralizar competências e recursos. Existem bons exemplos de atracção de investimentos, de atracção de empresas, mas são excepções. E é necessário um novo código de conduta política autárquica. A limitação de mandatos que entrará em vigor nas próximas eleições ajudará. Mas os candidatos bailarinos, que dançam com vários partidos consoante a música eleitoral, os autarcas condenados que reincidem no exercício de novos mandatos, os autarcas suspeitos de beneficiar e prejudicar consoante as vantagens que obtêm, têm de dar lugar a um novo modelo de autarca que restaure a credibilidade perdida. O país precisa de um poder autárquico forte e credível. Sobretudo em momentos de ruptura social como são os que vivemos, as autarquias têm uma nobre e essencial missão a desempenhar na preservação dos equilíbrios sociais. Mas precisa também de autarcas com uma nova visão estratégica do desenvolvimento. A era do “parque industrial” passou. E, satisfeitas que estão as carências básicas das populações, o poder autárquico ou se reinventa ou se torna uma mera forma de gastar dinheiro dos contribuintes, sem utilidade. Tudo o que fica dito aplica-se que nem uma luva a Aveiro. É só pôr as legendas com os nomes por baixo de cada frase. (publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

Entretanto, não sei se já repararam mas estamos em plena campanha eleitoral para as autarquias locais. Compreendo: com tantas interferencias, ninguém liga.

Falta a 3ª volta do campeonato eleitoral de 2009. Para já, com os resultados de ontem no concelho de Lisboa, Pedro Santana Lopes seria o novo presidente da Camara.

Um candidato do CDS à Câmara Municipal de Moura, de seu nome Pedro dos Reis, foi detido sexta-feira pela GNR por, alegadamente, estar a furtar palha numa herdade. Bem sei que a coisa não está fácil mas, que diabo!, nem a palha lhes escapa?

Os Presidentes de Câmara Municipal eleitos pelo PSD no distrito de Santarém estão contra as “regras restritivas do endividamento” nos Municípios. Acham que gastaram pouco. Querem gastar mais. Mas querem gastar mais do dinheiro que não têm. Ou seja: querem poder pedir mais dinheiro emprestado. Têm gerido mal o que pediram e ainda não pagaram, mas ainda não estão satisfeitos. Os autarcas tiveram a militância de se reunirem num jantar (que câmara Terá pago o repasto?...) no Entroncamento para tomar uma posição conjunta sobre estas matérias. Nunca se juntaram para coordenar posições e fazer exigências sobre qualquer assunto daqueles que preocupam as populações. Só tiveram esta ideia para protestar por não poderem pedir mais dinheiro emprestado. Estiveram presentes Corvelo de Sousa (Presidente da Câmara Municipal de Tomar), Fernando Moleirinho (Sardoal), Francisco Moita Flores (Santarém), Luís Ribeiro Pereira e Jacinto Lopes (Presidente e Vice-Presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere), Jaime Ramos (Entroncamento), José Saldanha Rocha (Mação), Miguel Relvas (Coordenador Autárquico Distrital) e Vasco Cunha (Presidente da Comissão Política Distrital do PSD). Não esteve presente, “por motivos de agenda”, Vítor Frazão (Presidente da Câmara Municipal de Ourém). Os autarcas constataram “que as regras restritivas do endividamento, e os limites que lhe são impostos, puseram em causa muitos investimentos necessários e prioritários – bem como o aproveitamento do QREN – para tornar os nossos Municípios e a nossa região mais competitivos”. Concluíram que “é fundamental para os Municípios (na sua relação com a Administração Central) a evolução para uma maior partilha na afectação de impostos – sem que daí tal possa constituir um agravamento fiscal – designadamente através do IVA e do IRS”. Ninguém sabe quanto é que a Câmara Municipal de Tomar deve ao certo. Sabe-se que é muito. Nos últimos meses todos temos lido na comunicação social as notícias da crise nas empresas do concelho de Tomar. Empresas que amaçaram fechar as portas, empresas que deixaram de pagar porque quem lhes deve não lhes paga, empresas que fecharam, trabalhadores que deixaram de receber, famílias inteiras em crise de rendimento, que perderam os seus ordenados, protestos dos trabalhadores, pedidos de ajuda ao Governo. O que não temos lido na comunicação social são notícias acerca das pessoas que nos últimos anos quiseram investir em Tomar, criar empregos em Tomar, criar riqueza em tomar, pagar impostos em Tomar e não conseguiram devido à imensidão de obstáculos que a Câmara Municipal sistematicamente lhes foi colocando até conseguir que essas pessoas fossem investir para outras paragens. Não temos lido, mas sabemos. E sabemos até de pessoas que foram agora contactadas à pressa para virem investir, já sem os obstáculos inicialmente colocados, porque daria jeito a um mês de eleições dar um aspecto dinâmico à imobilista, inoperante e desinteressada Câmara Municipal de Tomar. Nestas vésperas de eleições os obstáculos de outrora desapareceram como que por magia. O PSD está desesperado por mostrar serviço, depois de ano0s de marasmo e inoperância. O que se tem feito em Tomar é com dinheiros públicos e como se sabe muitas vezes mal gastos e desbaratados. O poder municipal do PSD tem horror à iniciativa privada, prefere o investimento público, porque empresários privados são livres e quem depende de subsídios tem de ser atento, venerando e obrigado. Mas para seguir neste caminho tem de se estar a pedir sempre dinheiro emprestado. Insaciavelmente e com uma consequência óbvia: todos pagaremos no futuro muito caro esta irresponsável maneira de desgovernar. O programa eleitoral do PSD em Tomar e nos concelhos do distrito em que desgoverna resume-se a quatro palavras: pedir mais dinheiro emprestado. É preciso mudar. (publicado na edição de hoje d' O Templário)

Santana Lopes convidou Passos Coelho para a Comissão de Honra da sua candidatura. Irá Passos Coelho escrever um artiguinho a exigir que o honrado atinja a maioria absoluta em Lisboa?

Quem decidiu entrar na competição eleitoral em Tomar tem um adversário natural: o PSD e a sua desastrosa gestão do concelho nos últimos doze anos. Quem não percebe este facto elementar e prefere distrair-se com pormenores laterais está a beneficiar o PSD e o situacionismo clientelar que criou em Tomar. Mas cada um sabe de si e, como se costuma dizer, Deus sabe de todos. O PSD concorre, aliás, através de duas candidaturas diferentes: a do próprio PSD e a de um alegado CDS que tem como cabeça de lista um vereador do PSD, tão responsável pelo desastre dos últimos anos como os seus ex-colegas de partido, do qual saiu de resto, apenas porque não teve lugar nas listas, mostrando assim a força das suas convicções de ontem e de hoje. Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão já escreveram tudo sobre este tipo de política pequenina. Mas o que interessa verdadeiramente aos eleitores é a substância das ideias e a credibilidade dos candidatos. Nos dias que correm é oportuno lembrar que o PSD tem sido mestre em promessas, mas um desastre nas realidades. Apenas três exemplos. Há alguns anos, o PSD prometeu um parque temático em Tomar. Típica promessa para eleitor ver. Onde está ele, que ninguém o vê? Onde se esconderam os investidores? Em que gaveta foi esquecida essa promessa? A verdade é que o parque temático virou esquecimento e até hoje ninguém pediu responsabilidades por essa ilusão eleitoral falhada. Há alguns anos o PSD decidiu construir uma fonte cibernética numa rotunda onde deviam estar mil outras coisas, mas nunca aquilo que lá está. Gastaram-se milhões. A fonte está lá. A cibernética, mal se vê. Agora, o PSD quer tirar a fonte cibernética e pôr lá qualquer coisa. Presume-se que se vão gastar mais uns milhões. Quem paga são sempre os mesmos. Mas quem gasta passa incólume, sem ser responsabilizado pelos desastres estéticos e pelo desvario no gasto. Há alguns anos o PSD decidiu fechar o parque de campismo. O parque era fonte de turismo e de receitas, tão necessárias à economia local. Alegou na altura que o encerramento se devia ao facto de ser necessário realizar umas obras. Acresceram algumas birras pessoais, com as quais o PSD sempre teve a arte de confundir a nobre política autárquica. Perderam-se milhões com a inépcia e com a birra. Os campistas rumaram para outras paragens e abandonaram Tomar. Coincidentemente, aliás, com o que aconteceu com muitos tomarenses que também tiveram de abandonar Tomar em busca de emprego, de carreira, de rendimento e de futuro. Agora, na véspera de eleições o parque lá reabriu. Quem responde pelos prejuízos que o encerramento do parque durante tantos anos causou à economia local? A resposta é ninguém. Os responsáveis por estas situações andam por aí como se nada fosse. O perigo é que são reincidentes e estão de novo a pedir o voto. Seria muito saudável para o futuro de Tomar que o eleitorado decidisse deixar de ir em cantigas repetidas. O PSD precisa de uma longa cura de oposição e de uma profunda renovação. Tomar precisa de um novo presente e de construir um futuro de desenvolvimento e progresso. Podem começar-se as duas coisas já em 11 de Outubro. (publicado na edição de hoje de O Templário)

Os partidos gastam demais, obscenamente demais, nas campanhas eleitorais. Não há campanhas grátis, mas um pouco de respeito pelas dificuldades dos portugueses não ficava mal.

Hoje, foi inaugurada a sede da candidatura Tomar em Primeiro Lugar à Camara e à Assembleia Municipais de Tomar. Fica na R. dos Moinhos, nºs 37 e 39, em Tomar. O local é simbólico: a R. dos Moinhos fica exactamente no centro histórico de Tomar, está esventrada e com as obras paradas há meses, para desespero dos seus habitantes, dos comerciantes e dos transeuntes. É bem a imagem de um centro histórico cuja identidade multisecular tem sido metodicamente destruída pela gestão António Paiva/Corvelo de Sousa/PSD dos últimos quase doze anos .

"O meu restaurante na Ribeira, é um dos mais conhecidos do país e o presidente da Camara do Porto nunca lá foi". Quem se lamenta assim é Rui Veloso, na última página do Diário de Notícias (não a encontro aqui). Veloso apoia Fernando Seara em Sintra e Elisa Ferreira no Porto. Terá Rui Veloso investigado se Seara e Ferreira terão frequentado todos os estabelecimentos comerciais emblemáticos dos seus concelhos (Elisa é mais Estrasburgo e Bruxelas...), antes de lhes declarar o seu apoio? Rui Rio é verdadeiramente um chato. Não se faz. Não ir ao restaurante de Rui Veloso não se faz. Um chato, este Rui Rio...

Ouve-se falar muito da Maçonaria, mas nunca como até à passada terça-feira, a intervenção política da Maçonaria se revelou tão esplendorosamente. Explico: Manuel Martins pertence à Assembleia Municipal de Barcelos eleito pelo Partido da Nova Democracia. Como sucede a tanto vira-casacas que há por aí, decidiu candidatar-se desta vez pelo PSD. O original é que explicou por que o fazia. Em declarações à edição desta terça-feira do Diário do Minho (link para assinantes), esclareceu que os seus amigos do Grande Oriente Lusitano lhe "fizeram ver as implicações" de estar ligado a um partido de extrema-direita. Assim mesmo: o GOL, convocado por um dos seus ilustríssimos membros à luta autárquica que se aproxima. Já não bastava o ridículo de considerar o PND como partido de extrema-direita, coisa que só mesmo o GOL é capaz..., sabemos agora que o GOL faz ver coisas às pessoas e que estas pessoas seguem as coisas que o GOL lhes faz ver. Os eleitores, no meio disto tudo, são, é claro, um mero pormenor. O GOL não gosta de Manuel Monteiro. Acho que isto lhe vai render alguns votos em Braga. Terá Manuel Monteiro agradecido já a Manuel Martins a sua franqueza?... (Foto)

Para quem fez toda a sua vida política através da participação em partidos políticos, tem constituído uma experiencia muito gratificante e enriquecedora participar num movimento de cidadãos eleitores que decidiu apresentar uma candidatura autárquica. Descubro-me assim candidato à Assembleia Municipal de Tomar por uma candidatura chamada "Tomar Em Primeiro Lugar". E pasmem, oh gentes do sistema, que apesar de todas as dificuldades e escolhos da lei, os cidadãos são capazes de contornar os obstáculos que os partidos foram semeando na selva normativa e, com determinação, entrar na competição eleitoral. Aprendi já uma coisa: todas as pessoas que apoiam estes movimentos não controlados tornam-se alvos dos partidos clássicos e são apresentados como uma espécie de troféus de caça quando sucumbem aos encantos de quem nunca lhes ligou nenhuma até se terem revelado. O que também mostra que a natureza humana é a mesma em todo o lado: nos partidos e fora deles.

As listas.

Sobre as eleições autárquicas em Faro e Odivelas, é favor lerem Os pseudo-providencialistas, por Carlos Manuel Castro, no Eleições 2009.

... E votava nesta candidatura independente. O que se tem passado nesta freguesia de Lisboa é simplesmente vergonhoso. Com a complacência de CDS e PSD. Talvez os eleitores lhes dêem uma lição em 11 de Outubro e ponham gente séria na Junta de Freguesia. Força, Margarida! Para já, podem apoiar visitando o blogue da candidatura, o Compromisso Santa Isabel-2009.

A Camara Municipal paga as dívidas de alguns com o dinheiro de todos. É o tema do meu artigo desta semana n' O Templário.

O debate entre Santana Lopes e António Costa foi uma desilusão. Ambos são melhores que aquilo. Talvez as férias lhes façam bem.

Manuela Ferreira Leite não deve estar a par da forma como o PSD de Tomar está a executar a sua política de "verdade". Pois foi sobre o que escrevi na edição desta semana de O Templário.

Há novidades em Tomar.

Os partidos políticos não pagam IVA. Os grupos de cidadãos eleitores que se candidatam aos orgãos autárquicos pagam IVA. Eis os partidos e a sua coutada no seu melhor.

"O que interessa, neste momento, sobretudo, é mobilizar os tomarenses em torno de três ideias fortes: a de que a Câmara Municipal precisa de ser devolvida aos cidadãos, a de que Tomar precisa de investimento e criação de riqueza e de que Tomar tem todas as condições para ser uma capital internacional de cultura. Naturalmente, estas três ideias não nasceram do nada. A Câmara Municipal de Tomar, de há vários anos para cá, desconsidera os cidadãos, não dá resposta às suas solicitações, não responde, não decide, gasta de mais onde não deve e não gasta o que deve onde é preciso, bloqueia o investimento e o progresso, afugenta as empresas de Tomar e elas têm-se deixado afugentar para Torres Novas, para Ourém, até para Abrantes e exibe um tão olímpico, quanto altivo e arrogante divórcio com a sua história e o seu património, desprezando uma das suas maiores riquezas.

Foi para denunciar isto e propor novas posturas que os subscritores do Manifesto se juntaram, julgo eu, já que não tenho procuração dos demais e cada um falará naturalmente por si. Num tempo de desistência e indiferença este Manifesto veio dizer publicamente aos tomarenses que há futuro, que há gente que não desiste e que é necessário ser consequente. Em democracia as coisas mudam-se através das instituições. Não se mudam apenas dizendo mal, criticando, deitando abaixo. É pela positiva, querendo fazer e não apenas falar, é arriscando o sufrágio e o julgamento soberano do povo. Não é presidente de câmara quem quer mas quem os eleitores querem. E quando se perde a noção de serviço público e se passa apenas a tratar das pequenas ambições, dos negócios pessoais, do poder pelo poder, os eleitores percebem e mudam. Essa é a minha esperança para Outubro, quer como eleitor de Santa Maria dos Olivais, quer eventualmente noutra qualidade." O meu artigo desta semana n' O Templário. Já publicado aqui.

A palavrinha misteriosa quer dizer intelligentzia em russo, uma das origens do termo. Significa um conjunto de pessoas que trabalham na cultura e que se comprometem politicamente. Eduardo Pitta, em afirmações ao Público (link apenas para assinantes), afirmou que a intelligentzia está com António Costa. Faz sentido: uma candidatura com Carlos do Carmo e José Saramago na lista de apoiantes tem que ter uma intelligentzia a acompanhar. O problema político da declaração é, porém, outro. O que Eduardo Pitta quis dizer é que o pessoal lisboeta inteligente só pode apoiar António Costa. Corolário: quem não é inteligente é contra António Costa. Pior: quem apoiar Santana Lopes é burro todos os dias e com todas as letras. Esta é uma manifestação típica do velho discurso político da esquerda demodé (um estrangeirismo cai sempre bem quando se fala de intelligentzia...). Eu acho que esta gente toda corre sérios riscos de se queixar da estupidez do eleitorado no dia 12 de Outubro. É apenas um palpite.

Depois da aquisição Saramago, sabe-se agora que Carlos do Carmo é o mandatário de António Costa. A minha dúvida é: será que este ano o fadista também será convidado para abrilhantar a Festa do Avante, como sucedeu noutros anos? A verdade é que com estas aquisições e o acordo com o inenarrável Sá Fernandes, António Costa vai fazendo a coligação de esquerda que tantos desejavam sem ter de negociar com PCP e Bloco. No meio disto tudo ganha obviamente Santana Lopes.

"Um grupo de cidadãos preocupados com a estagnação de Tomar decidiu criar o Movimento Tomar Em Primeiro Lugar, com o objectivo de intervir na sociedade tomarense e de apresentar uma candidatura aos órgãos autárquicos do concelho de Tomar nas eleições de 11 de Outubro de 2009."

Assim começa o Manifesto que pode ser lido aqui, juntamente com a lista de subscritores, na qual me incluo.

Eleições legislativas são uma coisa. Eleições autárquicas são outra. Gosto especialmente de saber que o bom senso de Cavaco Silva se sobrepõe, por vezes, às suas convicções. Boa medida a de não fazer as duas eleições no mesmo dia.

De vez em quando somos dados a profundos debates metafísicos sobre assuntos da maior importância para o quotidiano da Pátria. O debate em curso sobre as datas das eleições, ou seja, a questão de saber se são juntas ou separadas é um deles. Resumindo a polémica: para os partidos que julgam beneficiar do "efeito contágio do boletim de voto" elas devem ser simultaneas. Para os outros devem ser separadas. No meio, está o Sr. Presidente da República, que quando foi Primeiro-Ministro não foi propriamente um governante preocupado com a poupança e o desperdício do Estado, mas agora se revestiu de solenes vestes de despojamento e contenção. Digo eu: fazei as eleições quando quiserdes! O povo não é estúpido e sabe muito bem "deitar" em quem quer. Fazei à suiça ou à americana, dezenas de refendos no mesmo dia. Marcai um dia santo onde tudo se resolva, Presidente, deputados, autarcas e o mais que houver a eleger. Assim só se estragaria um dia e despachávamos a democracia por atacado. Poupai nas eleições o que desbarateis na Refer, em Alcochete, no TGV, nos ministérios, nas avenças e nas consultadorias, no betão e nos papéis, nos Magalhães, nos Simplex's, nos Planos, e em tudo. Agora, digo-vos: para preservar a genuinidade das eleições, não tenho dúvidas que a melhor solução é realizar cada eleição em sua data.

"... queremos saudar todos os tomarenses, independentemente da idade, sexo ou opção política. Somos um grupo de cidadãos eleitores que decidiu apresentar uma candidatura aos orgãos autárquicos de Tomar nas próximas eleições autárquicas, que se realizarão em Outubro de 2009. Somos independentes, o que quer dizer que pomos os interesses de Tomar em primeiro lugar. Não nos candidataremos em representação de interesses partidários, económicos ou de qualquer outra natureza. O objectivo deste blogue é o de promover as ideias e os candidatos do Grupo de Cidadãos Eleitores denominado "Tomar Em Primeiro Lugar"." Tomar em Primeiro Lugar.

Mesmo com os inconvenientes conhecidos (Felgueiras, Oeiras, Gondomar…), as candidaturas de independentes são uma brecha salutar no domínio das candidaturas políticas pelos partidos do sistema. O Movimento Odivelas no Coração vai concorrer às próximas eleições autárquicas no concelho. Propõem-se concorrer a todos os orgãos autárquicos: sete freguesias,Odivelas, Caneças, Ramada, Olival Basto, Póvoa de Sto. Adrião, Pontinha e Famões, à Assembleia Municipal, cujo cabeça de lista é Joaquim Lourenço e à Camara Municipal, actualmente detida pelo PS, em que os dois primeiros nomes são Vítor Peixoto (cabeça de lista) e José Barão das Neves .

Marcos Perestrelo é o candidato do PS à Camara de Oeiras. Trata-se de um clássico e precoce aparatchik partidário. Em Oeiras, Jorge Coelho nunca permitiu que o PS tivesse bons candidatos, vá lá saber-se porquê. O candidato do PS em 2005 foi até distinguido e condecorado por Isaltino com pelouro e mordomias associadas. Leio agora na Lusa que a grande crítica que o socialista ora candidato tem a fazer é que Isaltino "perdeu genica". Ou seja: se ele não tem perdido a genica provavelmente estava tudo bem. Este moço do PS tem assegurada uma carreira brilhante com esta diplomacia toda...

O PS acha que mais vale prevenir que remediar. Como a maioria absoluta está duplamente em risco, decidiu reforçar a prevenção. A maioria absoluta está duplamente em risco devido às profundas alterações dos cadernos eleitorais e à sucessão de trapalhadas e suspeições que rodeiam José Sócrates. Olhando as sondagens, o PS verificou que todas apontam um improvável ministro campeão de popularidade, com a óbvia e ancestral excepção do ministro dos negócios estrangeiros que, em qualquer Governo , é sempre o ministro mais popular. Esse improvável ministro chama-se Vieira da Silva, vem da ala esquerda tão do agrado de Manuel Alegre e foi-lhe atribuída a pasta de esquerda do Trabalho e da Solidariedade Social. Foi sopa no mel, como se costuma dizer. Vai daí, o PS nomeou-o responsável pela coordenação das três campanhas eleitorais deste ano, a saber: europeias, autárquicas e, sobretudo, legislativas. Desde então o ministro improvável anda num virote pelo país. Tudo quanto é creche, equipamento social, inauguração, não prescinde do descerrar de lápide pelo ministro improvável. De norte a sul, Vieira da Silva anda num corropio. Hoje, é dia de campanha eleitoral em Aveiro. Está marcada para as 12 horas de hoje a inauguração do Lar e Centro de Dia de Santa Joana. Está pronto há vários meses e com todas as licenças necessárias. Mas da mesma maneira que andam a pressionar a provável Mota Engil do camarada Jorge Coelho para acabar as obras a tempo de Mário Lino ir cortar a fita para os eleitores verem, também um pouco por todo o país tudo parece esperar pela oportuna presença de qualquer governante e, desta vez, convenhamos, além de improvável, o governante é de peso: é o super-campanhas do PS. A obra, imprudentemente acabada antes de tempo, pertence à Associação Centro Social Santa Joana e apenas aguardava a marcação da inauguração oficial pela Secretaria de Estado do Trabalho e Segurança Social para entrar em pleno funcionamento. A cerimónia contará, obviamente, com a presença do ministro do Trabalho e Solidariedade Social, José Vieira da Silva.

Mas as inaugurações não chegam para saciar a gula eleitoral socialista. As primeiras pedras também não escapam!

O Centro Comunitário da Vera Cruz lança a primeira pedra do Lar para Idosos também hoje, com a inevitável e parece que, a partir de agora, obrigatória presença do ministro do Trabalho e Solidariedade Social.

Denominada “Sal e Sonhos de Uma Vida”, esta é a maior obra do Centro Comunitário, desejada há muitos anos e que vai nascer no “coração” da freguesia, com um orçamento global de um milhão e 700 mil euros. Tudo com as pedras abençoadas pelo improvável delegado do PS para a tri-campanha eleitoral que se aproxima. O PS está, ninguém o duvide, em campanha eleitoral. À grande, à francesa e à custa do erário público. (publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

A tertúlia foi uma ocasião para rever Macário Correia, que este ano decidiu arriscar trocar a garantida reeleição como presidente da Camara Municipal de Tavira, pela disputa da Camara Municipal de Faro. Procura, assim, rentabilizar o bom trabalho feito em Tavira para desalojar José Apolinário e o PS da capital do Algarve. Se o conseguir, será um dos heróis do PSD na noite eleitoral. E confiança parece não lhe faltar. Adianto que a expectativa na cidade é de mudança, pelo que me apercebi em várias conversas informais, o que o pode favorecer. Apesar de Apolinário já ter a cidade forrada de outdoors, embora tenha o seu blogue de campanha de há quatro anos desactivado....

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