Vidas mais longas, outras doenças

24-06-2011
marcar artigo

Em poucas décadas, as principais causas de morte alteraram-se radicalmente

Hoje

Um cidadão que nasça por estes dias em Portugal pode esperar viver em média até aos 79 anos. Se for mulher, poderá almejar uma vida um pouco mais longa, até aos 81,8 anos, e, se for homem, até aos 75,8 anos. É muito baixa a probabilidade de morrer com menos de 15 anos (menos de um por cento) e muito alta a de viver para além dos 65 anos (quase 80 por cento dos óbitos acontecem já passada a fronteira da convencionada terceira idade), referem dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

As principais causas de morte do Portugal da actualidade são o resultado do envelhecimento crescente da população e da adopção de estilos de vida como o sedentarismo, a falta de actividade física diária, uma alimentação desequilibrada ou o tabagismo. As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte - com o enfarte do miocárdio e o acidente vascular cerebral à cabeça -, seguida dos cancros.

O melhor do Público no email Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Subscrever ×

No passado

A esperança média de vida de um português nascido, por exemplo, em 1960 ficava-se pelos 63,5 anos (66,4 anos no caso das mulheres, 60,7 nos homens). Nessa data, só metade dos óbitos eram de pessoas que já tinham ultrapassado os 65 anos e a probabilidade de morrer ainda criança chegava quase a 25 por cento. Luís Graça, professor da Escola Nacional de Saúde Pública, lembra que até à década de 1940 a principal causa de morte no país eram as diarreias e enterites nas crianças, devido às más condições de vida da população, nomeadamente a falta de acesso a água potável (aquelas representavam 14 por cento das mortes no período entre 1934 e 1940). Nos adultos, era a tuberculose (10 por cento dos óbitos) e as pneumonias (oito por cento).

A década de 1960 é uma altura de mudança dos padrões de mortalidade, com a diminuição das doenças transmissíveis para as não transmissíveis. É nesta época que se assiste a algumas melhorias nas condições de vida e no acesso à vacinação e ao parto hospitalar. Em 1958, é criado o Ministério da Saúde. É também uma altura de grande êxodo para as cidades e para o estrangeiro. Mas, nota Luís Graça, o 25 de Abril apanha Portugal ainda com uma taxa de mortalidade infantil de 35 mortes em cada mil (em 2009 esse valor era de 3,13 em cada mil). Catarina Gomes

Em poucas décadas, as principais causas de morte alteraram-se radicalmente

Hoje

Um cidadão que nasça por estes dias em Portugal pode esperar viver em média até aos 79 anos. Se for mulher, poderá almejar uma vida um pouco mais longa, até aos 81,8 anos, e, se for homem, até aos 75,8 anos. É muito baixa a probabilidade de morrer com menos de 15 anos (menos de um por cento) e muito alta a de viver para além dos 65 anos (quase 80 por cento dos óbitos acontecem já passada a fronteira da convencionada terceira idade), referem dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

As principais causas de morte do Portugal da actualidade são o resultado do envelhecimento crescente da população e da adopção de estilos de vida como o sedentarismo, a falta de actividade física diária, uma alimentação desequilibrada ou o tabagismo. As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte - com o enfarte do miocárdio e o acidente vascular cerebral à cabeça -, seguida dos cancros.

O melhor do Público no email Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Subscrever ×

No passado

A esperança média de vida de um português nascido, por exemplo, em 1960 ficava-se pelos 63,5 anos (66,4 anos no caso das mulheres, 60,7 nos homens). Nessa data, só metade dos óbitos eram de pessoas que já tinham ultrapassado os 65 anos e a probabilidade de morrer ainda criança chegava quase a 25 por cento. Luís Graça, professor da Escola Nacional de Saúde Pública, lembra que até à década de 1940 a principal causa de morte no país eram as diarreias e enterites nas crianças, devido às más condições de vida da população, nomeadamente a falta de acesso a água potável (aquelas representavam 14 por cento das mortes no período entre 1934 e 1940). Nos adultos, era a tuberculose (10 por cento dos óbitos) e as pneumonias (oito por cento).

A década de 1960 é uma altura de mudança dos padrões de mortalidade, com a diminuição das doenças transmissíveis para as não transmissíveis. É nesta época que se assiste a algumas melhorias nas condições de vida e no acesso à vacinação e ao parto hospitalar. Em 1958, é criado o Ministério da Saúde. É também uma altura de grande êxodo para as cidades e para o estrangeiro. Mas, nota Luís Graça, o 25 de Abril apanha Portugal ainda com uma taxa de mortalidade infantil de 35 mortes em cada mil (em 2009 esse valor era de 3,13 em cada mil). Catarina Gomes

marcar artigo