Notas de Aveiro: A bomba rebentou

01-07-2011
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Já há dias que o assunto tinha caido na praça pública e finalmente rebentou no jornais. O douto Miguel Lemos, que na semana antes das eleições tinha vindo a terreiro defender a candidatura do PS e de Alberto Souto e que na semana depois avisou os aveirenses que o seu desprendimento das coisas terrenas-municipais era tão grande que já estava demissionário de uma das empresas desde Julho e da EMA desde Setembro... sim, esse mesmo, já tinha o seu lugar garantido como DIRECTOR-GERAL da PDA.Em primeiro lugar acho curioso e, no minimo, estranho que uma empresa como a Visabeira aceite colocar como director geral alguém que já se sabia que não era das boas graças da câmara Municipal. Se a decisão foi tomada antes das eleições ainda se compreende - estava tudo a pensar na vitória natural de Alberto Souto.Mais grave, MUITO MAIS GRAVE é atitude do Conselho de Administração da PDA que autorizou, antes das eleições que um administrador-delegado (pelo menos aparecia assim nos jornais) fosse escolhido como Director Geral antes das eleições, e com CONTRATO até 2009.Dr. Alberto Souto, explique-nos isto, se faz favor?A atitude da Visabeira até se compreende. Já a da CMA, não. Nunca. Mais grave a atitude deste senhor: Miguel Lemos considera natural que esteja prevista uma indemnização em caso de despedimento, no caso de se não mantiver em funções durante os quatro anos. No entanto, diz que está «disposto a rever as condições de saída», admitindo que a Câmara o queira «mandar embora» e adianta que não pretende «dificultar a vida às pessoas». Se sair por vontade da nova maioria interpretará a atitude como um «saneamento político» mas não irá embora sem «fazer valer» os seus direitos.Ainda está para ser feito o "Balanço" da sua actividade nos oito anos de mandato de Alberto Souto. Mas digamos que no lado do passivo irá ficar esta atitude. Ainda para mais considerar que é um SANEAMENTO politico mandar embora quem tenta condicionar uma Câmara por quatro anos.Há uma forma de resolver as coisas: Alberto Souto e a Visabeira pagarem, do seu próprio bolso, a indemnização do senhor... A peça integral do Diário de Aveiro Vencimento de 5.800 euros na PDA gera mal-estarA direcção executiva da empresa municipal Parque Desportivo de Aveiro, com a maioria do capital 51 por cento da Câmara de Aveiro foi entregue a Miguel Lemos, um cargo que está a provocar um desagrado na coligação PSD-CDS-PP, em particular pelo vencimento mensal atribuído de 5.800 euros, até 2009. O assunto seria debatido pelo Conselho de Administração da empresa, que ontem reuniu. O vereador Pedro Ferreira disse ao Diário de Aveiro, ao princípio da tarde de ontem, que o assunto seria «tratado e resolvido», enquanto não foi possível obter um comentário do presidente da Câmara, Élio Maia. Ulisses Pereira, administrador da empresa, indicado pela Câmara e Visabeira, em Assembleia Geral eleitoral para administrador da PDA, disse que não faz «comentários sobre a vida interna das empresas».O valor do vencimento e demais questões assumidas pela PDA com Miguel Lemos, que terão sido ontem analisadas pormenorizadamente, constituem os motivos que estão a provocar algum incómodo, particularmente, devido ao discurso da nova Câmara no sentido da contenção financeira e, precisamente, na promessa de reduzir o número das empresas municipais de forma a diminuir as despesas. O vereador da oposição, Pedro Silva, reeleito para este mandato disse ontem que desconhecia «o trajecto do Dr. Miguel Lemos» e mostrou alguma surpresa pelo vencimento.Segundo Miguel Lemos, o contrato foi «negociado com a administração da Visabeira (que detém 49 por cento do capital) e «acordado com o Conselho de Administração da PDA». Miguel Lemos diz ainda que «não tem nada a ver com o processo eleitoral», relativo às autárquicas de 9 de Outubro último, marcadas com a derrota dos socialistas, que o mantiveram na EMA, até Setembro, e administrador da PDA até Julho. Diz que os termos do contrato foram estabelecidos e negociados antes das eleições, em Agosto, pelo administrador da Visabeira na PDA, e Miguel Lemos, da administração da PDA, e com entrada em vigor a partir de Outubro, a cerca de uma semana antes das eleições. Além disso, Miguel Lemos considera natural que esteja prevista uma indemnização em caso de despedimento, no caso de se não mantiver em funções durante os quatro anos. No entanto, diz que está «disposto a rever as condições de saída», admitindo que a Câmara o queira «mandar embora» e adianta que não pretende «dificultar a vida às pessoas». Se sair por vontade da nova maioria interpretará a atitude como um «saneamento político» mas não irá embora sem «fazer valer» os seus direitos.Percurso de Miguel Lemos Miguel Lemos assumiu particular destaque durante os dois mandatos de Alberto Souto à frente da Câmara de Aveiro, além da construção do estádio do Euro-2004, no projecto da BUGA e das Conferências do Milénio. A renúncia na administração à PDA e as negociações que determinaram o acordo para as novas funções de director-geral aconteceram quando se deu a abertura da empresa municipal a capital privado, num concurso que a Visabeira venceu.Miguel Lemos terá funções de direcção geral, «colocando em prática as directrizes da administração», disse ao Diário de Aveiro uma fonte próxima do processo. O assunto seria «resolvido», como disse ontem Pedro Ferreira, sobre a reunião de ontem, ao pormenor, verificando as funções de cada trabalhador ao serviço da PDA, o equipamento que serve a empresa, a existência de contas de telemóveis, viaturas ao serviço, e quem tem autorização para movimentar dinheiro, segundo também apurou o Diário de Aveiro.Na semana passada, na Assembleia Geral eleitoral da PDA, a Câmara e a Visabeira indicaram Ulisses Manuel, Gilberto Ferreira e Pedro Reis para novos administradores. Texto do João Peixinho para o Diário de Aveiro


Já há dias que o assunto tinha caido na praça pública e finalmente rebentou no jornais. O douto Miguel Lemos, que na semana antes das eleições tinha vindo a terreiro defender a candidatura do PS e de Alberto Souto e que na semana depois avisou os aveirenses que o seu desprendimento das coisas terrenas-municipais era tão grande que já estava demissionário de uma das empresas desde Julho e da EMA desde Setembro... sim, esse mesmo, já tinha o seu lugar garantido como DIRECTOR-GERAL da PDA.Em primeiro lugar acho curioso e, no minimo, estranho que uma empresa como a Visabeira aceite colocar como director geral alguém que já se sabia que não era das boas graças da câmara Municipal. Se a decisão foi tomada antes das eleições ainda se compreende - estava tudo a pensar na vitória natural de Alberto Souto.Mais grave, MUITO MAIS GRAVE é atitude do Conselho de Administração da PDA que autorizou, antes das eleições que um administrador-delegado (pelo menos aparecia assim nos jornais) fosse escolhido como Director Geral antes das eleições, e com CONTRATO até 2009.Dr. Alberto Souto, explique-nos isto, se faz favor?A atitude da Visabeira até se compreende. Já a da CMA, não. Nunca. Mais grave a atitude deste senhor: Miguel Lemos considera natural que esteja prevista uma indemnização em caso de despedimento, no caso de se não mantiver em funções durante os quatro anos. No entanto, diz que está «disposto a rever as condições de saída», admitindo que a Câmara o queira «mandar embora» e adianta que não pretende «dificultar a vida às pessoas». Se sair por vontade da nova maioria interpretará a atitude como um «saneamento político» mas não irá embora sem «fazer valer» os seus direitos.Ainda está para ser feito o "Balanço" da sua actividade nos oito anos de mandato de Alberto Souto. Mas digamos que no lado do passivo irá ficar esta atitude. Ainda para mais considerar que é um SANEAMENTO politico mandar embora quem tenta condicionar uma Câmara por quatro anos.Há uma forma de resolver as coisas: Alberto Souto e a Visabeira pagarem, do seu próprio bolso, a indemnização do senhor... A peça integral do Diário de Aveiro Vencimento de 5.800 euros na PDA gera mal-estarA direcção executiva da empresa municipal Parque Desportivo de Aveiro, com a maioria do capital 51 por cento da Câmara de Aveiro foi entregue a Miguel Lemos, um cargo que está a provocar um desagrado na coligação PSD-CDS-PP, em particular pelo vencimento mensal atribuído de 5.800 euros, até 2009. O assunto seria debatido pelo Conselho de Administração da empresa, que ontem reuniu. O vereador Pedro Ferreira disse ao Diário de Aveiro, ao princípio da tarde de ontem, que o assunto seria «tratado e resolvido», enquanto não foi possível obter um comentário do presidente da Câmara, Élio Maia. Ulisses Pereira, administrador da empresa, indicado pela Câmara e Visabeira, em Assembleia Geral eleitoral para administrador da PDA, disse que não faz «comentários sobre a vida interna das empresas».O valor do vencimento e demais questões assumidas pela PDA com Miguel Lemos, que terão sido ontem analisadas pormenorizadamente, constituem os motivos que estão a provocar algum incómodo, particularmente, devido ao discurso da nova Câmara no sentido da contenção financeira e, precisamente, na promessa de reduzir o número das empresas municipais de forma a diminuir as despesas. O vereador da oposição, Pedro Silva, reeleito para este mandato disse ontem que desconhecia «o trajecto do Dr. Miguel Lemos» e mostrou alguma surpresa pelo vencimento.Segundo Miguel Lemos, o contrato foi «negociado com a administração da Visabeira (que detém 49 por cento do capital) e «acordado com o Conselho de Administração da PDA». Miguel Lemos diz ainda que «não tem nada a ver com o processo eleitoral», relativo às autárquicas de 9 de Outubro último, marcadas com a derrota dos socialistas, que o mantiveram na EMA, até Setembro, e administrador da PDA até Julho. Diz que os termos do contrato foram estabelecidos e negociados antes das eleições, em Agosto, pelo administrador da Visabeira na PDA, e Miguel Lemos, da administração da PDA, e com entrada em vigor a partir de Outubro, a cerca de uma semana antes das eleições. Além disso, Miguel Lemos considera natural que esteja prevista uma indemnização em caso de despedimento, no caso de se não mantiver em funções durante os quatro anos. No entanto, diz que está «disposto a rever as condições de saída», admitindo que a Câmara o queira «mandar embora» e adianta que não pretende «dificultar a vida às pessoas». Se sair por vontade da nova maioria interpretará a atitude como um «saneamento político» mas não irá embora sem «fazer valer» os seus direitos.Percurso de Miguel Lemos Miguel Lemos assumiu particular destaque durante os dois mandatos de Alberto Souto à frente da Câmara de Aveiro, além da construção do estádio do Euro-2004, no projecto da BUGA e das Conferências do Milénio. A renúncia na administração à PDA e as negociações que determinaram o acordo para as novas funções de director-geral aconteceram quando se deu a abertura da empresa municipal a capital privado, num concurso que a Visabeira venceu.Miguel Lemos terá funções de direcção geral, «colocando em prática as directrizes da administração», disse ao Diário de Aveiro uma fonte próxima do processo. O assunto seria «resolvido», como disse ontem Pedro Ferreira, sobre a reunião de ontem, ao pormenor, verificando as funções de cada trabalhador ao serviço da PDA, o equipamento que serve a empresa, a existência de contas de telemóveis, viaturas ao serviço, e quem tem autorização para movimentar dinheiro, segundo também apurou o Diário de Aveiro.Na semana passada, na Assembleia Geral eleitoral da PDA, a Câmara e a Visabeira indicaram Ulisses Manuel, Gilberto Ferreira e Pedro Reis para novos administradores. Texto do João Peixinho para o Diário de Aveiro

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